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Publicado em 21/10/2019

Entrega de prêmios marca Semana da Educação na Fiocruz

Autor(a): 
Gustavo Mendelsohn de Carvalho (AFN/Fiocruz)

A Semana da Educação na Fiocruz teve início no Dia do Mestre (15/10), em cerimônia realizada no auditório do Museu da Vida (RJ), dedicada à entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall, do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2019, e a homenagens a alunos egressos de programas de doutorado da Fiocruz contemplados pelo Prêmio Capes de Tese. Participaram da mesa de abertura a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado; a coordenadora-adjunta de Educação, Eduarda Cesse; a vice-presidente da Asfoc-SN, Mychelle Alves; e o coordenador da Associação de Pós-graduação da Fundação (APG), Richarlls Martins.

O representante da APG disse: “Em um momento de intenso ataque à educação pública, à pós-graduação e a ciência e tecnologia no país, celebrar a Semana da Educação na instituição é mais do que fortalecer nossa produção, é marcar nossa perspectiva de democracia”. Na mesma linha, Mychelle Alves defendeu "a educação pública, gratuita e de qualidade, para que a gente tenha um país mais justo e igualitário. Hoje estamos vivendo um processo em que tudo o que faz pensar criticamente está sendo atacado”.

Eduarda Cesse chamou atenção para o fato de que 75% dos trabalhos inscritos para o Prêmio Oswaldo Cruz deste ano foram mulheres, que receberam a maioria das premiações. Ela agradeceu às autoras e autores das teses “de elevado valor para o avanço do campo da saúde, assim como aos docentes que se dedicam ao ensino e à pesquisa na nossa instituição, com trajetórias acadêmicas de alto mérito”.

O simbolismo da cerimônia de entrega dos prêmios, em meio às dificuldades do contexto atual da educação pública e da ciência no país, foi ressaltado pela vice-presidente Cristiani Vieira Machado. "É importante que possamos coletivamente valorizar o tipo de pesquisa que fazemos aqui, o entendimento da indissociabilidade entre a pós-graduação e a pesquisa, e do quanto os alunos contribuem em produzir conhecimento e trazer soluções para os problemas da nossa sociedade”, afirmou.

Por sua vez, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, enfatizou o compromisso da instituição com iniciativas e movimentos “que têm hoje a ideia central de que ciência tecnologia e educação têm que ser vistos como investimentos no futuro do nosso país, não podem ser vistos por uma lógica contábil”. Nesse sentido, referiu-se ao engajamento da Fundação e outras instituições na campanha Ciência, pra que Ciência?, impulsionada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) contra o desmonte da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela agradeceu ainda ao Conselho Deliberativo da Fiocruz pelo apoio a medida emergencial proposta pela presidência, garantindo recursos para manutenção de bolsas de pós-graduação.

Reconhecimento a professores e alunos

A primeira homenagem no evento foi a entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall à professora Cecília Minayo, somando-se a uma extensa série de títulos de reconhecimento a sua trajetória na área de saúde coletiva, particularmente em temas relacionados a violência e saúde. A ocasião trouxe uma inovação no formato do cerimonial: a professora foi entrevistada por Suely Deslandes, que foi sua orientanda e colaboradora muito próxima no Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz).

Suely ressaltou a “generosidade e a postura ético-política de parceria e de respeito ao conhecimento do outro” da homenageada, perguntando sobre momentos de sua trajetória profissional de 63 anos como professora. “Comecei com 16 anos alfabetizando crianças, e desde o início, o meu grande norte foi a questão social”. A professora viveu fora do país “naquela época de trevas” da ditadura, ao lado marido Carlos Minayo, responsável por seu ingresso na Fiocruz. “Desde que entrei aqui me sinto como um peixe na água, tenho uma gratidão imensa à Fundação”, declarou.

Respondendo sobre sua análise da formação em saúde hoje em dia, Minayo disse que parte do Brasil está em um processo regressivo e pontuou: "Mas isso não significa que a ciência e a tecnologia aqui estejam regredindo. Quanto mais difícil, maior é nossa vontade de ultrapassar os desafios. Não comungo a ideia de abaixar a cabeça e achar que não tem nada pra fazer”. Perguntada sobre o que compartilharia com os que estão iniciando a trajetória profissional como educadores, afirmou: “A primeira coisa é amar o que faz. E sempre coloque um ponto de interrogação sobre o significado do seu trabalho para a sociedade e para a população”.

Na sequência, os homenageados foram chamados para receberem individualmente seus certificados, sempre antecedidos por depoimentos em vídeo sobre suas teses premiadas. Confira os depoimentos e a lista completa dos premiados e seus orientadores. Acesse, ainda, a gravação completa do evento.

Confira a nossa galeria de fotos para mais fotos do evento!*

 

*Atualizado em 22/10/2019.

Publicado em 10/10/2019

Semana da Educação na Fiocruz: confira a programação do evento, que vai de 15/10 a 17/10

Autor(a): 
Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz)

De 15 a 17 de outubro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realiza sua Semana da Educação. Todo ano, a instituição reúne a comunidade acadêmico-científica para em torno de atividades sobre a área, como a entrega de prêmios e homenagens. Os encontros serão no Auditório do Museu da Vida, no campus de Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Evento abre no Dia do Mestre com homenagem e entrega de prêmios

Dentre os destaques da programação, está a entrega da Medalha de Mérito Educacional Virgínia Schall, no dia 15 (terça-feira), a partir das 13h30. A iniciativa foi criada em homenagem à pesquisadora Virgínia Schall, e se destina a servidores da Fiocruz, em atividade ou aposentados. Este ano, a medalha é destinada à área da Saúde Coletiva. 

A agraciada é a professora Maria Cecília de Souza Minayo. Ela é reconhecida por sua contribuição ímpar tanto para o ensino na pós-graduação no Brasil, quanto para o desenvolvimento da ciência e tecnologia e sua atuação no movimento sanitário para fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Doutora em Saúde Pública pela Fiocruz, Minayo é respeitada por sua grande experiência na área de saúde coletiva, com ênfase aos temas de violência e saúde e como editora-chefe da revista Ciência e Saúde Coletiva.

Também na terça, serão entregues dois prêmios. O Prêmio Capes de Tese 2019, que este ano será recebido por um aluno e concede duas menções honrosas a outras duas alunas da pós-graduação da Fiocruz. Já o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, reconhecerá trabalhos produzidos em quatro áreas em 2019: MedicinaSaúde ColetivaCiências Sociais e Humanas; e Ciências Biológicas Aplicadas a Saúde e Biomedicina.

Encontro com as unidades na Câmara Técnica de Educação

Nos dias 16 e 17, a agenda da Semana da Educação segue com a realização da Câmara Técnica de Educação, das 9h às 17h. No encontro, a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) e representantes das unidades estarão reunidos para debater pautas e projetos importantes em andamento.

O evento é aberto a todos. Participe!

Publicado em 09/10/2019

Confira o resultado da chamada para bolsas emergenciais para pós-graduação Stricto sensu

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz

Saiu o resultado! Já está disponível a lista dos selecionados na chamada interna para bolsas complementares à cota dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foram 18 escolhidos, de diferentes unidades da Fundação.

Mais sobre a chamada

Nesta chamada, as bolsas estavam previstas para alunos já aprovados em seleção pública dos programas, com o compromisso de dedicação integral à pós-graduação na Fiocruz, que não recebessem qualquer outra modalidade de bolsa. O número de meses de bolsa a ser concedido levará em consideração como limite o mês/ano em que o aluno completa 24 meses (mestrado) ou 48 meses (doutorado) no curso.

Acesse já o resultado aqui.

Publicação : 09/10/2019

Resultado - Chamada interna - Bolsas Emergenciais para Programas de Pós-graduação Stricto sensu

A Presidência da Fiocruz faz saber, por via da presente chamada, que estão abertas as inscrições para bolsas complementares à cota dos Programas de Pós-Graduação (PPGs).

Publicado em 07/10/2019

Pesquisa de educação e comunicação para zika conclui nova etapa

Autor(a): 
Mariella de Oliveira-Costa (Fiocruz Brasília)

Nos dias 19 e 20 de setembro, a Fiocruz Brasília promoveu, por meio do Programa de Educação, Cultura e Saúde, em parceria com o Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), uma oficina pedagógica para professores que vão ministrar as aulas do curso de Desenvolvimento Profissional em Vigilância em Saúde para o Enfrentamento das Arboviroses. O curso vai contar com apresentação de conceitos, instrumentos e técnicas básicas da vigilância sanitária, trabalho de campo com metodologia de territorialização em saúde para a elaboração de diagnósticos e planos de ação, além de atividades práticas através do Laboratório de Tecnologias Comunicativas para a Divulgação Científica.

No primeiro dia, os docentes conheceram a proposta pedagógica do curso, que possui três unidades de aprendizagem e cada uma delas com três módulos, de 16 horas, organizadas em aulas e trabalho de campo. No segundo dia, a formação foi realizada no entorno da Unidade Básica de Saúde 02 de Ceilândia, a 30 quilômetros do centro de Brasília, onde os professores puderam se apropriar das ferramentas que serão utilizadas para as atividades de territorialização. Com GPS em mãos, compreenderam como o mapeamento é importante para  identificar e localizar as informações no território; os celulares foram utilizados para a produção de imagens para potencializar a aprendizagem e a percepção da realidade social; enquanto os roteiros de observação orientaram o levantamento, a descrição e análise de informações. Eles puderam exercitar também o uso de questionários e a realização de entrevistas para compreensão da percepção dos atores sociais locais, além de  pesquisa de dados secundários e planilhas para planejamento participativo estratégico situacional.

A previsão é que até o fim do ano sejam disponibilizadas 30 vagas do curso para profissionais da saúde, da educação ou de outros setores e representantes de entidades sociais. Espera-se que os participantes possam implementar ações de mobilização social e comunicação em saúde para a promoção de territórios saudáveis, e que definam um  plano de ação para fortalecer a participação popular e contribuir com o enfrentamento das arboviroses na perspectiva da vigilância em saúde. Além disso, os participantes serão capazes de  realizar diagnóstico das condições de vida  e situação de saúde do território por meio da investigação de problemas e áreas de risco para propor ações comunicativas e educativas.

Educação e Comunicação para a Prevenção

O curso é uma atividade prevista na pesquisa Inovação em Educação e Comunicação para a Prevenção da Zika e Doenças Correlatas nos Territórios, sob a coordenação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e com coordenação adjunta da diretora executiva da Escola Fiocruz de Governo, Luciana Sepúlveda.

O objetivo da pesquisa é desenvolver um modelo de educação ambiental, sanitária e de popularização da ciência que facilite a vigilância dos agravos diante da epidemia de zika em escolas e comunidades, gerando efeitos duráveis de prevenção à zika e doenças correlatas, além de fortalecer a ação intra e intersetorial entre as redes de atenção à saúde, de educação básica, técnica e superior, na área de ciência e tecnologia e demais atores no território. Para isso, vem sendo desenvolvida pesquisa-ação em quatro diferentes territórios: na capital carioca, mais especificamente no bairro de Manguinhos, em duas cidades do interior do Rio de Janeiro: Maricá e Paraty e na região de Ceilândia, em Brasília (DF).

A pesquisa foi aprovada em chamada pública específica para projetos relacionado à prevenção e combate ao vírus zika, do Ministério da Saúde, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério da Educação e envolve a parceria de diferentes órgãos da Fiocruz: o Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde da EPSJV, a Gerência Regional de Brasília, o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o Canal Saúde e o Observatório de Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Bocaina.

Publicação : 01/10/2019

Chamada interna - Mais meninas na Fiocruz

A Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), faz saber através da presente Chamada, que estão abertas as inscrições para a apresentação de projetos oriundos das unidades, institutos e escritórios da Fiocruz fora do Estado do Rio de Janeiro que tenham como objeto incentivar e fortalecer o papel fundamental que mulheres desempenham nas áreas de pesquisas científicas e tecnológicas.

Publicado em 30/09/2019

Está aberta a chamada de bolsas emergenciais para pós-graduação Stricto sensu

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz

Estão abertas as inscrições para bolsas complementares à cota dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A chamada interna é para alunos dos cursos de mestrado e doutorado e fica aberta até o dia 3 de outubro.

As bolsas estão previstas para alunos já aprovados em seleção pública dos programas, com o compromisso de dedicação integral à pós-graduação na Fiocruz, que não recebam qualquer outra modalidade de bolsa. Além disso, os candidatos não podem ter qualquer vínculo empregatício, nem atividade remunerada.

Clique aqui para acessar o edital. Acompanhe todas as etapas da chamada aqui pelo Campus Virtual Fiocruz!

Publicação : 30/09/2019

Chamada interna - Bolsas Emergenciais para Programas de Pós-graduação Stricto sensu

A Presidência da Fiocruz faz saber, por via da presente chamada, que estão abertas as inscrições para bolsas complementares à cota dos Programas de Pós-Graduação (PPGs).

Publicado em 26/09/2019

INI inscreve para mestrado profissional e mestrado acadêmico até o dia 30/9

Autor(a): 
Juana Portugal (INI/Fiocruz)

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está com inscrições abertas, até 30 de setembro, para dois processos seletivos: do curso de Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e do Mestrado Acadêmico do Programa em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas. Saiba mais sobre os cursos, acesse os editais e inscreva-se através do Campus Virtual Fiocruz.

Mestrado profissional: Pesquisa Clínica 

Com duração de 24 meses, o curso oferece 25 vagas a profissionais de nível superior em qualquer área de graduação. O objetivo do programa é formar mestres qualificados para atuar nos aspectos técnicos da condução de pesquisas clínicas, aumentando a capacidade da Fiocruz e demais servidores das esferas municipais, estaduais ou federais e profissionais da iniciativa privada nessa atividade.

Prioriza o desenvolvimento de projetos na instituição com a qual o aluno possui vínculo de trabalho e que resultem em produtos passíveis de aplicação prática e imediata na melhoria da qualidade dos setores nos quais o aluno desenvolve suas atividades profissionais.

Inscreva-se aqui.

Mestrado acadêmico: Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas

O curso é multiprofissional e disponibiliza 16 vagas a candidatos com curso de graduação completo. Oferecido em regime de tempo integral, o mestrado tem duração máxima de 24 meses e uma carga horária mínima de 1440 horas.

Este mestrado objetiva formar docentes para o nível superior e pesquisadores, em nível de Mestrado, qualificados para o desenvolvimento de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas. A formação acadêmica dos alunos proporcionará a identificação de questões associadas à origem, desenvolvimento, manifestação, evolução, diagnóstico, prognóstico, terapêutica e prevenção de doenças infecciosas, e promoção da saúde.

Inscreva-se aqui.

Publicado em 24/09/2019

Fiocruz lança Educare, novo espaço para educação aberta

Autor(a): 
Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

A Fiocruz lançou nesta segunda-feira (23/9) um novo espaço para a educação aberta na instituição: o Educare. A plataforma foi concebida como um ecossistema digital que oferece soluções para armazenar, disponibilizar e garantir o acesso de recursos educacionais abertos (REA) a toda sociedade. Desenvolvido pela equipe do Campus Virtual Fiocruz, o Educare contou com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que participou do lançamento do Educare, disse que o projeto é de excelente qualidade, apresenta amplos recursos tecnológicos e lembrou que a educação e a ciência abertas são direitos garantidos que devem ser aprimorados. “Assim também conseguiremos unir, de maneira mais eficaz, pesquisadores e instituições”. Nísia também pediu aos presentes que fizessem um minuto de silêncio em função do assassinato, no sábado (21/9), da menina Ágatha Felix, de 8 anos, mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro. “Não podemos falar de educação sem lembrar que uma quantidade imensa de crianças fica rotineiramente sem aulas em função da violência na cidade, que fecha as escolas”.

A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, disse que o país vive um contexto difícil, em que a educação, os direitos humanos e sociais estão sob risco, em função da insegurança e da violência. “Mais do que nunca precisamos reafirmar nossos valores e compromissos com uma sociedade mais justa”. Ela recordou também que o Educare é uma consequência natural da Política de Acesso Aberto que a Fiocruz mantém desde 2014. O diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Rodrigo Murtinho, disse que a produção do conhecimento e a divulgação dele não podem mais ficar indiferentes ao uso de plataformas que permitam atingir um número maior de interessados. Ele também lamentou a morte da menina Ágatha.

A coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, ressaltou as parcerias e o trabalho em rede com a Opas, a Bireme e a UNA-SUS no desenvolvimento do Educare – os recursos e funções da plataforma foram apresentados em um vídeo que detalhou todo o processo de elaboração. “Desde a promulgação da Constituição de 1988 a educação é considerada um direito social fundamental, que se mantém na Agenda 2030, que tem merecido destaque em nossas iniciativas institucionais”, afirmou Ana. Ela comentou que o Campus Virtual Fiocruz, que conta atualmente com 70 mil alunos, completou três anos no mesmo dia de lançamento do Educare, e também colabora com a ampliação do acesso à educação com os cursos livres e on-line.

“A plataforma foi desenvolvida em formato aberto, para ser usada por qualquer instituição. Ela também pode ser acessada via aplicativo e mensalmente vamos inserir novas ferramentas, para construção de recursos, que precisam de testes e treinamento com docentes”. Segundo a coordenadora, existe uma Curadoria para o acervo, e um Conselho Consultor será formado para validar e avaliar os conteúdos do Educare. Ana disse que “educare” é uma palavra em latim que significa “educar, instruir” e também “criar”. A ideia é que a educação possa levar um novo olhar para o mundo, “um conhecimento de dentro para fora, mostrar o que mais existe além dela”. Ana leu uma frase do escritor angolano José Eduardo Agualusa: “Nós vivemos um tempo estranho em que as pessoas se gabam de construir muros, de pessoas que se orgulham em construir barreiras, e os livros fazem o contrário. Eles constroem pontes”. Ela encerrou ressaltando que a Fiocruz faz ciência e saúde para todos e reforça com a educação aberta. 

Após as intervenções dos participantes da mesa que abriu o evento, o pesquisador Tel Amiel, da Universidade de Brasília (UnB), fez a palestra de abertura. Coordenador do curso de Pedagogia a Distância e da Cátedra Unesco em Educação a Distância, ele abordou a importância da educação aberta e dos REA no contexto atual. Amiel iniciou sua apresentação contando o caso da reprodução em massa da imagem de Santa Fabíola, que viveu no século IV e no século XIX virou febre entre os cristãos de todo o mundo, com seu véu vermelho em um quadro pintado pelo francês Jean-Jacques Henner. O artista belga Francis Alÿs reuniu uma coleção de mais de 400 quadros da santa, que fundou o primeiro hospital público católico em Roma e dedicou a vida a ajudar os pobres e necessitados. Impressionado com as réplicas do quadro de Henner – a pintura original desapareceu – Alÿs descobriu que existem mais diferenças do que semelhanças entre os retratos e ficou impactado com a perda da aura de obras artísticas na era da reprodutibilidade total de qualquer obra, artística ou não*.

Amiel seguiu discorrendo sobre a obra Fuga em ré menor, de Bach, reinterpretada pela cantora Nina Simone no século 20, abordou o serviço de streaming de música Napster, que quebrou a lógica da indústria fonográfica, e focou na questão dos direitos autorais, algo quase impossível de ser regulado em tempos de internet, em que tudo é reproduzido em escala gigantesca e inumeráveis vezes mundo afora. Ele disse que a educação aberta é um projeto de 150 anos e que tem como grande vantagem, sobretudo nos dias de hoje, facilitar o acesso ao conhecimento. “A educação aberta tem que ser para todos, inclusiva, acessível, equitativa, de qualidade e progressista”, definiu Amiel, que citou ainda os principais marcos internacionais sobre o tema, desde a Declaração da Cidade do Cabo, em 2007, à recomendação da Assembleia Geral da ONU de 2019. De acordo com o pesquisador, a produção colaborativa facilitada pelos REA, que é participativa e igualitária, valoriza a educação pública, abre novos modelos de negócios, quebra oligopólios e permite uma mudança radical no processo de produção. “Temos milhões de recursos digitais, legalmente abertos e tecnicamente editáveis. Com muitos designers em potencial e numerosas versões possíveis. Se dá pra sonhar, dá pra fazer”, concluiu Amiel.

À tarde foram apresentados os produtos que resultaram dos editais de Recursos Comunicacionais e Educacionais Abertos da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação e foi realizada uma roda de conversa aberta com os criadores dos conteúdos educacionais. São cursos, e-books, jogos, videoaulas e muito mais: 24 produtos de diferentes unidades da Fiocruz. Para serem selecionados, os recursos deveriam desenvolver habilidades e competências específicas, recorrendo a um conjunto de mídias compatíveis com a proposta e com o contexto socioeconômico de determinado público-alvo.

Conheça já a plataforma Educare: visite educare.fiocruz.br e assista ao vídeo de apresentação!

 

*Atualizado em 25/9/2019.

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