pandemia

Home pandemia
Voltar
Publicado em 02/02/2023

Delegação de consulado americano discute intercâmbio em visita à Fiocruz

Autor(a): 
Cristina Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)

Uma ideia que surgiu durante a visita da cônsul geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, Jacqueline Ward, à Fiocruz, em 2021, ganhou forma e se concretizará este ano. A participação de três pesquisadores da Fundação no International Visitor Leadership Program (IVLP), uma iniciativa de intercâmbio financiada pelo Departamento de Estado americano, foi um dos temas da reunião com uma nova delegação da representação diplomática americana na última sexta-feira (28/1). No encontro, na sala do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), no Rio de Janeiro, foram discutidas ainda as ações da Fiocruz no combate à pandemia de Covid-19, assim como uma possível colaboração entre as bibliotecas da Fundação e a do Congresso dos EUA, além de novas áreas de cooperação com instituições científicas e de educação do país.

Sofia M. Khilji, cônsul chefe do Departamento de Política e Economia, Marco S. Sotelino, cônsul para Assuntos Econômicos, e Paul Losch, diretor da Biblioteca do Congresso, trouxeram atualizações sobre o IVLP. No caso do programa deste ano, o tema escolhido foi a Promoção da Colaboração Bilateral na Ciência em Saúde, elaborado especialmente para um grupo de dez brasileiros, dos quais três serão da Fiocruz. De 10 a 18 de abril, os integrantes deverão visitar instituições como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos), e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), além de universidades e empresas de tecnologia em saúde.

A reunião, no entanto, foi além do IVLP. A delegação foi recebida por Cristiani Vieira Machado, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), que deu uma visão geral da atuação da Fiocruz no território brasileiro, destacando os cursos à distância, elaborados pelo Campus Virtual Fiocruz, rapidamente estabelecidos para treinar profissionais de saúde a lidarem com o novo coronavírus. Rodrigo Correa de Oliveira, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), contou sobre o legado das ações contra a Covid-19, como o estabelecimento da Rede Genômica Fiocruz, o Biobanco Covid-19 Fiocruz e a pesquisa com vacina com RNA mensageiro. Já Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), contou não só sobre a realização da G-Stic Rio, conferência global que visa a busca de soluções de desenvolvimento sustentável e que será realizada de 13 a 15 de fevereiro, como sobre o Complexo Industrial e Saúde. 

Sofia Khilji lembrou a colaboração de longa data entre a Fiocruz e instituições científicas americanas e destacou o que ouviu sobre tecnologia sustentável. “É muito importante não perdermos o que foi alcançado durante a pandemia, porque outras crises virão. São importantes essa resiliência, as respostas para desastres e em relação a comunidades vulneráveis, como os Yanomamis, assim como defender os recursos naturais da Amazônia e do Pantanal. Essas são áreas em que a parceria pode aumentar com nossos centros epidemiológicos e com os Institutos Nacionais de Saúde”, disse.

Cristiani lembrou a chegada de sete estudantes de Princeton. “Em troca, recebemos duas ‘bolsas sanduíches’. Já chegaram mais propostas. Esse é um tipo de intercâmbio que poderia avançar com outras instituições”.

Participaram ainda do encontro Pedro Burger, coordenador adjunto do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/ Fiocruz); Valber Frutuoso, assessor de Relações Institucionais da Presidência da Fiocruz; e Vinicius Cotta de Almeida, coordenador adjunto de Educação Internacional (CGE/Vpeic/Fiocruz).

Imagem: Peter Ilicciev

Publicado em 02/02/2023

Fiocruz na pandemia de Covid-19: Campus Virtual tem destaque na formação de profissionais de saúde

Autor(a): 
Lucas Leal*

A Fiocruz acaba de publicar seu Balanço de Gestão: Atuação da Fiocruz na Pandemia de Covid-19 - 2020 – 2022. O documento detalha as ações da instituição no enfrentamento da Covid-19 e os impactos gerados pelas suas intervenções. De forma interativa, a publicação apresenta um balanço das conquistas da Fundação, mas também os obstáculos e as falhas encontradas e enfrentadas nesse período. Na área da educação, o relatório destaca a atuação do Campus Virtual Fiocruz

Acesse aqui o relatório completo

No mesmo ano em que completou 120 anos de história, a Fiocruz assumiu papel central na resposta aos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus. Para isso, todo o sistema articulado da instituição em pesquisa, educação, serviços e produção foi acionado para fornecer respostas eficazes no enfrentamento da doença, tendo alcançado grandes conquistas e avanços, como a produção de vacinas. O relatório destaca, principalmente, o trabalho realizado pelas trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz, que se dedicaram na manutenção das atividades essenciais e no enfrentamento da pandemia, reforçando o comprometimento da Fiocruz com a sociedade brasileira.

Para mais informações e análises sobre o papel da Fundação na pandemia, confira o Balanço de Gestão 2020 – 2022.

Campus Virtual Fiocruz como destaque na formação de profissionais de saúde

A Fiocruz é a principal instituição não-universitária de formação e qualificação para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a área de Ciência e Tecnologia em Saúde do Brasil. No momento em que o mundo passou a enfrentar uma das maiores crises sanitárias da atualidade, a Fundação ampliou o acesso à educação ao nível regional, nacional e internacional, com destaque para a expansão do Campus Virtual Fiocruz (CVF), uma plataforma voltada à educação aberta e gratuita de grande alcance. Além de reunir informações sobre os 50 programas de pós-graduação stricto sensu, cursos de especialização, programas de residência e educação de nível técnica, o CVF também oferece mais de 30 cursos próprios, 11 deles sobre a temática da Covid-19, que juntos somam mais de 150 mil alunos inscritos.

Tendo em vista os novos cenários impostos pela pandemia, o Campus Virtual passou por uma reestruturação e ampliação de suas ações para seguir atuando no fortalecimento do Sistema de Vigilância em Saúde. A equipe elaborou, de maneira urgente, cursos autoinstrucionais na modalidade à distância para formação em escala, voltados à capacitação de profissionais de saúde em diferentes aspectos da Covid-19. Nesse sentido, houve um crescimento significativo de cursos e materiais disponibilizados na plataforma, bem como no ecossistema Educare durante a pandemia, com um amplo alcance no Brasil e no mundo.

Somente entre os anos de 2020 e 2021, a Fiocruz capacitou mais de 430 mil profissionais de saúde nos cursos de enfrentamento à Covid-19 pelo Campus Virtual Fiocruz e pela rede da UNA-SUS. Orientadas para o enfrentamento da pandemia, as formações foram cruciais na capacitação dos profissionais de saúde de todo o país. Destacamos os cursos: Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus (2020), com mais de 60 mil profissionais inscritos; Manejo clínico da Covid-19 na atenção primária à saúde (2021), com quase 73 mil e Vacinação Covid-19: protocolos e procedimentos técnicos (2021, em atendimento ao PNI), com cerca de 40 mil.

O Campus Virtual Fiocruz segue firme, há 6 anos, como uma rede de conhecimento e aprendizagem voltada à educação em saúde. Crescemos, planejamos, aprendemos e adaptamos, mas sempre buscando fortalecer o SUS e reforçar o papel da Fundação como instituição de pesquisa na área da saúde pública.

Conheça cursos do Campus Virtual Fiocruz com inscrições abertas

*Com informações de Isabela Schincariol

*Lucas Leal é estagiário sob a supervisão de Isabela Schincariol

Publicado em 23/01/2023

Cidacs lança documentário sobre desigualdades sociais e em saúde na pandemia

Autor(a): 
Cidacs/Fiocruz Bahia

Uma experiência inovadora de produção de ciência durante a pandemia de Covid-19 que inclui a participação social. Esse é o enredo do documentário “Além do Distanciamento: diálogos para entender as desigualdades da pandemia de Covid-19” – o primeiro longa-metragem científico produzido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia). Disponível no canal do Youtube do Cidacs, o filme de 55 minutos registra o processo de engajamento público da ciência realizado durante a construção do Índice de Desigualdades Sociais para Covid-19 (IDS-Covid-19), que envolveu representantes da área de gestão em saúde, de grupos de comunidades e equipe de pesquisadores.

O engajamento público da ciência caracteriza uma das formas de participação de diferentes segmentos sociais no processo de construção do conhecimento científico. Durante a construção do IDS-Covid-19, este movimento permitiu uma maior aproximação entre cientistas, gestores e grupos de comunidades para troca de experiências.

“Não tem como a gente abordar este tema das desigualdades sociais em saúde na pandemia de Covid-19 sem envolver uma ampla discussão na sociedade”, defendeu a idealizadora do processo de engajamento e vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury Ichihara, que liderou o projeto de pesquisa que construiu o IDS-Covid-19. O índice foi produzido com o objetivo de medir os efeitos das desigualdades sociais em saúde durante a pandemia e ajudar gestores públicos e outros segmentos sociais a identificar municípios e regiões de saúde que necessitam de mais atenção.

Ao longo de um ano, a equipe de pesquisa participou de uma série de atividades que permitiu o estabelecimento do diálogo com 29 representantes da gestão pública e dez representantes de comunidades de diferentes regiões brasileiras. Reuniões técnicas, grupos de discussão, webinários e até uma visita presencial a uma das comunidades que participou do estudo foram registradas e ajudaram a compor o documentário. Além disso, mais de 30 entrevistas foram realizadas com participantes e pesquisadores.

Para Lucia Gato, ativista, professora e integrante do Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa (MA), o contato com pesquisadores do Centro foi avaliado positivamente. “Foi interessante o contato com essa linha de trabalho que o Cidacs desenvolveu porque ele primou primeiro por ouvir”, declarou. Ainda segundo ela, a sistemática empreendida a deixou à vontade para compartilhar suas experiências com todo o grupo.

Temáticas abordadas no documentário
Mais do que registrar o trabalho de engajamento público da ciência durante a construção do IDS-Covid-19 e de explicar os desafios enfrentados pelos pesquisadores, o documentário resgata, através dos relatos das pessoas entrevistadas, as dificuldades enfrentadas durante a pandemia. Fome, dificuldades de acesso aos serviços de saúde, desemprego e desinformação foram alguns temas abordados no documentário.

A visão de representantes da gestão pública também foi incluída, bem como as dificuldades de acesso aos dados sobre a Covid-19 enfrentadas pela equipe de pesquisadores do IDS-Covid-19 durante o apagão de dados do Ministério da Saúde entre dezembro 2021 e janeiro de 2022. Os resultados alcançados a partir da análise das desigualdades sociais em saúde medidas pelo índice também foram apresentados no longa.

Confira as organizações participantes do documentário
Grupo de Mulheres Negras Mãe Andresa, Observatório de Direitos Humanos Crise e Covid-19, Rede de Mulheres Negras para Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Instituto de Mulheres Negras do Amapá, Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e Painel Unificador de Favelas.

Serviço: Documentário “Além do Distanciamento: diálogos para entender as desigualdades da pandemia de Covid-19”
Acesso: Canal do YouTube do Cidacs
Idealização: Maria Yury Ichihara e Mariana Sebastião
Direção e roteiro: Adalton dos Anjos Fonseca e Gabriela Carvalho
Edição: Gabriela Carvalho
Duração: 55 minutos

Assista abaixo o documentário completo:

 

Publicado em 14/12/2022

Pesquisa identifica altos níveis de ansiedade e depressão em pós-graduandos durante a pandemia

Autor(a): 
IOC/Fiocruz*

Um estudo com quase 6 mil participantes, de todas as regiões do país, revela o alto impacto da pandemia de Covid-19 nas atividades acadêmicas e na saúde mental de estudantes de pós-graduação. 

Entre outros dados, a pesquisa aponta que 45% dos alunos foram diagnosticados com ansiedade generalizada e 17% com depressão durante o primeiro ano da pandemia.

Além disso, mais de 60% relataram crises de ansiedade e dificuldade para dormir. Falta de motivação e problemas de concentração foram reportados por quase 80%.

O estudo foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com participação de pesquisadores do IOC e da Universidade Federal Fluminense (UFF). Os resultados foram publicados em artigo na revista científica ‘International Journal of Educational Research Open’.

Para a primeira autora do trabalho, Roberta Pires Corrêa, os dados evidenciam a situação de estresse enfrentada pelos discentes durante a pandemia.

“Os estudantes viveram incertezas, medo e perdas, no contexto estressante da pós-graduação, onde há muita pressão para ser produtivo e cumprir prazos. Um terço precisou procurar atendimento psicológico e uma pequena parcela, de quase 17%, usou medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos sem prescrição”, pontua Roberta.

Com dados coletados entre outubro e dezembro de 2020, a pesquisa traçou um retrato do primeiro ano da emergência sanitária, quando as atividades presenciais foram totalmente suspensas nos cursos. 

Aproximadamente 80% dos alunos tiveram que alterar seus projetos de pesquisa, sendo que 9% mudaram complemente seus estudos, 35% fizeram alterações significativas e 37%, mudanças pequenas.

Além disso, os estudantes tiveram que se adaptar à nova realidade de reuniões virtuais com orientadores e de aulas remotas.

Autor sênior do trabalho, o pesquisador do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, Paulo Soares Stephens, ressalta que os estudantes se mantiveram comprometidos com a trajetória acadêmica, apesar das dificuldades.

“Eles se mostraram aguerridos e criativos para readequar suas atividades. Porém, foram afetados com altos níveis de problemas de saúde mental”, avalia Paulo.

Importância do acolhimento

Entre os estudantes que buscaram apoio emocional, mais da metade se voltou para os amigos. Cerca de 15% procuraram seus orientadores. Apenas 1%, os comitês de apoio aos discentes.

A maioria dos estudantes também não buscou a coordenação do curso de pós-graduação e 5% disseram não ter recebido apoio, apesar da solicitação.

Segundo os pesquisadores, estudos anteriores à pandemia já mostravam que problemas de saúde mental são mais frequentes entre estudantes de pós-graduação do que na população em geral. A emergência sanitária agravou a situação, reforçando a importância de serviços de acolhimento.

“Cerca de 10% dos estudantes disseram que as coordenações dos cursos ofereceram apoio aos alunos através de programas específicos. Essas ações são imprescindíveis e os programas devem investir cada vez mais nelas”, ressalta Paulo.

“É importante que os cursos mantenham esses programas de forma contínua, para que os estudantes se sintam acolhidos e tenham confiança de que podem discutir questões de saúde mental sem preconceito”, enfatiza Roberta.

Perfil dos pós-graduandos

O estudo contou com a participação de 5.985 estudantes, que responderam um formulário online no período de outubro a dezembro de 2020. Do total, 94% estavam matriculados em cursos Stricto sensu, sendo 51% no mestrado e 43% no doutorado. Quase 6% eram alunos de cursos de especialização, chamados de Lato sensu.

No geral, o perfil dos respondentes reflete o dos estudantes de pós-graduação no país. A pesquisa alcançou todas as regiões e teve participação de alunos matriculados em cursos de diferentes áreas do conhecimento. Cerca de 50% dos respondentes eram jovens, com idade entre 18 e 30 anos; 70%, mulheres; e 30% homens.

O artigo publicado é parte da tese ‘A pandemia de Covid-19: impactos e desafios em comunidades acadêmicas e de saúde brasileiras’, defendida por Roberta Corrêa, no Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde do IOC. 

O projeto foi orientado pela professora Helena Carla Castro, chefe do Laboratório de Antibióticos, Bioquímica e Modelagem Molecular da Universidade Federal Fluminense (UFF), e coorientado por Paulo Stephens e Roberto Ferreira, pós-doutorando do IOC.

O trabalho também faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo, sobre impactos da Covid-19 e do isolamento social, coordenado pela diretora do IOC, Tania Araujo-Jorge. Todos os pesquisadores são autores do artigo.

A pesquisa contou com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e UFF.

Ensino no IOC durante a pandemia

O IOC se empenhou em garantir a continuidade da formação de recursos humanos de excelência para a ciência e para o Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo os protocolos sanitários recomendados pelas autoridades para preservar a saúde e a vida de discentes e docentes em meio à pandemia.

A transição para o ambiente virtual foi o primeiro desafio. Em março de 2020 foi realizada a primeira defesa de tese online e, progressivamente, outras atividades acadêmicas foram adaptadas ao formato, o que incluiu o processo seletivo para novas turmas de mestrado e doutorado. A oferta de disciplinas a distância teve início em julho daquele ano.

Eventos importantes para a formação dos estudantes também migraram para o universo virtual. Entre os destaques, o Centro de Estudos do IOC, tradicional encontro semanal para debate de temas atuais e de relevância histórica para a ciência, e a Semana da Pós-graduação Stricto sensu, que reúne as atividades do Fórum de Integração dos Alunos, o Prêmio de Teses Alexandre Peixoto e a Jornada Jovens Talentos.

A partir da necessidade de suspensão das atividades acadêmicas baseadas em trabalhos de campo e experimentos laboratoriais, os programas de pós-graduação do IOC estenderam os prazos para qualificações e defesas de mestrado e doutorado por seis meses. 

Além disso, foi criado um fundo emergencial de bolsas para garantia da extensão do benefício para os estudantes que não conseguiram concluir sua titulação no período posterior aos primeiros seis meses de prorrogação de suas bolsas.

A diversidade de temas encontrados nas dezenas de estudos sobre a Covid-19 desenvolvidos nos programas de pós-graduação do IOC é mais uma demonstração do extenso engajamento institucional na resposta à pandemia. 

Discentes, egressos e docentes atuaram na linha de frente e produziram conhecimentos relevantes, tanto nos grandes centros, como em locais remotos e carentes do país.

Apoio aos estudantes na Fiocruz

Estudantes de pós-graduação da Fiocruz podem procurar o Centro de Apoio ao Discente (CAD), vinculado à Vice-Presidência de Educação Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), para diálogo e acolhimento. Entre outras atividades, o CAD oferece orientação a alunos e professores para resolução de problemas, escuta qualificada e encaminhamento para suporte psicológico ou social. O contato pode ser feito por telefone (21 3882-9066), email (cad@fiocruz.br) ou através de formulário online

O IOC conta também com a Comissão Interna de Valorização das Relações Interpessoais e Prevenção do Assédio, que promove ações de sensibilização sobre estes temas e busca acolher, escutar e auxiliar na resolução de conflitos, de forma privada e sigilosa. O contato com a Comissão é através do email: valorizacaodasrelacoes@ioc.fiocruz.br.

Edição: 

Vinicius Ferreira

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

*Com informações de Maíra Menezes/IOC/Fiocruz.

 

Publicado em 24/10/2022

Livro aborda relação de jovens com a pandemia no Brasil

Autor(a): 
Portal Fiocruz

Artigo publicado no livro Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil, da Fiocruz, constatou maior vulnerabilidade e sofrimento entre pessoas do grupo não-binário e mulheres durante o primeiro e segundo ano da pandemia. A pesquisa analisada no artigo foi realizada pelo Conselho Nacional da Juventude com 68 mil jovens nos anos de 2020 e 2021 e seus dados foram tratados por pesquisadores da Fundação. Esse é apenas um entre os artigos inéditos publicados no e-book gratuito da plataforma Agenda Jovem Fiocruz (AJF), lançado no Portal Fiocruz. O livro aborda o impacto da pandemia nas condições de vida, trabalho, estudo e saúde mental das juventudes a partir do olhar de pesquisadores da área de Brasília, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

+Acesse aqui o e-book: Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil.

A publicação digital está dividida em dois blocos: Panorama - A pandemia do coronavírus: como os jovens foram afetados e Olhares sobre os dados da pesquisa de opinião: Juventudes e a Pandemia do Coronavírus. No primeiro, são tratadas informações do contexto social, político, econômico e de saúde relacionadas ao rejuvenescimento da pandemia – estudado e divulgado amplamente pela Fiocruz, particularmente no ano de 2021; no segundo, autores convidados trazem diferentes perspectivas sobre as condições de vida e saúde das juventudes brasileiras e os artigos são organizados em sessões temáticas: Saúde e autocuidado; Trabalho, território e educação; Gênero e raça; Informação e comunicação; Vida pública.

A apresentação da publicação é da presidente da instituição, Nísia Trindade Lima. Em seu texto, ela afirma que o livro foi pensado para ser de amplo acesso à população e valoriza seu potencial para subsidiar o trabalho de outros pesquisadores, gestores de políticas públicas, ativistas e lideranças sociais atentos às realidades e necessidades da população jovem.

André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz e um dos organizadores do livro, destaca a relevância de publicações como essa para reforçar reflexões e práticas dirigidas a esse segmento da população. Para ele, os resultados das análises publicadas revelam a importância de um olhar sobre a condição juvenil contemporânea em conformidade com os marcos legais de políticas públicas de juventude no Brasil.

“O campo da saúde tem um desafio duplo: avançar na compreensão da realidade cada vez mais complexa da juventude em sua diversidade etária e responder aos anseios dos jovens pelo direito à saúde. Essa publicação serve para amadurecer a reflexão sobre esses desafios”, afirma.

Agenda Jovem Fiocruz é uma plataforma colaborativa voltada para as juventudes brasileiras que articula temas do Sistema Único de Saúde (SUS) com a Política Nacional da Juventude. A iniciativa conta com o suporte institucional da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz e é vinculada à Presidência da Fundação.

Confira aqui!

Publicado em 19/08/2022

Especialista inglesa debaterá financiamento da saúde e novas parcerias em Seminário internacional

Autor(a): 
Isabela Schincariol

A escassez ou insuficiência de recursos destinados à Atenção Primária à Saúde é uma realidade nos mais diferentes países, fato acentuado durante a pandemia de Covid-19, que exacerbou igualmente inúmeras outras desigualdades mundiais. Para debater a temática do financiamento da Atenção Primária a partir de uma perspectiva global, a Fiocruz vai receber, em 26 de agosto, às 9h, a diretora da Escola de Saúde Pública e Política, da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM), Kara Hanson. O seminário internacional é realizado no âmbito do Programa Institucional de Internacionalização (Capes PrInt-Fiocruz).

O evento será híbrido, podendo ser acompanhado online pelo canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no Youtube - em português e em inglês - ou de forma presencial no auditório Maria Deane do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), localizado no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Financiamento da Atenção Primária à Saúde: uma perspectiva global - assista ao evento em português
Financing Primary Health Care - assista ao evento em inglês

Além de alunos e pesquisadores da Fiocruz que estudam o tema, o público-alvo do encontro são também gestores e especialistas que discutem a atenção primária com especial interesse no financiamento da saúde de um modo geral.

O debatedor será Eduardo Melo, que é especialista na área e pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio (Daps/Ensp/Fiocruz).

Kara Hanson, que é especialista e professora na área de economia dos sistemas de saúde, debaterá a questão cerne do encontro abordando os atuais desafios do financiamento da atenção primária para os países, tendo como pano de fundo a enorme dificuldade que os sistemas enfrentaram devido a carga acentuada pela pandemia. 

O debatedor do encontro será Eduardo Melo, médico sanitarista e pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Daps/Ensp/Fiocruz) e professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense ((ISC/UFF).

Em julho de 2022, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, em uma missão internacional, visitou a London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e outras instituições de ensino e pesquisa da Inglaterra para tratar de novos acordos e cooperações. Na ocasião, ela convidou Kara Hanson para esta visita, na qual também discutirão possibilidades de parceria entre as instituições, em reunião na tarde do dia 26/8. 

Publicado em 16/08/2022

Inscrições abertas para curso sobre síndromes pós-virais e deficiências

Autor(a): 
Fabiano Gama

Estão abertas as inscrições para o curso presencial Quando as epidemias terminam: síndromes pós-virais e deficiências. Oferecido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC), o objetivo é conectar a história de epidemias de doenças virais com a história social de seu legado de mais longo prazo para a população e refletir sobre os conhecimentos e práticas necessárias para minimizar essas consequências. As inscrições estão abertas até o dia 16 de setembro no Campus Virtual.

Inscreva-se já!

O curso discute as consequências biopsicossociais das grandes epidemias/pandemias. Relaciona o rescaldo de surtos de doenças virais com a história social de incapacidades e acompanhará o caso específico de “distúrbios funcionais” – patologias caracterizadas por sintomas, como dor, fadiga ou manifestações neurológicas, que não podem ser evidenciados por testes objetivos. Essas patologias são vistas por alguns especialistas como pelo menos parcialmente psicossomáticas, sendo, portanto, negligenciadas e/ou estigmatizadas.

As grandes epidemias normalmente seguem uma narrativa bem estabelecida: elas têm um ponto de partida, um período caracterizado pelo rápido aumento das infecções, sua estabilização e depois seu declínio, trazido por intervenções humanas, aumento da imunidade do rebanho, mutações do patógeno ou ambos. Uma vez superada, a epidemia tende a ser rapidamente esquecida, embora algumas pessoas por ela afetadas sofram sequelas de longo prazo. Tematizar as vítimas de um evento que se busca esquecer é fundamental para compreender a parte oculta da doença e as possibilidades de intervir em seu processo para benefício da população.

Espera-se que os participantes adquiram conhecimentos e ampliem as reflexões sobre os aspectos menos conhecidos do legado social dos eventos epidêmicos. Também objetiva-se ampliar a visão crítica dos participantes nas questões relacionadas aos determinantes sociais da saúde, as iniquidades e as questões interseccionais que levam às diferentes formas das epidemias atingirem as diferentes camadas da população.

São 25 vagas disponíveis. As aulas serão realizadas de 5 a 31 de outubro, das 13h30 às 17h. O critério para seleção é análise de carta de interesse e currículo, enviados durante o processo de inscrição. O resultado será divulgado em 30 de setembro.

Publicado em 28/07/2022

Pesquisa TIC Educação mostra dados de atividades pedagógicas na pandemia

Autor(a): 
Cetic

A pesquisa TIC Educação 2021, divulgada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIbr), revela que a maioria dos professores realizou atividades pedagógicas de forma remota ou híbrida no segundo ano de pandemia. A pesquisa mostra, também, que a conectividade e a formação docente ainda são entraves para a realização de atividades de ensino e de aprendizagem com o uso de tecnologias digitais.

Confira todos os indicadores em https://cetic.br/pt/pesquisa/educacao/indicadores/

Objetivos da pesquisa

Realizada desde 2010, a pesquisa entrevista a comunidade escolar (alunos, professores, coordenadores pedagógicos e diretores) para mapear o acesso, o uso e a apropriação das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em escolas públicas e privadas de educação básica.

Áreas de investigação

Os indicadores desenvolvidos pela pesquisa TIC Educação contemplam as seguintes unidades de análise: escolas, alunos, professores, coordenadores pedagógicos e diretores. Para cada público que participa da pesquisa, informações sobre acesso e uso de TIC são investigados, tais como:

Em escolas:

  • Infraestrutura de TIC nas escolas;
  • Uso de tecnologias em atividades de gestão escolar;
  • Existência de projeto de formação para os educadores e a comunidade escolar sobre o uso de tecnologias;
  • Inserção de TIC ao currículo.

Para alunos:

  • Perfil de uso de dispositivos e redes;
  • Habilidades no uso destas tecnologias;
  • Desenvolvimento de competências a partir do uso de tecnologias;
  • Uso de tecnologias em atividades de aprendizagem;
  • Orientação para o uso crítico, seguro e responsável de TIC.

Para professores, coordenadores pedagógicos e diretores:

  • Perfil profissional;
  • Perfil de uso de dispositivos e redes;
  • Habilidades e formação específica para o uso de TIC;
  • Uso de TIC em atividades educacionais e de coordenação;
  • Percepção sobre oportunidades e desafios para o uso dessas tecnologias no ambiente escolar.

Apoio institucional

A pesquisa conta com o apoio institucional do Ministério da Educação (MEC), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), da  Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e de especialistas vinculados a organizações não governamentais e a importantes centros acadêmicos.

Referências internacionais

A pesquisa foi desenvolvida inicialmente com base no referencial metodológico proposto nos relatórios InfoDev, do Banco Mundial, e no estudo Sites 2006 (Second Infomation Technology in Education Study), da International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA). Atualmente a pesquisa se alinha aos manuais produzidos pelo Unesco Institute for Statistics (UIS/Unesco).

Metodologia

A pesquisa tem abrangência nacional e considera as escolas públicas (municipais e estaduais) e privadas (a partir de 2011). Para a seleção da amostra é utilizado o cadastro construído anualmente pelo Censo Escolar conduzido pelo Inep. Em áreas rurais (a partir de 2017), são selecionadas escolas públicas e privadas também cadastradas no Censo Escolar.

As entrevistas são realizadas presencialmente (Computer-assisted personal interviewing - CAPI) para alguns públicos e por telefone (Computer-assisted telephone interviewing - CATI) para outros respondentes.

Publicado em 27/06/2022

Covid-19: Nota Técnica reitera importância da manutenção de aulas presenciais

Autor(a): 
Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

A Fiocruz divulgou nova nota técnica sobre a manutenção das atividades presenciais nas escolas diante de um contexto que ainda é de pandemia. O grupo de trabalho (GT) formado por pesquisadores da Fundação que elaborou o texto reitera a importância da manutenção de aulas presenciais, resguardado o afastamento de casos positivos e de sintomáticos respiratórios, enfatiza que é necessário ter disponibilidade de testes para Covid-19 na comunidade escolar e recomenda que seja dada prioridade à vacinação (doses de reforço) aos trabalhadores da educação. Ainda de acordo com o documento, situações identificadas como agravos associados à Covid-19 devem ser referenciadas para as equipes de atenção primária à saúde, vinculadas a unidades básicas de saúde. Os pesquisadores ressaltam que as escolas são equipamentos seguros e essenciais, por serem promotoras e protetoras da saúde. 

“Decorrido todo este tempo de convivência com períodos de maior ou menor transmissão do Sars-CoV-2, pode-se afirmar que as atividades presenciais nas escolas não têm sido associadas a eventos de maior transmissão do vírus”, afirmam os pesquisadores. Segundo o GT, “a detecção de casos nas escolas não significa necessariamente que a transmissão ocorreu nas escolas. Em sua maioria os casos são adquiridos nos territórios e levados para o ambiente escolar. Nesse sentido, a experiência atual, comprovada por estudos científicos de relevância, revela disseminação limitada da Covid-19 nas escolas”.

De acordo com a nota, pelas características da doença, padrão de disseminação nas diferentes faixas etárias e efeitos da vacinação, é possível afirmar que a transmissão de trabalhadores para trabalhadores é mais frequente do que a transmissão de alunos para trabalhadores, trabalhadores para alunos ou alunos para alunos. Portanto, aconselham os pesquisadores, medidas de proteção devem ser adotadas em todos os ambientes escolares, com priorização das estratégias direcionadas à redução da transmissão entre trabalhadores (por exemplo: espaços de convívio e ênfase no rastreio de casos e contatos).

A nota destaca que foi identificado um maior uso de autotestes após a liberação no Brasil. No entanto, chama a atenção para o difícil controle de sua execução correta, bem como as dificuldades de notificação, embora reconheça que os autotestes têm sido importantes para o isolamento precoce dos casos.

O documento lembra que o controle da pandemia resultou, em 2022, na retomada plena das atividades presenciais nas escolas, constatando as consequências e prejuízos pedagógicos e psicossociais da pandemia Covid-19. Assim, é imperativo buscar reconstruir as rotinas escolares e seus projetos pedagógicos. A nota afirma que, no atual momento epidemiológico, não são recomendadas novas interrupções das atividades escolares.

Os pesquisadores sublinham, porém, que “com o inverno, as viroses respiratórias têm sua incidência aumentada. É necessário rever os protocolos para melhor gerenciar os riscos. Assim, atenção especial à ventilação dos ambientes, higiene das mãos e uso de máscara nos sintomáticos leves devem ser incentivados. Essas medidas são importantes para todas as viroses respiratórias”.

O documento informa que em 21 de junho o Brasil apresentava 77,8% com ciclo completo de vacinação da população total e 85,5% para a população elegível acima de 5 anos. No entanto, somente 46% com ciclo completo (todas as doses de reforço) da população total e 55% da população vacinável com reforço acima de 12 anos. Na faixa etária entre 5 e 11 anos há 13.056.571 (63,69%) de crianças com a primeira dose e somente 7.967.345 (38,86%) com a segunda dose, números aquém do necessário para uma imunização coletiva completa. Segundo os pesquisadores, essas informações revelam um maior risco para internação, gravidade e morte relacionadas aos não vacinados completamente.

“É necessário um avanço nas taxas de vacinação, para que possamos proteger toda população e tentar reduzir a taxa de transmissão. Alguns países iniciaram a vacinação para crianças a partir do sexto mês de idade e, com isso, aumentam a cobertura vacinal, principalmente em bebês e crianças como população fortemente carreadora do vírus Sars-CoV-2. Apesar de a vacina não ser esterilizante, no sentido de eliminar o vírus completamente, além de proteger o vacinado contra as formas graves da doença ela reduz a carga viral do contaminado. O Brasil precisa avançar na vacinação para as doses de reforço para as populações mais vulnerabilizadas e definir a vacinação para a faixa etária acima dos seis meses, como forma de reduzir a carga viral circulantes nas escolas e em outros ambientes”, reforça a nota técnica.

O GT da Fiocruz é um grupo constituído em setembro de 2020 com o objetivo de orientar o retorno, o mais seguro possível, às atividades escolares presenciais na condição da pandemia de Covid-19, sempre avaliando o contexto epidemiológico, o avanço da cobertura vacinal e priorizando a vigilância em saúde como tripé fundamental nessa orientação. Os diversos documentos publicados pelo grupo desde então refletem os diferentes momentos e contextos epidemiológicos enfrentados, desde a condição de não retorno presencial até o retorno integral proporcionado pela ampla cobertura vacinal, queda na mortalidade e redução no número de casos.

Acesse aqui a nota técnica.

 

 

Imagem: Freepik 

Publicado em 25/05/2022

No aniversário da Fiocruz, CVF destaca o papel da educação no enfrentamento da pandemia e desigualdades

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Nesta quarta-feira, 25 de maio, a Fundação Oswaldo Cruz comemora 122 anos. Há mais de um século essa instituição trabalha para o desenvolvimento e fortalecimento da ciência, saúde, educação e tecnologia brasileiras como um compromisso com a sociedade para o pleno direito à saúde, com base na consolidação do Sistema Único de Saúde, o nosso SUS. A educação é um dos pilares estratégicos da Fiocruz para a redução das desigualdades e um dos principais caminhos para a construção de um mundo mais justo, saudável e democrático, tendo sido fundamental para o enfrentamento da pandemia em todo o país.

O papel transformador da educação

A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC), Cristiani Vieira Machado, destacou que as atividades de educação estão presentes desde a criação da instituição, e atualmente são muito transversais e estão presentes em todas as suas unidades e escritórios, nos diversos estados, além de forte componente internacional. Para ela, é a formação que permite a transformação estrutural das práticas.

“A educação tem caráter estratégico para a formação de quadros para o SUS e o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia. Nesse sentido, que é relevante termos cursos e ações de formação em relação a tudo que nós fazemos. Não basta fazermos, temos que estar sempre formando pessoas para que façam também.  Nossas ações educacionais vão desde o ensino técnico profissionalizante, passando por especializações, residências em saúde, mestrado acadêmico e profissional, até o doutorado. E, apesar de não oferecermos graduação, trabalhamos com esses jovens por meio da iniciação científica, recebendo também alunos de graduação de outras universidades. Nós produzimos vacinas e medicamentos, mas também formamos profissionais para desenvolverem tecnologias e produzi-los. O mesmo vale para a assistência. Oferecemos assistência hospitalar e ambulatorial, mas formamos pessoal na área, tanto para o atendimento de boa qualidade como para fazer pesquisa clínica. Nossas ações educacionais estão também interligadas a ações de pesquisa e aos diversos tipos de atividade fim da Fiocruz”, detalhou Cristiani.

Atualmente, a instituição apresenta 48 programas de pós-graduação stricto sensu, além da oferta de 45 cursos de especialização e 31 programas de residência em saúde. Além disso, mantém forte atuação na qualificação profissional para o SUS, por meio da oferta de inúmeros cursos, presencial e à distância (EAD), que, por suas características e possibilidades de formação em escala, agilidade e abrangência, alcançam milhares de profissionais, desde os menores municípios brasileiros até longínquos países, com destaque para a expansão do Campus Virtual Fiocruz (CVF), um portal voltado para a educação aberta e gratuita de grande alcance.

No que tange à capilaridade de nossas ações educacionais, a Coordenadora-Geral de Educação da Fundação, Cristina Guilam, ressaltou o alcance e os diversos níveis de formação oferecidos pela instituição. “Historicamente, a Fiocruz se volta para a formação de quadros em todo o Brasil, o que é impulsionado por sua presença nacional e pelas parcerias que estabelece com instituições locais e regionais. Além desse aspecto de integração nacional, a Fiocruz tem um forte compromisso com a internacionalização da educação, tanto do ponto de vista da cooperação Norte-Sul como no âmbito da cooperação estruturante, apoiando o fortalecimento de instituições de países da América Latina e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palops)”, comentou ela.

Com o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, a Fiocruz lançou mão de sua já consolidada experiência em EAD, além da adaptação ao ensino remoto e ao uso de plataformas virtuais para responder aos novos desafios impostos, permitindo a continuidade da oferta de seus cursos, nos diferentes níveis de formação, cumprindo, assim, sua missão na educação permanente e na formação para o SUS. O Campus Virtual Fiocruz auxiliou nesse processo, compartilhando conhecimentos qualificados para profissionais e a população.

A educação na Fiocruz

Dados do Relatório de Atividades 2021 e subsídios para o Planejamento 2022 da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (VPEIC) detalham que, em 2021, a Fundação apresentava 48 programas de pós-graduação stricto sensu inseridos em 13 áreas de avaliação da Capes: 39 oferecidos especificamente pela instituição, 3 em rede, 2 em associação e 4 em colaboração. Mesmo em meio à pandemia, ao todo, foram realizadas 738 defesas finais, sendo 332 de mestrado acadêmico, 233 de doutorado acadêmico e 173 de mestrado profissional. No mesmo ano, houve a oferta de 41 cursos de especialização presenciais em 11 unidades ou escritórios e 4 na modalidade EAD, totalizando 45 ofertas. Além disso, em 2021, a Fiocruz manteve a oferta de 31 programas de residência em saúde credenciados pelo Ministério da Educação (MEC), sendo 13 de Residência Médica, 18 em área profissional (5 em Enfermagem e Multiprofissional). Dois desses programas são em cooperação entre a Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (MS). No conjunto dos 31 programas, 543 residentes ingressaram no ano de 2021. E também foram realizadas 209 certificações em residências e 269 em especializações (presencial e EAD).

Por meio do Campus Virtual Fiocruz, a Fundação vem desenvolvendo uma enorme gama de cursos sobre diferentes temas. Somente no âmbito da pandemia, foram oferecidos 73 cursos voltados especificamente ao enfrentamento da emergência sanitária, os quais contabilizaram, até 2021, mais de 430 mil alunos nessa grande rede.

Em meio a esforços de produção, superação e adaptação, o Campus Virtual Fiocruz desenvolveu onze cursos próprios sobre a temática da Covid-19, produzidos e publicados em caráter de urgência, que juntos somam, até abril de 2022, quase 137 mil alunos inscritos. Além disso, também fomentou o crescimento do ecossistema Educare, uma plataforma de recursos educacionais abertos (REA), que conta com mais de 1.200 materiais disponíveis, como cursos completos, vídeos, áudios, apresentações, exercícios, jogos e outras iniciativas voltadas ao aprendizado e compartilhamento do conhecimento. Todos disponíveis em acesso aberto.

Conheça algumas iniciativas recentes da Fiocruz na área da Educação:

 

 

Páginas

Subscrever RSS - pandemia