A Fiocruz entregou, na segunda-feira (7/10), os títulos de Doutor Honoris Causa e de professor-emérito, respectivamente, aos médicos Paulo Lyz Ferrinho e Paulo Buss. Ferrinho foi até recentemente diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa e Buss é coordenador do Centro de Relações Internacionais (Cris/Fiocruz), além de ex-presidente da Fundação entre 2001 e 2009. A cerimônia, no campus de Manguinhos, celebrou duas brilhantes carreiras acadêmicas e profissionais e transcorreu sob fortes emoções, dos homenageados e também dos presentes, que recordaram décadas dedicadas à saúde pública e em favor da justiça social.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, saudou o que chamou de “manhã de Paulos” e afirmou estar muito feliz com as homenagens. Ela leu uma mensagem enviada pelo novo diretor do IHMT, Filomeno Fortes, sobre a trajetória de Ferrinho. Segundo Nísia, a parceria entre IHMT e Fiocruz é também em favor de todos os Países de Língua Oficial Portuguesa (Palops). “É uma diretriz clara, visando uma cooperação estruturante e que procura dar uma marca à saúde global”. O pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Claudio Ribeiro fez o discurso de saudação do novo Doutor Honoris Causa.
Ferrinho, ao fazer o discurso de agradecimento, disse sentir um certo “desassossego” por passar a integrar uma lista tão seleta. Ele listou as muitas colaborações, em diversas áreas, entre IHMT e Fiocruz, e disse sentir uma intensa emoção em receber a homenagem de uma instituição que admira e que tem um alcance mundial por suas pesquisas, inovações e projetos.
Em seguida, o ex-presidente Paulo Buss recebeu o título de professor-emérito da Fiocruz. A diretora do Instituto Nacional de Infectologia (Valdiléa Veloso) discursou saudando o homenageado e lembrou os mais importantes pontos do currículo de Buss, que é médico pediatra, foi diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), vice-presidente de Ensino da Fundação e presidente da Fiocruz eleito e reeleito pelos servidores para dois mandatos. O diretor da Ensp, Hermano Albuquerque, leu textos escritos por pesquisadores que trabalharam com Buss e o classificou como uma grande liderança da saúde pública.
Emocionado, o novo professor-emérito da Fiocruz disse em sua intervenção que a homenagem se dirige não apenas a ele, mas a toda a geração indignada de sanitaristas, que chegou à instituição na década de 1970, durante a ditadura. “Nós mudamos o Brasil. Fizemos a reforma sanitária, realizamos a 8ª Conferência Nacional de Saúde, construímos o SUS, que precisamos preservar e robustecer, mudamos o conceito de que os serviços de saúde eram prestados somente a quem tinha carteira assinada, fomos resistência. Mudamos, para melhor, este país”, argumentou Buss. Ele citou célebres sanitaristas, já falecidos, como também responsáveis por essas conquistas, como Sergio Arouca, Adib Jatene, Luiz Hildebrando Pereira da Silva e Eleutério Rodriguez Neto. Após o discurso, vários dos presentes à cerimônia foram ao microfone relembrar passagens da vida e da carreira de Paulo Buss.
Confira entrevistas com Paulo Lyz Ferrinho e Paulo Buss:
• Ferrinho: ‘pesquisadores não podem abdicar dos deveres de cidadania’
• Paulo Buss: ‘é delicioso ser professor’
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está ampliando suas políticas de inclusão e ações afirmativas, que têm o objetivo de promover mais equidade e diversidade na instituição. A Portaria 6162/2019 PR (18 de setembro de 2019) representa mais um passo nesta direção. Com a medida, os cursos de especialização (Lato sensu) e das residências em saúde também passaram a ser regulamentados quanto às ações afirmativas — o que abrange cotas destinadas a pessoas com deficiência (PCD), negros (pretos e pardos) ou indígenas em processos seletivos.
A Portaria resulta de debates ocorridos ao longo de 2019 em instâncias colegiadas da educação, como o Fórum da Escola de Governo da Fiocruz, o Fórum das Residências e a Câmara Técnica da Educação (CTE), lembra a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado. "As cotas estavam previstas desde 2017 para seleção em cursos Stricto sensu (mestrado e doutorado), mas havia uma lacuna de regulamentação em relação ao Lato sensu. Alguns cursos já vinham adotando cotas por iniciativa própria, outros não”.
Segundo ela, além de suprir essa lacuna, a medida reitera o compromisso institucional com a busca de equidade e de inclusão social. "Expressa nosso alinhamento e coerência em relação às diretrizes do 8º Congresso Interno da Fiocruz e ao trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos pelo Comitês Pró-Equidade de Gênero e Raça e pelo Comitê de Acessibilidade em nossa instituição".
A partir de agora, as chamadas públicas (editais) de especializações e residências deverão prever 10% das vagas para candidatos que se declararem pessoa com deficiência ou que se autodeclararem negros (pretos e pardos) ou indígenas. Até o ano de 2023, as vagas destinadas a cotistas devem chegar a 20% do total de vagas oferecidas por cursos de especialização e para os programas de residência em saúde.
Nos dias 19 e 20 de setembro, a Fiocruz Brasília promoveu, por meio do Programa de Educação, Cultura e Saúde, em parceria com o Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), uma oficina pedagógica para professores que vão ministrar as aulas do curso de Desenvolvimento Profissional em Vigilância em Saúde para o Enfrentamento das Arboviroses. O curso vai contar com apresentação de conceitos, instrumentos e técnicas básicas da vigilância sanitária, trabalho de campo com metodologia de territorialização em saúde para a elaboração de diagnósticos e planos de ação, além de atividades práticas através do Laboratório de Tecnologias Comunicativas para a Divulgação Científica.
No primeiro dia, os docentes conheceram a proposta pedagógica do curso, que possui três unidades de aprendizagem e cada uma delas com três módulos, de 16 horas, organizadas em aulas e trabalho de campo. No segundo dia, a formação foi realizada no entorno da Unidade Básica de Saúde 02 de Ceilândia, a 30 quilômetros do centro de Brasília, onde os professores puderam se apropriar das ferramentas que serão utilizadas para as atividades de territorialização. Com GPS em mãos, compreenderam como o mapeamento é importante para identificar e localizar as informações no território; os celulares foram utilizados para a produção de imagens para potencializar a aprendizagem e a percepção da realidade social; enquanto os roteiros de observação orientaram o levantamento, a descrição e análise de informações. Eles puderam exercitar também o uso de questionários e a realização de entrevistas para compreensão da percepção dos atores sociais locais, além de pesquisa de dados secundários e planilhas para planejamento participativo estratégico situacional.
A previsão é que até o fim do ano sejam disponibilizadas 30 vagas do curso para profissionais da saúde, da educação ou de outros setores e representantes de entidades sociais. Espera-se que os participantes possam implementar ações de mobilização social e comunicação em saúde para a promoção de territórios saudáveis, e que definam um plano de ação para fortalecer a participação popular e contribuir com o enfrentamento das arboviroses na perspectiva da vigilância em saúde. Além disso, os participantes serão capazes de realizar diagnóstico das condições de vida e situação de saúde do território por meio da investigação de problemas e áreas de risco para propor ações comunicativas e educativas.
O curso é uma atividade prevista na pesquisa Inovação em Educação e Comunicação para a Prevenção da Zika e Doenças Correlatas nos Territórios, sob a coordenação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, e com coordenação adjunta da diretora executiva da Escola Fiocruz de Governo, Luciana Sepúlveda.
O objetivo da pesquisa é desenvolver um modelo de educação ambiental, sanitária e de popularização da ciência que facilite a vigilância dos agravos diante da epidemia de zika em escolas e comunidades, gerando efeitos duráveis de prevenção à zika e doenças correlatas, além de fortalecer a ação intra e intersetorial entre as redes de atenção à saúde, de educação básica, técnica e superior, na área de ciência e tecnologia e demais atores no território. Para isso, vem sendo desenvolvida pesquisa-ação em quatro diferentes territórios: na capital carioca, mais especificamente no bairro de Manguinhos, em duas cidades do interior do Rio de Janeiro: Maricá e Paraty e na região de Ceilândia, em Brasília (DF).
A pesquisa foi aprovada em chamada pública específica para projetos relacionado à prevenção e combate ao vírus zika, do Ministério da Saúde, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Ministério da Educação e envolve a parceria de diferentes órgãos da Fiocruz: o Laboratório de Educação Profissional em Vigilância em Saúde da EPSJV, a Gerência Regional de Brasília, o Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), o Canal Saúde e o Observatório de Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Bocaina.
Reconhecimento! A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) concederá dois importantes títulos para pesquisadores da instituição: Professor Emérito e Doutor Honoris Causa. A cerimônia de entrega acontece no próximo dia 7 de outubro, às 9h, na Tenda da Ciência Virgínia Schall, que fica no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Nas palavras da Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristiani Vieira Machado: "Vamos homenagear dois grandes professores e pesquisadores que tanto contribuem para a nossa instituição". Conheça os homenageados:
Professor Emérito - Dr. Paulo Marchiori Buss: é medico especialista em Pediatria e em Saúde Pública. Ingressou na Fundação em 1977, como pesquisador e professor titular da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Foi presidente da Fiocruz no período de 22 de dezembro de 2000 a 17 de janeiro de 2009. Atualmente, Buss é diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS/fiocruz), além de representar o Brasil no Conselho de Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Por sua atuação ímpar na saúde no país, já recebeu da Presidência da República a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Médico e a Ordem de Rio Branco. Saiba mais.
Doutor Honoris Causa - Dr. Paulo de Lys Girou Martins Ferrinho: nascido em Moçambique, Martins Ferrinho iniciou a carreira como médico no continente africano. Em 1992, ingressou na Universidade Nova de Lisboa (UNL). Desde o início, o seu trabalho – clínico, acadêmico ou de saúde pública – está voltado à saúde materno-infantil e reprodutiva e os sistemas de saúde africanos. Por grandes colaborações à saúde no Brasil, em parceria com a Fiocruz e na área internacional, recebe o título concedido pela instituição. Saiba mais.
Compareça ao evento e prestigie os homenageados!
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) torna público o processo seletivo para os cursos de mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Vigilância Sanitária (PPGVS). As inscrições estão abertas até 13 de setembro.
O objetivo dos cursos é formar mestres e doutores com competências para atuar no ensino e pesquisa nos diversos campos de atuação da Vigilância Sanitária. São dez vagas para o mestrado acadêmico, cinco para o mestrado profissional e cinco para o doutorado.
A área de concentração do programa abrange duas linhas de pesquisa interligadas: Desenvolvimento e Avaliação Interdisciplinares dos Produtos, Serviços e Ambientes Vinculados à Vigilância Sanitária; e Avaliação de Contaminantes, Poluentes e Resíduos, e seus Impactos Sobre a Saúde da População.
Para mais informações, escreva para o e-mail: selecao.ppgvs@incqs.fiocruz.br.
O novo Doutorado Profissional em Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) foi destaque durante o evento comemorativo dos 69 anos do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco). A celebração contou com a presença da Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
Realizado em parceria com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, o doutorado – cujo o edital sairá no próximo dia 8 de setembro de 2019 – foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). É o primeiro doutorado profissional público, no campo da Saúde Coletiva, aprovado no país. O curso tem caráter interdisciplinar, multiprofissional e seu objetivo é a formação de doutores na área de concentração da Gestão em Saúde. Para esta primeira turma serão disponibilizadas 10 vagas, destinadas aos servidores da saúde estadual.
Falando sobre esta parceria, o secretário André Longo destacou a alegria de participar das comemorações dos 69 anos do IAM e da importância do trabalho conjunto desenvolvido pelas duas instituições. “Falar do Aggeu é falar de parceria e construção da Saúde Pública e do Sistema Único de Saúde em Pernambuco e no Brasil. A gente tem a perfeita clareza da importância do IAM nos momentos de dificuldades pelos quais passou a saúde pública em Pernambuco nos anos de 2015 e 2016, foram dias difíceis. E foi nessa casa, que a SES encontrou acolhida para construir uma grande parceria, que resultou num trabalho reconhecido pelo mundo inteiro. Vir aqui hoje é uma forma de reconhecimento e de agradecimento”, ressaltou André Longo. O secretário ainda elogiou capacidade do Aggeu, no atual cenário político-econômico brasileiro adverso, conseguir investir em melhorias de equipamentos e na formação de recursos humanos, como é o caso do doutorado profissional em Saúde Pública.
Para Sônia Brito, representante da SVS/MS o lançamento de um doutorado profissional, no momento no qual, segundo ela, está tão difícil encontrar estímulos para os servidores públicos, no campo da saúde, se motivarem, se engajarem, se comprometerem e principalmente, trabalharem com alegria, é motivo para festejar bastante. “A gente está com dificuldade inclusive de expressar o que está dando certo, expressar essas entregas, o que está dando certo no SUS. Aí a Fiocruz se mostra como instituição fundamental para que isso aconteça”, disse Sônia.
Essa mesma linha de pensamento foi expressa pelo presidente da Asfoc, Paulo Garrido, que colocou a importância de celebrar os 69 anos do IAM e de narrar as experiências exitosas do serviço público, das ciências e tecnologias, das pesquisas, numa conjuntura bastante adversa, e trabalhar a partir delas, afirmou.
Pós-graduação em saúde pública é aqui, gente! A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) está com inscrições abertas para cursos de mestrado e de doutorado. O período para se candidatar vai até o dia 19 de setembro.
Neste processo seletivo, é possível se inscrever em três programas: Saúde Pública; Saúde Pública e Meio Ambiente; e Epidemiologia em Saúde Pública. Cada um deles tem um edital para mestrado e um para doutorado — totalizando, assim, seis editais com inscrições abertas.
A Vice-diretora de Ensino da Ensp, Lúcia Dupret, recomenda a leitura atenta ao edital. “Alertamos aos candidatos para lerem atentamente o edital e conferirem a documentação cuidadosamente de acordo com o checklist, bem como os prazos e número de vagas para cada área de concentração”, diz.
Para acessar os editais aqui pelo Campus Virtual Fiocruz, clique nos nomes dos programas abaixo:
Mestrado: o curso tem o objetivo de preparar profissionais para a docência, a pesquisa e a gestão, numa perspectiva interdisciplinar e multiprofissional. É credenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
Doutorado: desenvolve o conhecimento científico, a capacidade de pesquisa e a habilidade docente. É de natureza multiprofissional e exige a obtenção de créditos em disciplinas comuns.
2. Saúde Pública e Meio Ambiente
Mestrado: visa capacitar docentes, pesquisadores e gestores em saúde e ambiente, numa perspectiva interdisciplinar, multiprofissional e interinstitucional, para a análise e proposição de soluções sobre os efeitos decorrentes das exposições ambientais na saúde humana. Está voltado para profissionais e pesquisadores das áreas de saúde e meio ambiente com formação, em nível de graduação.
Doutorado: com objetivos similares ao curso de mestrado, está voltado para profissionais e pesquisadores das áreas de saúde e do meio ambiente com formação, em diferentes campos do conhecimento e interessados na análise de problemas de saúde e ambiente.
3. Epidemiologia em Saúde Pública
Mestrado: aprofunda o conhecimento técnico-científico e acadêmico, possibilitando a formação de docentes para o ensino superior, bem como o para desenvolvimento de competência para realizar pesquisas e desenvolver processos, produtos e metodologias em diferentes áreas, considerando os contextos epidemiológico, social e ambiental, nos cenários nacional e internacional.
Doutorado: este curso é desenhado para capacitar profissionais no planejamento e análise de dados na pesquisa epidemiológica, bem como na análise, planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação de políticas públicas e tecnologias, considerando os contextos social e ambiental.
Observar, questionar, criar hipóteses e experimentar. Estas são algumas das etapas utilizadas pelo método científico – um conjunto de regras, procedimentos e linguagens que definem o que é ou não é ciência. Para ampliar os conhecimentos sobre o tema, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está lançando o curso Metodologia da Pesquisa Científica.
E, claro, sempre trazendo o que há de mais atual em educação. O curso é gratuito, aberto a todos os interessados (cientistas ou não) e oferecido à distância (EAD), com aulas online. A oferta contempla aplicações em diferentes áreas do conhecimento, em especial no campo da saúde pública.
Os alunos serão apresentados aos fundamentos do método científico aplicados à pesquisa e serão instrumentalizados para elaborar projetos que atendam a demandas sociais, organizacionais e profissionais.
Dentre os objetivos da aprendizagem, estão: entender as bases da filosofia da ciência; conhecer e usar fundamentos, métodos e técnicas de elaboração da pesquisa científica; compreender e empregar as diretrizes do trabalho científico para formatação, indicação de citações, uso de fontes de informação e organização de referências; identificar diferentes métodos e tipos de pesquisa; e desenvolver sua tese com autonomia e segurança.
Trata-se de um Massive Open Online Course (MOOC, na sigla em inglês), o que significa que é um curso para um público amplo (massivo), aberto e online. Cada participante determina como vai se dedicar ao curso para cumprir a carga horária total, que é de 30 horas. Serão concedidos certificados de participação para os alunos que obtiverem nota igual ou superior a 70 no questionário de avaliação final.
Vem aprender a fazer ciência! Inscreva-se já, aqui no Campus Virtual Fiocruz.
Elaborar projetos de leis e debater na Câmara Federal temas de grande importância para a sociedade brasileira. Essas são algumas das atribuições de um deputado federal. Daqui a um mês, essas mesmas funções também serão exercidas durante sete dias por estudantes de ensino médio de escolas públicas e particulares de todo o país, por meio do Programa Parlamento Jovem Brasileiro. Dos 78 selecionados, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) vai ter um representante – Thiago Lopes Marques, de 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio, da habilitação de Gerência em Saúde, foi aprovado no programa e irá vivenciar na prática o trabalho dos deputados federais, de 23 a 27 de setembro, em Brasília. “Para um jovem da área da gestão em saúde será uma experiência transformadora. Eu vou saber como é, de fato, ser um deputado, fazendo negociações por cargos, por votos em projetos... Minha maior expectativa é ser presidente da Comissão de Saúde e Segurança Pública”, afirma o jovem.
Para participar, os estudantes tiveram que apresentar um projeto de lei. Thiago desenvolveu uma proposta que diz respeito aos requisitos necessários para ocupar cargos de gestão de serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). A motivação do estudante se justifica na falta de profissionais qualificados na gestão do SUS: “Li artigos sobre os desafios da implementação do SUS e da Atenção Básica. E eles sempre apontam a inexistência de demanda da formação de gerência em saúde no sistema de saúde”.
Segundo o projeto do jovem, o ministro da Saúde, os secretários estaduais de Saúde, os secretários municipais de Saúde e os gestores de serviços de saúde teriam que comprovar aptidão técnica e se submeterem à aprovação dos respectivos conselhos de Saúde para exercerem a função. “Essa lei beneficiará os usuários do SUS em âmbito nacional, visando à garantia de que os ocupantes possuam a qualificação necessária para a gestão em saúde. Promove-se, assim, a operacionalização do sistema de saúde pública, assegurado como direito fundamental na Constituição Federal”, garante.
Quando estiver na Câmara, Thiago irá discutir com outros jovens os projetos que foram submetidos ao programa. “Primeiro os projetos irão para as comissões e depois a gente vai escolher dois deles para serem encaminhados e aprovados no Congresso”, conta o jovem, que ressalta o apoio da família e da Escola. “Sem o Politécnico eu não teria conseguido. Eu não tinha a mínima noção do que era elaborar um projeto desses. Foi fundamental o apoio não só dos meus professores, mas também da minha família. Minha irmã, por exemplo, que é advogada, me ajudou na parte da linguagem, de como faria a disposição dos artigos”.
Mais de 80 mil pesquisadores em todo o Brasil vão ficar sem bolsa a partir do mês de setembro, caso o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) não consiga sanar, de imediato, um déficit de R$ 330 milhões no seu orçamento. O Conselho divulgou uma nota sobre a suspensão da indicação de bolsistas no dia 15 de agosto.
Diante da gravidade da situação, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) manifestou apoio ao órgão, dado seu papel primoridial no apoio à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à inovação. Em carta, a Fiocruz destaca que os recursos são destinados a diversos projetos e ao financiamento de bolsas para estudantes e pesquisadores, que contribuem para o SUS e para a promoção de melhorias nas condições de vida e saúde da população brasileira.
Nesta quarta-feira (21/8), o presidente do CNPq, João Luiz Filgueiras de Azevedo, estaria na Fiocruz**. No entanto, o evento foi cancelado: a coordenação do Núcleo de Estudos Avançados do IOC informou que, por motivo de agenda, a edição com o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), João Luiz Filgueiras de Azevedo foi cancelada. Filgueiras ministraria a palestra CNPq, ciência e inovação para o futuro do país.
No dia 16 de agosto, a Fiocruz publicou uma carta em apoio ao CNPq. Confira o texto completo, na íntegra:
"O Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vem manifestar seu apoio ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) diante da grave crise orçamentária e financeira vivida pelo órgão. A Fiocruz defende a necessidade de dotação de recursos e infraestrutura adequados ao cumprimento da missão do CNPq de fomentar a ciência, tecnologia e inovação e atuar na formulação de suas políticas, contribuindo para o avanço das fronteiras do conhecimento, o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional.
Conforme deliberação da 16ª Conferência Nacional de Saúde, a política nacional de saúde deve priorizar a ciência, tecnologia e inovação como base essencial para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e de um projeto nacional de desenvolvimento comprometido com a soberania nacional, autonomia tecnológica, com direitos sociais e sustentabilidade ambiental.
Como instituição científica e tecnológica voltada para a produção de conhecimentos e soluções em saúde pública, a Fiocruz é testemunha do papel primordial exercido pelo CNPq no apoio à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à inovação. São inúmeros os projetos desenvolvidos pela Fundação com suporte do CNPq, seja por meio de transferência de recursos diretos ou pelo financiamento de bolsas para estudantes e pesquisadores, que contribuem para o SUS e para a promoção de melhorias nas condições de vida e saúde da população brasileira.
Dentre os exemplos estão as pesquisas realizadas no enfrentamento da emergência sanitária representada pela síndrome congênita associada ao vírus zika, o desenvolvimento tecnológico de kits para diagnóstico diferencial pra Zika, Dengue e Chikungunya, e estudos realizados no campo da biodiversidade e saúde que permitem o rastreamento de casos de febre amarela e outras arboviroses. Todos esses representam avanços recentes obtidos pela Fiocruz com alto impacto para a sociedade e que contaram com central apoio do Conselho, prova contundente de sua relevância para o país.
A Fundação conta também com diversos programas responsáveis pela formação de jovens talentos na ciência e pelo desenvolvimento de conhecimento e tecnologias em favor da saúde do povo brasileiro, garantidos por meio parcerias com o CNPq: o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibit) e o Programa de Pesquisador Visitante. Ainda no campo do ensino, 40 programas de pós-graduação stricto sensu desta instituição, voltados para a formação de mestres e doutores nas diversas áreas das ciências biomédicas, pesquisa clínica, saúde coletiva e desenvolvimento tecnológico, dependem, em boa medida, dos recursos transferidos pelo CNPq. Centenas de estudantes poderão, portanto, não ter mais condições de estudar, caso esta grave crise financeira do CNPq não for revertida.
Diante dos riscos decorrentes para os projetos de pesquisa e ensino da Fiocruz, e entendendo que ciência, tecnologia e inovação devem ser considerados componentes estruturantes e estratégicos para a retomada de crescimento de um país justo, soberano, sustentável e voltado para as necessidades da sociedade, o Conselho Deliberativo se soma às diversas entidades científicas pela defesa da manutenção do CNPq e pela reversão de sua atual crise financeira."
*Com informações de Jornal da USP e Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)
**Atualizado em 20/8/2019.