“É fácil reconhecer mulheres fortes. Elas são as que se constroem umas com as outras”. A mensagem que recebeu de sua aluna Raquel Viana foi mencionada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, durante a abertura do ano letivo na Fundação – que aconteceu no Dia Internacional da Mulher (8/3). Com o tema Olhares femininos no cárcere, a aula inaugural promoveu um diálogo entre o estudo Nascer nas prisões, que teve a pesquisadora Maria do Carmo Leal (da Escola Nacional de Saúde Pública - Ensp/Fiocruz) como uma das coordenadoras; e a exposição Ausência, projeto autoral da fotógrafa Nana Moraes, que retratou mulheres presas.
O evento – coordenado pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) – uniu professores, alunos e trabalhadores; ciência e arte; instituições públicas e a sociedade, provocando a reflexão sobre uma realidade social dura, complexa e injusta. O público lotou o auditório do Museu da Vida para assistir à aula que enfocou as condições de vida e de saúde da população encarcerada e também as relações das mulheres presas com seus filhos.
Políticas institucionais para fortalecer as políticas públicas
A presidente da Fiocruz comentou a importância do tema da aula inaugural para a área da saúde, destacando a importância da instituição no campo da educação e formação para o Sistema Único de Saúde (SUS). Nísia enfatizou a necessidade de construir agendas públicas. “Um projeto de país não pode descuidar da questão da equidade”, disse. Ela lembrou que a sociologia discute que “a prisão é um efeito dramático que expõe as vísceras da sociedade”.
Na ocasião, foram apresentadas iniciativas e ações no campo da educação na instituição. “Num momento de grande adversidade, como este que estamos passando, a preocupação da Fiocruz tem sido com a sustentação dos programas de pós-graduação e das atividades da instituição, no caminho de aprovar e também de avançar em políticas que de fato sejam efetivas e tenham impacto direto na sociedade”, afirmou Nísia.
Por sua vez, o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto, lembrou que, apesar de avanços nos últimos anos, muito ainda tem que ser feito pela igualdade de gênero - não só na instituição, mas em todo o país, destacando a importância da luta diária contra todas as formas de discriminação. “Precisamos criar mecanismos que nos permitam encontrar novas formas de reduzir as desigualdades”.
Com o objetivo de articular as ações das diversas unidades da Fiocruz e fazer com que atendam à sociedade, Barral apresentou iniciativas na área da educação na Fiocruz, como o lançamento de editais de incentivo e fortalecimento do Programa de Integração e Divulgação Científica, a criação da Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional e a reedição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses. Clique aqui para saber mais sobre os editais.
Luta, resistência e construção de um novo tempo histórico
Participaram da aula como convidados: o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ), Roberto Leher; a presidente da Comissão da Mulher na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) e o vereador do Rio, Reimont Luiz (PT). Ao falarem na abertura da cerimônia, todos destacaram o atual contexto histórico – marcado pelo acirramento político e diversas formas de intervenção e opressão social – e a necessidade de resistir para transformá-lo num novo tempo, mais inclusivo, igualitário e que represente o pleno exercício da democracia e da cidadania. Os convidados também destacaram o papel da Fundação e sua atuação em Manguinhos e na Maré, territórios marcados por desigualdades sociais, violência e violação de direitos humanos.
Marielle disse: “Esse é um lugar pelo qual tenho muito apreço, muito carinho. Estando como presidente da Comissão da Mulher, penso que esse é um tempo de uma nova reflexão histórica, de um novo tempo histórico. Mulheres encarceradas, mulheres que ficam nas filas das prisões... Essa busca por diretos é pautada pela busca pelos direitos das mulheres. Nesse sentido, o tema da aula inaugural fala sobre a busca desse novo tempo histórico pela luta dos direitos humanos, num 8 de março que é um março de luta, de celebração. Eu sou das feministas históricas que agradecem às vozes que ocupam o lugar da resistência, desse lugar onde as mulheres são vítimas de estupro, da violência e precisam sim pensar numa nova sociedade. Como dizia Rosa Luxemburgo: que as flores nasçam do asfalto”.
Uma instituição comprometida com a equidade
O representante da Associação de Pós-graduandos da Fiocruz (APG/Fiocruz), Jefferson Campos, falou sobre o processo formativo como lugar de inclusão. “Nossas pesquisas têm papel fundamental para garantir que as populações mais pobres tenham acesso ao tratamento indicado e a direitos. Nós, estudantes, precisamos ocupar novos espaços e levar adiante tais comprometimentos. Somente uma academia formada por olhares sociais diferentes poderá reconduzir o olhar sobre estas populações”, afirmou.
A voz das mulheres reverberou na mesa de abertura. A representante do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, Maria Helena Barros, destacou a importância de ter, pela primeira vez em mais de um século uma mulher à frente da presidência da Fiocruz. “Precisamos agradecer a essas mulheres: a Maria do Carmo, que traz para dentro da academia pessoas que estão invisíveis, marginalizadas pela sociedade, e a Nana, que traz a leitura da arte e da poesia que existe dentro de toda mulher”, disse. Representando as trabalhadoras, a vice-presidente da Asfoc-SN, Mychele Alves, leu uma mensagem da Fiocruz Pernambuco, afirmando: “Mulheres vamos florescer na diversidade”.
Nascer nas prisões
Uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões, a pesquisadora Maria do Carmo Leal apresentou os principais dados da pesquisa. Foi a primeira vez que um estudo traçou o perfil da população feminina encarcerada que vive com seus filhos em unidades prisionais das capitais do país, sendo possível conhecer as características e práticas relacionadas aos campos da atenção, gestação e parto durante a encarceramento. “O que a pesquisa mostrou é o sofrimento, a violação de direitos, entre outros pontos, que acabam atingindo não só essas mulheres, mas também seus filhos”, disse, destacando a grande vulnerabilidade destas mulheres. A pesquisa mostrou que 55% das mulheres tiveram menos consultas de pré-natal que o recomendado, 32% não foram testadas para sífilis e 4,6% das crianças nasceram com sífilis congênita. Foram ouvidas 241 mães e 200 grávidas: 45% com menos de 25 anos, 57% de cor parda, 53% com menos de oito anos de estudo e 83% com mais de um filho.
O trabalho da equipe que realizou o estudo ajudou a embasar a decisão inédita tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em fevereiro, de conceder habeas corpus coletivo a mães e gestantes que estejam em prisão preventiva, aceitando o argumento de que "confinar mulheres grávidas em estabelecimentos prisionais precários, subtraindo-lhes o acesso a programas de saúde pré-natais, assistência regular no parto e pós-parto, e ainda privando as crianças de condições adequadas a seu desenvolvimento, constitui tratamento desumano, cruel e degradante".
Desamadas
Dor. Saudade. Perda. Violência. Abandono. Perdão. Estas foram as palavras que Nana Moraes, fotógrafa e autora da exposição Ausência, usou em sua obra para retratar o sofrimento de mulheres presas e a manutenção dos vínculos familiares após o encarceramento. A exposição, segunda parte da trilogia Desamadas, foi criada para dar voz e forma a mulheres ditas “invisíveis” pela sociedade. A trilogia teve início em 2011, com o lançamento do livro Andorinhas, que narrava histórias de prostitutas de estrada. “Todas elas me falavam: não sou bandida. O que eu faço não é crime. Percebi ali que, mais estigmatizadas que as prostitutas, eram as mulheres presas”, afirmou.
Surgia então o Projeto Travessia, que deu origem à exposição. Nana levaria até a família das detentas uma foto atual delas e uma carta, e traria de volta uma foto da família e uma resposta à carta. Mas, antes, precisava que os familiares dessas presas autorizassem a ação. Das 17 famílias contatadas, apenas seis deram o aval. O material deste “reencontro” serviu de bordado para peças que toda casa abriga: cobertor, toalha de mesa, cortina, tapete, toalha de banho, manta de sofá. “Essas famílias foram rasgadas e descosturadas. Por isso, uni os retalhos com fotos, cartas e algumas palavras que li com frequência nas mensagens”, contou a fotógrafa.
Ela percebeu que, diferentemente dos homens presos, que sempre recebem visitas, mulheres presas tendem a ser trocadas por seus companheiros e, ainda, rechaçadas pela família. “A maioria delas é chefe de família. Quando uma é presa, suas famílias são destruídas imediatamente. Essas mulheres são punidas duplamente - como mães e como criminosas”, contou Nana.
Olhares e vozes
O público participou da aula e o clima foi de emoção. Entre as falas, uma chamou a atenção: a de Rejane Barcelos. Mulher, negra, oriunda da comunidade e camelô, ela falou sobre o papel das instituições como a Fiocruz na redução das desigualdades sociais. “Acho importante chamar não só à reflexão, mas à ação, para não perpetuar esta situação das mulheres. Elas estão no presídio quando deveriam estar nas salas de aula, nos centros culturais. Não deveriam ser apenas objeto de pesquisa, mas terem condições para chegarem a ser pesquisadoras também. Do contrário, vamos continuar apenas produzindo estudos sobre mulheres da periferia em vez de transformar a realidade delas”, argumentou. Rejane falou também sobre racismo e escravidão. “Estas mulheres são chefes de família porque muitos homens negros também são presos e sofrem com o racismo da sociedade. Não temos acesso aos escritos libertários. Educadoras, profissionais da saúde e da cultura devem intervir nessa realidade para acabar com o isolamento de pessoas pretas, pobres e marginalizadas”, disse.
A presidente Nísia Trindade Lima encerrou a aula falando sobre a importância de refletir sobre as raízes da injustiça. “Esta aula mostra nossa indignação diante destes sofrimentos que são naturalizados. Precisamos somar vozes para combater a injustiça social que é, não só conjuntural, mas crônica”.
* Por Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) com informações de Leonardo Azevedo e Erika Farias (CCS/Fiocruz)
No dia 8 de março, a Fiocruz abriu oficialmente o ano letivo de 2018. No evento, alunos, professores e pesquisadores receberam boas notícias: a presidente Nísia Trindade lançou novos editais e também anunciou a continuidade de iniciativas de fortalecimento do Programa de Integração e da Divulgação Científica. As ações são coordenadas pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz). "Estas iniciativas de fomento são importantes para a sustentação dos nossos programas e atividades. São instrumentos para que as políticas aprovadas na Fundação sejam implementadas de uma forma efetiva", comentou Nísia.
O vice-presidente Manoel Barral lembra da importância das ações neste momento. "É importante observar que os editais e chamadas visam estimular e promover a integração entre as unidades e a inserção de recém-doutores na plena atividade institucional. Iniciativas da Fiocruz nas áreas de educação, informação e comunicação em saúde são ainda mais relevantes no contexto atual, tendo em vista a grande redução no suporte à ciência e as limitações orçamentárias que impõem dificuldades ao Sistema Único de Saúde (SUS)", afirma.
Saiba quais são os objetivos dos editais e clique nos links para acessá-los.
Objetivo: Integração dos programas de educação, que visam o desenvolvimento conjunto de conhecimentos pelas unidades da Fiocruz
O Programa de Mobilidade Acadêmica dá apoio financeiro para até 20 alunos, por ano, em nível de pós-graduação Stricto sensu. O objetivo é selecionar alunos de programas de mestrado acadêmico, mestrado profissional ou doutorado da Fundação, que estejam regularmente matriculados e que tenham interesse em desenvolver projetos de pesquisa em suas unidades ou escritórios. Com isso, amplia-se a possibilidade de capacitação técnico-cientifica dos pós-graduandos, induzindo uma formação mais ampla e diversificada de profissionais da saúde. Para participar, além de estar regularmente matriculado num programa de mestrado acadêmico, mestrado profissional ou doutorado, é preciso apresentar seu currículo e o de seu orientador atualizados na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O objetivo do edital é selecionar pesquisadores visitantes sênior para ampliar e dar densidade às atividades de pesquisa relacionadas à missão institucional. Tais atividades se articulam com o ensino e a assistência (ambulatorial, laboratorial) para unidades e escritórios da Fiocruz, instalados recentemente e/ou em áreas com menor densidade de cursos de pós-graduação Stricto sensu. A implementação do Plano de Atividades também visa captar recursos de forma independente, auxiliar a estruturação e fortalecer programas de pós-graduação nestas unidades, assim como a orientação de alunos de mestrado e doutorado.
São bolsas para alunos orientados por professores recém-doutores, que sejam servidores da Fiocruz admitidos como docentes. O edital faz parte do Programa de Integração da Fiocruz. Dentre os benefícios, além da bolsa, estão: apoio com despesas com revisão e tradução, apoio para pagamento de taxas de publicação em revistas de acesso aberto e curso de língua estrangeira oferecido para o recém-doutor e para o bolsista pós-graduação.
Objetivo: Valorização e incentivo ao desemp, educação, saúenho do corpo de alunos e professores da Fiocruz
A medalha, criada em homenagem à pesquisadora Virgínia Schall, busca valorizar a trajetória de vida de servidores com reconhecida atuação e mérito no campo da educação em saúde. Dentre as características a serem reconhecidas, estão: integridade profissional, contribuição duradoura para o campo de atuação, reconhecimento geral das características de liderança e influência marcante nas políticas educacionais. As áreas de atuação contempladas são: ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina; medicina; saúde coletiva; ciências humanas e sociais. Confira o regulamento aqui.
Em sua edição do ano 2018, o prêmio é voltado para teses da Fiocruz de elevado valor defendidas entre maio de 2017 e abril de 2018. Vale para as seguintes áreas: ciências biológicas aplicadas e biomedicina; medicina; saúde coletiva; ciências humanas e sociais. As inscrições podem ser feitas de 2 de maio a 18 de junho de 2018. Confira o regulamento aqui***.
Objetivo: Ampliação do relacionamento da Fiocruz com a sociedade
O edital de propostas para projetos em divulgação científica foi lançado no dia 5 de março deste ano e visa inspirar um número ainda maior de cientistas da instituição – de todas as idades, de níveis acadêmicos diferenciados (estudantes, jovens cientistas, pesquisadores sênior) e de distintas áreas do conhecimento. O objetivo é sensibilizar o protagonismo deles no processo de mediação entre ciência e sociedade, incrementando seu diálogo com os cidadãos.
Lançado em 6 de março de 2018, este concurso público chega à sua terceira edição e visa a produção de obras audiovisuais. Serão contemplados sete filmes: cinco no gênero documentário e duas animações. Estão entre os temas sugeridos: zika/microcefalia e dengue; saúde da família e atenção primária; saúde nas prisões; amamentação; drogas e saúde pública; doenças negligenciadas; perfis de sanitaristas e de cientistas do campo da saúde coletiva; a relação entre saúde e ambiente e os determinantes sociais da saúde. Os filmes integrarão o catálogo do Selo Fiocruz Vídeo, junto a produções próprias da VideoSaúde e de parceiros, que chegará a 35 obras em 2019. Saiba mais aqui.
Por Flávia Lobato, Valentina Leite e Raphaela Fernandes (Campus Virtual Fiocruz)
*Atualização em 21/3/2018.
**Atualização em 04/4/2018.
***Atualização em 25/4/2018.
Passada a aula inaugural da Fiocruz, é hora de acolher os estudantes. Para isso, a instituição promove o Fiocruz Acolhe, um evento de boas-vindas para os alunos estrangeiros ou de outras regiões do país que estudam nas unidades da instituição no Rio de Janeiro. A iniciativa é conduzida pelo Grupo de Acolhimento e organizada pela Coordenação-Geral de Educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE), com apoio do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e do Setor de Eventos da Presidência.
Além da integração e do café da manhã de boas-vindas aos alunos, no evento serão divulgados os resultados do concurso de vídeo "Minha experiência Fiocruz", e os vencedores receberão seus prêmios.
Para participar do evento, basta fazer uma inscrição prévia aqui.
A abertura do ano letivo da Fiocruz em 2018 será no dia 8 de março, às 9h, no Auditório do Museu da Vida. Com o tema Olhares femininos no cárcere, a aula inaugural traz duas convidadas: a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria do Carmo Leal - uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões; e a fotógrafa Nana Moraes, autora da exposição Ausência, que retratou mulheres presas. Algumas unidades da Fundação também promovem aulas inaugurais com temas relacionados aos seus programas educacionais. Confira a lista com as datas, horários, temas e palestrantes dos eventos:
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB)
Tema: O papel do mestrado profissional em ciência em animais de laboratório no desenvolvimento de estudos sobre enriquecimento ambiental e comportamento animal
Palestrantes: Gabriel Oliveira, doutor em biologia celular e molecular (IOC/Fiocruz) e médico veterinário (UFF), cursou o pós-doutorado em nefrologia (Unifesp). É o responsável técnico pelo biotério de experimentação animal do Laboratório de Biologia Celular do IOC, além de editor-chefe da Revista da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (Resbcal) e colaborador da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL). Também é professor do MPCAL (ICTB/Fiocruz). Thais Veronez, mestre em ciência em animais de laboratório (ICTB/Fiocruz), especialista em meio ambiente (UFRJ), bióloga (Unisa), atua como técnica no INCQS/Fiocruz, como chefe substituta do Serviço de Animais de Laboratório do Departamento de Farmacologia e Toxicologia. Possui experiência na área de Animais de Laboratório, com ênfase na Criação e Manejo de Camundongos geneticamente modificados, homozigotos e heterozigotos, atuando principalmente na obtenção de linhagens de camundongos certificados, através da técnica de derivação cesariana.
Dia, horário e local: 5 de março, às 13h30, Sala de aula 1 do ICTB (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)
Tema: The Emerging Role of Pathology in Public Health.
Palestrante: Sherif Zaki é chefe do Departamento de Patologia de Doenças Infecciosas do CDC (Atlanta) e patologista chefe do Child Health and Mortality Prevention Surveillance (CHAMPS).
Dia, horário e local: 5 de março, às 10h, Auditório do Pavilhão de Ensino do INI (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia)
Tema: Capacitação de pessoal para o Sistema Único de Saúde (SUS): desafios e perspectivas
Palestrante: Manoel Barral Netto, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. Pesquisador titular do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) desde 1990 e diretor da unidade desde 2013, Manoel Barral Netto é membro titular da Academia Brasileira de Ciências e Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, Barral Neto também é professor titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Dia, horário e local: 6 de março, às 9h, no Salão Canoas, na Fiocruz Amazônia (Rua Teresina, 476, Adrianópolis, Manaus - AM)
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS)
Tema: Como escrever um artigo científico
Palestrante: Walter Araújo Zin, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975), mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1984) e Pós-doutorado pela McGill University, Montreal, Canadá. Professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1993. Foi Diretor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ (2001-2004). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Fisiologia, Sociedade Brasileira de Biofísica, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, European Respiratory Society, American Physiological Society, American Thoracic Society. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Fisiologia (2004-2006), vice-presidente da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE, 1996-2002, 2007-2011) e presidente da FeSBE (2011-2015).
Dia, horário e local: 6 de março, às 9h30, no Auditório Sérgio Arouca, do INCQS (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia)
Tema: O que eu vou ser quando eu crescer? Pesquisa, Inovação e Carreira na Ciência.
Palestrante: Mauro de Freitas Rebelo, professor do Instituto de Biofísica da UFRJ. Se formou em Ciências Biológicas (Biologia Marinha) pela UFRJ (1994), fez mestrado em Oceanografia Biológica pela FURG (1996) e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela UFRJ (2001). Fez 1 ano de pós-doutorado em Biologia molecular Ambiental na Fiocruz (2002) e 2 anos na Università del Piemonte Orientale na Itália (2004). Atualmente é professor adjunto do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e chefe do Laboratório de Biologia Molecular Ambiental (BioMA). Tem experiência na área de Ecologia Marinha e Biologia Molecular, estudando relações entre genes e ambientes em organismos aquáticos. Tem projetos em mecanismos de toxicidade de poluentes, genômica de invertebrados e metagenômica de ambientes aquáticos. É autor do blog "Você que é biólogo...".
Dia, horário e local: 9 de março, às 9h, no Auditório Aluízio Prata, da Fiocruz Bahia (R. Waldemar Falcão, 121 - Candeal, Salvador - BA)
Casa de Oswaldo Cruz (COC)
Tema: Lima Barreto: triste visionário - reflexões a partir da obra
Palestrante: Lilia Schwarcz é historiadora e antropóloga brasileira. É professora titular no Departamento de Antropologia da USP, Global scholar na Universidade de Princeton (EUA), curadora adjunta do Masp e uma das fundadoras da editora Companhia das Letras. Seu livro As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos ganhou o prêmio Jabuti de Livro do Ano, em 1999. Dirigiu a coleção História do Brasil Nação em seis volumes, sendo três deles indicados para o Jabuti.
Dia, horário e local: 9 de março, às 10h, no Auditório do Museu da Vida (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
Tema: Apresentação das teses dos Programas de Pós-graduação do IOC contempladas com o Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto 2017.
Teses e palestrantes:
Dia, horário e local: 9 de março, às 10h, no Auditório Emmanuel Dias − Pavilhão Arthur Neiva (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
* Atividade integrada ao Centro de Estudos do IOC
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp)
Tema: A atual política de austeridade e o retorno do Brasil ao mapa da fome
Palestrante: Anna Maria de Castro (IFCS/UFRJ), Chico Menezes (Ibase), Daniel Carvalho de Souza (Ação da Cidadania) e Maria Emília Pacheco (Fase)
Dia, horário e local: 12 de março, às 13h, no Auditório térreo da Ensp (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict)
Tema: A universidade, o conhecimento, a intolerância e a censura: reflexos na ecologia de saberes em Saúde.
Palestrante: Naomar de Almeida Filho, professor titular do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, foi reitor da instituição entre 2002 e 2010, e posteriormente, da Universidade Federal do Sul da Bahia, de 2013 a 2017. Em outubro, o docente publicou carta aberta à sociedade sobre sua saída, explicitando um cenário de cortes e ataques à educação pública.
Dia, horário e local: 13 de março, às 9h, no Salão de Leitura da Biblioteca de Manguinhos (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos)
Tema: Integração as Ações Tecnológicas da Fiocruz: políticas de inovação
Palestrante: Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz. Foi vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Prototipagem do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) e diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Instituto de Biologia Molecular do Paraná. É também vice-coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Diagnósticos para a Saúde Pública.
Dia, horário e local: 15 de março, às 10h, na Sala de Conferência do CTM – Jacarepaguá (Avenida Comandante Guaranys 447, Curicica, Rio de Janeiro - RJ)
Fiocruz Pernambuco
Tema: Desafios da ciência brasileira: como e onde publicar
Palestrante: Claude Pirmez, médica, pesquisadora e editora-chefe da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Possui graduação em Medicina pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques (1979) e residência médica em Anatomia Patológica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (1980-82). Fez o mestrado em Medicina Anatomia Patológica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986) e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991), este em parte desenvolvido em parceria com a UCLA, nos Estados Unidos (1987-1989). Fez pós-doutorado em Hamburgo e Berlim, Alemanha (1992 e 1993) e MBA Executivo na Coppead/UFRJ em 2008. Ingressou na Fundação Oswaldo Cruz em 1986, onde hoje é pesquisadora titular, tendo exercido os cargos de chefe do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular (2000-2003), vice-diretora do Instituto Oswaldo Cruz (2005-2008) e vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência (2009-2013). Tem experiência na área de Imunopatologia e Patologia Clínica, tendo como principal linha de pesquisa a investigação de processos imunoregulatórios na leishmaniose tegumentar americana, com mais de 70 trabalhos científicos publicados nessa área.
Dia, horário e local: 16 de março, às 10h, no Auditório Frederico Simões Barbosa, da Fiocruz Pernambuco (Av. Professor Moraes Rego, s/n – Cidade Universitária – Recife/PE)
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV)
Tema: Que tempos são esses? Encenação e debate
Atividade: Apresentação da Cia. Ensaio Aberto
Dia, horário e local: 16 de março,14h e 19h, no Pátio circular da EPSJV (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
Gerência Regional de Brasília (Gereb/Fiocruz Brasília)
Tema: Educação na Sociedade do Conhecimento
Palestrante: Ladislau Dowbor, economista e professor titular de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Foi consultor de diversas agências das Nações Unidas, governos e municípios, além de várias organizações do sistema “S”. Autor e co-autor de cerca de 40 livros, toda sua produção intelectual está disponível online na página dowbor.org.
Dia, horário e local: 27 de março, às 9h30, no Auditório externo da Fiocruz Brasília (Avenida L3 Norte, S/N - Campus Universitário Darcy Ribeiro, DF)
Este ano, a Fiocruz abrirá o ano letivo no Dia Internacional da Mulher (8/3), com o tema Olhares Femininos no Cárcere. As convidadas do evento são Maria do Carmo Leal - pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões - e a fotógrafa Nana Moraes, autora da exposição Ausência, que retrata mulheres presas. Para que você tire o máximo de proveito desta discussão tão atual e importante no Brasil, o Campus Virtual Fiocruz fez uma seleção de quatro documentários sobre o tema que será debatido. Veja a lista e assista aos filmes:
Este minidocumentário de 2016 é a segunda parte de uma produção da Pastoral Carcerária. A primeira parte é intitulada A Tortura como Política de Estado e trata das novas roupagens da tortura dentro do sistema carcerário. Já a parte 2, As Mulheres e o Cárcere, aborda as torturas sofridas especificamente por mulheres presas. O material é um apelo contra as precariedades vividas pelas mulheres encarceradas e contra a tortura sistemática no sistema prisional. Como questão central, o filme traz a problemática da urgente e necessária redução na população carcerária.
O documentário retrata a vida de mulheres que foram presas por pequenos furtos, e de uma advogada que, voluntariamente, se propôs a defendê-las. Bagatela expõe fragilidades do sistema judiciário brasileiro e a relação tensa entre quem quer ajudar e quem precisa de ajuda. O filme é de 2010 e foi dirigido por Clara Ramos.
O documentário de Liliana Sulzbach, vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Gramado de 2004, acompanha a vida de três mulheres que passaram pela Penitenciária Madre Pelletier. Cláudia, presidiária mais antiga e respeitada da Penitenciária Madre Pelletier, deve deixar o cárcere em breve, assim como Betânia, que vai para o regime semi-aberto. Ao contrário de Daniela, que recém chegou à prisão e aguarda julgamento. Enquanto Daniela busca proteção na cadeia, Cláudia e Betânia vão enfrentar as incertezas de quem volta para a rua.
Dirigido por Geysa Chaves, o documentário de 2010 consiste na história de cinco mulheres condenadas por envolvimento direto ou indireto nos crimes idealizados e executados por seus namorados, maridos e/ou companheiros. O filme revela o drama e os conflitos vividos por elas fora e dentro do cárcere - a penitenciária feminina Talavera Bruce.
Mais informações sobre a aula inaugural aqui.
Por Flávia Lobato e Raphaela Fernandes (Campus Virtual Fiocruz)
Foram prorrorogadas até o dia 5 de março as inscrições para o concurso “Minha experiência Fiocruz”, que tem o objetivo de estimular pós-graduandos a compartilharem suas histórias na Fundação, sob o formato de um vídeo curto. Podem participar alunos dos programas de pós-graduação das unidades do Rio de Janeiro, vindos de outros países e de outras cidades do Brasil. O concurso faz parte das ações do Fiocruz Acolhe, evento de boas-vindas para os alunos estrangeiros ou de outras regiões do país que estudam nas unidades da instituição no Rio de Janeiro.
Como participar do concurso
Os vídeos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, que levará em consideração sua originalidade e criatividade, e elegerá os três melhores. Os vencedores serão anunciados no dia 14 de março, durante o evento Fiocruz Acolhe 2018, no qual os estudantes são recebidos com um café da manhã. Eles receberão os seguintes prêmios:
1º lugar: um livro da Editora Fiocruz e um DVD do selo Fiocruz Vídeo (VideoSaúde Distribuidora)
2º lugar: um livro da Editora Fiocruz
3º lugar: um DVD do selo Fiocruz Vídeo (VideoSaúde Distribuidora)
Sobre o Fiocruz Acolhe
O Fiocruz Acolhe é um evento de boas-vindas para os alunos estrangeiros ou de outras regiões do país que estudam nas unidades da instituição no Rio de Janeiro. A iniciativa é conduzida pelo Grupo de Acolhimento e organizada pela Coordenação-Geral de Educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC), com apoio do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e o Setor de Eventos da Presidência.
A assessora da CGE, Adélia Araújo, lembra que o Fiocruz Acolhe faz parte da estratégia de internacionalização da Fiocruz. "Temos trabalhado juntos para ampliar o acolhimento de alunos, professores e pesquisadores e sua integração. Também estudamos novos formatos para os próximos anos, dada a necessidade de otimizar recursos, sem prejuízo das ações que vêm sendo desenvolvidas no sentido de fortalecer a educação internacional na Fiocruz".
Para participar do evento, basta fazer uma inscrição prévia aqui.
Data: 14/3
Horário: 9h às 12h
Local: Auditório do Museu da Vida (campus sede da Fiocruz - Av. Brasil, 4365 - Manguinhos, Rio de Janeiro - CEP: 21040-900 - Tel: (21) 2598-4242)
Foto: Peter Ilicciev (CCS)
A Fiocruz abre o ano letivo de 2018 no Dia Internacional da Mulher (8/3), às 9h. Com o tema Olhares femininos no cárcere, a aula inaugural terá como convidadas a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria do Carmo Leal, uma das coordenadoras do estudo Nascer nas prisões; e a fotógrafa Nana Moraes, autora da exposição Ausência, que retratou mulheres presas.
O evento une ciência e arte, debatendo o direito à saúde e à vida. Serão apresentados dados estatísticos relacionados às condições de vida e de saúde da população feminina encarcerada, e comentados os sentimentos de quem vive e conheceu essa realidade. De acordo com o estudo, 31% das mulheres presas são chefes de família e 83% delas têm pelo menos um filho. Os dados da pesquisa contribuíram para a aprovação do habeas corpus coletivo que garantirá à mulheres grávidas e mães de crianças de até 12 anos que estejam em prisão provisória o direito de deixar a cadeia e ficar em prisão domiciliar até seu caso ser julgado.
Na programação também haverá a exibição de um vídeo sobre a exposição da fotógrafa Nana Moraes e a leitura dramatizada de cartas. O trabalho compõe uma trilogia autoral sobre a vida de mulheres estigmatizadas, observando suas relações com os filhos e familiares, através de fotos e cartas.
Na abertura do ano letivo, a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz também lançará vários editais.
Abertura do ano letivo Fiocruz 2018
Tema: Olhares femininos no cárcere
Palestrantes: Maria do Carmo Leal e Nana Moraes
Data e horário: 8/3, às 9h
Local: Auditório do Museu da Vida/Fiocruz (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ)
O evento é aberto ao público e não é necessário se inscrever antes.
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A saúde das mulheres no cárcere
Mães do cárcere
Foto: Eduardo de Oliveira (Revista Radis)
TRANSformação é uma iniciativa que visa aprimorar a formação da população trans em temas relativos à saúde, educação, movimentos sociais, direito e cidadania. É um curso idealizado pela ativista dos direitos trans e assessora parlamentar do deputado federal Jean Wyllys, Alessandra Makkeda. A formação resulta de uma parceria entre o Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Lapclin Aids - INI/Fiocruz) e o Laboratório Integrado em Diversidade Sexual e de Gênero, Políticas e Direitos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Lidis - Uerj). Segundo Alessandra, "o objetivo do curso é ampliar a participação política dessa população excluída que, por ter pouco acesso à educação — com problemas graves e específicos — tem prejudicada sua capacidade de pedir ajuda e defender os seus direitos".
O deputado federal Jean Wyllys vai proferir a aula magna, abordando o tema Política, democracia e participação popular. A palestra será no dia 25 de agosto, às 14h, no INI/Fiocruz. Segundo Willys, este curso é uma realização importantíssima para o movimento LGBT e para o Rio de Janeiro. "É a primeira vez que vejo a formação da nossa militância sendo pensada com a articulação de grandes instituições como a Uerj, uma das mais prestigiadas universidades do Rio e a Fundação Oswaldo Cruz, referência nacional em pesquisas voltadas para população Trans, principalmente em HIV/Aids, o que contribuirá com a experiência acumulada a partir da nossa atuação política ao longo de dois mandatos no parlamento”, afirma. Para Wyllys, a iniciativa é fruto de “uma articulação fundamental de instituições que já vinham fazendo ótimos trabalhos em suas áreas e que agora somam suas forças. Acredito que o produto desta junção de esforços será uma militância que, ao final do curso, estará muito mais preparada para lidar com as nossas questões cotidianas”, destacou.
Público alvo e estrutura do curso
O público da TRANSformação é constituído por mulheres e homens transexuais, travestis e representantes de outras identidades transgêneras e LGBT, que tenham perfil de liderança ou que já venham desenvolvendo trabalhos junto à população trans ou a outros movimentos populares — geralmente fora do chamado "ativismo organizado e institucionalizado" e que desejem participar de uma formação política. Ministrado em dois encontros semanais ao longo de dois meses, o curso está dividido em três módulos: "Política, Democracia e Participação Popular", "História do Movimento Trans e LGBT, Ativismo e Academia", e "Políticas Públicas de Assistência Social e de Saúde".
O curso recebe inscrições até o dia 20 de agosto. Há 30 vagas, sendo 20 com direito a auxílio para transporte e alimentação. Pessoas Trans e LGBT que não consigam vagas poderão participar como ouvintes. Os alunos que completarem a grade receberão o certificado de curso de extensão da Uerj.
Centro de Referência em Saúde para a População Trans do INI
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) desenvolve um Centro de Referência em Saúde para a População Trans, com atividades de assistência, prevenção e pesquisa em HIV/Aids, com contribuição do financiamento recebido através de uma emenda parlamentar do deputado federal Jean Wyllys. Ele lembra que "o INI tem um envolvimento histórico no trabalho com a população LGBT desde o início dos anos 90 e vemos a implantação do Centro de Referência como uma continuidade”, afirma a diretora do Instituto, Valdiléa Veloso. “O estigma e a discriminação enfrentados por esse grupo populacional aumentam ainda mais sua vulnerabilidade, criando os mais variados obstáculos no acesso aos cuidados básicos. Ter o Centro formalizado em um Instituto de ensino e pesquisa na área da saúde propicia, além de identificar as necessidades dessa população, que também seja feita a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na atenção dessas demandas. Trabalhamos em consonância com a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), constituída pelo Ministério da Saúde em 2011, que orienta o Plano Operativo de Saúde Integral LGBT", conclui.
O Centro desenvolve atividades de educação comunitária em HIV/Aids, expansão do acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, realização de estudos epidemiológicos, identificação de necessidades de saúde e o estabelecimento de um serviço para atenção à saúde desse segmento da população, com foco nas pessoas que vivem com HIV/AIDS e sob risco de aquisição da infecção pelo HIV.
Saiba como se inscrever e acesse as informações sobre o curso aqui no Campus Virtual Fiocruz.
Aula magna com o deputado federal Jean Wyllys
Política, democracia e participação popular
Fundação Oswaldo Cruz (Av. Brasil, 4365 – Auditório do Pavilhão de Ensino do INI - Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ).
Fonte: Juana Portugal (INI/Fiocruz)
Começaram hoje (5/5) as aulas do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE). O curso, oferecido em rede nacional, visa formar profissionais de saúde que atuam na Saúde da Família/Atenção Básica nos diversos municípios brasileiros, e também estimular a produção de novos conhecimentos e inovações na atenção básica no país. Reunindo 18 instituições de ensino e pesquisa que atuam no Brasil, o PROFSAÚDE é uma proposta da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), sob a liderança da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Coordenação Acadêmica Nacional é compartilhada por Luiz Augusto Facchini (Abrasco), Maria Cristina Rodrigues Guilam e Carla Pacheco Teixeira (ambas da Fiocruz).
Segundo Guilam, esta iniciativa contribui de forma significativa para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), na medida em que integra instituições acadêmicas e gestores da saúde pública considerando as diversidades regionais e locais. "O PROFSAÚDE é conduzido por docentes qualificados e titulados na área, que atuam como preceptores na formação de médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais de saúde. Por isso, tem um forte conteúdo de educação. Uma característica importante do curso é ter o SUS como campo de prática. Sendo assim, a experiência profissional do aluno é muito valorizada".
Dada sua abrangência, o PROFSAÚDE é um curso semipresencial: são 832 horas em trabalho online e 128 horas para desenvolver trabalhos em encontro físico-presencial com os participantes de cada uma das universidades. Para isso, as atividades de educação à distância serão desenvolvidas na plataforma de cursos do Campus Virtual Fiocruz, como explica o consultor em tecnologias educacionais, Eduardo Xavier. “Com o lançamento do Campus Virtual Fiocruz no ano passado, a Fiocruz ampliou a sua capacidade de ofertar cursos à distância com base no uso do software livre Moodle. Este software livre favorece as ações educativas em rede, já que professores e alunos podem se integrar num ambiente virtual de aprendizagem, podendo trocar conhecimentos de forma simultânea e colaborativa. No caso do PROFSAÚDE, essa escolha é particularmente importante, uma vez que a Fiocruz está atendendo a várias turmas formadas por alunos de diversas instituições e estados brasileiros". Ele lembra ainda que a iniciativa demonstra a capacidade de articulação da Fiocruz e de seus diversos parceiros, como a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
Sobre o Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE)
Com a chancela da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Fiocruz, trata-se de uma proposta de curso em rede nacional, que reúne 18 instituições de ensino e pesquisa que atuam no Brasil.
O objetivo do mestrado é formar profissionais de saúde que atuam na Saúde da Família/Atenção Básica nos diversos municípios brasileiros. O PROFSAÚDE também tem o papel de estimular a produção de novos conhecimentos e inovações na atenção básica no país, considerando as diversidades regionais e locais, ao integrar instituições acadêmicas e gestores da saúde pública.
Com isso, espera-se contribuir para iniciativas defensoras do Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando os valores constitucionais de universalidade, integralidade, equidade, descentralização e participação social. O programa visa favorecer a superação de obstáculos estruturais, para consolidar a Estratégia de Saúde da Família como política pública efetiva e que também está alinhado aos objetivos do Programa Mais Médicos.
O Mestrado Profissional em Saúde da Família tem duração mínima de 18 meses e máxima de 24 meses, com carga horária total de 960 horas. São 42 créditos distribuídos entre 32 créditos para as disciplinas obrigatórias (480 horas) e 10 créditos para disciplinas eletivas (150 horas) e 22 créditos para dissertação (330 horas).
Contato
Professores e alunos que precisarem esclarecer dúvidas sobre a plataforma de cursos do Campus Virtual Fiocruz, devem enviar um e-mail para: suporte.campus@fiocruz.br
É o momento de escrever a história do futuro, pensar metodologias ativas que estimulem, provoquem e promovam de fato o aprendizado. Em síntese, este é o desafio a ser superado na educação em saúde, como destacou o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral-Netto, durante aula inaugural que abriu o ano letivo da Escola Fiocruz de Governo no dia 22/3. “Estamos capacitando pessoas para responder provas e não para ação”, criticou ele, ao apresentar dados da publicação “Mestres e Doutores-2014”. Segundo as informações da publicação, 50% dos mestres e doutores formados no Brasil estão em atividade educacional. “Mas não foram preparados para tanto, não se discute uma pedagogia mais moderna, repete-se a velha fórmula: aluno sentado, professor falando”, disse o vice-presidente.
Barral apresentou aferições de atividades cerebrais feitas por um estudo que acompanhou estudantes de engenharia. O pico das atividades ocorre em aulas de laboratórios, seguida por ações em casa e, por último, na sala de aula, onde a atividade registrada é mínima, quase uma linha contínua. Ele citou o “caso Fátima”, de uma aluna americana, aprovada com boas notas em diversas matérias, inclusive química, mas que não soube responder algumas questões propostas por examinadores durante um estudo. Questionada sobre como obteve boas notas, Fátima disse que o professor mudava a entonação da voz quando o assunto estaria na prova. Ela decorava as respostas. “Não importa o tempo de permanência na escola, mas o quanto se aprende”, observou.
No ano passado, a Fiocruz titulou 159 doutores, número superior ao de muitos países da América Latina em todos os campos do conhecimento. Barral destacou que o esforço deve prosseguir, mas que também é preciso olhar com atenção os diferentes níveis do setor de saúde, pois as qualificações necessárias para os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) devem estar na mira da Fiocruz. O vice-presidente citou que uma tese defendida na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) apontou que 15 secretarias estaduais de saúde relataram carência de recursos humanos especializados em vigilância sanitária. "Para atender essa demanda, só uma expansão em larga escala com educação à distância, modernização pedagógica e avaliação constante", afirmou.
A mesa de abertura do ano letivo da Escola Fiocruz de Governo foi composta por Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz; Manoel Barral-Netto, vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz; Gerson Penna, diretor da Fiocruz Brasília e Fabiana Damásio, diretora executiva da Escola.
A presidente lembrou que ciência, saúde e educação são eixos norteadores da Fiocruz. Ela destacou que a educação deve ser pensada de uma forma mais global. "É importante compreender a Fiocruz como um projeto coletivo, na sua relação com o território e na construção efetiva da cidadania. O SUS é expressão de um projeto civilizatório", destacou.
A diretora executiva da Escola Fiocruz de Governo, Fabiana Damásio, deu boas-vindas aos alunos dos cursos de mestrado profissional em Políticas Públicas em Saúde e aos de especialização em Saúde Coletiva. Já o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna, informou que, em 2016, cerca de 79,6 mil pessoas passaram pela Escola Fiocruz de Governo participando de cursos, seminários e atividades internas e externas.
Transmitida ao vivo pelo facebook da Fiocruz Brasília, a aula inaugural teve mais de mil acessos e pode ser vista através deste link. Assista!
Fonte: Valéria Vasconcelos Padrão (Ascom/Fiocruz Brasília)