O curso de Introdução à Ciência em Animais de Laboratório, um dos mais procurados do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz), será oferecido de forma remota em agosto. A formação abordará conceitos básicos e necessários para a compreensão acerca do trabalho desenvolvido em áreas de criação de animais de laboratório, com foco na capacitação de profissionais para desenvolverem suas atividades pautadas no bem-estar animal. O curso é voltado à egressos do Ensino Médio, técnicos em biotérios, graduandos em carreiras da área da saúde e interessados na área. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até 31/7.
O curso tem duração de 30 horas, distribuídas em duas semanas, com aulas online ministradas via plataforma Zoom, de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 16h30. Serão oferecidas 60 vagas e a lista dos candidatos selecionados será divulgada em 6/8 via e-mail e na plataforma Siga. As aulas começam em 10/8.
Acesse a chamada de seleção pública para mais informações.
Introdução à Ciência em Animais de Laboratório - modalidade remota (ICTB/Fiocruz)
Aulas: 10 a 21/8
Horário: 13h30 às 16h30
Transmissão: Plataforma Zoom
Inscrições: até 31/7
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou o Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19, que reúne normas e diretrizes para a retomada das aulas em segurança. O manual traz informações facilmente acessíveis, destacando as questões sanitárias, aspectos sobre a transmissão da Covid-19 e a implementação de boas práticas de biossegurança que possam contribuir para a promoção da saúde e a prevenção dessa doença nas escolas.
Segundo a coordenadora-geral de Ensino Técnico da EPSJV, Ingrid D’avilla, que fez parte da equipe de elaboração do documento, o manual poderá contribuir para a tomada de decisão pelos gestores, trabalhadores e a comunidade das instituições de ensino. Para ela, o manual se compromete com a explicitação de fundamentos técnico-científicos da biossegurança, que necessariamente precisam ser discutidos a partir de uma perspectiva pedagógica e de ênfase na proteção à vida. “Sua importância reside tanto na possibilidade de incentivar mudanças nas estruturas das escolas, sobretudo, naquelas em que historicamente houve naturalização de péssimas condições; como também na decisão de que, além do contexto epidemiológico local, ter ou não ter capacidade de implementar determinadas ações deve ser um impeditivo ético para a reabertura de escolas”, ressalta.
No manual, a EPSJV reconhece a realidade das escolas brasileiras, que possuem condições distintas de infraestrutura, recursos financeiros, adequação de força de trabalho, interlocução com o sistema de saúde, entre outros, para conseguirem uma perfeita adaptação às orientações. “Assim, consideramos de fundamental importância que tais normas e diretrizes façam parte do horizonte de modificações possíveis que a gestão pública deve implementar para garantir o retorno às atividades de ensino presencial com segurança para professores, estudantes e todos os trabalhadores da área da educação”, diz o texto.
“É muito importante que os protocolos de biossegurança considerem o contexto epidemiológico da Covid-19, ou seja, não existem protocolos dissociados do contexto. Em qualquer plano de retorno ou reabertura das escolas deve se considerar três perguntas sobre a situação epidemiológica local: a Covid-19 está controlada no território?; O sistema de saúde tem condições de responder ao aumento de casos?; O sistema de vigilância em saúde pode identificar a maioria dos casos e os seus contatos?. Todos esses aspectos precisam ser pensandos antes de se decidir pela reabertura das escolas. E como são aspectos muito complexos, devemos pensá-los sempre em sinergia com a produção científica das outras unidades da Fiocruz e das universidades públicas”, diz Ingrid.
A coordenadora destaca que alguns protocolos que já existem são restritos e apresentam apenas listas de ações para boas práticas nas escolas. “Nem sempre as recomendações contemplam fundamentação científica, muitas vezes, são apenas repetições de determinadas palavras que já foram incorporadas ao senso comum”, observa, e explica: “Quando os protocolos recomendam a adoção de rodízios nas escolas, por exemplo: o que essa expressão significa? Como ela pode ser parte de um conjunto de ações e medidas que protejam vidas?”, diz ela acrescentando que deve ser pensado o significado da palavra rodízio: “Estamos falando de alternância dos estudantes? De rodízio como mecanismo para redução da frequência das atividades presenciais? Como possibilidade de redução de fluxo de pessoas no ambiente interno das instituições, sobretudo, na primeira fase dos planos de retomada? Ou seja, é uma expressão que por si só não dimensiona o caráter de um retorno gradual”.
O manual está organizado em quatro partes: Sobre a Covid-19; Sobre a organização geral da escola para atividades de ensino presenciais; Recomendações gerais para o deslocamento; e Sugestões para a saúde do trabalhador. “Embora esse manual se refira às escolas de modo geral, é importante reconhecer que as discussões não contemplam aspectos específicos dos diferentes níveis e modalidades educacionais. Sendo assim, optou-se, portanto, por um recorte mais transversal”, explica Ingrid.
Parcerias institucionais
Além de produzir o manual para orientar outras escolas sobre o retorno às atividades presenciais no contexto da Covid-19, a Escola Politécnica tem recebido diversas solicitações para a participação em debates com outras instituições de ensino e sindicatos sobre o tema. Nesse sentido, a EPSJV está promovendo, em parceria com o Sindicato dos Servidores do Colégio Pedro II, uma série de lives para discutir as propostas de reabertura das escolas federais do Rio de Janeiro. Além disso, a Escola Politécnica está realizando reuniões com o Grupo de Trabalho sobre Protocolos Sanitários, Pedagógicos e de Acolhimento para retorno às atividades presenciais do Colégio Pedro II (campus Engenho Novo II), e formulando um projeto intersetorial para discussão sobre o retorno seguro com as escolas e as creches públicas de Manguinhos.
A diretora da EPSJV, Anakeila Stauffer, destaca que a EPSJV recebe, atualmente, muitos questionamentos de outras instituições públicas de ensino do Rio de Janeiro sobre quais seriam as soluções mais coerentes para as atividades escolares no contexto da pandemia. Para respondê-los, a Escola Politécnica tem fomentado a criação de um fórum permanente das escolas públicas do Rio de Janeiro e está contribuindo na organização e nas ações do ‘Fórum de Articulação Educação Básica e Universidade na Baixada Fluminense do RJ: pelo direito à vida e defesa da ciência, lançado no dia 03 de julho em parceria com a Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/Uerj).
Para Anakeila, a importância da parceria com outras instituições está no fortalecimento do papel da Fiocruz e da Escola Politécnica como instituições de Estado comprometidas com a defesa da vida, e na constituição de redes com outras escolas públicas, pois a cooperação nacional e internacional sempre foram marcos da Fundação. “Todos os esforços que construirmos serão importantes, mas insuficientes já que os desafios já existentes na educação brasileira antes da pandemia serão intensificados. Para responder esses desafios, as escolas precisarão de uma ação intersetorial, além de financiamento compatível com o novo momento”, aponta.
Leia aqui o Manual sobre biossegurança para reabertura de escolas no contexto da Covid-19.
“O encontro da comunicação pública feito pela Fiocruz é de interlocução. É a ampliação do lugar de diálogo, é o mundo real, pois abarca muitos outros atores além dos docentes, discentes e especialistas em saúde já envolvidos. O lugar da comunicação na educação é o lugar da escuta”, apontou o coordenador e editor-chefe do Programa Radis, Rogério Lannes, durante o terceiro painel dos Encontros Virtuais da Educação, organizado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Além do Radis, a sessão reuniu representantes do Canal Saúde, VideoSaúde Distribuidora e Revista Poli. O vídeo das apresentações está disponível, na íntegra, no canal do Campus Virtual Fiocruz no youtube.
A coordenadora geral de Educação, Cristina Guilam, abriu o evento ressaltando a importância dos laços de conexão, em especial neste momento de afastamento social imposto pela pandemia. Os Encontros Virtuais da Educação surgiram devido à necessidade de adaptar ações da área de educação da Fiocruz frente a suspensão das aulas presenciais. O terceiro painel aconteceu em 20 de julho. O próximo encontro já está marcado: será no dia 27 de julho sobre o tema Editoria científica e saúde.
A TV que chega nas periferias e interiores do Brasil
A coordenadora-geral do Canal Saúde, Márcia Corrêa e Castro, iniciou sua apresentação comentando as inter-relações dos campos da educação e comunicação e defendeu que “não existe processo educativo sem comunicação nem comunicação despida de toda intencionalidade educativa”. Ela lembrou que o Canal Saúde surgiu em 1994 como um projeto de comunicação que pudesse atender algumas demandas da área, como a disseminação de informações sobre promoção da saúde e o conceito ampliado de saúde, que, naquele momento, ainda era uma ideia nova, além da preocupação em fortalecer o controle social e o debate público sobre saúde. Ela detalhou cada um dos programas do Canal, seu público e abrangência e ressaltou o uso dos materiais e programas por docentes e alunos para fins educacionais.
“Hoje, depois de uma longa estrada, nosso maior propósito é conseguir ampliar o debate sobre a saúde pública no Brasil, chegando a pessoas que usualmente não teriam acesso a tal discussão”, disse Márcia. O Canal Saúde vai ao ar para todo o país com recepção por antena parabólica comum. Esse é o principal meio de disseminação da programação considerado por eles. “Somos muito assistidos nas periferias e interiores e é lá mesmo que queremos estar!”, reconheceu ela, explicando ainda que o Canal também pode ser assistido pela internet, na TV aberta (canal TV Brasil) e por meio do seu aplicativo, que já está disponível gratuitamente para androide. Além disso, alguns programas são transmitidos em canais de TV por assinatura.
Democratização da comunicação pública e divulgação audiovisual
O chefe da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, Paulo Castiglione Lara, rememorou o contexto de criação do projeto há 32 anos: “ele nasceu no âmbito da reforma sanitária e da criação do SUS a partir da necessidade de atuação da Fiocruz no campo da divulgação audiovisual, com forte ligação com a educação. Seguimos até hoje trabalhando com a proposta de usar o audiovisual para tratar de temas da ciência e saúde de forma ampliada, buscando sempre a perspectiva dialógica e ações que contribuam para a democratização da comunicação pública”.
Além das produções audiovisuais institucionais e das estratégias de captação de vídeos em parceria com outras instituições e produtores independentes, ele ressaltou ainda a estratégia de distribuição, exibição e circulação dos vídeos entre instituições de ensino, escolas, sindicatos, associações e para o público em geral. Paulo Lara detalhou as iniciativas da VideoSaúde e lembrou da chamada pública Olhares sobre a Covid-19, que está no ar com inscrições abertas até 31 de julho. A chamada visa montar um banco audiovisual público com diferentes histórias e narrativas envolvendo a doença e seus contextos, captando distintas visões e experiências sobre os impactos do novo coronavírus na vida das pessoas, cidades, ambientes de trabalho, cidades, residências, laboratórios, comunidades e instituições.
Polifonia e diversidade na comunicação pública
O coordenador e editor-chefe do Programa Radis (Reunião, Análise e Difusão de Informações sobre Saúde), Rogério Lannes, falou sobre a relação das iniciativas com a educação e abordou a polifonia e diversidade de tais projetos para a comunicação pública. “O Programa está chegando aos 40 anos de atuação, mantendo o foco no jornalismo crítico e independente em saúde pública. Há décadas trabalhamos pautas políticas relacionadas à saúde. Mas, com a criação da Revista, em 2002, novos atores, além da academia, especialistas, sanitaristas e movimentos sociais organizados, entraram em cena. É uma ideia de ampliação da polifonia, buscando equalizar as diferentes vozes, acabar com a simetria entre os que falam e os que ouvem”, defendeu Lannes.
Ele comentou que, com suas publicações, a Radis não quer apenas preencher vazios de informações. A estratégia de comunicação pública adotada, detalhou Rogério Lannes, visa levar informação aonde ela não chega, trabalhar de maneira diferente a questão da saúde, mas também disputar a produção de sentidos no lugar que mais existe acesso à informação, que é a internet e as redes sociais.
Ele concluiu sua participação apontando que pensar a educação nos tempos de hoje é considerar as desigualdades e buscar a equidade. “A comunicação pública como entendemos e trabalhamos está descrita na política elaborada conjuntamente por toda a Fiocruz. Não é apenas pensada como um instrumento de divulgação ou recursos educacional. O encontro da comunicação pública feito pela Fundação é o encontro da comunicação de interlocução. É a ampliação do lugar de diálogo, o mundo real, pois traz muitos outros atores além dos docentes, discentes e especialistas em saúde já envolvidos. O lugar da comunicação na educação é o lugar da escuta. E aproximar a comunicação pública com a educação dialógica é trazer grande contribuição com a escuta”, ponderou Lannes.
Pluralidade de vozes para o fortalecimento da comunicação pública em saúde
Jornalismo público para o fortalecimento da educação profissional em saúde. Assim começou a apresentação de Cátia Guimarães sobre a Revista Poli - saúde, educação e trabalho, da qual é jornalista, editora e também um das idealizadoras da publicação. Ela ressaltou que quando se fala de educação profissional em saúde, considera-se a intercessão entre os três campos que dão nome à revista: trabalho, saúde e educação. Como não poderia ser diferente, Cátia rememorou os primórdios da revista e seus objetivos de divulgação. O periódico foi lançado em setembro de 2008 e, segundo Cátia, nasce como parte de um projeto de comunicação pública da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, unidade da Fiocruz à qual ela está vinculada, que também mantém um portal eletrônico institucional, outras publicações impressas e redes sociais.
Cátia destacou que a centralidade do trabalho de divulgação realizado por eles é a comunicação pública. “Entendemos que o importante é divulgar o projeto de saúde, sociedade, educação e relações de trabalho que desenvolvemos a partir do conhecimento científico produzido dentro da Escola Politécnica. Divulgamos nossas linhas de ação e concepções, muito mais do que apenas projetos institucionais”, detalhou. Ela mencionou o uso da revista como ferramenta pedagógica em sala de aula por professores e alunos da própria Escola, mas também por outras instituições e cursos, que são verificadas a partir das demandas recebidas.
Ela destacou algumas produções especiais da EPSJV, como o hotsite construído em comemoração aos 10 anos da Escola e algumas publicações extraordinárias: eleições, aniversário da Constituição Brasileira e, mais recentemente, números especiais sobre educação e trabalho relacionados à pandemia. “A comunicação pública não abre mão da objetividade sob nenhuma hipótese. Fazemos jornalismo de verdade, ouvimos todos os lados e damos voz a um conjunto de pessoas. Mas isso não significa que ela não tenha um lugar. É impossível fazer comunicação numa instituição como a Fiocruz e ser indiferente ao caráter público ou não público da educação ou da saúde, por exemplo. A comunicação pública tem lugar de fala”, disse ela.
Assista aos debates:
Confira as apresentações já realizadas nos Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz:
7/7: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais
13/7: Encontro virtual debate recursos educacionais e ferramentas digitais da Fiocruz
Estudo publicado na revista médica International Journal of Gynecology and Obstetrics revelou que, do início da pandemia até 18 de junho, foram notificadas 160 mortes de grávidas e puérperas em todo o mundo por Covid-19, sendo 124 delas no Brasil. Esses números apontam que o país é responsável por 77% das mortes mundiais. O paper, intitulado A tragédia da Covid-19 no Brasil, traz outros números expondo também a falta de acesso à assistência. Atentos a esse crescente e assustador dado e considerando as especificidades desse grupo, os especialistas responsáveis pelo módulo sobre atenção hospitalar do curso online Covid-19 elaboraram uma aula sobre manejo clínico de gestantes ou puérperas para a formação. O curso é uma iniciativa do Campus Virtual Fiocruz e já conta com mais de 40 mil participantes. Ele é gratuito, autoinstrucional e as inscrições estão abertas.
O estudo, publicado em 9/7 no periódico internacional, levantou dados sobre internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pelo coronavírus (Sars-CoV2, na sigla em inglês). Para tanto, os autores utilizaram o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sive Gripe), que integra um conjunto de sistemas de monitoramento do Ministério da Saúde. No Brasil, a doença foi diagnosticada em 978 mulheres grávidas e puérperas no período analisado, com 124 óbitos. “Um número 3,4 vezes superior ao total de mortes maternas relacionadas à Covid-19 relatadas em todo o mundo até o momento final da redação do artigo”, apontaram os autores.
Eles destacaram ainda que o número de infecções por Covid-19 nesse grupo pode ser subnotificado, pois apenas mulheres com sintomas graves são testadas. Outras questões apontadas no texto foram que a maioria desses óbitos aconteceu no puerpério (período de até 42 dias após o parto), com importante associação a três comorbidades: obesidade, doença cardiovascular e diabetes; 28% das mulheres que morreram não chegaram sequer a dar entrada em uma UTI; 15% não receberam nenhuma modalidade de assistência ventilatória; entrando ou não na UTI, apenas 64% foram entubadas e ventiladas.
O paper teve a participação de Marcos Nakamura, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), bem como de um grupo de enfermeiras e obstetras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Grávidas e puérperas negras são ainda mais vulneráveis à Covid-19
“A mortalidade materna em mulheres negras devido à Covid-19 foi quase duas vezes maior que a observada em mulheres brancas”, revela nova publicação. Em nova análise, agora avaliando os dados com as lentes do racismo estrutural, o mesmo grupo de pesquisa comparou as informações de mortes, internações e atendimentos entre as mulheres classificadas como brancas ou negras. Além do perfil médio de idade e morbidade dessas mulheres serem semelhantes, os dados revelaram que as negras foram hospitalizadas em piores condições (maior prevalência de dispneia e queda de saturação de oxigênio), apresentaram maior taxa de admissão na UTI, de uso de ventilação mecânica e óbito.
Os pesquisadores apontam ainda que, no Brasil, a interseção de gênero, raça e classe social aprofunda a tragédia das mortes maternas por Covid-19, principalmente quando o país não está adotando medidas de contenção para o enfrentamento da pandemia. As informações do segundo trabalho – intitulado Disproportionate impact of Covid-19 among pregnant and postpartum Black Women in Brazil through structural racism lens e publicado em 28 de julho na área de “Doenças Clínicas Infecciosas” da Oxford Academic – foram extraídas da planilha Sive Gripe do Ministério da Saúde e incluiu casos notificados no país até 14 de julho de 2020.
O curso Covid-19 e o manejo clínico da gestante e puérpera
Um desafio muito específico sobre a temática da aula Manejo clínico da gestante e puérpera no contexto da Covid-19 (aula 6 – Módulo 3) é a interface entre os campos do manejo obstétrico, clínico e da terapia intensiva. “As gestantes e mulheres no ciclo gravídico-puerperal têm especificidades em relação às questões hemodinâmicas, ventilatórias e do controle da fisiopatologia da Covid-19”, explicou a pesquisadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do IFF/Fiocruz, Maria Mendes Gomes, que é responsável pelo conteúdo da aula juntamente com dois pesquisadores também do IFF: Maria Teresa Massari e Marcos Dias. “É nosso papel institucional superar os desafios para a qualificação profissional neste contexto de pandemia. Transpor essas adversidades é importante para a definição da prática clínica”, completou ela.
Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus
Em um esforço para contribuir com a formação de profissionais de saúde, o Campus Virtual Fiocruz lançou o curso online “Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus”. Para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, o conteúdo foi produzido e publicado em caráter de urgência, ratificando o aspecto inovador, dinâmico e responsável da formação. Ele é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios, mas pode ser cursado por todos os interessados.
Ele é composto de três módulos, que são independentes e podem ser cursados conforme necessidade do aluno, conferindo autonomia ao processo de formação.
Módulo 1 - Introdução: Conceitos e informações básicas (5 horas)
Módulo 2 - Manejo clínico: Atenção Básica (10 horas)
Módulo 3 - Manejo clínico: casos graves (30 horas)
Todo o conteúdo foi elaborado por pesquisadores e especialistas da Fiocruz envolvidos nas ações de vigilância e assistência e apresenta estratégias para conter a curva epidêmica da doença, instrumentalizando profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Eles contribuíram com textos, videoaulas e com a revisão técnica de todo o material — que é apresentado com uma linguagem simples e num formato dinâmico, interativo e atraente.
Veja também:
Fiocruz abre inscrições para módulo sobre atenção hospitalar do curso Covid-19
Mortes por Covid-19 avançam nas prisões
Fiocruz lança seu primeiro curso sobre Covid-19, online e gratuito, para profissionais de saúde
*Matéria publicada em 21/7/2020 e atualizada em 31/7/2020
Imagem: Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (IFF/Fiocruz)
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) torna público o calendário e as normas de seleção de candidatos para o Programa de Atividades de Extensão (Cursos Livres) – 3ª chamada de 2020 (setembro a dezembro), uma iniciativa com características de educação não formal voltada ao enriquecimento curricular, atualização e qualificação profissional nas áreas de atuação do IOC (acesse o regulamento). São 43 oportunidades em diferentes áreas! As inscrições vão até o dia 22 de julho de 2020. Em função da pandemia de Covid-19, as atividades presenciais dos cursos serão realizadas remotamente.
Ao todo, são oferecidos 43 curso, com exigência de níveis de escolaridade variados. Para se inscrever, basta o interessado clicar no curso desejado e, em seguida, no item ‘Inscrições’. Serão aceitas apenas as inscrições realizadas via Campus Virtual Fiocruz. Como já citado, atividades presenciais estão suspensas, pois a chamada segue as orientações gerais do Plano de Contingência da Fiocruz. Portanto, candidatos selecionados deverão ter conhecimento da forma de apresentação do curso antes do seu início. As aulas e atividades educacionais presenciais essenciais, quando mantidas, seguirão todas as orientações gerais de prevenção coletiva e individual quanto às condições do ambiente e da saúde das pessoas.
Confira a lista de cursos oferecidos e inscreva-se:
A arte no estudo de insetos
A Memória Oral da Virologia no IOC e o Desenvolvimento de Modelagem Científica para Cegos com Cienciarte – Módulo 3
Animês e mangás no ensino de Biociências e Saúde
Análise qualitativa sobre a saúde mental em profissionais de saúde frente à pandemia de Covid-19
Aplicações da Biologia Molecular no estudo da Cronobiologia
Bioecologia, Taxonomia e identificação de Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae), vetores das Leishmanioses
Biologia de moluscos terrestres e de água doce
Capacitação para a vigilância popular no enfrentamento da dirofilariose humana
Construção de Exercícios Práticos em Sistema Remoto para uma Terapia Social Criativa
Desenvolvimento de modelos a serem usados para o ensino da educação ambienta no contexto da saúde, para a formação acadêmica de deficientes visuais – Módulo I
Divulgação Científica em Entomologia
Educação em saúde sobre prevenção do HIV/Aids na Juventude: análise da literatura científica
Estudo da participação de células mieloides e linfoides na resposta imune hepática – parte II
Estudo do sucesso reprodutivo de machos de Aedes aegypti – pesquisa bibliográfica e análise estatística de dados
Estudo dos Culicoides do grupo paraensis e sua importância epidemiológica
Estudo dos efeitos da poluição luminosa sobre fecundidade e viabilidade de ovos em mosquitos Aedes aegypti
Estudos taxonômicos de Monogenoidea parasitos de peixes através de abordagens morfológicas
Etapas no desenvolvimento e submissão de manuscrito sobre contaminação do solo por HCH e DDT da cidade dos Meninos, Duque de Caxias, RJ
Etapas no desenvolvimento e submissão de manuscrito sobre a influência dos receptores dopaminérgicos e da proteína c-Fos no comportamento dos camundongos altamente agressivos Swiss Webster
Etnografia de Práticas artísticas para promoção da saúde I
Evolução de Insetos III: Holometabola
História das Práticas musicais para promoção da saúde
Identificação de células T citotóxicas induzidas com vacinas de DNA baseada
Impacto clínico e social da pandemia de Covid-19 em pacientes com tuberculose pulmonar sensível e resistente
Investigação de desfechos hospitalares de doenças crônicas em estudos epidemiológicos de coorte
Mecanismos de morte celular e virulência de protozoários parasitas
Metodologias empregadas nos estudos da taxonomia e sistemática de moluscos, com ênfase naqueles com importância para a saúde pública
Multimorbidade: desafios metodológicos na sua mensuração e análise de dados utilizando software R
Noções para o enfrentamento das parasitoses intestinais no contexto da saúde do homem
Oficina de Revisão de Artigos Científicos
Perfil das interações celulares e moleculares no sistema imune
Promoção à Saúde pela Popularização da Ciência
Qualificação em entomologia geral direcionada às coleções entomológicas – módulo III
Qualificação em Morfologia e Taxonomia de Triatomíneos – Módulo III
Revisão Integrativa da Produção Científica Sobre as Principais Espécies da Família Calliphoridae (Diptera) na Região Neotropical
Revisão e análise da filogenia molecular de Litomosoides spp. (Nematoda: Filarioidea) em espécies de roedores cricetídeos da América do Sul
Revisão Integrativa da produção científica sobre a saúde mental dos profissionais de saúde em situações de pandemia
Sensibilização de profissionais da educação e demais indivíduos envolvidos na educação de crianças do ensino fundamental, acerca do transtorno depressivo - Curso a distância – Módulo III
Taxonomia e Diversidade de Adephaga (Insecta: Coleoptera) Aquáticos
Terapia Social Criativa Construção Conceitual e Prática em Sistema Remoto
Técnicas de bacteriologia e de introdução de mutações por SDM
Tópicos em saúde comunitária relacionados às doenças negligenciadas
Utilização do cultivo tridimensional de células tumorais mamárias do tipo esferoide na busca de novas terapias anticâncer
Imagem: Peter Ilicciev - Banco Fiocruz Imagens
Em tempos de coronavírus e suas milhares de mortes diárias, é difícil pensar em outras doenças. No entanto, o Brasil sofre, continuamente, com a incidência de arboviroses urbanas transmitidas pelo Aedes Aegypti: dengue, zika e chikungunya. O boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância Sanitária, de julho de 2020, aponta que, do início deste ano até 29/6, foram notificados 874.093 casos prováveis de dengue no país, com taxa de incidência de 415,9 casos por 100 mil habitantes. Além disso, o quadro clínico dessas doenças é muito parecido com a Covid-19. Portanto, os profissionais precisam estar preparados. Agentes municipais de endemias, gestores e outros profissionais que trabalham com o controle de vetores tem uma nova oportunidade de formação: o curso Mosquitos - Bases da Vigilância e Controle, que está com inscrições abertas no Campus Virtual Fiocruz. Esse aperfeiçoamento é online, aberto e gratuito.
Além do Aedes Aegypti, mosquitos dos gêneros Anopheles e Culex podem ser vetores de agentes causadores de outras doenças, como a malária, filariose linfática e febre amarela. Apesar da existência de vacinas para algumas dessas doenças, a ementa do curso aponta a ruptura do ciclo de transmissão através de ações de combate ao mosquito vetor como uma alternativa efetiva para reduzir os riscos de transmissão de agentes etiológicos dessas doenças, reduzindo assim os riscos de epidemias.
O curso é de responsabilidade do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) e seu objetivo é aprofundar os conhecimentos dos agentes de endemias municipais a respeito do controle e monitoramento de mosquitos vetores de patógenos ao homem, conhecendo aspectos biológicos, ecológicos e comportamentais.
Esse recurso educacional é destinado especialmente a agentes de endemias dos municípios, podendo interessar também aos profissionais do serviço de saúde que trabalham na gestão de controle de vetores e gestores em saúde. Ele também pode ser cursado por qualquer pessoa interessada.
Veja aqui todos os detalhes da chamada!
*Imagem de capa: Fiocruz Imagens Fiocruz (Raul Santana)
Tecnologias educacionais, recursos abertos, ensino remoto, lives, ferramentais digitais, EAD, compartilhamentos de tela, aulas online, cursos de formação massiva e salas virtuais são termos que vem ganhando cada vez mais espaço na vida de alunos e docentes à medida que a pandemia avança. O que antes era utilizado por opção ou conveniência, agora é uma necessidade. O isolamento social impôs urgência na apropriação de meios e instrumentos digitais. Para discutir medidas possíveis e auxiliar sua comunidade acadêmica nesse processo, a Fiocruz dispõe de inúmeros recursos e vem discutindo suas potencialidades de forma coletiva. A segunda sessão promovida pela iniciativa “Encontros Virtuais da Educação” trouxe para o centro dos debates os recursos disponibilizados pelo Campus Virtual Fiocruz e pela Plataforma Educare. Confira as apresentações.
A série de debates online – formada por quatro painéis – é promovida pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e tem foco nas suas ações educacionais e capacidades. O “Encontros” nasceu da necessidade premente de divulgar e promover as diversas ferramentas e possibilidades de interação entre a comunidade acadêmica, alunos e gestores da Fundação, especialmente voltadas para a continuidade das atividades educacionais neste momento de pandemia de Covid-19.
A primeira reunião tratou da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente. As próximas já marcadas serão sobre “Comunicação Pública e Saúde: Canal Saúde, Vídeo Saúde, Revista Poli e Revista Radis”, em 20/7; e “Editora Fiocruz e Portal de Periódicos”, em 27/7. Acompanhe!
Organização, promoção e suporte ao uso de ferramentas tecnológicas digitais
O segundo painel do “Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz”, realizado em 13/7, foi apresentado pela equipe do Campus Virtual Fiocruz, que expôs, de forma didática, inúmeras ferramentas digitais disponíveis na Fundação para suporte a atividades educacionais. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, lembrou saudosa do ambiente acolhedor de uma sala de aula, mas salientou a necessidade de adaptação frente à pandemia: “Apresentamos aqui recursos já existentes que podem nos auxiliar neste contexto de crise. O que não nos impede de incorporá-los para além do ensino remoto emergencial”.
A coordenadora do CVF, Ana Furniel, comentou que o suporte e treinamento a docentes, pesquisadores e alunos são regularmente desenvolvidos pela equipe técnica do Campus, inclusive com a elaboração de materiais didáticos, mas relatou expressivo aumento de tais solicitações. “Temos feito um grande esforço para atender a demanda diversificada das Unidades no que se refere à utilização e conhecimento das plataformas educacionais disponíveis no CVF. Antes da pandemia já tínhamos começado capacitações para uso e desenvolvimento de recursos no Educare, apoio aos docentes com o ambiente virtual de aprendizagem, o Moodle, bem como com as metodologias e estratégias para produção de cursos online e materiais abertos. Neste momento de suspensão das atividades presenciais, buscamos adaptar materiais e métodos para continuar a apoiar unidades, serviços e escritórios virtualmente”, detalhou ela.
Rosane Mendes e Ana Paula Mendonça, subcoordenadoras de área do CVF, apresentaram os recursos educacionais abertos que podem ser construídos para auxiliar professores e alunos em suas aulas, bem como os processos de produção ou introdução de um curso no Campus Virtual Fiocruz. Clique aqui e acesse a apresentação de Ana Paula sobre a produção de cursos online. Apesar da riqueza de detalhes da apresentação, não foi possível abranger todos os conteúdos nem mesmo sanar integralmente as dúvidas dos quase 200 participantes do encontro. Ainda no mês de julho, será oferecido novo treinamento, dessa vez sobre a plataforma moodle - software livre de apoio à aprendiizagem. Além disso, a equipe continuará a realizar treinamentos e segue disponível para apoio específico a grupos e unidades, sob demanda dos mesmos.
Confira as apresentações do primeiro “Encontros Virtuais da Educação da Fiocruz”: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais
O Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) completa 40 anos de existência. O curso tem como foco o aprimoramento da formação de profissionais de diversas áreas, como infectologistas, parasitologistas e epidemiologistas, para que possam pensar e atuar no enfrentamento de importantes problemas de saúde pública. Em comemoração à data, serão realizados quatro seminários virtuais, a cada duas semanas, com início no dia 15 de julho. As atividades serão transmitidas online, das 10h às 12h, pelo canal do IOC no youtube. No primeiro encontro, serão discutidos os impactos da pandemia de Covid-19 na agenda global do controle e eliminação das doenças negligenciadas e outras doenças infecciosas e parasitárias.
O evento contará com as palestras do médico Pedro Albajar Viñas, representando a Organização Mundial da Saúde (OMS), do epidemiologista Marcelo Aguilar, professor da Universidade Central do Equador, e da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. Também participam da abertura do evento a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, o diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite, o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Marcelo Alves Pinto, a coordenadora da Pós-graduação em Medicina Tropical, Martha Mutis, e a representante discente da Pós, Thamiris Balthazar.
Confira a programação:
15 de julho
A Medicina Tropical e a Agenda 2030: uma visão global atualizada para o enfrentamento das doenças tropicais em tempos da Covid-19 e seus impactos
29 de julho
Dialogando sobre Covid-19: o aporte do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical no combate à pandemia
12 de agosto
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Neste mês de julho, a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz está realizando debates online sobre suas ações educacionais e potencialidades. A série de encontros nasceu da necessidade premente de divulgar e promover as diversas ferramentas e possibilidades de interação entre a comunidade acadêmica, alunos e gestores da Fundação, especialmente voltadas para a continuidade das atividades educacionais neste momento de pandemia de Covid-19. O primeiro “Encontros Virtuais da Educação” foi sobre a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA). O vídeo do evento está disponível no canal do Campus Virtual Fiocruz no youtube. Assista!
Assim como a maioria das atividades acerca do ensino remoto, o “Encontros Virtuais da Educação” nasceu da necessidade improrrogável de adaptação das ações da área de educação da Fiocruz. “Decidimos fazer as reuniões no mês de julho, uma a cada semana, pois nossa previsão é retornar as atividades regulares acadêmicas de forma remota em agosto. Sem causar, assim, conflitos de grade e agenda dos nossos alunos”, explicou a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fundação, Eduarda Cesse.
Essa iniciativa abarca quatro painéis. Além da OBSMA, realizado em 7/7, também serão discutidos os seguintes temas: Campus Virtual Fiocruz e Plataforma Educare, em 13/7; Comunicação Pública e Saúde: Canal Saúde, Vídeo Saúde, Revista Poli e Revista Radis, em 20/7; e Editora Fiocruz e Portal de Periódicos, em 27/7.
A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA)
A OBSMA é um projeto educacional da Fiocruz, realizado há quase duas décadas, que visa incentivar professores e alunos a abordarem, de forma crítica e criativa, temas transversais à saúde e ao meio ambiente e, assim, provocar discussões e reflexões acerca dos desafios cotidianos nas escolas. Recentemente, a Olimpíada lançou uma chamada inédita voltada ao envolvimento de estudantes de pós-graduação de programas da Fiocruz, na modalidade doutorado, nas atividades pedagógicas da Olimpíada. Vale ressaltar que a chamada está com inscrições abertas até o dia 31 de julho.
A apresentação da OBSMA foi realizada pela coordenadora do projeto, Cristina Araripe, que destacou os desafios e perspectivas da educação básica brasileira, em especial neste momento de suspensão das aulas presenciais e toda a discussão sobre o retorno das atividades educacionais. Ela citou a nota técnica escrita por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) sobre as implicações do retorno das aulas. “Nós, da Olimpíada, conhecemos os desafios enfrentados pela educação básica há muito tempo. Agora, eles ganharam apenas mais dramaticidade e tristeza, pois as desigualdades sociais e econômicas, que vêm de longa data, estão totalmente aparentes e exacerbadas”, lamentou.
Cristina rememorou o início das olimpíadas científicas mundiais e brasileiras e traçou um panorama sobre a divulgação científica dentro da Fiocruz, destacando especialmente a organização e consolidação da área nas últimas décadas. Ela detalhou cada uma das atividades realizadas no âmbito da OBSMA: o envolvimento de professores e alunos, a seleção de projetos, o acompanhamento junto às divisões regionais, avaliação, premiação e outros. Finalizando a apresentação, ela detalhou a chamada aos doutorandos da Fiocruz, mais nova atividade da OBSMA, e tirou dúvidas que surgiram entre os quase 150 participantes do encontro.
Assista ao vídeo da apresentação de Cristina Araripe:
Confira aqui a apresentação:
Rede de apoio, acolhimento, suporte e cuidados com a saúde mental são conceitos cada vez mais buscados e valorizados durante o período de isolamento social imposto pela Covid-19. Na medida em que o tempo passa e a pandemia avança, mostrando números trágicos em nosso país, as instituições se organizam para responder novas demandas. Os alunos da Fiocruz contam com o Centro de Apoio ao Discente (CAD), ligado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação, que oferece escuta qualificada e apoio na resolução de problemas. A coordenadora técnica da iniciativa, que existe há cerca de três anos, Márcia Silveira, falou sobre o expressivo aumento da busca dos alunos pelas iniciativas e a importância dessas ações em tempos de distanciamento social.
“A pandemia trouxe uma série de circunstâncias novas e potencialmente ameaçadoras, e trabalhamos para auxiliar a instrumentalização dos discentes no enfrentamento de dificuldades, oferecendo informações úteis, estimulando o autoconhecimento, o autocuidado e o respeito aos seus limites”, disse Márcia. Ela explicou ainda que, apesar da suspensão do atendimento presencial, o CAD permanece em funcionamento durante o horário habitual de expediente e segue atendendo aos alunos, desde o acolhimento com uma escuta qualificada, passando pela orientação para a resolução de problemas, até o encaminhamento a serviços especializados.
Os agendamentos podem ser feitos por WhatsApp, no número (21) 3882-9066 ou pelo e-mail cad@fiocruz.br.
A comunicação com os estudantes é bastante ativa por meio das redes sociais do Centro (@conexaodiscente), e-mail e WhatsApp. São disponibilizados materiais de conteúdos diversos, de cunho informativo e também recreativo. Além disso, o CAD recebe sugestões por todas essas mídias.
“Muitas pessoas nos procuram para conhecer iniciativas e ações sobre a saúde mental voltadas especialmente aos nossos alunos neste período de pandemia. Dada a natureza da Fiocruz, com forte autonomia das suas unidades, escritórios e serviços, estamos em processo de elaboração de um catálogo organizado das iniciativas existentes", disse ela lembrando que o CAD convidou toda a Fundação a participar desse levantamento, tão caro nesta situação que estamos vivendo atualmente.
Segundo Márcia, a comunicação é fundamental para a promoção e preservação da saúde: “acreditamos que saúde mental abrange não apenas intervenções diretamente voltadas para a psique, mas para tudo que, de uma forma ou de outra, interfere no bem-estar dos alunos, em suas relações e capacidade de responder aos desafios e enfrentamentos cotidianos. Não existe saúde mental desconectada do corpo, da natureza ou do contexto social”.
Ao longo da fase de distanciamento social, o CAD vem atuando de forma veemente na construção de uma rede de apoio mais arrojada para oferecer suporte aos seus estudantes. Para tanto, trabalha com parceiros internos e externos, além de ações em nível central – sob a responsabilidade do Centro e do serviço de psicologia da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST). Desde o ano passado, O CAD também está ampliando sua atuação junto aos residentes, o que envolve uma dinâmica de aproximação com tais programas da Fiocruz, buscando ações comuns em benefício a esses alunos.
Márcia lembrou que, a convite da coordenação das Residências em Saúde e do Fórum de Coordenadores de Residências em Saúde da Fiocruz, o Centro participou das discussões relativas à saúde mental, bem como da construção da Nota Técnica 01/2020 - Orientações sobre Saúde Mental e a Pandemia de Covid-19 para Residentes em Saúde da Fiocruz. Esteve presente ainda em aulas inaugurais, reuniões com discentes e no desenvolvimento da proposta de levantamento das ações de acolhimento específico para os programas de residência, que ainda está em elaboração.
Como já citado, algumas unidades, escritórios, serviços e até programas de pós-graduação da Fiocruz desenvolvem iniciativas voltadas especialmente a seus alunos. Confira algumas delas:
Fiocruz Brasília: atendimento aos residentes;
Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV): Projeto Escola Saudável, que realiza apoio psicossocial aos estudantes, responsáveis e trabalhadores da unidade; e o projeto “Respiro Poético”, atividade online durante o período de suspensão das aulas presenciais, além de podcasts e lives voltadas à saúde mental;
Instituto Oswaldo Cruz (IOC): Programa de Práticas Integrativas Complementares de Saúde (Pics), além de um canal de escuta e acolhimento por videochamada ou telefone durante a pandemia;
Fiocruz Bahia: atendimento psicológico aos estudantes, em convênio com a Universidade Federal da Bahia (Ufba);
Fiocruz Pernambuco: Serviço de Orientação Educacional, que apoia a solução de problemas e oferece escuta qualificada aos seus alunos. Rede social SOE/CPqAM.