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Publicado em 10/11/2021

Seminário de Educação discutirá mudanças dos processos educacionais no Brasil

Autor(a): 
Fernanda Marques (Fiocruz Brasília)

Desigualdades e mudanças dos processos educacionais no Brasil: desafios para o futuro da Fiocruz. Este é o tema do Seminário de Educação que será realizado no dia 19 de novembro, sexta-feira, das 10h às 12h, com transmissão ao vivo pelo canal da Fiocruz Brasília no YouTube. Organizado pela Escola de Governo Fiocruz – Brasília (EGF-Brasília), pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), o seminário é um evento preparatório para o IX Congresso Interno da Fiocruz.

Convocado a cada quatro anos desde 1988, o Congresso Interno é o órgão máximo de representação da comunidade Fiocruz, em que se delibera sobre assuntos estratégicos relacionados aos rumos da instituição.

Para debater os desafios da educação, o seminário preparatório receberá como convidados os professores Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília (UnB), e Ladislau Dowbor, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O encontro terá como debatedora a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado.

Professora da UnB desde 1995, Márcia Abrahão é a primeira mulher a exercer o cargo de reitora na instituição. Com atuação no ensino e na pesquisa, possui graduação, mestrado e doutorado em Geologia pela UnB, com período sanduíche na Université d’Orleans e BRGM, na França. É também pós-doutora pela Queen’s University, no Canadá. Foi coordenadora de Extensão e também coordenou o Reuni, programa de reestruturação das universidades federais.

Ladislau Dowbor é formado em economia política pela Universidade de Lausanne (Suíça) e doutor em ciências econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia (Polônia). Atualmente, é professor de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi consultor de agências das Nações Unidas e governos, e atua como conselheiro em diversas instituições. Sua área principal de atuação é o ensino e a organização de sistemas de planejamento.

Os diretores Fabiana Damásio (Fiocruz Brasília), Marco Menezes (Ensp) e Anamaria Corbo (EPSJV) estarão na mesa de abertura do seminário. A mediação do debate será feita pela vice-diretora de Ensino da Ensp, Enirtes Caetano Prates Melo.

Publicação : 04/02/2021

Diretrizes Institucionais para o Planejamento Estratégico: a experiência do programa de Pós Graduação em Saúde Pública da ENSP/Fiocruz

Apresentação Diretrizes Institucionais para o Planejamento Estratégico: a experiência do programa de Pós Graduação em Saúde Pública da ENSP/Fiocruz realizada por Marly Cruz  no dia 27 de janeiro de 2021 por ocasião da reunião do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação, realizada via plataforma ZOOM, no horário 14h às 16h, sob a coordenação da Coordenação Geral de Educação (CGE) - e da Vice Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC).

Categoria do documento:

Publicado em 18/06/2020

Sai o resultado final da chamada para projetos de Memória Institucional

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz

A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz divulga o resultado final da chamada interna para projetos de Memória Institucional. Sete propostas foram contempladas, apresentadas por profissionais de diferentes unidades da Fundação em todo o Brasil.

Parabéns a todos. Saiba quem foi selecionado aqui.

Continue a navegar pela memória institucional: acesse o hotsite dos 120 anos da Fiocruz

Publicado em 04/06/2020

Memória institucional: acesse a lista de propostas enquadradas na chamada da Fiocruz

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz

A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz) divulga as propostas que se enquadram na chamada para projetos sobre memória institucional da Fiocruz – iniciativa que faz parte das comemorações pelos 120 anos da instituição, celebrados no dia 25 de maio.

Estão aptas a seguir na seleção 12 propostas das diversas unidades da Fundação. Essas propostas contemplam diferentes estratégias de memória institucional (acervos, personagens, conhecimentos e experiências). São projetos que contemplam histórias de vida, preservação do patrimônio, narrativas, publicações, entre outros. Acesse a lista aqui.

As propostas aprovadas serão divulgadas no dia 12 de junho. O resultado final está previsto para o dia 19 deste mês.

Em caso de dúvidas, envie um e-mail para: memoria.institucional@fiocruz.br

Publicado em 15/04/2020

Fiocruz lança seu primeiro curso sobre Covid-19, online e gratuito, para profissionais de saúde*

Autor(a): 
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)

Conhecimento: esta é a principal solução que os profissionais de saúde têm para enfrentar a pandemia de coronavírus. Liderando diversas ações no campo da ciência, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lança o curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. A iniciativa é do Campus Virtual Fiocruz, que abre inscrições, online, nesta quarta-feira, dia 15 de abril (saiba como se inscrever aqui).

O curso é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD). Esse modelo considera uma ampla rede de trabalhadores que estão na linha de frente do combate à Covid-19: atualmente, o Brasil tem cerca de 3 milhões de profissionais de saúde. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, explica que a formação em escala é uma estratégia fundamental para responder à crise. “O novo curso é uma das muitas contribuições da Fiocruz/Ministério da Saúde para responder a essa emergência sanitária. Atuamos sempre com o compromisso de salvar vidas e fortalecer o Sistema Único de Saúde em sua capacidade de enfrentar esse e outros desafios relacionados à saúde da população brasileira”, afirma.

Fiocruz desenvolve curso próprio junto a seus especialistas

A coordenadora geral do curso e do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, diz que qualquer pessoa interessada em aprender mais sobre coronavírus pode se inscrever. Mas ressalta que a qualificação foi concebida, especialmente, para trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios. “Com isso, esperamos potencializar e multiplicar o conhecimento por todo o país”.

Quanto ao conteúdo, Ana comenta que o principal desafio é capacitar os trabalhadores na sua prática nos serviços de saúde, em um contexto de mudanças frequentes no conhecimento sobre Covid-19. Para apresentar as melhores estratégias para conter e enfrentar a doença, vários especialistas da Fiocruz foram mobilizados. “Esse é um diferencial importante do nosso curso: ser elaborado junto a pesquisadores e gestores diretamente envolvidos nas ações de vigilância e assistência, e que estão considerando o atual cenário. Eles contribuíram com textos, videoaulas, e com a revisão técnica de todo o material”, destaca.

O curso tem a coordenação acadêmica de Marília Santini, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e de André Reynaldo Santos Perissé, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Marília destaca que, para conter a curva epidêmica, é fundamental qualificar quem vai enfrentar este período conturbado. “Na pandemia, os casos aumentam rapidamente, causando uma pressão maior sobre os profissionais dos serviços de saúde, assim como sua exposição a riscos. Por isso, o curso informa os participantes sobre medidas e usos de equipamento de proteção individual e coletiva, manejo clínico do paciente grave com base em outras doenças respiratórias agudas, e notificação de casos”, diz.

Saiba mais: novo curso é aberto, online, gratuito e dinâmico

Com uma linguagem simples, visual atraente e navegação dinâmica, o curso reúne textos curtos, videoaulas com especialistas, recursos abertos (como infográficos e minitestes) e uma série de fontes confiáveis e atualizadas, que são muito úteis para pesquisar e compreender melhor o tema. Há também uma seção de perguntas frequentes categorizada por interesse dos diferentes públicos, além de atividades e exercícios rápidos.

A qualificação está dividida em três módulos independentes, permitindo que cada aluno escolha em que ordem deseja fazer o curso. No fim de cada módulo, os conhecimentos são avaliados. Quem obtiver nota maior ou igual a 70, recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com o total de carga horária do curso (30h).

A partir do dia 14 de abril, serão lançados os dois primeiros módulos:  Introdução e Manejo clínico nas UBS. Já o terceiro módulo é mais complexo e difícil, pois aborda o manejo de pacientes graves na rede de atenção especializada e rede hospitalar, explica a coordenadora Ana Furniel. “O conteúdo do módulo 3 tratará de questões que ainda estão sendo debatidas pela comunidade científica, como suporte e terapia farmacológica, uso de medicações experimentais. São questões mais complicados e, por isso, demandam mais tempo para serem elaboradas no formato de um curso”.

Mas ela conta que a espera dos interessados no último módulo será breve. “A equipe está trabalhando de forma bastante dedicada e a previsão é de que o terceiro módulo seja liberado já nos próximos 15 dias”, antecipa. Conheça os conteúdos de cada módulo:

Módulo 1 - Introdução: Conceitos e informações básicas (5 horas/aula)

  • Aula 1 - Novo coronavírus: conceitos básicos
  • Aula 2 - Transmissão, sintomas e prevenção
  • Aula 3 - O que fazer se estiver doente

>> Inscrições abertas aqui!

Módulo 2 - Manejo clínico: Atenção Básica (10 horas/aula)

  • Aula 1 - Organizando sua UBS para a pandemia
  • Aula 2 - Manejo clínico na APS
  • Aula 3 - Como conduzir isolamento domiciliar
  • Aula 4 - Protegendo os profissionais de saúde

>> Inscrições abertas aqui!

Módulo 3 - Manejo clínico da Covid-19 na atenção hospitalar (15 horas/aula) | Em breve

  • Aula 1 - Detecção precoce e classificação da severidade dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG)
  • Aula 2 - Manejo clínico inicial dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave
  • Aula 3 - Investigação de imagem, laboratorial e diagnóstico diferencial da Covid-19
  • Aula 4 - Suporte farmacológico a pacientes com Covid-19
  • Aula 5 - Suporte respiratório a pacientes com Covid-19
  • Aula 6 - Manejo clínico da gestante no contexto da Covid-19
  • Aula 7 - Procedimentos de proteção e controle de infecção em ambiente hospitalar

O curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus é uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz.  A iniciativa conta com o apoio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), da Fiocruz Brasília, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis), da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

Publicado em 17/03/2020

Biblioteca temática da Fiocruz reúne mais de 1 mil publicações científicas sobre o novo coronavírus

Autor(a): 
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)

Conectar pessoas e apoiar decisões no momento de crise na saúde pública.  Para isso – entre outras iniciativas – a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz) criou uma biblioteca temática sobre o novo coronavírus (Covid-19) na plataforma Zotero. Assim, estão disponíveis mais de mil publicações científicas e orientações para autoridades sanitárias, profissionais de saúde e a população geral.

A bibliotecária Fátima Martins é a responsável por este trabalho na Coordenação de Informação e Comunicação (Cinco - VPEIC/Fiocruz). Ela explica que o principal objetivo é oferecer uma base técnico-científica, contribuindo para que medidas sejam adotadas para reduzir os impactos da pandemia de coronavírus. “A plataforma reúne uma variedade de publicações: artigos, teses, dissertações, pesquisas, protocolos, diretrizes, guidelines, relatórios, cartilhas, podcasts, entre outras. A curadoria inclui, também, sites, redes de pesquisa e plataformas de compartilhamento associados à produção técnico-científica nacional e internacional, de forma sistematizada”.

Por se tratar de um software livre que utiliza código aberto, Zotero facilita a gestão de dados bibliográficos e materiais relacionados à pesquisa (como PDFs).

Saiba como acessar a biblioteca Novo Coronavírus Covid-19 | Fiocruz

Para ter acesso aos documentos e links disponíveis na biblioteca temática, basta seguir dois passos. É bem rápido e fácil:

1. Abra uma conta no site www.zotero.org, cadastrando seu login e uma senha.
2. Peça um convite para participar do grupo Novo Coronavírus Covid-19 | Fiocruz: https://www.zotero.org/groups/2442236/novo_coronavrus_covid-19__fiocruz

Seja membro desta comunidade: participe e visite a biblioteca para se manter sempre bem informado e atualizado. E, se precisar de apoio, acesse os tutoriais anexos abaixo.

  • Tutorial para entrar no grupo da biblioteca temática.pdf

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  • Tutorial para uso da biblioteca temática sobre o Coronavírus no Zotero.pdf

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Publicado em 02/01/2020

INI inscreve para especialização em Psicologia Hospitalar na Área da Infectologia

Autor(a): 
Juana Portugal (INI/Fiocruz) | Foto: Unsplash

A especialização em Psicologia Hospitalar na Área da Infectologia do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas, até o dia 29 de janeiro, para o processo seletivo da turma 2020. 

Coordenado por Eunes de Castro Milhomem e Tereza Cristina Coury Amin, o curso busca capacitar psicólogos críticos e reflexivos no atendimento clínico hospitalar aos pacientes portadores de doenças infecciosas e no acolhimento de seus familiares, sob a ótica interdisciplinar e interprofissional, de acordo com as políticas do Sistema Único de Saúde (SUS).

A especialização oferece seis vagas para profissionais graduados de nível superior de psicologia. O curso é presencial, tem carga horária total de 880 horas e duração de 12 meses. As aulas serão ministradas de 2 de março de 2020 a 1º de abril de 2021.

Inscreva-se já pelo Campus Virtual Fiocruz!

Publicado em 14/06/2019

Tese sobre ciganos e políticas de saúde defendida na Fiocruz é premiada

Autor(a): 
Icict/Fiocruz

Os primeiros ciganos chegaram ao Brasil ainda no século 16. Apesar de os dados oficiais sobre eles serem muito escassos, estima-se que haja, hoje, entre 500 mil e um milhão de ciganos no país, de diferentes comunidades e etnias. Como se dão os processos de comunicação entre as políticas públicas de saúde e esses povos? O jornalista e antropólogo Aluízio de Azevedo Silva Júnior, ele mesmo um cigano da etnia kalon, elencou essa e outras perguntas como ponto de partida para sua pesquisa de doutorado, defendida em 2018. Pois o trabalho A Produção Social dos Sentidos nos Processos Interculturais de Comunicação e Saúde: a apropriação das Políticas Públicas de Saúde para ciganos no Brasil e em Portugal acaba de conquistar a edição 2019 do Prêmio Compós de Teses e Dissertações Eduardo Peñuela, um dos reconhecimentos mais importantes na área da Comunicação.

Aluízio cursou seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (PPGICS/Icict/Fiocruz). Foi orientado por Inesita Soares de Araújo, do PPGICS, e coorientado por Maria Natália Pereira Ramos, da Universidade Aberta (Uab – Lisboa), de Portugal. Para sustentar sua tese, entrevistou 20 ciganos do Brasil e 20 de Portugal. Ouviu inúmeros relatos de racismo institucional na saúde, como casos de esterilizações forçadas de mulheres ciganas e também maus tratos por parte de alguns profissionais, em Portugal. No Brasil, identificou conflitos entre as equipes de saúde e os povos ciganos, que enxergam a saúde de forma diferente dos profissionais da área. Situações que revelam o racismo e os estereótipos que ainda afetam o cotidiano dos povos ciganos, reforçando situações de exclusão e de desigualdade social. 

“Minha pesquisa se insere em campos e temas bastante sensíveis para a saúde: o da comunicação e o das políticas de equidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Sobretudo aquelas voltadas para populações em situação de exclusão ou desigualdade social, incluindo aí as minorias étnicas e, dentro delas, as comunidades ciganas”, explica Aluízio. “Esse público é definido no Plano Nacional de Saúde como prioritário no atendimento do SUS, mas as políticas afirmativas em saúde não têm conseguido sair do papel. E as comunidades nessa situação sofrem com racismo institucional ou cuidados inadequados em saúde nos serviços públicos ou privados, por desconhecerem e não respeitarem as suas especificidades e contextos culturais, sociais, políticos e econômicos. Denunciamos situações de negligenciamento e invisibilidade dessas populações na saúde”.

Inovações metodológicas

Em sua pesquisa, o jornalista encontrou inúmeros desafios. Um deles foi conseguir descortinar o universo cigano de forma inovadora e sem preconceitos. “Esse tema ainda é pouco estudado. Ou, quando ganha foco em estudos, em geral acaba enquadrado no molde científico hegemônico, alimentando estereótipos e reforçando o racismo em todas as suas faces, inclusive o epistêmico”, esclarece. 

Para vencer esse desafio, aplicou à pesquisa de campo o que chama de “metodologia fílmica semiológica, intercultural e decolonial”, que incluiu, entre outras ações, um registro fílmico de várias comunidades ciganas brasileiras e portuguesas. Esses registros deram origem a um vasto material, que Aluízio pretende editar, para compor um longa-metragem sobre as comunidades ciganas da etnia kalon. Para isso, porém, precisa conquistar financiamento.

Inesita, orientadora do pesquisador durante o doutorado, identifica muitos méritos no trabalho. “Um deles é como evidencia a possibilidade de fazer uma pesquisa com rigor teórico e metodológico, contribuindo para o avanço da ciência no campo da ‘comunicação e saúde’, ao mesmo tempo em que é uma pesquisa comprometida com setores da população que sempre estiveram à margem da sociedade. Não por quererem, mas porque foram marginalizados, porque foram considerados desnecessários, supérfluos e mesmo indesejáveis”.

A pesquisadora também destaca o fato de Aluízio trazer a Filosofia Kalon como um dos quatro eixos de sustentação teórica da tese, ao lado dos Estudos Culturais, das Epistemologias do Sul e da Semiologia Social dos Discursos. “Por fim, realçaria que o pesquisador, um cigano kalon, que por méritos próprios tornou-se jornalista, depois antropólogo e finalmente conquistou seu título de doutor entre nós, no PPGICS, fez dos participantes de sua pesquisa coautores desse processo de produção de conhecimento sobre uma realidade tão negligenciada quanto negligenciado é o povo cigano. E isso é muito precioso”.

Assista ao vídeo Ciganos no Brasil: Saúde e Preconceitos - Matéria.

Exclusão social

Para Aluízio, outro desafio marcante teve a ver com a barreira de um estereótipo: a ideia, equivocada, de que pessoas ciganas não gostam de estudar. “É muito raro um cigano chegar ao nível superior, o que dirá concluir uma tese de doutorado”, lamenta. “Também nos deparamos com uma realidade dura e cruel de políticas anticiganas que foram desenvolvidas pelas nações ocidentais ao longo dos séculos, inclusive no Brasil e em Portugal. Coisas como degredo, expulsão, a proibição de falar a língua cigana e de praticar os costumes, prisões, sequestros de bens e até assassinatos. Ações que deixaram um rastro de exclusão social, onde hoje se encontra uma imensa parcela das pessoas ciganas. E a nossa proposta foi justamente romper com esses paradigmas excludentes para mostrar que as comunidades ciganas também têm saberes e modos de vida que podem contribuir, de alguma forma, para o diálogo acadêmico e político sobre as políticas de saúde”.

Além de atuar como jornalista no núcleo de Mato Grosso do Ministério da Saúde, o autor tem se dedicado a atividades acadêmicas para divulgar a tese. “Também tenho buscado modos para fazer com que o conhecimento coletivo produzido na pesquisa chegue como devolutiva às comunidades ciganas, para que ampliem os seus argumentos e fortaleçam seus discursos. Bem como aos gestores em políticas públicas de saúde e de outras áreas de direitos humanos, para que possam subsidiar suas tomadas de decisões em prol da saúde cigana, da justiça social e da igualdade racial, que são questões garantidas constitucionalmente e em diversas leis”.

Dez anos do PPGICS

A forma como encara a ideia de “equidade”, afinal, é o grande trunfo da tese de Aluízio, destaca Inesita: “A equidade é um desafio ao mesmo tempo simples e gigantesco. O desafio do reconhecimento de que os grupos sociais têm suas especificidades culturais e que elas merecem respeito. O desafio da decisão (e coragem) política de conferir mais atenção aos setores da população historicamente negligenciados, entendendo que o negligenciamento na saúde é parte inseparável da situação em que esses grupos se encontram. O desafio de perceber que a comunicação é parte inseparável desse negligenciamento, e que nenhuma política para minorias poderá ser implantada plenamente se a comunicação que a constitui e que a viabiliza não respeitar também o princípio da equidade”.

O reconhecimento do Prêmio Compós à tese de Aluízio acabou coincidindo com uma data importante para o PPGICS: seu aniversário de 10 anos. O programa de pós-graduação, que oferece mestrado acadêmico e doutorado em Informação e Comunicação em Saúde, está avaliado com nota 5 pela Capes, e já formou cerca de 40 doutores e 90 mestres.  

Sobre a Compós

A Compós - Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação - foi fundada em 16 junho de 1991, em Belo Horizonte, com o apoio da Capes e do CNPq, a partir da iniciativa de alguns pesquisadores e representantes dos seguintes cursos de Pós-Graduação: PUC-SP, UFBA, UFRJ, UnB, Unicamp, Umesp.

É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, congregando como associados os Programas de Pós-Graduação em Comunicação em nível de mestrado e/ou doutorado de instituições de ensino superior públicas e privadas no Brasil.

A Compós tem como objetivos principais o fortalecimento e qualificação crescentes da Pós-Graduação em Comunicação no país; a integração e intercâmbio entre os Programas existentes, bem como o apoio à implantação de novos Programas; o diálogo com instituições afins nacionais e internacionais; o estímulo à participação da comunidade acadêmica em Comunicação nas políticas do país para a área, defendendo o aperfeiçoamento profissional e o desenvolvimento teórico, cultural, científico e tecnológico no campo da comunicação.

Publicado em 11/06/2019

Ensp recebe inscrições para o curso de qualificação sobre gestão das águas

Autor(a): 
Ensp/Fiocruz

Estão abertas, até 18 de junho, as inscrições para o Curso de Qualificação Profissional em nível de Atualização O nexo da água. O objetivo é oferecer subsídios técnicos aos profissionais que atuam na gestão de águas, a fim de discutir e analisar as relações de sinergia positiva e negativa e trade-off entre os principais setores que demandam água — consumo humano e saúde, produção de energia e produção de alimentos. Ao todo, são 30 vagas.

Oferecido pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o curso é presencial e tem como base diálogos estruturados e dinâmicas de construção coletiva de propostas. Sob a coordenação do pesquisador Tatsuo Shubo, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Ensp, a qualificação estimula o desenvolvimento de competências, permitindo que seus participantes contextualizem um fato aparentemente isolado através de um fio condutor, no caso, o Nexo da Água.

Vinculado a este tema central, tendo como pano de fundo os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a saúde, os alunos poderão incorporar novos conceitos a seus conhecimentos e experiências. A proposta é facilitar a identificação e articulação de cenários decorrentes de fatos dados, envolvendo os diversos setores da sociedade.

O curso se destina a profissionais de nível superior em qualquer área do conhecimento, que atuem ou tenham interesse em atuar nas áreas de planejamento, gestão e sustentabilidade dos recursos hídricos (membros de comitês de bacias, profissionais ligados à discussão política dos recursos hídricos, técnicos e gestores de empresas de saneamento, gestores ambientais etc.).

Confira o edital e inscreva-se através do Campus Virtual Fiocruz.

Publicado em 09/05/2019

Embaixador da Austrália visita a Fundação

Autor(a): 
Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)

O embaixador australiano no Brasil, Timothy Kane, e o Cônsul-geral do país, Greg Wallis, estiveram na Fiocruz nesta quarta-feira (8/5) para conhecer melhor o trabalho da instituição. Na ocasião, eles se reuniram com a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Machado, que representou a Presidência da Fundação, com o assessor de relações institucionais, Valber Frutuoso, e representante do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz).

“Apesar da distância física entre ambos os países, suas semelhanças são diversas, a exemplo da geografia, condição climática, riqueza ambiental e diversidade sociocultural”, afirmou o oficial de pesquisa e políticas da embaixada, Caio Jacon.

No encontro, foram tratados temas de interesse comum que podem resultar em futuras cooperações, especialmente no campo da medicina tropical. O controle de vetores, a produção de vacinas, a pesquisa sobre picadas de cobras e outros animais peçonhentos e o apoio a meninas e mulheres nas ciências foram alguns dos temas tratados.

Um exemplo de colaboração já existente entre Brasil e Austrália é o World Mosquito Program, responsável pelo método Wolbachia de combate ao Aedes aegypti. Iniciado por pesquisadores australianos da Universidade de Monash, o projeto chegou ao Brasil em 2012, onde é conduzido por pesquisadores da Fiocruz. 

A Austrália também possui um Memorando de Entendimento (MdE) com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A cooperação é feita através da agência de fomento estatal Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO).

“Temos muito interesse em trabalhar para aumentar os fluxos de comércio e investimento entre as duas nações e acreditamos que os dois países têm a oportunidade de desenvolver uma exitosa colaboração em pesquisa”, completou Jacon.

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