Tradução para língua brasileira de sinais (Libras), legendagem e áudio estão entre as medidas já adotadas pela Fiocruz em seus materiais audiovisuais sobre o novo coronavírus para ampliar a garantia de informação qualificada e orientações à população. Cerca de 70 vídeos já contam com recursos de acessibilidade e a produção das unidades está crescente. Desse modo, a Fundação fortalece suas práticas informacionais e comunicacionais para serem mais inclusivas, em acordo com a política institucional para acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência e a política de comunicação adotadas. A iniciativa é do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência. Toda a produção pode ser acessada na área especial sobre o novo coronavírus, no Portal Fiocruz. Interessados no tema podem também se inscrever no curso - online, gratuito e autoinstrucional - Acessibilidade e os princípios do SUS: formação básica para trabalhadores da saúde, oferecido pelo Icict e disponível no Campus Virtual Fiocruz.
Confira detalhes da formação, que está com inscrições abertas
Acessibilidade e os princípios do SUS: formação básica para trabalhadores da saúde, oferecido na modalidade à distância (EAD), é voltado especialmente a profissionais da área de saúde, mas é aberto a todos interessados em saber mais sobre acessibilidade e práticas inclusivas. Ele é oferecido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), e foi organizado pelo seu Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade.
Composto de sete módulos independentes - O SUS e o direito das pessoas com deficiência; Deficiências e saúde - revendo modelos e conceitos; Acessibilidade - barreiras e soluções; Tecnologia assistiva; Orientações para acessibilidade na produção de materiais educativos em saúde; Introdução à surdez e Libras no contexto da saúde; Estudos de caso –, o curso tem carga horária total de 72 horas/aula. Confira!
+Veja mais em: Fiocruz lança o curso Acessibilidade e os Princípios do SUS: formação básica para trabalhadores da saúde
Fiocruz disponibiliza vídeos institucionais sobre Covid-19 com recursos de acessibilidade
Para ampliar a garantia de informação qualificada e orientações sobre Covid-19 à população, a Fundação Oswaldo Cruz tem implementado recursos de acessibilidade em seus vídeos sobre a doença, a partir de uma iniciativa do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência. Toda essa produção vem sendo reunida na área especial sobre o novo coronavírus do Portal Fiocruz e também na Biblioteca Virtual de Saúde da instituição (BVS Fiocruz), por meio de ações do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Tecnológica em Saúde (CTIC/Icict), e do Grupo de Trabalho sobre Acessibilidade da unidade (GT Acessibilidade Icict).
A implementação de tradução para Língua de sinais brasileira (Libras), de legendagem e áudio está entre as medidas já adotadas pela Fiocruz em seus materiais audiovisuais sobre o novo coronavírus. A instituição vem fortalecendo suas práticas informacionais e comunicacionais para serem mais inclusivas, em acordo com sua política institucional para acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência e sua política de comunicação, e, ao todo, já são cerca de 70 vídeos com recursos de acessibilidade sobre Covid-19 e a produção nas unidades da Fundação continua, conforme ressalta Luciane Ferrareto, coordenadora do Projeto Empregabilidade Social da Pessoa Surda, da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz. “Temos aproximadamente 100 trabalhadores surdos vinculados ao Projeto Empregabilidade e reconhecemos a importância e buscamos sempre o acesso à comunicação e informação. Diante disso, iniciamos essa ação, junto ao Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão, ainda no começo da pandemia no país. Nesse fluxo para produzir vídeos acessíveis, recebo os pedidos de tradução para Libras, encaminho aos intérpretes, recolho deles o conteúdo traduzido e encaminho aos solicitantes, acompanhando a divulgação”, explica a coordenadora.
Luciane Ferrareto aponta que o retorno dos trabalhadores surdos da Fiocruz sobre esses materiais tem sido muito positivo, como destaca Alexandre Clecius, que trabalha na Fundação a partir do Projeto Empregabilidade Social da Pessoa Surda e é também do grupo de trabalho ampliado do Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência: “É muito importante entender sobre o novo coronavírus e o que tem acontecido. Percebo que nós surdos temos ficado muito preocupados, e com medo em relação à doença. Também observo pessoas surdas sem compreender direito a situação e é fundamental termos acesso a explicações, para a própria segurança individual, para saber das resoluções. A Fiocruz tem desempenhado papel importante com a interpretação e tradução para Libras dos seus vídeos. Tenho visualizado os intérpretes, de uma maneira satisfatória, com a janela para Libras em tamanho bom, com informação variada sobre os cuidados necessários para a saúde”.
Neste contexto de pandemia de Covid-19, a Fiocruz segue o seu compromisso de divulgar informações confiáveis à sociedade, com base em sua produção científica, atuação como instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) e nas recomendações de órgãos oficiais. E garantir acessibilidade se torna necessário diante da diversidade da população e especificidades de demandas de comunicação e informação, como destaca Marina Maria, do GT Acessibilidade Icict e também do Comitê. Ela chama a atenção que, diante de um momento de crise para a saúde global como o atual, com muitos desafios, o caminho é possibilitar amplo acesso à informação: “Se reconhecemos o direito à comunicação e informação como fundamentais para o direito à saúde, precisamos levar em conta a diversidade das pessoas que recebem os conteúdos que produzimos, ainda mais nesse momento tão desafiador. Por isso, a criação da área com vídeos acessíveis no Portal Fiocruz e na BVS Fiocruz se torna tão urgente e iniciamos esse processo já sabendo que é preciso disponibilizar outros recursos de acessibilidade, como a audiodescrição, e produzir conteúdos com linguagem simplificada. Esperamos fortalecer ações neste sentido”.
Confira aqui os vídeos institucionais com recursos de acessibilidade sobre Covid-19 disponíveis no Portal Fiocruz.
Eles podem também ser acessados na BVS Fiocruz, que reúne ainda, em sua área multimídia, produções audiovisuais acessíveis sobre a pandemia desenvolvidas por outras instituições.
O Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) está com inscrições abertas para os cursos de mestrado e doutorado – 2020B. A finalidade é selecionar e classificar interessados em desenvolver projetos nas seguintes áreas de concentração: biologia celular e molecular, farmacologia e imunologia. As inscrições serão, exclusivamente, online, e podem ser feitas até 24 de junho. Ao todo, há 34 vagas, sendo 18 para o curso de doutorado e 16 para o de mestrado.
O principal objetivo do Programa é a formação de recursos humanos com alta capacidade acadêmica e científica, de modo que possam atuar em pesquisa-ensino-produção com ênfase nas áreas de biologia celular e molecular, farmacologia e imunologia.
O edital destaca que as orientações e o cronograma da Chamada 2020B poderão sofrer alterações a qualquer momento, de acordo com as recomendações de distanciamento social contempladas no Plano de Contingência da Fiocruz diante da pandemia da Covid-19.
Todas as etapas da chamada e quaisquer alterações serão publicadas na Plataforma Siga e/ou na página eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular.
Acesse os editais e inscreva-se:
Imagem: Acervo PGBCM/IOC/Fiocruz
Nos dias 25 e 26 de junho, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) retornará com suas tradicionais Oficinas Pedagógicas em um novo formato: online. Devido à pandemia da Covid-19, as atividades, antes realizadas de forma presencial, foram adaptadas e reinventadas para permanecerem como um importante canal de diálogo com professores e escolas de todo o país. Para participar é necessário realizar inscrição e as vagas são limitadas. Vale ressaltar também que as inscrições de trabalhos para a Olimpíada foram prorrogadas até 13 de dezembro.
Os temas Saúde e Meio Ambiente são indispensáveis para a formação de cidadãos brasileiros conscientes e críticos, mas muitos profissionais da educação ainda sentem dificuldades no momento de abordar essas temáticas em sala de aula. As Oficinas Pedagógicas surgiram, em 2013, para contribuir com essas questões e aproximar os professores dessas temáticas, e contam com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“As oficinas são uma importante ferramenta para divulgação científica no contexto da educação básica, os encontros online foram idealizados como uma ação para construir, em parceria com professores de todo o Brasil, novas metodologias e abordagens pedagógicas que privilegiem a transversalidade e o diálogo entre a educação e os temas saúde e meio ambiente” reforça a Coordenadora Nacional da Olimpíada, Cristina Araripe.
Para participar das Oficinas Pedagógicas online, os professores devem realizar a inscrição no site da Obsma: https://olimpiada.fiocruz.br/oficinas/. Os profissionais que acompanharem os dois dias de programação receberão certificados de participação. Confira a programação completa:
Dia 25, às 10h - Promoção da Saúde em Tempos de Pandemia
Abertura:
Cristina Araripe (coordenadora Nacional da Obsma, pesquisadora do Museu da Vida - COC/Fiocruz)
Convidadas:
Danielle Cruz (Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde)
Danielle Cabrini (pesquisadora e coordenadora do Curso de Especialização em Saúde Coletiva - Fiocruz Brasília)
Mediação:
Luciana Sepúlveda (coordenadora da Regional Centro-Oeste da Obsma, pesquisadora - Fiocruz Brasília)
Dia 26, às 10h - Educação em Tempos de Pandemia
Convidadas:
Jacqueline Girão (professora do Departamento de Didática da Faculdade de Educação da UFRJ)
Hilda da Silva Gomes (coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação do Museu da Vida - COC/Fiocruz)
Mediação:
Ana Lucia Soutto Mayor (coordenadora da Regional Sudeste da Obsama, pesquisadora do Lic-Provoc - EPSJV/Fiocruz)
Como lidar com o novo contexto educacional imposto pela pandemia e adaptar necessidades e exigências em relação ao ensino? É cada vez maior o número de ferramentas e soluções apresentadas. Mas todos sabem usar? Quais são suas diferenças? Pensando nas recentes demandas apresentadas como consequência à Covid-19, a Fiocruz vem trabalhando em articulação com um conjunto de instituições na busca de soluções tecnológicas digitais para a continuidade de suas ações de educação. Uma das iniciativas é a participação de seu corpo docente na capacitação Vídeoaulas: a experiência docente e o potencial das aulas remotas, marcada para 19/6, às 15h, no canal do youtube da MultiRio. A iniciativa é aberta e pode ser acompanhada por todos os interessados no tema.
A proposta da capacitação foi desenvolvida por especialistas da Empresa Municipal de Multimeios, da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura do Rio de Janeiro (MultiRio). Nela, serão apresentadas, em linhas gerais, as potencialidades e possibilidades de utilização dos elementos da linguagem audiovisual na produção de aulas remotas.
Articulação institucional para continuidade das ações educacionais
Há cerca de um mês, a Fiocruz, em parceria com a UFRJ, UFRRJ, UFF, Uerj, Unirio, Uenf, Uezo, Cefet e IFRJ, vem realizando encontros virtuais com vistas a encontrar, conjuntamente, alternativas e possibilidades de enfrentamento da pandemia no que se refere a ações educacionais remotas.
“Apesar de ser heterogêneo, esse grupo de instituições busca soluções viáveis comuns à pratica do ensino. Temos discutido os novos desafios frente ao isolamento social, mas não nos restringimos somente aos meios, formatos e ferramentas que serão empregados. Consideramos também falta de acesso a equipamentos de informática, à internet e outros recursos básicos”, assegurou a coordenadora-geral de Educação Adjunta da Pós-Graduação da Vice-Presidência de Educação, Comunicação e Informação da Fiocruz, Eduarda Cesse.
Segundo ela, a Rede de Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Redetec) e a MultiRio, responsáveis pela capacitação do dia 19/6, vêm participando dessas discussões com o grupo de instituições de ensino e possibilitando pensar conjuntamente soluções digitais. Eles têm um programa de capacitação que visa apoiar o Ensino Remoto Emergencial.
Eduarda ressaltou que todas as novas decisões da área de educação na Fiocruz são pensadas de forma articulada e adaptada às diretrizes do Plano de Contingência da instituição e das Orientações para o Ensino — complementares ao Plano —, que segue em constante atualização, de acordo com a evolução da doença no país e no mundo. “Dentre as necessidades de implementação está a oferta de aulas ministradas remotamente, até que se configure uma situação segura em relação ao contágio social. Para tanto, um dos pontos que merece atenção é a preparação do corpo docente para concretizar as aulas nesse formato”, explicou.
Serviço
Capacitação Vídeoaulas: a experiência docente e o potencial das aulas remotas
Data: 19/6/2020
Horário: 15h
Local: canal da MultiRio no youtube
Realização: MultiRio e Redetec
O livro Covid-19: guia prático de infectologia aborda pontos fundamentais para o manejo de pacientes com o novo coronavírus a partir das evidências científicas disponíveis até o momento. A publicação foi lançada por Alberto dos Santos de Lemos, chefe do Laboratório de Pesquisa em Imunização e Vigilância em Saúde, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e contou com a colaboração de diversos especialistas no campo da Infectologia, entre eles alunos do Programa de Residência Médica. Destinado a profissionais de saúde e estudantes de medicina, o guia está disponível em versão impressa e e-book. Os aspectos diagnósticos e terapêuticos da Covid-19, assim como os cuidados de biossegurança são abordados na publicação. Essas questões também estão entre os temas tratados no curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus, iniciativa do Campus Virtual Fiocruz, que está com inscrições abertas.
A formação Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus é composta de três módulos independentes: um sobre conceitos básicos e dois sobre o manejo clínico da doença. Os cursos são abertos, gratuitos, autoinstrucionais e oferecidos na modalidade à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios.
Saiba mais sobre o conteúdos dos módulos do cursos de Covid-19 aqui.
A obra, editada por Alberto dos Santos de Lemos, conta com diversos autores, como pesquisadores da UFRJ e dois médicos residentes do Programa de Infectologia do INI/Fiocruz. A publicação é resultado do trabalho da Comissão de Residência Médica (Coreme), em colaboração com pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Imunização e Vigilância em Saúde, ambos do Instituto. O livro, que está disponível de forma impressa e em e-book, foi publicado pela Editora Monole e receberá atualizações constantes, conforme novas evidências científicas sobre a Covid-19 forem descobertas.
Dividido em oito capítulos, também conta com um anexo sobre os aspectos radiológicos pulmonares da doença. A obra descreve as características do patógeno e sua origem, as manifestações clínicas e a história natural da doença, os aspectos diagnósticos e terapêuticos, além de cuidados de biossegurança, dentro e fora do ambiente de assistência à saúde, e as perspectivas futuras no enfrentamento da pandemia.
Ambas as versões do livro, impresso e e-book, estão disponíveis no site da editora.
Imagem do banner na home: Freepik
Apesar de ser um tema ausente dos debates públicos, até mesmo dos gabinetes de crise e planos de contingência para enfrentamento do coronavírus em grandes estados do país, a Covid-19 na população carcerária está avançando. Com menos de um 1% das pessoas presas com acesso a diagnóstico, celas superlotadas, acesso restrito à água, ventilação e grande presença de doenças como tuberculose, diabetes e HIV/Aids, os efeitos do coronavírus podem ser devastadores nas prisões do Brasil. Embora apresente grande subnotificação, o aumento de mortes por pneumonia grave e síndrome respiratória aguda grave ligou o alerta dos pesquisadores. Debruçados sobre essa importante questão, a Fiocruz Mato Grosso do Sul e o Campus Virtual Fiocruz estão desenvolvendo uma nova formação online sobre a saúde da população carcerária e a Covid-19. A formação integrará o rol de cursos elaborados pelo CVF que tratam das questões relacionadas ao coronavírus. O tema, tão caro à saúde pública, também marcou o retorno do Centro de Estudos da Ensp, em formato virtual.
O curso online Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus está no ar e é composto de três módulos independentes: um sobre conceitos básicos e dois sobre o manejo clínico da doença. A formação é aberta, gratuita, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios e está com inscrições abertas.
A nova formação, que abordará o tema da Saúde Prisional no contexto da Covid-19, será lançada em breve. A previsão é que já esteja disponível no início do segundo semestre de 2020. Fique atento e acompanhe as notícias divulgadas aqui no Portal do CVF e em nossas redes sociais.
O conteúdo dos cursos do Campus Virtual Fiocruz é elaborado por pesquisadores e especialistas da Fundação envolvidos nas ações de vigilância e assistência e apresentam estratégias para conter a curva epidêmica da doença, instrumentalizando profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus.
Os cursos sobre a Covid-19 são uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Cada aluno pode escolher quais módulos quer cursar e em que ordem. Os conhecimentos são avaliados ao fim de cada módulo. Quem cursar os módulos de forma independente (e obtiver nota maior ou igual a 70) recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com a carga horária total do curso.
A pesquisadora da Ensp e coordenadora do grupo de pesquisa Saúde nas Prisões, Alexandra Sanchéz, conduziu a sessão on-line Mortes por Covid-19 avançam nas prisões, que contou com participação da promotora de Justiça do RJ, Madalena Junqueira Ayres, e da integrante do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do RJ, Natália Damázio.
Até a data do evento, 20 de maio, a pesquisadora da Ensp afirmou que o Rio de Janeiro tinha, oficialmente, cinco óbitos notificados por Covid-19; São Paulo com doze óbitos; Pernambuco apresentava três; e Espírito Santo com dois óbitos. Os dados oficiais, segundo ela, não representam a realidade das unidades prisionais e, para comprovar sua afirmativa, citou uma revisão das mortes no Rio de Janeiro a partir de março. “Fizemos uma revisão dos óbitos a partir do mês de março, quando começou a pandemia. Somente reclassificando as mortes que não têm confirmação pelo teste diagnóstico, mas foram por pneumonia grave ou síndrome respiratória aguda grave, atingimos uma taxa de 49 em mil, ou seja, cinco vezes superior à taxa oficial só com a reclassificação dos óbitos em revisão de boletim. Isso é bastante importante”, admitiu.
Após elogiar a atuação do Distrito Federal sobre a testagem da população encarcerada, a pesquisadora lamentou a falta de transparência dos dados no Rio de Janeiro e o isolamento do Comitê de Crise da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do RJ. O aumento na taxa dos óbitos do estado reforçou a preocupação, uma vez que os meses de março e abril de 2020 mostraram elevação em relação a janeiro e fevereiro deste ano. “A taxa de mortalidade em abril foi 48/100 mil, enquanto, em fevereiro, foi de 19/100 mil. Em março, a Covid-19 contribuiu com 35% da taxa de óbito nos presídios, enquanto, em abril, ficou em 54%. Isso mostra uma tendência importante de aumento, uma vez que a taxa de mortalidade, excluindo a Covid-19, fica em torno de 20 a 25% por 100 mil”, alertou a pesquisadora.
Alexandra apresentou dados sobre a mortalidade por faixa etária no Sistema Prisional. Segundo ela, a população presa é majoritariamente jovem, e há cerca de 700 a 800 pessoas com mais de 60 anos. Apesar de a Covid-19 causar mais risco na população idosa, mais de 60% dos óbitos ocorreram em pessoas com menos de 60 anos. “Nessas pessoas mais jovens, principalmente entre 18 a 39 anos (correspondem a 50% dos óbitos pelo vírus), mais de 70% são homens com comorbidades como diabetes, Aids e tuberculose. Esses são os jovens que estão morrendo”.
A promotora de Justiça do RJ, Madalena Junqueira Ayres, falou sobre a ausência de cuidados básicos necessários à população carcerária, principalmente num cenário de pandemia. A falta de atendimento básico, de condições adequadas para isolamento dos presos, de regulação entre as unidades prisionais e o pronto-socorro geral para atendimento fora do sistema prisional (seja pelo estado ou município) e a não priorização nas campanhas de vacinação comprometem as ações de enfrentamento à covid-19 no sistema prisional, segundo ela.
A promotora lembrou que a higienização é uma das principais recomendações para prevenção do coronavírus. Nos presídios, entretanto, o cenário de precariedade das condições de higiene do próprio preso e das instalações, somados ao fornecimento inadequado de água e ausência de álcool em gel, a realidade é diferente. “Desde o início, o Ministério Público percebeu que não havia um plano de contingência para enfrentamento da covid no sistema prisional do Rio de Janeiro. O plano de resposta da Secretaria de Saúde não tinha uma linha sobre o sistema prisional. No dia 1 de abril, acrescentaram a implantação de um hospital de camapanha para 60 leitos, com respiradores do Ministério da Saúde, mas não havia uma linha sobre esse enfrentamento”, detalhou.
No âmbito nacional, há a Portaria Interministerial Nº 7, que regulamenta as medidas de prevenção para a população carcerária, tendo como premissa que todas as recomendações do Ministério deveriam ser adotadas dentro das unidades prisionais. A rigor, não deveria haver distinção de tratamento, mas isso não é observado. Há uma enorme violação de direitos dentro do sistema prisional”.
Na última apresentação, a integrante do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do RJ, Natália Damázio, criticou a falta de transparência das ações de enfrentamento da pandemia e a falta de informação sobre a situação dos presos aos seus familiares. Ela afirmou que, mesmo com a impossibilidade de inspecionar as unidades, o Mecanismo está oficiando os resídios e o Gabinete de Crise para pensar, de forma cooperativa, em melhorar as coisas. “Foram 25 ofícios, mas só tivemos reposta total para um deles”, comentou.
Apesar da necessidade das medidas de isolamento nos presídios, a palestrante reforça que a incomunicabilidade absoluta, ou seja, quando se cria uma ruptura do laço dos presos com seus familiares, é uma violação de direitos. “Foi estipulado o isolamento, que é uma medida importante para prevenção da disseminação do vírus, mas não foi pensada uma alternativa para superar, de forma alternativa, o que está posto. Uma estratégia interessante proposta pela Defensoria Pública de SP foi a instalação de telefones públicos e visitas virtuais.
A redução emergencial da superlotação das celas, medida uniformemente prescrita por todos os órgãos de direitos humanos e de saúde internacionais para discutir a possibilidade de prevenção eficaz da covid-19 também foi defendida por todos os palestrantes do Ceensp.
Confira as apresentações no Canal da Ensp no Youtube.
* Com informações de Isabela Schincariol
* Imagem de capa: Agência Brasil
Uma das principais estratégias para prevenir a infecção pelo novo coronavírus é lavar as mãos corretamente. A medida simples e eficiente também contribui para combater diversas doenças provocadas por microrganismos, como gripe, diarreia e hepatite A. Pensando nisso, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desenvolveram um jogo, para promover a conscientização sobre a prática da lavagem das mãos, de forma lúdica. O projeto foi contemplado pelo edital de Recursos Comunicacionais (jogos e aplicativos móveis), iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação.
A higienização adequada inclui, além do uso de água e sabão, uma série de movimentos que tem por objetivo cobrir todas as partes das mãos. O jogo Hiji Sushi é voltado especialmente para profissionais da saúde e profissionais que trabalham com a manipulação de alimentos, como os sushimans, por exemplo, mas é livre e pode ser acessado por todos os interessados no tema.
Os pesquisadores Tânia Zaverucha do Valle, do Laboratório de Imunomodulação e Protozoologia, e Gabriel Limaverde Sousa, do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC, ambos do IOC/Fiocruz, são os idealizadores da iniciativa. Eles alertam que descuidar do hábito, que deveria ser instintivo, pode causar danos à saúde. "Desenvolvemos um jogo eletrônico que reúne diversão e informação em saúde. Além de lavar as mãos corretamente, a ideia é lembrar que é preciso limpá-las regularmente, estimulando bons hábitos", explicou Tânia. Segundo ela, o jogo mostra que, para preparar as refeições de maneira contínua e sem causar mal a ninguém, é necessário higienizar bem as mãos. Gabriel ressaltou que uma das consequências ao esquecer disso, por exemplo, é a intoxicação dos 'clientes' do restaurante". A elaboração do jogo contou também com a colaboração de Thiago Santos Magalhães, responsável pelo design e programação, Rafael Augusto Ribeiro e Beatriz de Lima Furtado, responsáveis pela arte.
O material pode ser acessado online na Plataforma Educare, espaço para a educação aberta criado pela Fiocruz, e está disponível para download gratuito.
O material educativo foi desenvolvido ao longo de 2019 com o apoio do edital para Recursos Comunicacionais (jogos e aplicativos móveis). Na ocasião, também foi lançado um edital voltado aos recursos educacionais abertos (REA). O objetivo de ambos foi fortalecer projetos de excelência conduzidos pela da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), que desenvolve ações para contemplar os vários níveis de educação e fortalecer as diversas modalidades, como a educação a distância. Nos editais, foram inscritos jogos, livros e produtos informativos sobre importantes temas para a saúde pública, tais como: conscientização sobre os impactos do uso de drogas, juventude e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), entre outros.
Em breve, novos recursos contemplados nos editais serão divulgados.
*Com informações de Isabela Schincariol.
Os números da Covid-19 no Brasil são cada vez mais alarmantes. O país bateu novamente seu recorde de mortes por complicações pela doença: foram registrados 1.349 óbitos no dia 3/6, segundo dados do Ministério da Saúde. Em um esforço para contribuir com a formação de profissionais de saúde, o Campus Virtual Fiocruz lança mais um módulo do curso online Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. O módulo 3, que é independente como os outros dois, trata de questões específicas voltadas à atenção hospitalar. Uma novidade é a aula sobre manejo clínico de gestantes ou puérperas suspeitas ou confirmadas para Covid-19, que inicialmente não estava prevista. Em função da pandemia, para responder à demanda dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento, o conteúdo foi produzido e publicado em caráter de urgência, ratificando o aspecto inovador, dinâmico e responsável da formação.
O curso — que já conta com 36 mil inscritos em todo o país e até fora dele — é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD), permitindo que qualquer pessoa interessada se inscreva. A qualificação é dirigida especialmente a trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios. O conteúdo foi elaborado por pesquisadores e especialistas da Fiocruz envolvidos nas ações de vigilância e assistência e apresenta estratégias para conter a curva epidêmica da doença, instrumentalizando profissionais que estão na linha de frente do combate ao coronavírus. Eles contribuíram com textos, videoaulas e com a revisão técnica de todo o material — que é apresentado com uma linguagem simples e num formato dinâmico, interativo e atraente.
A coordenadora geral do curso e do Campus Virtual Fiocruz (CVF), Ana Furniel, destaca que o módulo 3, foi o mais complexo na produção. Isso aconteceu devido às discussões em torno de suportes farmacológicos. “Durante o desenvolvimento, tivemos muitas vezes que rever o conteúdo em função da divulgação de notas técnicas dos órgãos responsáveis, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde (MS), e também por conta de atualizações na literatura científica”, explica.
O módulo Manejo clínico da Covid-19 na atenção hospitalar é composto por 7 aulas, totalizando 30 horas de formação:
Aula 1 - Detecção precoce e classificação da severidade dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG)
Aula 2 - Manejo clínico inicial dos pacientes com síndrome respiratória aguda grave
Aula 3 - Investigação de imagem, laboratorial e diagnóstico diferencial da Covid-19
Aula 4 - Suporte farmacológico a pacientes com Covid-19
Aula 5 - Suporte respiratório a pacientes com Covid-19
Aula 6 - Manejo clínico da gestante no contexto da Covid-19
Aula 7 - Procedimentos de proteção e controle de infecção em ambiente hospitalar
Um desafio muito específico sobre a temática da aula 6 é a interface entre os campos do manejo obstétrico, clínico e da terapia intensiva. Essa questão foi destacada por Maria Mendes Gomes, responsável pelo conteúdo “Manejo clínico da gestante e puérpera no contexto da Covid-19”, junto com dois autores e pesquisadores também do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz): Maria Teresa Massari e Marcos Dias.
Pesquisadora e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do IFF, Maria Gomes comenta o perfil das gestantes e mulheres no ciclo gravídico-puerperal. "Elas têm especificidades em relação às questões hemodinâmicas, ventilatórias e do controle da fisiopatologia da Covid-19", diz a pesquisadora, que também é consultora das Coordenações de Saúde da Mulher e da Criança e de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde. "É nosso papel institucional superar os desafios para a qualificação profissional neste contexto de pandemia. Transpor essas adversidades é importante para a definição da prática clínica. A Fiocruz e, particularmente o IFF, não se omitiram, atuando nacionalmente na disseminação das melhores evidências disponíveis. O Portal de Boas Práticas, coordenado pelo IFF, e a nossa participação neste módulo do curso são bons exemplos disso”, completa.
Já o responsável pelo conteúdo das aulas 1 e 2 do módulo 3 é Victor Grabois, pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e coordenador-executivo do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis/Icict/Fiocruz). Sobre a detecção precoce e manejo clínico inicial da Covid-19, ele destaca que o grande desafio desta empreitada é acompanhar o ritmo de produção, inovações científicas e novidades que surgem ao longo do processo. “É um trabalho permanente de atualização e decisão sobre o que considerar como conteúdo relevante para os profissionais. Mas acredito que conseguimos, coletivamente, ser bem sucedidos nesta tarefa”, afirma.
Lançado pelo Campus Virtual Fiocruz (CVF) em 15 de abril, o curso é composto de três módulos independentes: um sobre conceitos básicos e dois sobre o manejo clínico da doença. Cada aluno pode escolher quais módulos quer cursar e em que ordem. Os conhecimentos são avaliados ao fim de cada módulo. Quem obtiver nota maior ou igual a 70, recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com a carga horária total do curso (45h).
Esta formação é uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. A iniciativa tem o apoio de diferentes unidades da Fundação: do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), da Fiocruz Brasília, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), e do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis/Icict). Conta também com a parceria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).
Clique aqui e inscreva-se já no curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus
O que é educação aberta? Para o que serve? Como utilizar recursos educacionais abertos? Como empregá-los na área de educação? Essas e muitas outras questões são abordadas e debatidas no Guia de Recursos Educacionais Abertos: Conceitos e Práticas, que acaba de ser lançado pelo Campus Virtual Fiocruz. No contexto da pandemia, está cada vez mais necessário e urgente a utilização de materiais didáticos digitais. O Guia tem como finalidade apresentar conceitos, princípios e práticas sobre REA, ou Open Educational Resources (OER, na sigla em inglês), e contou com a contribuição de parceiros da Rede REA/OER - um projeto da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), o Campus Virtual de Saúde Pública/Opas e a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
O material é dividido em duas grandes partes. A primeira aborda os conceitos, princípios e práticas sobre REA, o cenário internacional dos Recursos Educacionais Abertos, seus formatos e padrões. A segunda seção trata de questões de criação, avaliação da qualidade dos REA, seus aspectos legais e um glossário com os principais termos utilizados.
O Guia conta com uma versão navegável online, mas também pode ser baixado em pfd para impressão na Plataforma Educare.
A coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, ressalta que o Guia estabelece alguns padrões e formatos comuns, sendo um dos componentes da Plataforma EDUCARE, cuja ideia é disseminar a importância do uso e o desenvolvimento dos recursos educacionais aberto em suas diferentes utilizações”. Ela aponta ainda que o conteúdo do guia integrará também, de forma diferenciada, o próximo módulo do Curso de Ciência Aberta da Fiocruz, específico sobre Educação Aberta e REA, com lançamento previsto para o mês de agosto.
A publicação adota o conceito de REA da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que considera REA cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa ampliar o acesso ao conhecimento e apoiar as atividades de ensino. A coordenadora adjunta do CVF, Rosane Mendes, salienta que o Guia traz informações importantes para o processo de desenvolvimento de um recurso do ponto de vista tecnológico. Segundo ela, “o uso de formatos técnicos abertos facilita o acesso e reuso potencial dos recursos publicados digitalmente”, detalha Rosane.
A coordenação do Guia, assim como seu conteúdo, foi elaborado por Ana Furniel, Ana Paula Mendonça e Rosane Mendes, do Campus Virtual Fiocruz, ligado à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC).
Os Recursos Educacionais Abertos na Fiocruz
Em 2014, a Fundação Oswaldo Cruz, instituiu sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, visando garantir à sociedade o acesso gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de toda sua obra intelectual. No mesmo ano, criou um Grupo de Trabalho para discutir e propor um conjunto de diretrizes para o desenvolvimento e a adoção de REA na Fiocruz, em conjunto com parceiros, como o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas), o CVSP/Opas e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS/MS).
Nesse movimento de ampliação de cursos virtuais e adoção e construção de plataformas abertas que incentivem a construção colaborativa e o compartilhamento de conhecimentos, em 2016, criou o Campus Virtual Fiocruz, cujo objetivo é integrar as iniciativas da Fiocruz na área de Ensino, e disponibilizar Ferramentas Educacionais que colaborem com os princípios do acesso aberto, tais como o Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle, um ambiente para os seus cursos online aberto e massivo (Mooc - Massive Open Online Course, na sigla em inglês), e o Educare – Ecossistema de Recursos Educacionais.
Cuidadores de idosos, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combates a Endemias (ACE), entre outros. São muitos os profissionais da saúde que estão no combate ao novo coronavírus. Para orientá-los e informá-los no contexto da pandemia da Covid-19, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou nas últimas semanas diversos materiais de apoio para esses profissionais. Essa importante produção em acesso aberto está disponível na plataforma Educare — um ecossistema de Recursos Educacionais Abertos onde podem ser encontrados diversos materiais para pesquisas e aulas.
A cartilha Orientações para Cuidadores Domiciliares de Pessoa Idosa na Epidemia do Coronavírus – Covid 19 tem o objetivo de preencher uma lacuna, pois há pouco material disponível a respeito. É o que afirma o professor-pesquisador da EPSJV, Daniel Groisman. Segundo ele a maior parte dos materiais tem como alvo os profissionais de saúde inseridos em serviços ou, no caso dos idosos, no contexto da assistência institucional de longa permanência. “Entretanto, a maior parte da população idosa reside e é cuidada nos seus domicílios, razão pela qual priorizamos esse tema na elaboração da cartilha”, explica. Daniel ressalta que as pessoas idosas são o principal grupo de risco para a pandemia e, dentre elas, as que necessitam de cuidados são mais vulneráveis ainda. “As pessoas que cuidam, seja de forma remunerada ou como familiares, são pouco assistidas pelas políticas públicas e possuem baixo acesso a orientações e informações”.
Na cartilha, o leitor vai encontrar informações básicas sobre o cuidado no contexto pandêmico, organizadas de forma clara e acessível, que visam prevenir o contágio e promover a biossegurança no cotidiano do trabalho de cuidados, assim como minimizar danos causados pelo isolamento social prolongado para a saúde da pessoa idosa. “Além disso, há indicações de telefones úteis e links para sites, onde é possível acessar mais informações, como por exemplo, a página da EPSJV dedicada aos agentes de saúde em ação”, adianta Daniel.
Voltado, principalmente, aos trabalhadores da Educação Popular em Saúde, foi lançado também o folheto O que mais podemos saber sobre o novo coronavírus e a Covid-19?. Segundo a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Vera Joana Bornstein, o material busca orientar os agentes de saúde no trabalho educativo com a população, principalmente nas questões relacionadas à transmissão, na busca ativa de casos suspeitos e na identificação e acompanhamento de pessoas com agravos. “Uma vez que as pessoas entendam melhor como acontece a transmissão desse vírus, elas podem se prevenir da melhor forma contra ele. E, com isso, podem adotar e recomendar medidas eficazes para impedir ou dificultar essa transmissão e, assim, proteger a si, sua família, e a comunidade”, aponta.
Outro material lançado pela Escola é a Ferramenta de bolso para agentes de saúde e cuidadores na ativa em defesa da vida na epidemia Covid-19, voltada para trabalhadores da saúde que estão diretamente na luta contra o coronavírus. Segundo a professora-pesquisadora, Nina Soalheiro, o conteúdo foi produzido em conjunto com alunos do curso técnico de Agente Comunitário de Saúde e ex-alunos do Curso de Qualificação Profissional em Saúde Mental. “A grande riqueza na construção desse trabalho foi a diversidade do grupo que produziu: temos dentistas, terapeutas naturais, pessoas da educação popular, ACS e cuidadores. Um grupo com diferentes experiências e escolaridades”, destaca.
Para Nina, a ferramenta busca ser um instrumento de defesa, proteção, autocuidado e de como os profissionais podem buscar apoio e ajuda. Ela conta que o documento foi dividido pensando em uma metáfora de portas. “Nossa ferramenta de bolso tem início com informações sobre biossegurança, que seria a porta da proteção. Em seguida, apresentamos a porta do autocuidado, que são exercícios respiratórios, de ginástica laboral e de relaxamento. Por fim, temos a porta da emergência, na qual estão informações sobre como buscar apoio e ajuda”, explica. Nina, acrescenta que a ideia foi buscar uma linguagem próxima da realidade do trabalhador da saúde brasileira que, muitas vezes, trabalha em contextos de grande vulnerabilidade.
Para dar apoio à atuação dos Agentes Comunitários de Saúde, a Escola Politécnica, em parceria com a Superintendência de Atenção Primária à Saúde (Saps/Sgais/SES RJ), organizou a cartilha Orientações para Agentes Comunitários de Saúde no enfrentamento à Covid-19. Segundo a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Márcia Valéria Morosini, essa iniciativa se justifica pelo fato de o ACS ser um trabalhador que atua na linha de frente na atenção à saúde nos mais diferentes territórios, com desiguais condições de vida e saúde.
A Escola foi responsável pela revisão da primeira versão do material e a inclusão de observações gerais e sugestões específicas quanto à forma e ao conteúdo do material. “Como se trata de um material online, acrescentamos sugestões de links a outros materiais digitais que ajudam a aprofundar algum tema”, destaca Márcia.