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Publicado em 17/07/2024

Escola Nacional de Saúde Pública realiza 1ª Jornada Acadêmica Discente

Autor(a): 
Ensp/Fiocruz

No mês de seu aniversário de 70 anos, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) realizará a sua 1ª Jornada Acadêmica Discente. Com o tema “Do SUS e para o SUS: desafios, limitações e potencialidades”, o objetivo da 1ª JAD é reunir e agregar estudantes de todos os cursos de Pós-graduação da Escola, de Stricto Sensu e Lato Sensu, para promover a exposição e a discussão de trabalhos de alunos com matrícula ativa e egressos formados entre 2019 e 2023. A programação contará com conferências de abertura e encerramento, comunicação oral, rodas de conversa, palestras, apresentações culturais e confraternização, entre os dias 9 e 11 de setembro. As inscrições e submissões de trabalhos para a 1ª Jornada Acadêmica Discente da Ensp estão abertas até 9 de agosto pelo Campus Virtual Fiocruz. Os interessados podem se inscrever como participantes, submetendo trabalhos, ou como ouvintes.

Inscreva-se já!

A Jornada valoriza debates e trabalhos sobre interseccionalidades das lutas, dos direitos e pela integralidade do cuidado dentro do escopo das temáticas do SUS, não prejudicando outras temáticas que possam ser apresentadas pela produção discente e busca reunir estudantes pertencentes a todos os cursos de Pós-graduação da Ensp, abrangendo os cursos lato sensu de Especialização e Residência e os cursos de mestrado e doutorado, tanto das modalidades acadêmica e profissional das áreas da Saúde Pública, Saúde Pública e Meio Ambiente, Epidemiologia e Bioética, assegurando o espaço para a exposição e a discussão dos trabalhos finalísticos discentes, envolvendo seus projetos de conclusão de disciplinas, monografias, dissertações e teses desenvolvidos na Escola, proporcionando, assim, a troca de experiências entre estudantes, docentes e pesquisadores.

Os trabalhos devem ser, prioritariamente, produtos de suas pesquisas e estudos finalísticos, ou oriundos de atividades relacionadas às disciplinas cursadas na Ensp. Cada aluno ou egresso pode submeter até três trabalhos. As apresentações serão divididas em 15 Áreas Temáticas:

1 - Gestão e Saneamento ambiental

2 - Toxicologia ambiental e clínica

3 - Epidemiologia de Doenças Transmissíveis

4 - Epidemiologia de Doenças crônicas Não-Transmissíveis

5 - Modelagem Estatística, Matemática e Computacional Aplicada à Saúde

6 - Ética Aplicada e Bioética

7 - Atenção Primária à Saúde e Promoção da saúde

8 - Saúde do trabalhador

9 - Vigilância em saúde (epidemiológica, sanitária e ambiental)

10 - Saúde pública em subgrupos populacionais específicos

11 - Saúde mental

12 - Organização e Gestão do Sistema de Saúde

13 - Educação Popular, Participação social e Movimentos sociais em saúde

14 - Saúde e suas interfaces com arte, comunicação e tecnologia

15 - Formação em Saúde e Educação Permanente

Confira o Edital completo da 1ª JAD, inscreva-se para participar e saiba como realizar a submissão de trabalhos!

Dúvidas? Entre em contato pelo e-mail: cientifica.japg@gmail.com  

Comissão formada por estudantes organiza a 1ª JAD

Com o apoio da Vice-direção de Ensino (VDE) da Ensp, a 1ª JAD está sendo organizada por uma comissão formada por cerca de 30 estudantes do Mestrado Profissional, dos programas acadêmicos e das residências. Representante discente da Ensp e um dos coordenadores da Associação de Pós-Graduandos (APG) Fiocruz RJ, Bruno Dias conta que a Jornada Acadêmica surgiu como uma demanda dos estudantes. Ele lembra que a proposta foi apresentada à Direção e à Vice-direção de Ensino (VDE) da Escola numa reunião realizada em 2023, encontro que marcou o estreitamento de laços entre discentes e a gestão da Escola. Ideia amadurecida, a Jornada foi incluída no Calendário Acadêmico de 2024. “É um processo coletivo. A jornada é construção de uma demanda estudantil. Além de uma iniciativa para valorizar a produção discente, é uma oportunidade para os estudantes vivenciarem o processo de organização de um evento, pensando nas mesas, na programação e atuando na articulação institucional dentro da Ensp”, explicou Bruno.

A vice-diretora de Ensino da Ensp, Enirtes Caetano, afirmou que a 1ª Jornada é anunciada “com muita alegria”. A pesquisadora ressalta a relevância dos temas que serão debatidos. “Diante de um cenário complexo e desafiador, temas relevantes irão compor as seções e mesas propostas por um coletivo marcado pela diversidade”, disse. Enirtes acredita que a pluralidade da área de saúde coletiva estará em destaque por meio da produção científica oriunda de teses, dissertações, trabalhos de conclusão de residência e de cursos. “Entre os valores e princípios que orientam o Projeto Político Pedagógico da Ensp, estão o compromisso com a transformação dos determinantes das desigualdades das condições de saúde e com a promoção da equidade, da cidadania e dos direitos sociais. Bem como o compromisso com a dinâmica de uma instituição pública voltada para a sociedade, com capacidade de gerar conhecimento, formular propostas e desenvolver inovações que atendam os interesses coletivos e públicos”, comentou a vice-diretora.

Representante do PPG Saúde Pública e Meio Ambiente e membro da comissão organizadora da Jornada, Lillian Silva afirma que o evento é oportunidade de aproximar os alunos, que se distanciaram durante a pandemia de Covid-19. "A interação foi muito prejudicada durante a pandemia. Muitos colegas de turma estão se (re)conhecendo agora, com o retorno das atividades presenciais, desde 2023. Por isso, a JAD 2024 é uma excelente oportunidade para integrar e estreitar os laços entre os discentes de todos os cursos, trazer vida para a Ensp e divulgar nossas produções acadêmicas. Ou seja, mostrar como a Ensp, também com seu corpo discente, contribui para a saúde pública no Brasil”. 

A representante do PPG em Epidemiologia e Saúde Pública, Léa Amaral, classifica como gratificante e significativa a experiência de participar da organização da 1ª JAD da nsp. “O evento é importante para promover discussão e reflexão sobre os inúmeros desafios e as vastas potencialidades do SUS e das nossas pesquisas. Esperamos que a Jornada se torne um espaço rico de troca de conhecimentos e experiências entre estudantes, professores, profissionais e gestores de saúde, pois muitos dos participantes exercem todos esses papéis”, disse a aluna.

Publicado em 29/07/2024

Inscrições para o XXVII Seminário Laveran & Deane sobre Malária

Autor(a): 
Jornalismo IOC

Estão abertas as inscrições para o XXVII Seminário Laveran & Deane sobre Malária, que será realizado entre os dias 2 e 6 de setembro, na Ilha de Itacuruçá, na Costa Verde fluminense.

Organizado pelo Centro de Pesquisa, Diagnóstico e Treinamento em Malária (CPD-Mal), sediado no Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Seminário tem como objetivo promover discussões sobre projetos de pesquisa de mestrandos e doutorandos que se dedicam à malariologia.
 
Podem se inscrever estudantes de mestrado e doutorado que realizam pesquisas sobre malária. As inscrições devem ser realizadas até 2 de agosto pelo site do evento.
 

 

 

 

 

 

 

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Publicado em 18/04/2024

Centro de Estudos debate o Panorama da atual epidemia de dengue

Autor(a): 
Assessoria de Comunicação do Icict/Fiocruz

O Centro de Estudos do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) realizará na sexta-feira, 19 de abril, a partir das 14 horas, o debate online sobre o “Panorama atual da epidemia de dengue”, que será transmitido pelo link do canal do Youtube da VideoSaúde.

Resumo do Seminário

Em 2024, o Brasil enfrenta uma situação epidemiológica complexa, com a dengue destacando-se como uma das principais preocupações de saúde pública. Diante desse cenário, o Centro de Estudos do Icict organiza um evento focado em abordagens multidisciplinares para combater a epidemia no país, utilizando inovação e tecnologia. O evento contará com a participação de Renata Gracie, especialista em geografia da saúde, como debatedora, e terá Leonardo Bastos, coordenador do projeto InfoDengue, como palestrante. O InfoDengue, que aplica métodos estatísticos avançados para monitorar e prever a dinâmica da dengue, será um ponto central de discussão. O encontro visa promover o diálogo entre especialistas de diversas áreas para desenvolver estratégias eficazes de intervenção, evidenciando a importância da colaboração multidisciplinar na saúde pública brasileira.

Sobre os participantes

Palestrante: Leonardo Soares Bastos

Pesquisador em saúde pública do Programa de Computação Científica (PROCC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), atua no desenvolvimento e aplicação de métodos estatísticos na epidemiologia das doenças infecciosas. Trabalha em projetos relacionados a doenças transmitidas por mosquitos como a dengue, chikungunya, e a doenças respiratórias agudas como a COVID-19, influenza, e VSR. É professor permanente nos programas de pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e Biologia Computacional e Sistemas (IOC/Fiocruz). É Jovem Cientista Nosso Estado da Faperj e bolsista de produtividade do CNPq. 
Latteshttp://lattes.cnpq.br/5241799121437269

Debatedora: Renata Gracie  

Doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva-Iesc/UFRJ, mestrado em Saúde Pública, sub-área Endemias Ambiente e Sociedade, pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, possui bacharelado e Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal Fluminense. Tecnologista em Geoprocessamento, é pesquisadora e atual coordenadora do Laboratório de Informações em Saúde, do Icict/Fiocruz. É professora permanente do PPGICS/Icict/Fiocruz e coordenadora do curso de Especialização em Sistemas de Informação, Monitoramento e Análise de Saúde Pública (SIMASP/Icict/Fiocruz). Atua na pesquisa e ensino de Geografia da Saúde com ênfase em vigilância em saúde, desigualdades socioespaciais, territórios periféricos, saneamento e saúde, mudanças climáticas, indicadores de saúde e de interesse a saúde a partir do uso de técnicas de geoprocessamento, análise espacial. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1361919652907283

O Centro de Estudos

O Centro de Estudos do Icict promove, mensalmente, eventos técnico-científicos que dialogam sobre temas da informação, comunicação e saúde para toda a comunidade científica. Por meio de seminários online, seu objetivo é promover a reflexão e a divulgação científica de estudos, pesquisas e iniciativas diversas que abordem políticas públicas em saúde, estratégias e ações de informação e comunicação e outras questões relevantes nos âmbitos da ciência, da tecnologia, da inovação e do Sistema Único de Saúde. 

Dúvidas pelo e-mail: centrodeestudos@fiocruz.br

Acompanhe ao vivo:

 

 

Publicado em 11/04/2024

"Formação de Pessoas para Implementação da Ciência Aberta" é tema de mesa de debates

Autor(a): 
Anne Clinio (VPEIC)

A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) e a Escola Corporativa Fiocruz promovem a mesa de debate "A Formação de Pessoas para a Implementação da Ciência Aberta" no dia 12 de abril, das 10h às 12h, com transmissão pelo canal YouTube da Escola Corporativa.  

O evento irá compartilhar experiências de outras instituições de ensino e pesquisa na capacitação de seus profissionais para a implementação da Ciência Aberta. Serão abordadas lições aprendidas e oferecidas dicas valiosas sobre esse processo, com destaque para a importância da aprendizagem colaborativa entre os participantes. A mesa de debate a especialista em projetos europeus de capacitação para a Ciência Aberta, Antónia Correia,  que atua no PathOS, PATTERN, On-MERRIT, FIT4RRI, e FOSTERPlus por meio do Gabinete de Gestão de Informação Científica, Repositórios e Ciência Aberta da Universidade do Minho (Portugal). 

Na ocasião serão lançadas a comunidade virtual do Programa de Desenvolvimento de Pessoas (PDP) - Ecossistema da Ciência Aberta e o Percurso de Aprendizagem Acesso Aberto, o segundo de uma série de quatro ações de desenvolvimento que compõem o programa.

Acompanhe ao vivo:

 

Publicado em 05/03/2024

Intervenções em Saúde no contexto da Violência é tema de debate online

Autor(a): 
Ensp/Fiocruz

O Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp), realizará, no dia 5 de março, às 14 horas, a sessão científica Intervenções em Saúde no contexto da Violência. O evento será presencial e terá transmissão online.

O encontro contará com a participação de Liliana de Abreu, doutora em Saúde Pública e pós-doutoranda em Políticas de Desenvolvimento, com a pesquisa "Prevenção da Violência: intervenções que abordam os impactos da exposição à violência nas atitudes, normas sociais e comportamentos". O evento contará ainda com a participação de Glaucia Orth, doutora em Ciências Sociais Aplicadas e pós-doutoranda em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), com o tema "O trauma em perspectiva no atendimento a vítimas e ofensores: diálogos entre a justiça restaurativa e a terapia de exposição narrativa".

Participe!

 

Publicado em 23/02/2024

Pobreza e desigualdade são temas de debate online

Autor(a): 
Saúde Amanhã Fiocruz

O desafio de se pensar caminhos para superar a pobreza e a desigualdade no Brasil será a pauta do primeiro seminário promovido neste ano pela Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 e pela Iniciativa Saúde Amanhã, que será realizado virtualmente na segunda-feira, dia 26 de fevereiro, das 10h às 12h, e transmitido ao vivo pelo canal no Youtube da VideoSaúde - Distribuidora da Fiocruz. O encontro reunirá especialistas que se dedicam a essa questão estrutural na sociedade brasileira, que é impactada por vetores como renda, riqueza, raça e gênero e ameaça a construção de um projeto de futuro democrático para o país.

A mesa de debates será composta pela socióloga Kátia Maia, diretora Executiva da Oxfam-Brasil, organização da sociedade civil que, entre outras ações, publicou recentemente o relatório Desigualdade S.A. sobre como os super-ricos criaram uma nova era de poder corporativo que garante lucros exorbitantes e controle sobre as economias nacionais; pelo sociólogo Marcelo Medeiros, pesquisador sênior na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, que lançou recentemente o livro Os ricos e os pobres: O Brasil e a desigualdade, pela Cia das Letras, onde, além de tratar dos desafios da superação das desigualdades, compôs um perfil do que é ser rico e do que é ser pobre no país, considerando dados econômicos e sociológicos; e pela economista Sulamis Dain, colaboradora da Iniciativa Saúde Amanhã e professora titular aposentada do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O seminário será aberto pelos sanitaristas Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, e José Carvalho de Noronha, coordenador adjunto do Saúde Amanhã, e terá moderação do também sanitarista Leonardo Vidal Mattos, pesquisador do Saúde Amanhã.

Assista ao vivo:

Publicado em 29/01/2024

Ministra Nísia Trindade é convidada de debate online sobre tarefas e desafios do Ministério da Saúde

Autor(a): 
Cebes

O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) recebe a ministra da saúde, Nísia Trindade, nessa segunda-feira, dia 29 de janeiro, às 17h, para conversar sobre o que foi feito nesse primeiro ano de governo e as grandes tarefas e desafios que tem pela frente nos próximos anos. O presidente do Cebes, Carlos Fidelis, receberá a ministra para a conversa que será mediada pelo diretor do Cebes, José Noronha.

Assista no Youtube do Cebes.

NÍSIA TRINDADE
Nísia Trindade Lima é a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde. A ministra também foi a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição histórica de ciência e tecnologia e referência internacional, entre 2017 e 2022. Nísia é doutora em Sociologia (1997), mestre em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp) e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980).

Acompanhe ao vivo:

 

 

#ParaTodosVerem Imagem com fundo branco, no alto está escrito o nome do evento "Cebes conversa com a ministra da saúde", dia 29/1/2024, às 17h. Abaixo, as fotos da ministra da saúde, Nísia Trindade, do presidente do Cebes, Carlos Fidelis e do diretor do Cebes, José Noronha.

Publicado em 19/01/2024

Ministra da saúde sugere aliança global para combater pandemias no Fórum Econômico Mundial. Confira cursos do CVF relacionados à Covid e Atenção Primária

Autor(a): 
Fabiano Gama*

Durante o painel “Preparando-se para a Doença X”, realizado dentro da programação do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, foram debatidos os esforços necessários para preparar os sistemas de saúde para os múltiplos desafios do futuro. O debate contou com a participação da ministra da saúde, Nísia Trindade Lima.

Em um momento em que o mundo acaba de passar por uma pandemia, é importante o debate para que os sistemas de saúde possam se preparar e encontrar soluções rápidas e efetivas para casos de futuras emergências sanitárias que exijam a cooperação mundial. O Fórum debateu não somente as pandemias, mas também outros problemas que afetam a saúde, como crises climáticas, doenças transmissíveis e não transmissíveis.

O encontro apresentou iniciativas em termos de biotecnologia, vigilância sanitária, sistemas de dados de acesso rápido para que se possa reagir eficientemente com diagnósticos, remédios e terapêuticos, além de debater a equidade vacinal: a garantia de fabricação em vários locais do mundo, como a África, por exemplo, que tanto sofreu com a Covid-19.

A ministra alertou que é importante, em situações de ameaça pandêmica, pensar na capacidade de respostas frente a doenças com potencial pandêmico. O fator “tempo de resposta política” organiza as condições estruturais de um sistema de saúde resiliente, tanto a nível nacional como global. Avaliando os impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil, Nísia afirmou: "Vimos uma resposta muito negativa diante da capacidade do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), o país falhou na resposta a essa pandemia, apresentando, entre outros indicadores, 11% de mortes por Covid".

Para Nísia, é fundamental ter sistemas de saúde resilientes e uma visão integrada da vigilância de possíveis novos surtos com potencial pandêmico. "Essa vigilância deve ser vista de uma forma integral, iniciando na atenção primária à saúde e fortalecendo os centros de inteligência epidemiológica do país", destacou. Como parte das soluções, a ministra propõe uma aliança de incentivo à produção entre os países, através de uma parceria global para enfrentar possíveis futuras doenças: “Temos de nos antecipar e fortalecer os sistemas de saúde, desenvolver programas de ciência, tecnologia e inovação que favoreçam respostas dos sistemas de saúde, especificamente em relação a emergências de doenças de forte determinação social e ambiental”, alertou. “Precisamos organizar programas como o que vamos apresentar agora no Brasil, que é um plano de eliminação dessas doenças que têm forte determinação, a exemplo da doença de chagas e hanseníase”, complementou Nísia Trindade.

É importante estabelecer uma relação entre a base de conhecimento científico e o processo de tomada de decisão, fortalecer centros de inteligência epidemiológica para uma melhor orientaração, integrar dados e analisá-los, criar um sistema de alerta precoce de possíveis surtos de doenças e a constituição de um complexo econômico industrial de saúde que permita organizar a produção de insumos para reduzir a desigualdade e fortalecer os sistemas nacionais foram outros pontos importantes apresentados pela ministra.

Realizado entre os dias 15 e 19 de janeiro, o Fórum Econômico Mundial é uma reunião que ocorre anualmente, sempre em Davos. O encontro busca aproximar autoridades e promover debates sobre desenvolvimento e cooperação público-privada.

+Assista aqui ao vídeo do painel Preparando-se para a Doença X, com tradução em português.

Conheça cursos oferecidos pela Fiocruz sobre Covid-19, autocuidado em saúde, vacinação, enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade e outras temáticas

Campus Virtual Fiocruz é uma rede de conhecimento e aprendizagem voltada à educação em saúde, que oferece cursos de capacitação e aprimoramento de profissionais, a fim de contribuir com o Sistema Único de Saúde (SUS). No total, somamos mais de 56 mil inscritos nos cursos online, gratuitos e autoinstrucionais, alcançando todos os 27 estados e o Distrito Federal, além de 27 países ao redor do mundo. As formações seguem com inscrições abertas e voltadas, em geral, a profissionais de saúde, mas estão abertas ao público. Conheça abaixo os cursos ligados ao tema do Fórum Econômico Mundial e inscreva-se!

Vacinação para Covid-19: protocolos e procedimentos Técnicos - 2ª Edição

Inscreva-se já!

A formação visa atualizar e capacitar, técnica e operacionalmente, as equipes profissionais envolvidas na cadeia de vacinação da Covid-19, bem como outros profissionais de saúde, da comunicação e demais interessados no tema. O curso é composto de cinco módulos distribuídos em uma carga horária de 50h. 

Esta versão do curso foi atualizada com a declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o fim da Covid-19 como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A declaração da OMS reforça que a circulação do vírus, o número de casos graves da doença e o percentual da população mundial vacinada alcançaram patamares satisfatórios dos pontos de vista social e epidemiológico. Cabe destacar, no entanto, que isso não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça à saúde global. Portanto, entre outras atualizações relevantes, a segunda edição do curso traz também novas orientações sobre o esquema vacinal contra o coronavírus a partir da inserção da vacina bivalente no Calendário Nacional.

Covid-19: Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus - 2ª edição

Inscreva-se já!

Para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, a Fiocruz lançou o curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. Ele é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EaD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios, mas pode ser cursado por todos os interessados. Ele é composto de três módulos, que são independentes e podem ser cursados conforme necessidade do aluno, conferindo autonomia ao processo de formação.

A primeira edição foi lançada em abril de 2020 e realizada por 60 mil alunos, provenientes de todos os nossos estados, em cerca de 3.200 diferentes cidades, além de participantes de outros países, como Estados Unidos, Argentina, Moçambique, Alemanha e Afeganistão.

Curso Introdução ao Sistema Único de Saúde (SUS) 

Inscreva-se já!

O que foi o movimento da reforma sanitária brasileira? A organização da atenção e das vigilâncias em saúde é uma temática do seu interesse? Quais os princípios, diretrizes e condições estruturais do sistema de saúde do nosso país? Se você quer aprender como foi organizado um dos maiores sistemas de saúde públicos do mundo, de caráter gratuito e universal, conheça o novo curso do Campus Virtual Fiocruz: Introdução ao SUS. A formação tem carga horária de 60 horas e é especialmente voltada a profissionais de saúde, gestores públicos, conselheiros de saúde, além de estudantes de pós-graduação e graduação do campo da saúde e outras pessoas que queiram conhecer mais sobre esse sistema. Ele foi desenvolvido com a participação de diferentes unidades da Fiocruz — Ensp, EPSJV, CEE, Fiocruz Minas Gerais e IFF —, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Rede Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, além do apoio do Ministério da Educação (MEC).

Com 11 mil inscritos em 1.555 cidades, a formação é uma das mais procuradas no CVF. Além do Brasil, há também participantes em outros 11 países no mundo. 

Febre Maculosa: diagnóstico, tratamento, transmissão e prevenção

Inscreva-se já!

Apresentar conceitos básicos sobre a febre maculosa, buscando sensibilizar os profissionais de saúde para um diagnóstico mais ágil e preciso, além de otimizar o tratamento da doença, minimizando o número de óbitos. Esse é o objetivo do curso lançado pelo Campus Virtual Fiocruz em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz): Febre maculosa: diagnóstico, tratamento, transmissão e prevenção. A formação de 20h é online e gratuita.

Até o momento, são mais de 3.500 inscritos nos 27 estados do país, além de alunos em outras 13 cidades de sete países. 

Curso Boas Práticas Clínicas: Edição Internacional

Inscreva-se já!

O Campus Virtual Fiocruz e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) lançam a edição internacional do curso Boas Práticas Clínicas, uma formação online e gratuita. O curso é voltado à capacitação de profissionais já atuantes ou com interesse na área de Pesquisa Clínica e alunos de pós-graduação. A edição internacional diferencia-se por abordar a regulamentação de pesquisa clínica de diferentes nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e nasceu de uma aproximação entre os profissionais do INI e do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS) por meio do Projeto Coopbrass da Capes.

Lançado em outubro de 2023, a edição internacional já conta com quase 3 mil inscritos em 11 países, considerando o Brasil. 

Autocuidado em saúde e a Literacia para a promoção da saúde e a prevenção das doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde (APS)

Inscreva-se já!

Como você cuida da sua saúde, e o que faz para mantê-la em níveis saudáveis? Como você avalia, compreende e aplica as informações sobre saúde que recebe ao longo da vida? Essas são questões tratadas no campo da literacia para a saúde e o autocuidado que, a partir de agora, podem ser aprendidas na nova formação, gratuita e online, do Campus Virtual Fiocruz. O curso Autocuidado em Saúde e a Literacia para a promoção da saúde e a prevenção de doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde é voltado para profissionais de saúde.

Completando um ano em dezembro de 2023, o curso de Autocuidado em saúde já capacitou mais de 8 mil profissionais no Brasil e ao redor do mundo, no Chile, em Angola, nos Estados Unidos e na França.

Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde

Inscreva-se já!

O estigma e o preconceito são realidades cotidianas de grupos ou indivíduos que vivenciam determinadas doenças. A discriminação relacionada a condições de saúde acontece inclusive nos serviços de saúde, reforçando a exclusão, e, sobretudo, causa sofrimento e traz enormes desafios à gestão do cuidado. Buscando qualificar e instrumentalizar trabalhadores da saúde para uma atenção inclusiva, humanizada, interseccional e não discriminatória, a Fiocruz e o Ministério da Saúde lançam o curso, online e gratuito, Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde.

Com quase 15 mil inscritos, o curso conta com o maior número de participantes dentre todas as formações lançadas em 2023, com inscrições da América Latina, na Argentina e no Paraguai, à Europa, no Reino Unido e na Holanda, à África, em Moçambique e na África do Sul. 

Instrumentos para o enfrentamento de emergências de saúde pública no contexto da sociedade civil

Inscreva-se já!

Com o objetivo de promover o diálogo entre conhecimentos técnico-científicos já consolidados e as experiências sobre eventos extraordinários de risco à saúde pública protagonizados pela sociedade civil organizada, O Campus Virtual Fiocruz, em parceria com a plataforma The Global Health Network (TGHN), oferece o curso internacional, online e gratuito, Instrumentos para o enfrentamento de emergências de saúde pública no contexto da sociedade civil

Oferecido em três línguas — em inglês e espanhol através da plataforma The Global Health Network (TGHN) e em português pelo Campus Virtual Fiocruz, o curso é composto de nove aulas que somam uma carga horária de 30h, e é voltado a representantes e envolvidos com movimentos sociais, mas aberto também a todos interessados nessa temática.

A ideia central do curso é oferecer instrumentos a partir do conhecimento dialogado, que propiciem a garantia do direito à saúde e à informação, bem como estabelecer trocas com os movimentos sociais e colaborar com a sua atuação como mediadores e produtores de conhecimento. A construção do curso foi feita por meio de pequenos workshops realizados com representantes de diferentes movimentos na América Latina ao longo de 2021, e a elaboração do conteúdo buscou uma diversidade de perfis entre pesquisadores de saúde global, clínica médica, e também pesquisadores advindos de movimentos, cientistas sociais e comunicadores.

Conheça a estrutura do curso internacional Instrumentos para o enfrentamento de emergências de saúde pública no contexto da sociedade civil e inscreva-se!

+Acesse aqui o Catálogo de cursos do Campus Virtual Fiocruz.

#ParaTodosVerem Banner com duas fotos do Fórum Econômico Mundial, uma em cima e outra embaixo.
Na primeira Foto a ministra da saúde, Nísia Trindade Lima, uma senhora branca com cabelos curtos castanhos, ela está sentada com pápeis apoiados no colo, veste uma blusa preta e um casaco em tom preto e branco.
Na segunda foto há cinco pessoas sentadas, no centro a ministra Nísia, com duas pessoas de cada lado, um homem e uma mulher cada, ao fundo o painel azul do Fórum Econômico Mundial.

 

*Com informações do Ministério da Saúde.

Publicado em 05/10/2023

Especialistas debatem os caminhos para gestação segura de mulheres em situação de rua em roda de debate virtual

Autor(a): 
Katia Machado (Plataforma IdeiaSUS Fiocruz)

Um debate sobre o cuidado de mulheres gestantes vulnerabilizadas pela estrutura social, que enfrentam, em seus diferentes encontros ao longo do pré-natal, juízos que as invisibilizam e as invalidam quanto ao desejo da maternidade. Este é o cerne da discussão da roda ‘O desejo da maternidade de mulheres em situação de rua: caminhos necessários para garantia de um direito’. O encontro, que acontece nesta próxima sexta-feira, 6 de outubro, no canal da VideoSaúde no YouTube, das 14h às 16h30, é promovido pela Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, através da equipe da Curadoria em Saúde. Esta vem acompanhando, entre outras práticas, a experiência do Consultório na Rua de Santo André (SP), vinculada à Coordenação de Saúde Mental do SUS do município. 

Em 2022, a equipe foi contemplada com a primeira edição do Prêmio IdeiaSUS – Fiocruz é SUS, entregue às cinco melhores experiências (uma de cada região do país) participantes da 17ª Mostra Brasil, aqui tem SUS, realizada pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O trabalho, que teve como título Reduzindo danos e protegendo vidas: cuidado às gestantes em situação de rua, usuárias de substâncias psicoativas na cidade de Santo André, passou desde então a ser orientado pela equipe da Curadoria em Saúde da IdeiaSUS Fiocruz, recebendo ainda, em 2022, no mesmo contexto, o prêmio Atenção Primária Forte: Caminho Para a Saúde Universal, ofertado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

Do debate, participam: Junia Quiroga, representante auxiliar do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil; Maria Ribeiro, professora no Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP; Marcelo Pedra, pesquisador do Núcleo de Populações em Situações de Vulnerabilidade e Saúde Mental na Atenção Básica (NuPop) da Fiocruz Brasília; e Giancarlo Silkunas Vay, defensor público do estado de São Paulo e professor de Direito da Criança e do Adolescente, Criminologia e Direito Penal.

Publicado em 04/10/2023

O sequestro da internet: especialistas apontam colonialismo de dados, concentração tecnológica e disputa política sobre a perspectiva de sociedade

Autor(a): 
Fabiano Gama, Isabela Schincariol e Lucas Leal*

"Não podemos jogar fora a história do desenvolvimento da tecnologia e da sociedade, mas é preciso saber de forma clara o que está em jogo — e não é somente a tecnologia. A expectativa revolucionária da internet 'todos-todos' foi transformada em um jardim murado, e a experiência humana passou a ser matéria-prima gratuita para a tradução em dados comportamentais. O que é extremamente grave", assegurou Nelson Pretto, durante a mesa "Educação: da inclusão digital à inteligência artificial", realizada no âmbito das comemorações de aniversário do Campus Virtual Fiocruz. Além de Pretto, o também especialista da área, Mariano Pimentel, integrou a mesa de debates e falou acerca da inteligência artifical para a educação, apontando a apropriação e posterior venda do que deveria ser livre como "o maior roubo da humanidade". As palestras estão disponíveis na íntegra no canal do Campus Virtual Fiocruz no Youtube.

Capilaridade das iniciativas e articulação institucional

Durante a mesa de abertura do evento, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, falou sobre a alegria que é acompanhar o desenvolvimento do Campus Virtual Fiocruz, fruto de um esforço coletivo, criado na perspectiva de estender a possibilidade de apoio à educação por meio virtual para toda a Fiocruz. Para Cristiani, vivenciar o crescimento do Campus tem sido um rico processo, do qual ela muito se orgulha. "Ao longo dos anos, o CVF vem ampliando e diversificando suas ações, e é impressionante a quantidade de funções que desempenha atualmente", comentou ela, apontando que nossas ações tem sido fundamentais na disseminação de informações sobre a educação da Fiocruz; como plataforma de inscrições em cursos presenciais; no apoio aos cursos de qualificação; na oferta de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) para os cursos presenciais e híbridos; além de inovar na criação da plataforma Educare de Recursos Educacionais Abertos (REA), e já ter outros importantes projetos em desenvolvimento, como o auxilio à elaboração de indicadores de avaliação da educação e o portal dos estudantes e egressos. Tudo isso "em permanente diálogo com as diversas unidades e instâncias da Fundação, pois o Campus não é da vice-presidência de Educação, ele é da Fiocruz inteira", evidenciou. 

A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, destacou a grande capilaridade das ações e iniciativas educacionais nas quais o Campus está inserido, como, por exemplo, os cursos em rede e as disciplinas transversais: "O CVF apoia a Fiocruz nessa missão de ser uma instituição nacional e internacional", disse ela. Já a vice-diretora de Ensino da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Enirtes Caetano — que no evento representou o diretor da Ensp, Marco Menezes —, falou sobre a alegria de poder celebrar a potência que é o Campus Virtual, além da satisfação de receber as integrantes da mesa, todas com história e forte vínculo com a Ensp. "Mais do que debater esse importante tema, celebramos e agradecemos especialmente o componente de cooperação presente na Vpeic, que, a todo momento, acolhe as unidades e nos convida a participar das diversas discussões institucionais para a Educação".

A coordenadora do Campus Virtual, Ana Furniel disse estar muito emocionada e agradeço a sua equipe que "trabalha, se dedica, está junta em todas as dificuldades e é também responsável por todos os avanços e conquistas". Ana agradeceu ainda aos que já passaram pelo CVF e rememorou sua trajetória na Fiocruz até dar início ao CVF. "A ideia na cabeça não veio só de uma inspiração, vem de muito trabalho e foi permeada por experiências e aprendizados ao longo dos quase 30 anos de Fiocruz. Nosso grande objetivo é qualificar profissionais para o SUS, e ajudar a fortalecer o nosso Sistema Único de Saúde. E eu acredito que se a gente pode sonhar, pode fazer!", defendeu ela com alegria.  

A internet e as novas formas de colonização social

Nelson Pretto trouxe uma ampla leitura sobre o passado, presente e futuro, mostrando que as tecnologias sempre estiveram presentes em nossas vidas, especialmente na educação, e sempre foram um desafio para a área. Além dos obstáculos, o digital traz grandes novidades e possibilidade, pois os avanços transformaram a nossa forma de ver e viver a tecnologia. Segundo ele, aqueles que viram o nascimento da internet acreditaram no sonho do verdadeiro potencial revolucionário dessas tecnologias: transformar radicalmente a comunicação tradicional, de massa, de 'um para todos' para uma comunicação de 'todos para todos'. Era a possibilidade de sermos autores, e a produção do conhecimento ser democratizada, mas isso, segundo ele, é uma doce ilusão. 

"A internet com a expectativa revolucionária foi sequestrada e se transformou em um jardim murado. Hoje, 99,9% das pessoas acham que navegam na internet quando estão em suas redes. Isso não é a internet. O poder é concentrado nas grandes empresas de Big Data, que se apropriam das nossas produções e decidem o que compartilham e como distribuem a partir de algoritmos opacos. É uma desanimadora batalha contra um enorme poder financeiro. Há que se estudar mais seriamente essa questão. Não podemos jogar fora a história do desenvolvimento da tecnologia e da sociedade, mas temos que ter claro o que está em jogo - e não é só a tecnologia. Há uma apropriação de tudo que fazemos e produzimos nas redes para alimentar a riqueza dessas poucas e grandes empresas. A disputa política sobre a perspectiva de sociedade nos faz pensar naquilo que vejo como fundamental, que é a não-neutralidade das tecnologias e a ameaça sempre presente de outra forma de colonização social, provocada por uma nova configuração da indústria tecnológica e cultural, advertiu Nelson, citando Shoshana Zuboff, professora da Harvard Business sobre o que ela aponta como a era do capitalismo de vigilância: "A experiência humana como matéria-prima gratuita para a tradução em dados comportamentais. Embora alguns desses dados sejam aplicados para o aprimoramento de produtos e serviços, o restante é declarado como superavit comportamental do proprietário", o que é, para Nelson, extremamente grave. 

Esse "sequestro" de informações na internet equivale a um "roubo à humanidade", segundo o doutor em Informática e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Mariano Pimentel. Para ele, tecnologias de inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, processaram grandes quantidades de informações e "emparedaram" todo o conhecimento sob um pagamento, em contrapartida à visão democrática de acesso que se esperava da internet. "Quando ele [o ChatGPT] começou a cobrar por uma tecnologia de ponta, uma inteligencia com maior capacidade de raciocínio, ficou claro que se tratava, então, do maior roubo da humanidade. Isso porque essa ferramenta se apropria de textos que estavam públicos, coloca nessa parede, como foi ilustrado pelo Nelson Pretto, sorri pra você e diz: me faz uma pergunta e eu te respondo. Só que você tem que pagar 20 dólares por mês", afirmou.

Em sua fala acerca dos riscos da inteligência artifical (IA), Mariano alertou que o uso dessa tecnologia na educação está se difundindo de forma acelerada, em especial no ensino superior, mas que logo deve se enraizar também no ensino médio e na educação básica. Ele levantou ainda a questão da suposta substituição do papel do professor pela IA. Segundo Mariano, a resposta não é obvia, pois há muita coisa em jogo. "No nosso país, a educação superior se tornou hegemonicamente à distância, e essa modalidade de educação já estava implementando a arte de ensinar sem professores ou com tutor não qualificado. Portanto, essa tecnologia se apresenta como mais uma das tecnologias para apoiar o cibertecnicismo. Então, essa questão precisa ser amplamente discutida", concluiu Mariano.

Além da mesa de debates, realizada na manhã do dia 28 de setembro, no auditório da Ensp/Fiocruz, a programação do aniversário incluiu ainda a realização de duas oficinas que abordaram temas centrais sobre nossos processos de trabalho cotidianos: a construção e desenvolvimento de cursos online autoinstrucionais, e a implementação de tecnologias assistivas para uma educação de fato inclusiva. 

A oficina 'Construção e desenvolvimento de cursos online autoinstrucionais em formato Mooc' foi apresentada pela gerente de produção do CVF, Renata David, e discorreu sobre as etapas fundamentais para a produção de cursos online, abertos e massivo (Mooc, na sigla em inglês). Esse formato é o utilizado nos cursos desenvolvidos pelo Campus Virtual Fiocruz e, durante a pandemia de Covid-19, permitiu o acesso de milhares de alunos em todo o Brasil e em diferentes partes do mundo a cursarem nossas formações. A oficina abordou conceitos, ferramentas e modelos para cursos autoinstrucionais, reforçando os papéis e responsabilidades da equipe transdisciplinar envolvida, e de acordo com a política institucional de acesso aberto ao conhecimento da Fiocruz, além de descrever as etapas de produção de conteúdo bruto, storyboards e aulas, conceitos e usos de recursos educacionais abertos (REA) e o apontamento dos processos de produção e inclusão dos REAs nos cursos. Renata detalhou que a proposta da atividade foi auxiliar os interessados em desenvolver cursos online a identificar os pontos prioritários de uma produção.

Os cursos Mooc são utilizados em diversas plataformas pelo mundo, e nasceram da necessidade da ampliação de acesso ao conhecimento com a intenção de serem abertos. Devido ao seu formato autoinstrucional, o aluno acompanha o conteúdo sem a presença de um tutor. No CVF, todo o material é disponibilizado em uma plataforma, onde qualquer pessoa pode acessar o material sem inscrição, ou seja, o aluno visualiza o material, mas não se certifica. Para a certificação, é necessário se inscrever para ter acesso à plataforma Moodle, na qual participará também de avaliações para conseguir o certificado.

A oficina "Inclusão e pós-graduação - Ranços e avanços: da Declaração de Salamanca ao período pandêmico" discutiu as diferentes necessidades de acessibilidade para a efetiva inclusão na educação online, e apresentou caminhos para esse processo de adaptação. A atividade foi conduzida pela pedagoga do Campus Virtual Claudia Reis, que discorreu sobre a sistematização da organização pedagógica de um curso — da ideia e planejamento à publicação e acompanhamento dos estudantes. "Trabalhar com educação pressupõe outros processos. É preciso pensar sistematicamente sobre ensinar alguma coisa, planejar, avaliar, costurar e, se necessário, retificar a metodologia adotada a partir da resposta dos estudantes", explicou ela. 

 

 

*Lucas Leal é estagiário sob a supervisão de Isabela Schincariol.

#ParaTodosVerem Fotomontagem com as imagens do evento em comemoração aos 7 anos do Campus virtual Fiocruz. Nas fotos na parte do superior é possível ver um senhor assinando um quadro, quatro mulheres posando para a foto e detalhes do quadro, onde está escrito: Campus virtual é Fiocruz, Fiocruz é SUS, SUS é democracia. Na parte inferior há um grupo diverso com várias mulheres e dois homens posando para foto em frente ao quadro com várias assinaturas, também há uma foto dos palestrantes durante a palestra com um powerpoint atrás deles, no centro uma foto maior com os participantes da palestra, Mariano Pimentel veste uma blusa social bege e usa óculos, Nelson Pretto veste uma blusa azul, usa óculos e tem cabelos brancos, Ana Furniel veste uma blusa preta com bolinhas laranja e tem cabelos cacheados castanhos e Cristiani Machado com blusa social vermelha e cabelos castanhos lisos na altura do ombro, na frente deles uma cadeira acolchoada e um microfone, atrás uma tela com powerpoint.

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