Paul Celan, filho de judeus de língua alemã, enaltecido como um dos maiores poetas do pós-guerra, carregou e registrou em sua obra a marca do terror nazista. A desolação pela perda dos pais, mortos em um campo de extermínio do qual fugiria, trouxe até nós um texto denso, vigoroso e envolto em silêncio e dor em "Levado a casa em esquecimento".
"Suas obras revelam uma nova forma de respirar; portanto, exigem uma nova forma de ler, uma nova forma de estar no mundo. Parece ser essa a demanda legada pela obra de Celan: mudar a respiração, suspendê-la, prendê-la ante o salto ou o poema, ante a vida, libertá-la".
Assim como nos dias de Celan, atravessamos, aqui, em nossos tempos – como se algumas datas se reapresentassem, se erguessem outra vez – mais um período sombrio da história da humanidade.
O poeta que fala por aqueles que não puderam falar e também a todos que enfrentaram o desafio de dize-lo.
"Se trata sempre do começo e do final. Entre ambos está o instante", Paul Celan.
A edição de maio da revista Radis traz como matéria de capa uma entrevista com a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, que aponta erros de comunicação e planejamento que podem comprometer a credibilidade das vacinas no Brasil. Ela lamenta que o governo venha “abrindo mão da prerrogativa de coordenar o processo de vacinação com política única no país e delegando aos estados e municípios que cada um organize sua vacinação”.
A edição 224 também aborda temas como a grandiosidade e as desigualdades da Região Norte do país, parte desconhecida do Brasil, que só ilustra as páginas de jornais e programas de TV pelos conflitos e tragédias que lá acontecem; uma entrevista com o autor de um dos romances brasileiros mais comentados dos últimos tempos, "Torto Arado", Itamar Vieira Júnior; além de seções curtas sobre o aumento da fome no Brasil, embasado pelos dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia da Covid-19; queimadas na Amazônia e problemas respiratórios; dicas de livros e outros.
Confira um pouco da entrevista de Carla Domiingues à Revista Radis de maio de 2021:
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) elencou, em setembro de 2020, grupos prioritários para receber doses da vacina contra a covid-19. Entre eles, idosos e pessoas com deficiência institucionalizados, povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores da saúde, maiores de 60 anos, pessoas com comorbidades e com deficiência permanente. Diante da falta de comando nacional na imunização, porém, estados e municípios organizaram suas filas sem necessariamente respeitar a ordem do plano.
Em muitos lugares, jovens de determinadas categorias profissionais passaram à frente de idosos e pessoas com comorbidades, por exemplo. Caso do estado do Rio de Janeiro: em 3 de maio, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski suspendeu mudança na ordem de
vacinação que privilegiava profissionais de segurança e da educação antes da imunização integral do grupo prioritário.
Até o fechamento desta edição, o Congresso ainda discutia projeto para incluir como prioridade categorias não previstas pelo PNI, como profissionais que trabalham em farmácias e oficiais de Justiça. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em 31 de março.
Epidemiologista e doutora em saúde pública, Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (entre 2011 e 2019), lamenta que o governo venha “abrindo mão da prerrogativa de coordenar o processo de vacinação com política única no país e delegando para estados e municípios para que cada um organize sua vacinação”.
O PNI foi criado em 1973 com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura. Ao longo dos anos, conseguiu eliminar a poliomielite (em 1994) e o sarampo (em 2016, certificado que o país perdeu em 2019) e controlar outras doenças imunopreveníveis como difteria, coqueluche e tétano acidental, hepatite B, meningites, formas graves da tuberculose e rubéola. Por isso foi considerado referência mundial pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Representado pelo personagem Zé Gotinha desde 1986, o programa registrou queda nas taxas de cobertura nos últimos anos. Em 2019, nenhuma das nove vacinas indicadas para bebês atingiu a meta prevista pelo governo — sete delas tiveram os piores índices de cobertura pelo menos desde 2013. Segundo dados oficiais do PNI tabulados pelo jornal O Estado de S.Paulo, em alguns casos, como os de tuberculose (BCG) e poliomielite, o percentual de crianças vacinadas em
2019 foi o menor em mais de 20 anos.
Em entrevista à Radis, por chamada de vídeo, em 28 de abril, Carla afirma que o país tem muito a perder com um PNI fraco: “Graças à vacinação no SUS, mudamos completamente o perfil epidemiológico e de vida da população brasileira, a ponto de termos um programa reconhecido mundialmente por levar vacina a todos os cidadãos independentemente de onde moram, sua condição de vida, sua remuneração”.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em parceria com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI/SVS), do Ministério da Saúde, e o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas Brasil), promoverá, nos dias 28, 29 e 31 de maio, o I Simpósio de prevenção do HIV com o tema Vacinas e profilaxia pré-exposição. O ciclo de debates ocorrerá de forma virtual, com conteúdos diversificados, e contará com as participações de Valdiléa Veloso, diretora do INI, e Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do INI.
A programação terá apresentações de especialistas convidados abordando vacinas, HIV e PrEP: no dia 28 serão abordadas as pesquisas de vacinas e outras profilaxias para prevenção do HIV; no dia 29 as pesquisas de vacinas e prevenção ao HIV: sociedade civil e envolvimento comunitário; e no dia 31 os desafios no desenvolvimento de estudos, regulação e acesso a vacinas e produtos de prevenção em contextos de saúde pública.
A palestra de Beatriz Grinsztejn está programada para o dia 28 de maio, com o tema Profilaxia Pré-Exposição: onde estamos e para onde vamos?. Já Valdiléa Veloso abrirá os três dias do ciclo de debates, acompanhada de Gerson Fernando M. Pereira, diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, além de mediar o painel do dia 31 de maio.
Confira a programação completa abaixo ou nas imagens ao lado. Para participar acesse www.tinyurl.com/seminarioprevencaoHIV.
Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) completa 121 anos de história e luta pela ciência e a saúde pública brasileira. Entre os seus pilares também está a educação em saúde, que se dá por meio da oferta de centenas de cursos de especialização, mestrado, doutorado, residência, cursos técnicos, além de cursos livres, de atualização e capacitação. Com a pandemia, a área do ensino superou obstáculos, se adaptou e trabalhou muito para a continuidade das ações educacionais. Como resposta à crise sanitária, diferentes unidades da Fiocruz desenvolveram mais de 20 cursos, online e gratuitos, sobre a temática da Covid-19 e alcançou cerca de 370 mil alunos em todo o país e até fora dele. O Campus Virtual Fiocruz desenvolveu sete deles. Tais iniciativas reafirmam o compromisso da Fundação com a qualificação de profissionais de saúde para o SUS e o papel da educação na redução das desigualdades.
+Acesse aqui cursos do Campus Virtual Fiocruz com inscrições abertas!
A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, em vídeo da série "Fiocruz na pandemia", destacou que a área da educação é uma das mais transversais da instituição, pois em todas suas 20 unidades técnico-científicas e escritórios, nos 11 estados em que está presente, desenvolve atividades educacionais.
“Com as restrições das atividades presenciais impostas pela Covid-19, lançamos mão da educação remota emergencial e também desenvolvemos diversos cursos específicos para o enfrentamento da pandemia. Destaco o curso do CVF Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus, composto de três grandes módulos, e que alcançou cerca de 60 mil inscritos. O Campus Virtual é uma grande plataforma educacional que abarca informações de todos os cursos e programas instituição. A Fiocruz foi pioneira na educação a distância desde os anos de 1990 e essa experiência foi um diferencial neste momento de emergência sanitária”, detalhou Cristiani.
Fiocruz homenageia seus trabalhadores no aniversário de 121 anos
Na data em que comemora 121 anos de história, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) homenageia o conjunto de seus trabalhadores que não mediram esforços no combate à pandemia de covid-19, e reafirmaram o compromisso com a instituição, com a saúde pública e a ciência do país. No evento, marcado para 26 de maio, também serão lembradas as milhares de vítimas do novo coronavírus.
Confira aqui a programação completa
Cursos do CVF sobre a Covid-19 com inscrições abertas
Ao longo do último ano, o Campus Virtual Fiocruz elaborou e publicou sete cursos online e gratuitos específicos sobre a Covid-19, ratificando, de maneira urgente e responsável, seu compromisso com a qualificação de profissionais de saúde para o SUS e o Sistema de CT&I. Todos eles seguem com inscrições abertas. Em breve, novas formações sobre a Covid-19 serão lançadas! Conheça os cursos do Campus Virtual Fiocruz, inscreva-se e faça parte dessa rede de formação!
Além dos cursos, o CVF também disponibiliza inúmeros Recursos Educacionais Abertos (REA), cadastrados na Plataforma Educare, como aulas, cursos completos, animações em 3D, FAQs, vídeos, podcasts, apresentações, jogos e outros recursos, cujo objetivo também é, neste momento, apoiar o ensino remoto emergencial, tais como curso para docentes, uso de plataformas de vídeo conferência, disciplinas transversais e muito mais. Um destaque é o curso Caminhos e conexões no ensino remoto, voltado a docentes e profissionais da área de educação com o objetivo de compartilhar um conjunto de orientações básicas, ferramentas tecnológicas e atividades que subsidiem professores e outros profissionais da área na realização de disciplinas ou ações educacionais na modalidade de educação remota emergencial.
O poeta da semana é aquele que fala das desimportâncias ou do nada. Muitos dizem que com sua poesia, Manoel de Barros tenta “descoisificar a realidade”. Ele tem na palavra o sentido da existência.
"A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei". E é através dela que o poeta de Cuiabá traduz o mundo de forma inventiva e simples. Assim, Barros nos convida a transformar, reinventar esse mundo: "O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo”. Ou ainda, segundo ele, não ter conexões com a realidade: "expressão reta não sonha. Não use o traço acostumado".
Sejamos livres e loucos pela vida!
A pandemia de Covid-19 acometeu drasticamente toda a população, mas afetou especialmente as pessoas de mais idade. Os idosos representam uma parcela da sociedade que vem crescendo a passos largos nas últimas décadas. Dados do IBGE apontam que o número de familiares que se dedicavam a cuidados de indivíduos de 60 anos ou mais saltou de 3,7 milhões em 2016 para 5,1 milhões em 2019. Os números mostram que a convivência no domicílio de diferentes gerações é algo muito comum em nosso país. Com o objetivo de atualizar as pessoas envolvidas no cuidado de pessoas idosas em ambiente domiciliar e demais interessados nessa temática, o Campus Virtual Fiocruz, em parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), lança o curso Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio.
A formação, online e gratuita, tem carga horária de 20h e está organizada em sete aulas. A ideia é que, ao final do curso, os participantes sejam capazes de compreender e realizar as medidas sanitárias preconizadas para a prevenção e controle da infecção por Covid-19 no contato com pessoas idosas que necessitam de apoio ou auxílio para a realização de suas atividades cotidianas. Também é objetivo do curso que os alunos conheçam os serviços de saúde no território que prestam atendimento em casos de suspeita e/ou confirmação de infecção por Covid-19.
Além do conteúdo programático, os alunos terão acesso à bibliografia utilizada no curso, a materiais complementares e a um conjunto de Perguntas e Respostas sobre o tema (FAQ).
O curso visa fornecer instrumentos para que indivíduos cuidem de pessoas sob sua responsabilidade da melhor forma possível, facilitando, assim, seu dia a dia, minimizando a ansiedade na realização desse cuidado, para o qual não sentem-se capazes em todos os aspetos, incluindo o emocional, apontou a coordenadora acadêmica do curso, que é pesquisadora e chefe do Laboratório de Informação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (LIS/Icict), e coordenadora do Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento da Fiocruz (Gise-Fiocruz), Dália Elena Romero.
Para Dalia - que divide a coordenação acadêmica do curso com o também pesquisador da Fiocruz, ligado à Esccola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, José Luiz Telles, especialista na área de envelhecimento e saúde do idoso -, a partir do lançamento dessa formação, “espera-se que os cuidadores familiares tenham maior conhecimento sobre as medidas de proteção necessárias para prestar cuidados adequados às pessoas idosas em situação de pandemia”.
De acordo com os organizadores do curso, o envelhecimento populacional no Brasil acontece de forma intensa e rápida. A associação entre maior longevidade da população e a ocorrência de múltiplas doenças crônicas, além da incapacidade funcional, está bem fundamentada em evidências científicas. Mas, apesar delas, são escassas as estratégias de capacitação para promoção do autocuidado nas fases de envelhecimento e para o cuidado dos idosos dentro de seu ambiente domiciliar.
A coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, lembrou que esse curso trata do cuidado ao idoso na pandemia, mas, segundo ela, essa formação vai além, "levantando questões sobre fatores de risco que colocam essa parcela da sociedade como o grupo mais vulnerável. Além disso, nele também são abordados temas relevantes para a área da saúde das pessoas idosas, como o papel do SUS no envelhecimento saudável, a compreensão dos cuidados necessários em domicílio, o contato com pessoas idosas e suas vulnerabilidade, entre outros.
No contexto da pandemia, passa a ser mais urgente as medidas de cuidado da pessoa idosa no ambiente domiciliar. Não só pela maior gravidade e letalidade da doença (73% dos óbitos correspondem a pessoas de 70 anos ou mais), mas também porque é no ambiente domiciliar que muito dos contágios acontecem entre essa população. Partindo desse princípio, as medidas sanitárias e os comportamentos dentro do coletivo domiciliar assumem relevância capital para a sobrevivência e saúde das pessoas idosas.
A Fiocruz Bahia lançou uma websérie que aborda as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos, que estão sendo publicados semanalmente nas redes sociais, estão divididos em nove temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, leishmaniose e tuberculose.
A websérie conta com a participação de mais de 20 cientistas que falam sobre suas linhas de pesquisa, os estudos em andamento e os resultados que têm sido encontrados.
O objetivo da iniciativa é reforçar a importância da cultura científica, levando ao conhecimento do público as atividades de pesquisas da instituição, que tem como missão promover a melhoria da qualidade de vida da população através da geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico no estado da Bahia e no Brasil.
As gravações tiveram início em 2019. Portanto, a maioria das entrevistas da websérie foram realizadas antes da pandemia, sem o uso de máscaras ou seguindo outras resstrições sanitáarias.
Interessados em acompanhar a publicação dos vídeos, podem visitar o site da Fiocruz Bahia e também suas redes sociais: Facebook, Instagram, Youtube e Twitter.
No vídeo “O que são as arboviroses” fique sabendo quais são as principais doenças desse grupo de enfermidades no Brasil, o que as difere, como elas estão distribuídas e o que as pesquisas realizadas têm demonstrado:
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) receberá, virtualmente, estudantes de graduação de todo o Brasil para a temporada de inverno 2021 dos Cursos de Férias. Pela primeira vez, as atividades, que serão realizadas entre os dias 19 e 30 de julho, acontecem integralmente de forma online. O formato foi adotado devido à pandemia do novo coronavírus. As inscrições serão realizadas somente no dia 28/05. Para se candidatar, é preciso preencher o formulário eletrônico, que será disponibilizado no Campus Virtual Fiocruz, com atenção a todos os campos especificados, incluindo a carta de interesse. Vale ressaltar que cada curso possui seus próprios critérios.
Acesse a chamada de seleção para mais informações e confira todos os detalhes da chamada.
Nesta edição, serão oferecidos cinco cursos. Confira as ementas e faça sua inscrição:
• Artrópodes vetores e causadores de doenças: um olhar sob sua diversidade e importância
• Bioinformática estrutural – da sequência ao ancoramento
• Doenças genéticas humanas: como identificá-las?
• Superbactérias: Quem são elas? Onde vivem? O que fazer para combatê-las?
• Viroses respiratórias emergentes e reemergentes: vírus Influenza e SARS-CoV-2
Os Cursos de Férias do IOC são uma oportunidade para alunos de graduação das áreas da saúde desenvolverem o pensamento científico por meio da imersão na realidade técnico-científica do Instituto.
Dentro das especificidades de cada tema, serão apresentadas metodologias utilizadas na pesquisa básica e aplicada, além de conceitos e contextos de assuntos relevantes para o campo de pesquisa em saúde no Brasil. As atividades serão ministradas por estudantes dos cursos de pós-graduação Stricto sensu do IOC e coordenadas por pesquisadores da própria unidade.
A Diretoria de Tecnologia da Faperj acaba de lançar o edital “Doutor Empreendedor: Transformando Conhecimento em Inovação – 2021”. Com objetivo de fomentar a criação de empresas baseadas em conhecimento científico e/ou tecnológico por doutores residentes no Estado do Rio de Janeiro, o edital busca contribuir para a interação universidade-empresa e aproximar os doutores empreendedores com os mecanismos de geração de empreendimentos inovadores sediados no estado. Os proponentes terão até o dia 21 de junho para submeter suas propostas.
São elegíveis pesquisadores que possuam grau de doutor em programas de pós-graduação stricto sensu reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ou doutorandos que já estejam qualificados e com defesa prevista para data anterior à entrega de documentos exigidos após a aprovação final indicada no cronograma do edital.
Além da comprovação do grau de doutor e do projeto para a criação da empresa, os proponentes terão que enviar um vídeo de até quatro minutos detalhando a proposta, bem como uma carta de intenção para o ingresso em um mecanismo de geração de empreendimentos ou em uma empresa – ambos necessariamente localizados no Estado do Rio de Janeiro –, que irão contribuir para o desenvolvimento do projeto.
Após a pré-qualificação na etapa de conformidade, o mérito dos projetos será avaliado em duas etapas, incluindo uma triagem feita por um comitê interno e, posteriormente, uma banca de avaliação, composta por membros internos e externos, que selecionará as propostas aprovadas.
Após uma edição piloto em 2019, o Programa busca se consolidar e ampliar seu alcance. Desta maneira, estão previstos recursos da ordem de R$ 9.000.000,00 (nove milhões de reais), permitindo apoiar até cinquenta projetos. Do total de recursos, um milhão será destinado para os mecanismos que abrigarem os doutores empreendedores. Cada proponente contemplado terá direito a uma bolsa de Doutor Empreendedor e uma bolsa de Iniciação Tecnológica por até 24 meses, e um auxílio financeiro de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), pago em parcela única, para custear as despesas iniciais relativas ao desenvolvimento do projeto.
A expectativa é que a demanda seja elevada e qualificada, contribuindo para: o aumento da taxa de inovação do estado, a diversificação da economia regional e a criação de bens e serviços inovadores capazes de atender as demandas da sociedade, diminuir o impacto socioambiental e até mesmo prover soluções para os obstáculos trazidos pela pandemia. Nas palavras do diretor de Tecnologia da FAPERJ, Maurício Guedes, se existe algo a ser celebrado nesta pandemia é a conquista da ciência, desenvolvendo vacinas para a Covid-19 em menos de um ano. "Isto só foi possível pela interação de pesquisadores de empresas e de universidades, com capacidade empreendedora e apoio governamental. Um caso exemplar é o da Pfizer, a gigante americana da indústria farmacêutica, que foi buscar a tecnologia em uma startup alemã, a Biontech, criada por um casal de cientistas empreendedores, filhos de imigrantes turcos e que nunca havia lançado um produto no mercado", disse.
Confira a íntegra do edital: Edital Faperj Nº 10/2021 – Doutor Empreendedor: Transformando Conhecimento em Inovação
Com o tema “Resistência, luta e sonhos juntos na construção de uma sociedade sem manicômios”, a Fiocruz Brasília realizará seminário online no próximo dia 18 de maio, das 8h30 às 21h. Promovido pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, o evento tem o objetivo de debater experiências e afetos para fortalecer o movimento por uma sociedade sem manicômios, além de discutir uma conexão entre as narrativas dos diferentes atores sociais, seus sonhos, lutas, identidades e sofrimentos. A data do evento, 18 de maio, foi escolhida em alusão ao Dia da Luta Antimanicomial. Com iniciativas no país inteiro, esse dia é protagonizado pelos movimentos sociais e usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em atos para chamar a atenção, sensibilizar e informar a comunidade de tal mudança de paradigma do cuidado, para o cuidado em liberdade.
Para o coordenador e pesquisador do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Nusmad), da Fiocruz Brasília, André Guerrero, a prática antimanicomial coloca a liberdade e a pessoa em destaque, um ser protagonista através do exercício da sua cidadania. Assim, o dia da luta antimanicomial essencialmente traz à tona elementos para a (re)construção de uma sociedade mais democrática, inclusiva e menos desigual. “A luta Antimanicomial é a luta por uma sociedade mais justa e inclusiva, na qual os Direitos Humanos sejam garantidos”, ressaltou.
A programação do evento contará com atividades artístico-culturais, painel de debate e rodas de conversa que abordarão desde a questão indígena e sua produção de conhecimento; passando pela descolonialidade como o caminho para resistir e desconstruir padrões; até o racismo e as expressões sociais e culturais dos povos quilombolas e sua relação com a saúde mental e a construção da subjetividade e repercussões psíquicas a partir de um outro lugar social e o racismo estrutural.
O seminário online será transmitido pela Plataforma Zoom. Para participar, acesse bit.ly/seminarioantimanicolonial.
Confira a programação do Seminário Antimanicolonial: resistência, luta e sonhos juntos na construção de uma Sociedade sem manicômios
Data: 18/5 - terça-feira - 8h30 às 21h
8h30 – Apresentação Cultural
Babalorixá Adam de Odé – Ilê Axé Odé Inié: Cantos para os Orixás
Álvaro Tukano – Cantos do povo Yepá Mahsã
9h – Mesa de Abertura
Denise Oliveira e Silva, vice-diretora da Fiocruz Brasília;
André Guerrero, coordenador do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Fiocruz Brasília;
kleidson Oliveira, conselheiro de saúde do CAPS de Sobradinho/DF.
9h30 – Painel: Racionalidades ancestrais e saberes não colonizados
Os Povos originários e a Epistemologia Científica – Daiara Tukano;
O conhecimento científico em movimento: a África em foco – Tiago Rodrigues.
14h – Roda de Conversa: Povos originários cravam nossos pés aqui: sobre possibilidades de construir esperança, sonho e bem viver – Edinaldo Xukuru, Nita Tuxu e Geni Guarani.
16h – Roda de Conversa: É tempo de se aquilombar: sobre as necessidades de reconexão com ancestralidade para construir saúde – Marlete Oliveira e Bárbara Gomes.
19h – Evento de Fechamento “Gira descolonial”