O Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE/Fiocruz) traz para o Brasil o economista americano Randall Wray, pesquisador do conceituado Levy Economics Institute do Bard College e um dos principais autores da Teoria Moderna da Moeda (MMT, na sigla em inglês). Wray participará de seminário Políticas sociais e pleno emprego: A Teoria Moderna da Moeda como alternativa, no dia 26 de novembro.
O economista apresentará os conceitos-chaves da teoria que ajudou a construir e suas implicações na construção de uma abordagem alternativa para o financiamento de políticas sociais. A apresentação de Randall Wray será realizada no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro, às 9h.
Ao seu lado, na mesa, estarão os economistas e professores Pedro Rossi, da Universidade de Campinas (Unicamp) e José Márcio Camargo, da PUC-Rio, com mediação do pesquisador Carlos Gadelha, coordenador das Ações de Prospecção da Fiocruz. O evento terá transmissão online.
Com uma linha de pensamento diferente dos economistas ortodoxos, os trabalhos de Wray sobre teoria monetária, finanças públicas e políticas de geração de emprego têm sido referência para formuladores de política econômica em vários países.
O economista defende o pleno emprego e abre o leque das possibilidades para o financiamento de políticas sociais. Na Argentina, suas ideias serviram de inspiração para um programa de emprego que recolocou no mercado de trabalho dois milhões de pessoas em resposta à crise de 1999. Nos Estados Unidos, embasou o plano de reforma do sistema de saúde, apresentado pelo senador Bernie Sanders em 2019 no Senado americano. Sanders propõe assistência médica universal e gratuita em um país onde há mais de 30 milhões de pessoas sem plano de saúde. Esse mesmo projeto foi defendido pelo senador quando foi pré-candidato democrata em 2016.
O seminário organizado pelo CEE-Fiocruz tem como objetivo discutir o potencial de políticas monetárias e fiscais baseadas na Teoria Moderna da Moeda para aumentar os recursos financeiros federais disponíveis para as áreas sociais, sobretudo a da saúde, diante do atual contexto de ajuste fiscal.
Na parte da tarde, será realizada no mesmo local uma oficina com o Randall Wray, na qual formuladores de políticas, formadores de opinião e representantes da sociedade civil e do meio acadêmico convidados terão a oportunidade de discutir a aplicação dos principais conceitos da Teoria Moderna da Moeda. Inscreva-se já, pelo Campus Virtual Fiocruz!
Serviço
Evento: Políticas sociais e pleno emprego: A Teoria Moderna da Moeda como alternativa
Data: 26/11
Horário: 9h às 12h
Local: Centro de Convenções Sul-América (Av. Paulo de Frontin, nº 1, Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ)
Inscrições: link
Entre os dias 30 e 31 de outubro a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) promoverá o Seminário de Ensino 2019. Com o tema Formação e Avaliação como campos de disputa e resistência: concepções, desafios e consequências, o evento debaterá, na abertura, a formação em saúde pública em tempos de crise. O debate contará com a participação do professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Kenneth Rochel de Camargo Junior, e do professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Túlio Batista Franco. O Seminário de Ensino é aberto aos interessados e não necessita de inscrição prévia.
O seminário terá início às 8h30 com o acolhimento, às 9h será realizada cerimônia de abertura e a partir das 9h30 acontecerá a mesa Formação em Saúde Pública em tempos de crise, sob a coordenação do pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp), Gideon Borges. Ainda no dia 30 de outubro, às 14 horas, será realizada a mesa Avaliação: Concepções, desafios e consequências, sob a coordenação da pesquisadora da Ensp, Marly Cruz. A mesa contará com a participação da pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geisa Mendes, que abordará Avaliação como campo de disputa e resistência: concepções, e do professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Luiz Antonio Saleh, que falará sobre A relação formação-avaliação na sociedade contemporânea: principais desafios.
No segundo dia de atividades, 31 de outubro, a partir das 9h30 acontecerá a Roda de Diálogo Relações de poder e processos avaliativos, sob a mediação da representante do Fórum de Estudantes, Elizabeth Leite Barbosa. A roda debaterá Relações de poder no meio acadêmico e a relação com a saúde mental na vida acadêmica, com a participação do doutor em psicologia pela (Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Robson Nascimento Cruz; Enfrentamento do assédio moral, racismo e adoecimento dos estudantes da pós-graduação, com a participação do Vice-presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) da regional de São Paulo e doutorando em Química da Universidade de São Paulo (USP), Raí Campos Silva; e Processos avaliativos e práticas educativas na pós-graduação, com a participação do doutor em educação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-RIO), Marcelo Aranda Stortti.
Encerrando as atividades do Seminário de Ensino 2019, partir das 14 horas, será realizada a mesa Ensp: enfrentando desafios e construindo caminhos para a garantia de uma formação pública gratuita e de qualidade. Os debates da mesa serão divididos em duas modalidades de ensino, stricto e lato sensu. No âmbito do stricto sensu a mesa contará com a participação da coordenadora do Programa de Saúde Pública, Marly Cruz; da coordenadora do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente, Andréa Sobral de Almeida; da coordenadora do Programa Profissional em Saúde Pública, Elyne Engstron; da coordenadora do Programa de Epidemiologia em Saúde Pública, Enirtes Caetano Prates Melo; e do coordenador do Programa de Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva, Sergio Rego. No âmbito dos cursos lato sensu o debate contará com a participação do coordenador geral de Pós-Graduação Lato Sensu e Qualificação Profissional, Rafael Arouca. A mesa será mediada pela Vice-diretora de Ensino da Ensp, Lúcia Maria Dupret.
Todas as atividades do Seminário de Ensino 2019 serão realizadas no salão internacional da Ensp.
No dia 13 de junho, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) sedia o seminário Vacinas e Vacinação no Brasil: horizontes para os próximos 20 anos. O evento é promovido pela iniciativa Brasil Saúde Amanhã no contexto da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, e abordará o desempenho do Brasil rumo ao cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, no que diz respeito à saúde. Em dois painéis, especialistas renomados vão abordar o tema pela ótica do desenvolvimento sustentável e em sua perspectiva global. O seminário acontece das 9h30 às 16h45 no Salão Internacional da Ensp, com transmissão ao vivo pelo canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no YouTube.
Compromisso com o acesso à saúde e o bem-estar de todos
O coordenador da iniciativa Brasil Saúde Amanhã, o pesquisador José Carvalho de Noronha, informa que a importância das vacinas e da vacinação para o cumprimento do ODS 3, relacionado à saúde, está expressa na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em seu eixo 3.b, que evidencia a necessidade de apoiar a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas para doenças transmissíveis e não transmissíveis e de proporcionar o acesso a esses produtos, sobretudo nos países em desenvolvimento. “Por meio de diferentes abordagens, o seminário analisará o desempenho do Brasil diante desse compromisso, a partir de debates no campo da ciência, da tecnologia e da inovação, considerando os obstáculos tecnológicos e regulatórios que o país ainda precisa enfrentar”, apresenta Noronha.
A iniciativa Brasil Saúde Amanhã é uma rede multidisciplinar de pesquisa que investiga e propõe caminhos para o país e o setor Saúde no horizonte dos próximos 20 anos. A prospecção de cenários futuros para a saúde pública brasileira integra os esforços da Fiocruz para consolidar e qualificar o Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir melhores condições de vida e saúde para a população brasileira.
Confira o canal Brasil Saúde Amanhã no YouTube.
Autoridade internacional na área de vacinas, o assessor sênior científico e tecnológico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Akira Homma, é um dos especialistas que compõem o painel da manhã, intitulado Vacinas e Vacinação no Brasil: Agenda 2030 na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Para ele, a reflexão e o debate sobre o tema ‘vacinas e vacinação’ é essencial no momento em que a queda da cobertura vacinal vem desafiando não só o Brasil, mas diversos países. “Além de todos os esforços para produzir os imunobiológicos que a população precisa, há que se desenvolver novas estratégias para que o processo de vacinação seja eficaz. O Brasil é um dos poucos países do mundo que opera um Programa Nacional de Imunizações com ambas as responsabilidades, o que exige um compromisso com a inovação tanto para o desenvolvimento de novas vacinas quanto para a garantia do acesso da população aos imunobiológicos existentes”, afirma.
À tarde, durante o painel Perspectivas Nacionais e Globais em Vacinas, o coordenador das ações de prospecção da Fiocruz, o economista Carlos Gadelha, discutirá as tendências econômicas e de inovação no mercado de vacinas, relacionando a dinâmica global à brasileira. “Discutiremos três cenários para o Brasil até 2030: o de redução de investimentos, que aniquilaria a capacidade produtiva nacional; o de manutenção do nível atual de investimentos, que obrigaria o Brasil a simplesmente seguir o padrão tecnológico global, que não é determinado pelas necessidades de saúde de nossa população; e, por fim, o de dobrar a aposta e ser, de fato, um país inovador, comprometido com a sustentabilidade do sistema de saúde e com a proteção social”, adianta Carlos.
A Fiocruz completa 119 anos no dia 25 de maio. Para comemorar o aniversário, está programada uma série de atividades para os trabalhadores, que acontecerão na última semana do mês, entre os dias 27/5 e 31/5. Faz parte da programação a conferência A Ciência do Futuro e o Futuro da Ciência na Fiocruz, seguida de roda de conversa, com o Professor Emérito do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Erney de Camargo, marcada para 27/5, das 14h às 17h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos. Na quarta-feira, 29/5, às 14h, a Presidência apresentará um balanço da gestão.
Antes do início das comemorações, a bancada de parlamentares do Rio de Janeiro será recebida pela Presidência para um café da manhã na Residência Oficial. Na pauta, os 120 anos da Fiocruz e desafios para o futuro. A primeira atividade comemorativa aberta ao público será o Seminário Advocacy: O que é? Como se faz? Experiências na saúde pública e impactos no uso dos resultados das pesquisas científicas, dia 27/5, das 8h30 às 13h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos. Das 9h às 11h45 do mesmo dia, a Fiocruz Mata Atlântica promove em sua sede a mesa redonda O sertão carioca de Armando Magalhães Correa.
Feira Fiocruz Saudável
Na terça-feira, 28/5 às 9h, também no auditório do Museu da Vida, será lançada a reedição do livro O massacre de Manguinhos, da Coleção Memória Viva do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), e um documentário sobre a reintegração dos pesquisadores cassados durante a ditadura militar. O evento será seguido de uma roda de conversa. Às 13h30, está prevista a abertura da Feira Fiocruz Saudável, na Praça Pasteur, próxima ao Castelo.
A Feira promove diversas apresentações e atividades para o público interno e durante toda a semana. Os trabalhadores com 30 anos de atividade serão homenageados com placas e certificados pela presidente Nísia Trindade Lima às 14h, também na Praça Pasteur. O dia termina com apresentação do coral, às 16h30.
Balanço da gestão
Na tarde de quarta-feira, 29/5, a Presidência apresentará um balanço da gestão no auditório do Museu da Vida. Às 14h30, na Praça Pasteur, os trabalhadores poderão assistir à apresentação do Balé de Manguinhos. No dia 30/5, quinta-feira, o Projeto Social Casa Viva apresenta o Música na Calçada, às 15h, também na praça, onde, às 16h, a Editora Fiocruz promove uma tarde de autógrafos de livros da Coleção Fazer Saúde.
As comemorações terminam na sexta-feira, 31/5. De manhã, na Tenda da Ciência Virgínia Schall, será apresentada a comissão responsável pela preparação das comemorações do próximo aniversário da Fundação, que completará 120 anos em 2020. Na cerimônia, será apresentado vídeo do Tour Virtual ao Castelo e será dada posse aos novos concursados.
O encerramento ocorre às 14h, também na Tenda, com a entrega de diploma de Pesquisador Emérito aos pesquisadores Euzenir Nunes Sarno; Renato Sergio baião Cordeiro; maria Cecília de Souza Minayo; e Paulo Marcos Zech Coelho.
Confira a programação!
A Fiocruz Brasília, por meio da Assessoria de Comunicação, lançou o primeiro livro da série As Relações da Saúde Pública com a Imprensa. A obra é homônima ao tradicional evento promovido desde 2008 na instituição, e que agrega jornalistas, profissionais da saúde, pesquisadores e estudantes para debaterem e apresentarem propostas aos desafios que surgem do encontro da comunicação com a saúde, no cotidiano.
O primeiro livro da série conta com textos dos convidados que participaram do seminário mais recente, realizado em 2017, que trazia como tema Aedes Aegypti, vetor de epidemias anunciadas. Ao longo de 116 páginas, o leitor vai acessar fotos e textos produzidos pelos convidados nacionais e internacionais do evento, bem como poderá assistir aos vídeos de cada uma das palestras que compôs a programação do evento.
Ao longo das páginas, o leitor poderá compreender mais sobre o papel que a mídia pode exercer em suas coberturas sobre os impactos causados pelas arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti em nossas vidas, a saber dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Autores brasileiros e de outros países narram experiências e fazem reflexões sobre de que forma a população deve ser mobilizada a agir em prol de sua própria saúde sem abrir mão da responsabilidade e presença do Estado, que deve agir e garantir as condições adequadas para a saúde de todos.
A obra está organizada a partir dos relatos da abertura do evento, realizados pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o diretor da Fiocruz Brasília à época, Gerson Penna e o coordenador do evento e da Assessoria de Comunicação, Wagner Vasconcelos. Na sequência, a publicação traz um texto que contempla a conferência magna, que foi realizada com o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Luis Castiel, e os demais textos são organizados em duas seções: Panorama das Arboviroses transmitidas pelo Aedes e os Desafios da imprensa – Aedes em Pauta: relatos de experiências de jornalistas, pesquisadores e profissionais de saúde.
Clique aqui para ler o conteúdo completo do livro Aedes Aegypti: vetor de epidemias anunciadas.
O lançamento da publicação neste período é oportuno, já que de 18 a 21 de março será realizada a nova edição internacional do evento, com tema Fake news e saúde, cujo conteúdo também será transformado em livro. Clique aqui e saiba mais sobre esta atividade.
De 18 a 21 de março, a Fiocruz Brasília promoverá o II Seminário Internacional e VI Seminário Nacional As relações da saúde pública com a imprensa: fake news e saúde. Pela primeira vez, o evento contará com sessão científica sobre o tema. O prazo para envio de relatos de experiências e pesquisas sobre o tema Fake news e saúde foi prorrogado até 15 de janeiro. Serão aceitos estudos e relatos de experiências sobre o tema “Fake news e saúde” na modalidade de Comunicação oral.
Estudantes, trabalhadores, pesquisadores, professores e gestores das áreas de comunicação, saúde ou áreas afins poderão submeter em algum dos seguintes eixos: Jornalismo e saúde, Publicidade e saúde, Redes sociais virtuais e saúde, Relações Públicas e saúde e Comunicação Organizacional e Saúde. A submissão é gratuita, assim como a participação no evento.
A comissão científica do evento é formada por membros da Fiocruz, do Ministério da Saúde, além de professores e pesquisadores de diferentes universidades do DF. Os critérios de avaliação estão disponíveis no edital, assim como o formato exigido para a submissão.
Com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o evento vai debater e analisar como as notícias falsas podem ser prejudiciais à saúde das pessoas e afetar a execução plena da política de saúde no país.
Um curso livre sobre Fake news e Saúde também integra a programação dos seminários, que será divulgada em breve, assim como o link para a inscrição.
Esta é a segunda edição internacional do evento. Nos últimos dez anos, a Fiocruz Brasília promoveu o seminário para debater temas de relevância para a saúde pública brasileira. Febre amarela, H1N1, a imagem do SUS na mídia, ebola, chikungunya, dengue, zika e o Aedes aegypti foram os temas abordados nas outras cinco edições do evento.
Acesse aqui o edital de sessão científica prorrogado e participe!
Por Mariella de Oliveira-Costa (Fiocruz Brasília)
"A comunicação pública deve se basear fundamentalmente no interesse público, dos mais excluídos e oprimidos e, inclusive, daqueles que não costumam ter voz. Estamos aqui em defesa da democracia". Neste tom, foi aberta a mesa Comunicação pública e saúde, no dia 30/10, durante o seminário internacional da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) para comemorar os 30 anos do SUS. A fala foi extraída do texto de apresentação do hotsite comemorativo de dez anos da Revista Poli – Saúde, Educação e Trabalho, lançado na ocasião.
Logo em seguida, Rodrigo Murtinho, diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz), deu início ao debate. Ele lembrou que a comunicação perpassa os 30 anos de construção e desconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS). "Ao longo deste período, houve uma consolidação e maior empoderamento da comunicação privada, mas também assistimos ao surgimento de várias mídias de comunicação alternativa. O atual cenário nos coloca desafios, porém aqui estamos", disse. Ele comentou que é necessário levar informações de qualidade sobre o SUS à sociedade.
Neste sentido, os veículos da grande imprensa costumam associar o Sistema a filas de hospitais, espera no atendimento, serviços precários de saúde. Há muito mais a ser explorado, é o que acredita Cátia Guimarães, jornalista e editora da Revista Poli – Saúde, Educação e Trabalho: “É claro que devemos abordar as falhas, mas também é preciso mostrar para a população o SUS como o sistema complexo e integral que conhecemos. E quem melhor do que a Fiocruz para fazer isso?", indagou. Segundo ela, é preciso construir e fortalecer pautas positivas. “Não só usar nossos veículos alternativos, mas também apostar nas brechas da grande imprensa. Na batalha das ideias, é preciso criar outras trincheiras que também falem bem do SUS”.
O Brasil tem uma experiência diferente dos países europeus (que começaram com sistema público de comunicação e foram abrindo gradualmente para o sistema privado) e dos Estados Unidos (que começaram com sistema privado já regulado para impedir concentração e domínio de uma agenda nos meios de comunicação). Aqui no país, quando o sistema de comunicação ganhou força já era privado, sustentado com a ausência de regras de interesse público. Foi com essa contextualização que João Brant, pesquisador e militante do Movimento Democratização da Comunicação, começou sua fala na mesa-redonda através de Skype. “Temos um sistema de comunicação fundamentalmente privado, sem regras para concessão, e que tem a comunicação como uma das poucas áreas na qual a Constituição de 1988 não foi repaginada", disse.
Ele ressaltou que o jornalismo é dependente dos meios privados e hierarquizado. “Os meios de comunicação são essenciais para o funcionamento da economia, são espaços de reprodução da publicidade — que, por sua vez, são elementos fundamentais de circulação do capital. Soma-se a isso uma dimensão do Estado como investidor econômico e uma divisão de classes”, criticou. Porém, segundo João, há importantes exceções: “Quando jornalistas na ponta conseguem produzir bom jornalismo, mesmo sendo contra interesse dos grandes veículos. Mas isso não é a regra. Além disso, a maior parte dos especialistas ouvidos nas matérias se associa a uma agenda da elite brasileira”.
Na tentativa de compreender as falhas da cobertura jornalística, Antonio Martins, editor do site Outras Palavras e idealizador do site Outra Saúde, destacou o fato de o Brasil ser uma sociedade segregada, que não enxerga determinados direitos como a saúde, educação, habitação como direitos reais. Segundo ele, há matérias excelentes na grande mídia sobre como hospitais privados conquistam vitórias no terreno da saúde, mas ninguém debate que esses hospitais atendem a uma fatia pequena da sociedade. “Aquela minoria que pode pagar faz parte de um sistema que é diferente dos planos de saúde e que é diferente do SUS. E o SUS, assim como a educação pública, é tratado numa gaveta, não como se fosse direito de todos os trabalhadores, mas como o que resta para os pobres. Essa fragmentação impede que a gente veja a saúde de forma mais ampla. Não se debate na cobertura, por exemplo, como as pessoas que não têm recursos e não podem se curar de certos tipos de câncer que são perfeitamente curáveis para outras pessoas”, afirmou.
Para Antônio, a solução não é fazer somente pautas positivas, mas enxergar a saúde pública como a saúde que deveria preocupar todos os brasileiros: “Inclusive para apontar os problemas do SUS e discutir em profundidade alguns temas que às vezes temos receio de discutir porque ferem setores que fazem parte da construção do SUS. Por exemplo, a ausência frequente dos médicos nos horários em que eles deveriam prestar serviços”.
Por Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz), com informações de Julia Neves (EPSJV/Fiocruz)
De olho nas novas tendências tecnológicas, seja do ponto de vista técnico ou conceitual, o Seminário do Patrimônio Audiovisual em Saúde na Fiocruz chega à sua quarta edição. Com o tema Os arquivos do futuro e o futuro dos arquivos audiovisuais públicos, o evento acontecerá no dia 7 de novembro, das 9h30 às 12h, e é aberto a estudantes, pesquisadores, técnicos e outros profissionais interessados nas áreas de audiovisual, memória, comunicação, informação e saúde.
Haverá duas apresentações. Érika Maria Nunes Sampaio, vai apresentar um panorama da preservação digital no Arquivo Nacional, na perspectiva do audiovisual. Em seguida, Thiago Luna de Melo, que também atua naquela instituição vai abordar as tecnologias da informação e comunicação presentes na preservação digital.
O seminário é uma parceria entre o Centro de Estudos do Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).
As inscrições são gratuitas, mediante cadastro no site do Icict.Também haverá transmissão online, no canal da VideoSaúde Distribuidora no Youtube.
Inscreva-se e saiba mais acessando a agenda do Campus Virtual Fiocruz.
Por André Bezerra (Icict/Fiocruz)
Há exatos 30 anos nascia o Sistema Único de Saúde (SUS), a maior política social que o Brasil já conheceu. Na mesma época, uma unidade construída três anos antes na Fundação Oswaldo Cruz dava um passo que buscava expandir para o campo específico da educação os princípios que orientaram a construção do SUS: era criado o curso técnico de nível médio em saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV).
Duas décadas depois, com uma história já consolidada no campo da educação profissional em saúde, a EPSJV se aventurava de forma mais estruturante na missão de dialogar com profissionais de saúde e estudantes de todos os níveis, militantes de várias áreas e com a população em geral, apostando na comunicação pública como caminho de fortalecimento de um projeto de saúde e educação pública e universal. Nascia a Revista Poli – Saúde, Educação e Trabalho, que agora completa dez anos. É para comemorar todas essas conquistas e unir esforços para os próximos passos, que a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz promove este seminário. O evento terá transmissão online.
No dia 29/10, às 13h30, vale a pena conferir a mesa-redonda Formando trabalhadores para um sistema de saúde público e universal: 30 anos de concepções e políticas de Educação Profissional em Saúde. A mesa apresenta uma história dos programas e políticas de Educação Profissional em Saúde como parte da construção do SUS ao longo desses 30 anos, acompanhada de um balanço das concepções que orientaram essas ações. Traz, ainda, um relato analítico da experiência do curso técnico de nível médio em saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Os participantes são Marise Ramos, pesquisadora da EPSJV; Milta Torrez, assessora da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da ENSP; e Julio Lima, pesquisador da EPSJV. A mediação é de Gaudêncio Frigotto, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O destaque do dia 31/10, às 9h30, vai para a mesa Comunicação Pública e Saúde: papel das mídias na construção e desconstrução do SUS, com a mediação de Rodrigo Murtinho, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz). A discussão pretende tematizar a importância da pauta da democratização da comunicação para a consolidação do direito à saúde, abordando tanto a dimensão da regulação estatal dos veículos que usufruem de concessão pública quanto o papel dos meios alternativos, populares e estatais comprometidos com essa luta. Por isso, os convidados são Antonio Martins, editor do Outras Palavras e idealizador do Outra Saúde; João Brant, pesquisador e militante do Movimento Democratização da Comunicação; e Cátia Guimarães, editora da Revista Poli.
Confira a programação completa aqui pelo Campus Virtual Fiocruz! E inscreva-se através do link.
Por Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, com informações de Campus Virtual Fiocruz | Cartaz: Divulgação
Educação para formar, incentivar e reconhecer. Que abre diálogo, promove a diversidade de saberes, experiências e integra. Educação como aprendizado, legado e perspectiva de futuro. É assim que o campo terá destaque na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 15 a 19 de outubro, quando será realizada a Semana de Educação.
Neste período, professores, alunos, gestores e profissionais vão participar de diversas atividades: entrega de prêmios, lançamento de publicações, encontro da Câmara Técnica, e de um seminário — no qual as unidades vão compartilhar experiências e conhecer tendências sobre metodologias e tecnologias educacionais (acesse aqui a programação completa).
Promovido pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação, o grande evento será aberto pela presidente Nísia Trindade Lima, no Dia do Mestre (15/10), às 14h, na Tenda da Ciência. O local leva o nome da psicóloga e pesquisadora Virgínia Schall (1954-2015), pioneira na articulação dos campos da educação, saúde e divulgação científica no Brasil. É ela que também nomeia a medalha que a Fundação concederá, pela primeira vez, reconhecendo o conjunto da obra de um servidor. Em 2018, a médica, patologista e professora Euzenir Nunes Sarno, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), será laureada por sua reconhecida atuação no campo da biomedicina (saiba mais sobre a Medalha Virgínia Schall).
Nesta tarde, haverá também homenagem aos professores, entrega do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e o lançamento do livro Ciência, saúde e educação, legado de Virgínia Schall, organizado por Simone Monteiro e Denise Pimenta.
Uma semana que vale por duas!
E nesta semana tem atividades em dobro! É que, na terça (16/10), a Fiocruz também abre a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2018 (SNCT), desta vez, no Auditório do Museu da Vida. De manhã, o público da Semana de Educação poderá participar das discussões em torno do tema da 15ª edição da SNCT: Ciência para redução das desigualdades. A Editora Fiocruz lançará e-book Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde, organizado pela autora Rita Barradas Barata, que fará também a abertura da Câmara Técnica de Educação. Em seguida, serão realizados colóquios relacionados ao assunto.
Câmara Técnica integra a comunidade acadêmica
Terça à tarde, os membros da Câmara Técnica de Educação se reúnem, das 13h30 às 16h30, no Auditório Emmanuel Dia, no Pavilhão Arthur Neiva (IOC). Eles darão continuidade aos trabalhos iniciados no encontro de abril deste ano. Na ocasião, ficou definido que era necessário fazer um diagnóstico da oferta educacional e levantar expectativas para elaborar o Planejamento Integrado da Educação na Fiocruz (Pief). O documento preliminar a partir das visitas será, então, apresentado aos integrantes da CTE. Na quarta-feira (18/10), todo o dia será dedicado aos debates da Câmara.
Seminário promove troca de experiências sobre novas metodologias e tecnologias educacionais
Nos dois últimos dias (18/10 e 19/10), a Fiocruz promove o Seminário de Educação. Os participantes poderão conhecer experiências que as unidades desenvolvem em diferentes níveis e modalidades. Serão apresentados relatórios de dois levantamentos sobre tendências para a educação, incluindo novas metodologias e o uso de tecnologias educacionais. Um realizado a partir de uma parceria entre o Centro de Estudos Estratégicos (CEE/Fiocruz) e a VPEIC/Fiocruz, o outro produzido pela Fiocruz Brasília (confira os horário e locais na programação).
A Semana da Educação será um momento importante de interlocução e alinhamento entre a comunidade acadêmica da Fiocruz, afirma o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Manoel Barral: “A programação reflete bem as várias frentes em que temos trabalhado para fortalecer a área. Buscamos a convergência de iniciativas, agregando experiências, e respeitando a riqueza e diversidade da instituição. A discussão e construção do Pief tem sido um exemplo deste processo colaborativo e pactuado com as unidades”.
Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) | Imagem: Unsplash