Fundamentada em uma parceria de mais de uma década na busca pelo fortalecimento do sistema de saúde de Moçambique, a Fiocruz realizou nova missão institucional ao continente africano para tratar de atividades de cooperação em ensino e pesquisa no âmbito do Projeto Coopbrass. A visita aconteceu de 11 a 15 de abril e cumpriu uma vasta agenda de atividades no Instituto Nacional de Saúde (INS), em Maputo, e na Universidade Lúrio (Unilúrio), em Nampula, incluindo visita de campo ao Centro de Saúde Escola, ao Laboratório e a comunidades assistidas pela Unilúrio, visando avaliar iniciativas de pós-graduação e pesquisa em curso no pais, sobretudo desenhar o plano de ação 2022-2023.
Formação de recursos humanos para o fortalecimento dos sistemas de saúde: Fiocruz já formou mais de 60 mestres em Moçambique
Integraram a missão a Moçambique a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, a coordenadora-geral adjunta de Educação (CGE-VPEIC), Eduarda Cesse, e o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Renato Porrozzi. Na ocasião, a vice-presidente proferiu a palestra “Desafios para o fortalecimento dos sistemas de saúde: o papel da pós-graduação”, que foi organizada pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) e recebeu alunos, egressos e pesquisadores do INS, além de representantes de agências internacionais. É importante ressaltar que a Fiocruz já formou mais de 60 mestres em Moçambique.
Para Eduarda Cesse, foi muito emocionante encontrar os egressos dos mestrados de Ciências da Saúde e de Sistemas de Saúde, que, segundo ela, “atualmente ocupam cargos de destaque no Sistema de Saúde moçambicano, assim como os alunos da Unilúrio, mostrando o quão estruturantes são essas ações desenvolvidas em parceria”, relatou Eduarda.
A missão tratou de questões como o fortalecimento da rede de cooperação entre as instituições; a continuidade do apoio à formação de mestres e doutores, em parceria com o INS; o apoio para a permanência do mestrado da Unilúrio, especialmente em contexto de pandemia e ensino remoto emergencial; a integração entre unidades e programas de pós-graduação da Fiocruz; além do fortalecimento dos indicadores de solidariedade, inserção social e internacionalização dos programas de pós-graduação participantes das ofertas.
Como perspectivas futuras, espera-se a realização de novas turmas para o mestrado e doutorado em Gestão de Sistemas de Saúde; ofertas de outras disciplinas transversais para os cursos; além do oferecimento de novos treinamentos aos alunos, por meio do Campus Virtual Fiocruz, para ambientação e uso de ferramentas e Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para a participação nas referidas disciplinas transversais; o avanço na pesquisa teórica/conceitual e metodológica relacionada ao fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde; e o fortalecimento da produção de conhecimento entre Fiocruz, INS e Unilúrio.
Mobilidade internacional: o Coopbrass
O Coopbrass é um Programa de Cooperação Científica Estratégica com o Sul Global (Edital Nº 5/ 2019 Coopbrass/Capes), cujo objetivo é fomentar a cooperação com instituições moçambicanas, em redes de pesquisa e formação de pessoal, visando ao enfrentamento de doenças infecciosas e ao fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde. A cooperação sul-sul estruturante, diretriz da ação internacional da Fiocruz proposta no projeto, busca romper com o modelo tradicional e unidirecional de transferência de conhecimento e tecnologia, procurando priorizar o aproveitamento da capacidade e recursos dos países parceiros.
A articulação com a Fiocruz nesse projeto engloba o Instituto Nacional de Saúde (INS) e a Universidade Lúrio (Unilúrio) e é voltada ao desenvolvimento de pesquisas e formação de gestores, pesquisadores e estudantes em duas áreas estratégicas: doenças infecciosas, negligenciadas e emergências sanitárias; e fortalecimento dos sistemas de saúde. A perspectiva é que o projeto alavanque avanços na formação de recursos humanos e contribua para a consolidação de redes de pesquisa já existentes e formação de pessoal qualificado na região.
No âmbito do Coopbrass, durante 2021, alunos do mestrado em Saúde Pública da Universidade Lúrio (Unilúrio) cursaram três disciplinas da Fiocruz ofertadas de forma transversal: Metodologia da Pesquisa Científica, oferecida pelo Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco); Princípios de Epidemiologia e Demografia, apresentada pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz); e Autocuidado relacionado com a fertilidade, reprodução e saúde ginecológica, ofertada pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
A primeira seleção para oferta de bolsas 2022 em Moçambique para Professor Visitante no Exterior Júnior e Sênior, e Doutorado Sanduíche está em processo de realização e pode ser acompanhada no site do Campus Virtual Fiocruz. Ambas visam o desenvolvimento de pesquisa, a expansão de parcerias, a consolidação da cooperação em pesquisas e ensino; o fortalecimento do intercâmbio científico por meio do desenvolvimento de projetos em colaboração e da contínua formação de pesquisadores; a excelência da internacionalização da Fiocruz a partir do aporte de conhecimentos e experiências dos pesquisadores com vivência no exterior; além da ampliação do nível de colaboração e de publicações conjuntas, e a contribuição para o fortalecimento dos sistemas públicos de saúde de ambos os país.
As contribuições da ciência para a sociedade são inquestionáveis. Se ainda existia alguma dúvida, a Covid-19 ressaltou o quanto a ciência deve ser apoiada, incentivada e protegida pela sociedade e governos, pois fomenta avanços e aprimoramentos em diversos campos visando à melhoria da qualidade de vida das populações. Para além disso, a pandemia escancarou sobretudo a importância do engajamento entre a ciência e a sociedade, divulgando seus achados, métodos de prevenção e, especialmente, combatendo fake news. Para debater teoria e prática da divulgação científica, e propor reflexões sobre a importância de aproximar ciência e sociedade, o Campus Virtual Fiocruz está com inscrições abertas para o curso, online e gratuito, Introdução à Divulgação Científica. Ele já foi cursado por quase 25 mil alunos em todo o Brasil e diversos outros países!
O curso é autoinstrucional, livre e voltado a todos os interessados na temática. Ele foi organizado em 30h, com 2 módulos e 17 aulas que buscam apresentar o percurso histórico da divulgação científica no Brasil e no mundo; reconhecer a importância de fortalecer o diálogo da ciência com a sociedade; e mostrar ferramentas conceituais e práticas para a realização de ações de Divulgação científica.
A formação, coordenada pela pesquisadora da Fiocruz e divulgadora científica com mais de três décadas de experiência na área, Luisa Massarani, foi criada em 2019 e é uma iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC/Fiocruz) e do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT), com apoio do Campus Virtual Fiocruz.
A ciência contra a desinformação
"Quando o curso foi criado, ficou muito claro que veio preencher uma lacuna importante existente no Brasil, mas também em toda a América Latina e outras partes do mundo", apontou sua coordenadora, Luisa Massarani. Segundo ela, com a chegada da Covid-19, a divulgação científica ganhou muita visibilidade, como uma forma de combater a pandemia e também este período de total desordem informacional em que estamos. "Os números de pessoas atendidas pela formação online - cerca de 25 mil - e mais quase 500 alunos e alunas de pós-graduação ilustram o espaço que o curso tem ocupado", comentou ela. Luisa é também coordenadora do INCT, assessora da VPEIC e pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz.
Conheça a estrutura do curso Introdução à Divulgação Científica
Módulo 1 - Questões gerais da Divulgação Científica
Módulo 2 - Guias práticos para uma melhor comunicação para os diversos públicos
Foram prorrogadas as inscrições, até 12h da próxima segunda-feira, 30/5, para a edição de inverno 2022 dos Cursos de Férias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A oportunidade é para estudantes de graduação de todo o país desenvolverem ainda mais seus conhecimentos sobre ciência e saúde em uma imersão na realidade técnico-científica do IOC/Fiocruz. Assim, entre os dias 18 e 29 de julho, o IOC receberá, de forma virtual, até 115 graduandos para os cursos de inverno disponíveis neste ano. As inscrições são feitas por meio do Campus Virtual Fiocruz. Confira o link de cada um na lista abaixo.
As vagas são distribuídas entre cinco cursos que apresentam metodologias utilizadas em pesquisa básica e aplicada, além de conceitos e contextos de assuntos relevantes para o campo de pesquisa em saúde no Brasil. Os temas dos cursos em 2022 são: técnicas moleculares, saúde única, genética humana, bioinformática estrutural e artrópodes.
Para se candidatar a uma vaga, basta preencher um formulário eletrônico disponível no Campus Virtual Fiocruz, com atenção aos campos especificados, incluindo a carta de interesse. Vale ressaltar que cada curso possui seu próprio critério de seleção. Acesse aqui a chamada da edição inverno 2022.
As atividades dos Cursos de Férias são planejadas e ministradas por estudantes dos cursos de Pós-graduação Stricto sensu do IOC e coordenadas por pesquisadores do Instituto.
Devido à pandemia de Covid-19, após uma pausa de duas temporadas, o formato on-line foi adotado temporariamente pelos Cursos de Férias do IOC desde a edição de inverno 2021. Mantendo a qualidade e características, como acessibilidade e dinamismo, a iniciativa adaptou sua experiência presencial para uma imersão virtual em uma plataforma interativa.
Confira a lista de cursos disponíveis e o link direto para inscrições em cada um deles:
ATENÇÃO: Para realizar sua inscrição nos cursos disponíveis no Campus Virtual Fiocruz, é necessário ter cadastro no Acesso Fiocruz ou na plataforma UNA-SUS.
O que é Ciência Aberta e por que é um movimento tão importante e atual para a pesquisa científica? Já está disponível para inscrições a disciplina transversal Introdução à Ciência Aberta. Nessa primeira oferta do ano, as aulas acontecerão de maneira remota entre os dias 27 de abril e 8 de junho de 2022. As vagas são destinadas a alunos de pós-graduação Stricto sensu da Fiocruz cujos programas tenham aderido à disciplina.
Para saber se o seu programa de pós-graduação está oferecendo a disciplina, basta verificar pela plataforma SIGA. No total, estão previstas 60 vagas para estudantes interessados. Com carga horária total de 45 horas, o curso apresentará os fundamentos, as perspectivas e as dimensões atuais da Ciência Aberta. Haverá aulas assíncronas e síncronas, com um total de cinco encontros remotos, uma vez por semana.
Inspirada na Formação Modular em Ciência Aberta, curso livre ofertado pela Fiocruz, a disciplina é dividida em quatro módulos (com partes obrigatórias e opcionais):
“A reflexão sobre o movimento de abertura da ciência é necessária não só nas pesquisas realizadas na pós-graduação, mas também nas carreiras científicas. Os pesquisadores precisam estar preparados para as novas demandas, diálogos e desafios do fazer científico na atualidade”, pontuou a coordenadora da disciplina, Vanessa Jorge.
A disciplina transversal é oferecida através da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) e foi lançada, pela primeira vez, em outubro de 2021. Há previsão de uma nova oferta ainda no segundo semestre de 2022.
Até 2/5, estão abertas as inscrições para o curso de atualização avançado em Ciência em Animais de Laboratório do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz). A formação é voltada a técnicos em biotérios de criação e experimentação que estejam atuando profissionalmente; estudantes de medicina veterinária, zootecnia, ciências biológicas, biomedicina e ciências da saúde; além de professores, graduados e pós-graduados que atuem ou desejem aprofundar o conhecimento na área.
O curso é gratuito e abordará temas relacionados ao manejo de biomodelos e suas aplicações em pesquisas científicas, aspectos éticos e legais, bem-estar animal, biossegurança, qualidade sanitária e biotecnologias. As aulas acontecem de 9 a 20/5, de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h, e serão ministradas on-line, ao vivo, por meio da plataforma Zoom, totalizando 35 horas de carga horária.
Para fazer a inscrição, acesse a Plataforma Siga. A inscrição será efetivada mediante o envio dos documentos exigidos na Chamada Pública para a coordenação de ensino do ICTB/Fiocruz. Serão oferecidas 80 vagas e a seleção será feita com base na avaliação de currículo e carta de intenção, além da análise da documentação.
O resultado final da seleção será divulgado no dia 6/5, pelo e-mail enviado ao candidato e por lista publicada em www.sigaeps.fiocruz.br.
*Imagem: ICTB/Fiocruz
Compreender quais são as melhores práticas e quais devem ser aplicadas em ambientes complexos, como em cenários de crise sanitária, endemias e pandemias. Esse é um dos motivos para qualquer trabalhador da saúde, estudante, e outros profuissionais interessados na temática participarem da segunda edição do curso Biossegurança em Foco, que está sendo oferecido até 30 de dezembro pelo EAD da Fiocruz Pernambuco e pelo Campus Virtual da Fiocruz. Totalmente gratuita, a capacitação foi revisada e ampliada, passando a abordar questões relacionadas à biossegurança para a Covid-19 e biossegurança nas fronteiras.
Com carga horária de 50 horas, o curso Biossegurança em Foco é totalmente autoinstrucional e a distância, ou seja, o participante acessa os materiais e conteúdos disponíveis de acordo com seu ritmo de aprendizagem e sua disponibilidade de tempo. A capacitação está estruturada em três módulos sobre os seguintes temas: Biossegurança e Boas Práticas Laboratoriais, Classificação de Riscos e Níveis de Biossegurança no Trabalho com OGMs e Convencionais e Princípios e Normas de Biossegurança, este último com foco em procedimentos específicos para alguns ambientes e cenários. Cada módulo é composto por até sete unidades.
O conteúdo foi elaborado pelos integrantes do Comitê de Biossegurança do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco) e o recurso educacional foi produzido pela equipe do EaD Fiocruz-PE. Antes de ser oferecido novamente para o grande público, ganhou conteúdos extras com apoio do Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil), ligado à Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz. Também se transformou na primeira disciplina transversal oferecida aos alunos do programa. Para isso, além do conteúdo ampliado, passou a contar com a versão totalmente em espanhol.
Depois de beneficiar os alunos do programa, profissionais de todo o Brasil e da América Latina também passam a ter acesso aos conteúdos, já que está todo disponível em um ambiente virtual de ensino. “Essa foi a nossa primeira experiência na oferta de um material em espanhol. Além de ampliar o acesso ao curso livre, por ser um tema fundamental para o campo da Saúde Pública, o conteúdo também pode ser oferecido como disciplina internacional de qualquer programa da Fiocruz, assim como usado em cursos presenciais ou híbridos”, explica Eduarda Cesse, Coordenadora Geral Adjunta e do Stricto Sensu da Fiocruz e Coordenadora do Programa VigiFronteiras-Brasil.
O lançamento da primeira edição do curso ocorreu em abril de 2020, início da pandemia da Covid-19. Mesmo sendo bastante técnica, a capacitação superou as expectativas ao contar com a participação de quase 15 mil alunos. Segundo Joselice da Silva Pinto, coordenadora Pedagógica do EAD da Fiocruz Pernambuco, a expectativa é que, com atualização do conteúdo, o curso atraia tantos participantes quanto a primeira edição.
A oferta da segunda edição do curso pretende fortalecer e promover a melhoria contínua das ações de Biossegurança nas instituições, de modo a atender as recomendações da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério da Saúde (MS). Para obter o certificado é necessário obter no mínimo 70% de acerto nas avaliações realizadas ao longo do curso.
Saiba mais na página do curso no Campus Virtual da Fiocruz e participe.
Ao longo dos anos, estudos históricos vêm contribuindo para a compreensão de diferentes aspectos da sociedade, em particular no que concerne à sua relação com saúde e proteção social. Buscando analisar a história da saúde no Brasil com foco nas políticas públicas de saúde, nas ações filantrópicas e privadas, assim como nas concepções sobre saúde, doença e cuidado, o Campus Virtual Fiocruz acaba de lançar o curso online e gratuito História da Saúde Pública no Brasil. A formação, com carga horária de 50h, é voltada especialmente a alunos de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento, mas aberta a todo o público interessado na temática.
O curso foi desenvolvido em parceria com especialistas em História da Saúde no Brasil, que são professores dos Programas de Pós-Graduação Stricto sensu da Casa de Oswaldo Cruz e integrantes do Observatório História & Saúde (OHS). O OHS é uma estrutura permanente do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (OHS/Depes/COC/Fiocruz) e também faz parte da Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH). Em breve, o conteúdo desta formação será oferecido pelos programas de pós-graduação da Fiocruz no formato de disciplina transversal, voltada especificamente aos alunos matriculados na instituição. A previsão é que a essa disciplina seja lançada no segundo semestre de 2022. A disciplina transversal oferece conteúdos em acesso aberto, podendo ser utilizada por diferentes cursos e instituições.
Compreender os processos de construção para melhor analisar os desafios
Para o coordenador da formação, Carlos Henrique Assunção Paiva, que é professor e pesquisador da COC/Fiocruz e ainda coordenador do OHS, nos últimos anos, de forma crescente, historiadores profissionais têm se dedicado a estudar múltiplos aspectos tanto da história das ciências da saúde como das práticas, das ações e das políticas que organizam o setor. Essa produção, heterogênea em seus métodos e objetivos, tem lançado luzes sobre a forma como ideias e doutrinas, mas também práticas e tradições, se constroem e eventualmente se institucionalizam em nosso sistema de saúde.
Segundo ele, "compreender esse processo de construção das ideias e das coisas, mais do que um mero exercício de erudição, tem se revelado importante para melhor analisarmos os desafios que nos cercam. Nós entendemos que o curso de História da Saúde Pública no Brasil foi pensado justamente nesse sentido. Ele reúne algumas questões, de fundo histórico, que ajudarão nossos alunos e alunas a produzirem uma reflexão acerca das potências do atual sistema de saúde, mas também dos diferentes obstáculos que esse sistema precisa enfrentar para que se estabeleça em toda sua plenitude", detalhou Paiva.
De acordo com os organizadores do curso, a importância do estudo da História da Saúde na formação do profissional de saúde é inegável. Para eles, conhecer os processos que historicamente levaram o país ao sistema de saúde hoje existente desvela diversos problemas que afetam a população e mostra também as potencialidades e desafios que estão a nossa frente.
A formação certificará alunos inscritos que forem aprovados na avaliação final proposta. O curso é autoinstrucional, ou seja, oferecido sem a mediação de um tutor, e foi estruturado em três unidades de aprendizagem, com quatro aulas cada. Conheça a sua organização:
Unidade 1 – Do império a primeira República: O surgimento da saúde pública
Aula 1 – A saúde e a doença da Colônia ao Império
Aula 2 – Saúde, microbiologia e reformas urbanas
Aula 3 – Oswaldo Cruz e o saneamento do Rio de Janeiro
Aula 4 – Das Cidades aos Sertões
Unidade 2 – Do Período Getulista à Ditadura Civil Militar
Aula 1 – Saúde Pública no 1º Governo Vargas
Aula 2 – O surgimento da Medicina Previdenciária
Aula 3 – Previdência e Saúde Pública: um Sistema Segmentado
Aula 4 – Saúde Pública e Desenvolvimento entre 1945 e 1964
Unidade 3 – Da Ditadura Civil Militar à regulamentação do SUS
Aula 1 – O fortalecimento do sistema previdenciário e da rede hospitalar no Brasil
Aula 2 – O Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira
Aula 3 – O processo institucional da reforma sanitária
Aula 4 – A emergência do SUS
Após quase dois anos de suspensão de parte das atividades educacionais presenciais coletivas na Fiocruz, a Câmara Técnica de Educação (CTE) - em reunião com diferentes representantes da Vice-presidência de Educação, Comunicação e Informação da Fiocruz (VPEIC), coordenadores de programas e outros gestores da área -, decidiu pela retomada plena - de forma planejada, gradual e segura - das atividades educacionais presenciais na instituição no primeiro semestre de 2022. O encontro tratou especialmente do retorno presencial, mas discutiu também sobre Ensino Híbrido e Auxílio à Permanência do Estudante na Pós-Graduação (APE-PG).
A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz (CGE/VPEIC), Cristina Guilam, destacou a importância da retomada plena presencial de atividades educacionais, ainda que realizadas de forma remota durante toda a pandemia, e enfatizou que, mesmo frente à rápida adaptação da Fiocruz ao Ensino Remoto Emergencial, não foram poucos os desafios de ensino-aprendizagem enfrentados pelos estudantes e docentes. “É importante lembrarmos que a Fiocruz nunca parou. Aulas teóricas, defesas de teses e dissertações foram realizadas por ferramentas virtuais, enquanto pesquisas laboratoriais dos alunos de pós-graduação e os cursos de residências em saúde se mantiveram presenciais, dado o seu caráter prioritário no que se refere à integração ensino-serviço-comunidade no SUS, com atuação fundamental no enfrentamento à pandemia em todo o país”, detalhou ela.
Apesar da suspensão das atividades coletivas presenciais, todo a educação na Fiocruz se adaptou e se reinventou mostrando grande capacidade da área em dar respostas positivas frente aos desafios dessa emergência sanitária. Cristina rememorou inúmeras outras estratégias profícuas de apoio aos alunos para a manutenção das atividades educacionais, como a adoção da Educação Remota Emergencial, a implementação do Programa de Inclusão Digital, realização de seleções de forma remota, desenvolvimento de manuais, guias e cursos online para auxiliar o planejamento escolar e gestores educacionais sobre educação remota, tecnologias educacionais e recursos educacionais abertos, bem como a manutenção e estímulo à realização de debates virtuais, fomentando a interação entre alunos e docentes no momento de reorganização para a oferta remota das atividades correntes.
+Confira detalhes sobre essas iniciativas em: Coordenadoras-gerais de Educação da Fiocruz comentam medidas atualizadas, experiência acumulada e expectativa para o novo ano letivo na instituição
Unidades e escritórios devem avaliar capacidade de manutenção de atividades coletivas presenciais: planejamento do retorno deve envolver toda comunidade acadêmica
Sobre a retomada das atividades coletivas presenciais, a coordenadora de Educação explicou ainda que cada unidade técnico-cientifica e escritório da Fiocruz deverá adaptar as recomendações ao seu perfil, capacidade instalada e condições para manutenção das atividades coletivas presenciais de forma segura para os estudantes, professores, trabalhadores das secretarias acadêmicas e de outras funções de apoio da área, associadas a medidas internas de controle e reavaliação contínua do cenário epidemiológico.
Vale ressaltar que, para circulação dentro dos campi da Fiocruz, é obrigatório o uso de máscara. Além disso, é exigido que trabalhadores e alunos apresentem esquema vacinal completo contra a covid-19 para permanência dos prédios da Fundação, e também são recomendadas a manutenção de outras medidas de proteção, como ambientes ventilados, distanciamento interpessoal, uso correto de máscara apropriada e higienização frequente das mãos, com atenção às diversas recomendações constantes do Plano de Convivência com a Covid-19 na Fiocruz.
O plano de retorno planejado e gradual das atividades educacionais presenciais na Fiocruz foi apresentado pela pesquisadora do INI Marília Santini. De forma coerente com as orientações do Plano, todos os membros da Câmara Técnica de Educação da Fiocruz se manifestam a favor da retomada plena em suas unidades e escritórios, respeitando a autonomia de cada um, e indicando a necessidade de reavaliações frequentes à luz do cenário epidemiológico. A decisão é resultado de ampla e significativa agenda de debates sobre o tema, que vem acontecendo de forma célere e muito diligente pelos gestores e coordenadores da área desde o início da pandemia.
Durante a reunião, o conjunto de gestores avaliou que, neste momento, o retorno das atividades educacionais presenciais é importante para o processo de ensino-aprendizagem de qualidade, em face da sua relevância do ponto de vista cognitivo, pedagógico e emocional. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, defendeu que “o planejamento do retorno presencial deve envolver a comunidade acadêmica, inclusive a representação dos estudantes, além de considerar as especificidades das atividades, níveis de ensino e unidades da Fiocruz, bem como as recomendações de segurança diante do cenário epidemiológico".
A cobrança do esquema vacinal completo é compatível com diretrizes constantes no Plano de Convivência, no documento “Orientações para testagem e afastamentos dos trabalhadores e estudantes da Fiocruz no contexto da circulação da variante Ômicron do SARS-Cov-2” e com a “Portaria N° 26/2022 PR”, que dispõe sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras e do esquema vacinal completo para circulação nos campi da Fiocruz. A exigência de comprovante de vacinação também foi recomendada pelos membros da Câmara Técnica de Educação em reunião anterior, realizada em 27 de janeiro de 2022.
Algumas recomendações gerais para o planejamento das atividades no 1° semestre de 2022 são:
Considerar que pessoas de grupos de risco para desenvolvimento de doença grave, mesmo vacinadas, podem se manter afastadas das atividades presenciais, conforme normas vigentes;
Adequar a programação do retorno presencial ao período letivo de cada curso, podendo ser organizada também por grupos de atividades ou de disciplinas;
Assegurar as atividades práticas necessárias à formação dos estudantes, assim como todas as demais consideradas essenciais, com respeito às normas de biossegurança;
Programar as aulas coletivas considerando as medidas de proteção, como ventilação dos ambientes, uso de máscaras seguras e distanciamento físico entre as pessoas, entre outras;
Evitar eventos presenciais com grande número de pessoas;
Manter bancas de qualificação e defesa de trabalhos finais preferencialmente virtuais, com reavaliação periódica;
Considerar situações de discentes que não moram nos municípios nos quais realizam seus cursos, bem como as desigualdades que prejudicam a continuidade dos estudos, buscando ter flexibilidade e apoiar os estudantes por meio de ações de inclusão digital e pedagógicas, entre outras.
*Imagem: fundo/montagem Freepik
O curso de especialização em Direitos Humanos, Relações Étnico-Raciais e Saúde, oferecido pelo Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública (Dihs/Ensp/Fiocruz) está com inscrições abertas até o dia 8 de abril. Seu objetivo é promover um conjunto de reflexões críticas e propositivas em torno da questão étnico-racial no Brasil e suas múltiplas implicações para a consolidação do direito humano à saúde. O público-alvo do curso são profissinais de nível superior que atuam ou desejam atuar no SUS. Ao todo, estão disponíveis 20 vagas, das quais 30% são reservadas a ações afirmativas (Cotas).
Vale destacar que o curso será oferecido em formato remoto, podendo retornar ou não às atividades presenciais, com possibilidade de formato híbrido (presencial e remoto).
O curso é dividido em quatro Unidades de Aprendizagem, divididas em 22 módulos e carga horária total de 540h. O início do curso está previsto para 19/5.
O Departamento de Direitos Humanos, Saúde e Diversidade Cultural da Escola Nacional de Saúde Pública (Dihs/Ensp/Fiocruz) também está com inscrições abertas para o curso de especialização em Direitos Humanos e Saúde, com inscrições até 12/4. Leia mais em: Especialização em Direitos Humanos e Saúde com inscrições abertas
Visando apresentar os melhores padrões para a condução, com qualidade, de projetos, bem como disseminar e fortalecer o respeito pleno aos direitos dos participantes de uma pesquisa, a Fiocruz acaba de lançar a segunda edição do curso de Boas Práticas Clínicas. A formação, online e gratuita, foi revista, atualizada e já está disponível para acesso no Campus Virtual Fiocruz. Todos que trabalham ou têm interesse na área das Pesquisas Clínicas podem participar da formação. A primeira edição formou cerca de nove mil participantes das quatro regiões brasileiras e de outros 22 diferentes países, incluindo Estados Unidos, Afeganistão, Peru, Espanha, entre outros.
Seu objetivo é compartilhar com os alunos um arcabouço histórico-ético-regulatório da pesquisa clínica nacional, assim como apresentar o papel de seus atores e manejo de eventos adversos. O curso está organizado em sete módulos independentes que abordam conteúdos essenciais para as boas práticas clínicas. Estratégias de exemplificação de casos e problematização de situações pertinentes às atividades cotidianas são exploradas na formação de modo a conduzir o participante à reflexão crítica sobre o tema.
A partir da necessidade de ajustes sobre uma legislação nacional que foi alterada, o curso passou por uma grande revisão e atualização. Para além disso, a pesquisadora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e coordenadora do curso, Jennifer Braathen Salgueiro, destaca o componente da qualidade e conteúdo da formação, com formato intuitivo, leve e moderno. "O curso reflete a experiência dos profissionais do INI/Fiocruz e o desejo de disseminar os melhores padrões, sempre respeitando os direitos dos participantes de pesquisa", disse ela.
Entre as mudanças da nova versão do curso, a pesquisadora destacou uma modificação advinda da Resolução CNS 647/20, que dispõe sobre as regras referentes à regulamentação do processo de designação e atuação dos membros de Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) indicados por entidades do controle social. Segundo ela, essa legislação alterou o termo do membro do CEP que representa o controle social, antes chamado de representante de usuário e atualmente de representante de participante de pesquisa (RPP). "O termo reflete a necessidade do protagonismo e pertinência do controle social para o exercício da eticidade nas pesquisas avaliadas pelo Sistema CEP/Conep", ressaltou Jennifer, que também coordena o Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CEP/Ensp/Fiocruz).
Essa formação já foi realizada de forma presencial, e agora, pela segunda vez, ela é oferecida na modalidade à distância, alcançando, assim, uma quantidade absolutamente maior de participantes. A primeira edição do curso online foi publicada em novembro de 2020 e contou com quase nove mil inscritos, provenientes de todos os estados brasileiros, 852 cidades, além de participantes de outros 22 países, entre eles, Estados Unidos, Afeganistão, Peru, Espanha, Canadá, Itália e muitos outros.
O curso é composto de sete módulos de aprendizagem, com um total de 40h de carga horária, além de um módulo de avaliação. Esta formação certifica em Boas Prática Clínicas (BPC) profissionais envolvidos em pesquisa clínica, independentemente do nível de escolaridade e formação profissional. Servindo, portanto, não somente na formação desses profissionais, mas também como uma fonte de consulta na área. Vale ressaltar que os módulos são independentes entre si, não sequenciais, sendo permitido que o aluno realize sua trajetória de maneira particular, a partir de suas necessidades. O curso emite certificado de participação. No entanto, é necessário obter, no mínimo, 70% de acertos na avaliação final.
Conheça a estrutura do curso de Boas Práticas Clínicas