A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou o edital do Processo Seletivo 2020. A Escola oferece 96 vagas em três habilitações técnicas integradas ao ensino médio: análises clínicas, biotecnologia e gerência de saúde. As inscrições ficam abertas de 16 de agosto a 6 de setembro e devem ser feitas pela internet.
O processo seletivo da EPSJV é feito por meio de prova e sorteio público. De acordo com o cronograma, a prova está prevista para o dia 6 de outubro. O exame terá 28 questões de múltipla escolha, sendo 14 de Língua Portuguesa e 14 de Matemática. Os candidatos que acertarem, no mínimo, 50% de cada uma das áreas de conhecimento serão considerados aptos para a participação no sorteio público, previsto para o dia 9 de novembro.
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio fica em Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ). Mais informações através do site, pelo e-mail pseletivo.epsjv@epsjv.fiocruz.br ou pelo telefone (21) 3865-9805.
* Atualizado em 16/8/2019.
O Conselho Nacional de Saúde (CNS) lançou uma chamada pública para monitores de pesquisa atuarem na 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8). Os interessados devem preencher o formulário online disponível no site do CNS até o dia 24 de junho.
A pesquisa “Saúde e democracia: estudos integrados sobre participação social na 16ª Conferência Nacional de Saúde” tem por objetivo analisar a participação social no processo da 16ª Conferência, em dimensões que permitam sistematizar evidências da relevância e da abrangência do processo participativo nas etapas e atividades que a compõem.
Os monitores serão selecionados pela Comissão de Relatoria da 16ª Conferência para participarem de maneira voluntária da pesquisa. São 100 vagas disponíveis para estudantes de graduação ou pós-graduação participarem em atividades de pesquisa, coleta de dados, realização de entrevistas e observação das ações que compõem a programação da conferência. Os candidatos devem observar todos os requisitos necessários para a realização das atividades de monitores da pesquisa, constantes no edital da chamada pública.
Para se inscrever é necessário estar regularmente matriculado em algum curso de graduação (licenciatura ou bacharelado) ou de pós-graduação (especialização, residências, mestrado ou doutorado), estar em Brasília de 3 a 7 de agosto, com disponibilidade integral para as atividades da pesquisa e outras atividades da Comissão de Relatoria, entre outros requisitos. Os candidatos também devem elaborar uma carta de intenção com as motivações para concorrer à condição de pesquisador e apoiador à Comissão de Relatoria.
Os monitores receberão certificado de participante convidado da 16ª CNS com carga horária total de 40h e uma declaração de participação voluntária nas atividades da pesquisa. A lista dos selecionados será publicada no site da 16ª Conferência Nacional de Saúde no dia 1º de julho.
Faça a sua inscrição e confira o edital de chamada pública para seleção de monitores.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abre seleção pública para preenchimento de 164 vagas de estágio não obrigatório. Os candidatos podem se inscrever entre os dias 24 de maio a 9 de junho, na página do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Do total de vagas oferecidas, 147 são voltadas para estudantes de nível superior e 17 para os de nível médio, sendo que 10% delas são reservadas para estudantes com deficiência e 30% para autodeclarados pretos ou pardos no ato da inscrição. As vagas contemplam as cidades de Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Eusébio (CE), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Velho (RO).
A seleção acontecerá em duas ou quatro etapas, conforme a classificação da vaga no edital. O resultado da primeira etapa será divulgado em 19 de julho. No período de 24 de julho a 9 de agosto, se dará prosseguimento ao processo seletivo. O resultado definitivo tem previsão de divulgação entre 30 de julho e 16 de agosto. Já a admissão dos novos estagiários acontecerá a partir de 30 de julho.
Os estagiários receberão bolsa mensal de acordo com a carga horária e nível de escolaridade, variando de R$ 203,00 a R$ 520,00 e mais auxílio transporte no valor mensal de R$ 132,00. Confira, ao final desta notícia, os valores das bolsas.
Acesse o edital e inscreva-se aqui.
Luz, câmera e ação. Estão abertas, até 31 de maio, as inscrições para a 9ª Mostra Audiovisual Joaquim Venâncio, iniciativa da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Os vídeos serão selecionados por uma comissão e os vencedores vão ser exibidos nos dias 26 e 27 de junho, nas dependências da escola.
Podem participar alunos matriculados nas diferentes séries do ensino fundamental, ensino médio, educação profissional técnica de nível médio e da educação de jovens e adultos. A inscrição é gratuita e composta por duas etapas: o preenchimento de uma ficha de inscrição disponível na internet e o envio dos vídeos online.
Serão aceitos curta-metragens com até 10 minutos de duração incluindo créditos, produzidos nos anos de 2017, 2018 e 2019.
E mais, um concurso de cosplay também faz parte da programação e as inscrições podem ser realizadas individualmente ou em grupo.
Mais informações estão disponíveis no edital. Participe!
A Fiocruz completa 119 anos no dia 25 de maio. Para comemorar o aniversário, está programada uma série de atividades para os trabalhadores, que acontecerão na última semana do mês, entre os dias 27/5 e 31/5. Faz parte da programação a conferência A Ciência do Futuro e o Futuro da Ciência na Fiocruz, seguida de roda de conversa, com o Professor Emérito do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Erney de Camargo, marcada para 27/5, das 14h às 17h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos. Na quarta-feira, 29/5, às 14h, a Presidência apresentará um balanço da gestão.
Antes do início das comemorações, a bancada de parlamentares do Rio de Janeiro será recebida pela Presidência para um café da manhã na Residência Oficial. Na pauta, os 120 anos da Fiocruz e desafios para o futuro. A primeira atividade comemorativa aberta ao público será o Seminário Advocacy: O que é? Como se faz? Experiências na saúde pública e impactos no uso dos resultados das pesquisas científicas, dia 27/5, das 8h30 às 13h, no auditório do Museu da Vida, no Campus Manguinhos. Das 9h às 11h45 do mesmo dia, a Fiocruz Mata Atlântica promove em sua sede a mesa redonda O sertão carioca de Armando Magalhães Correa.
Feira Fiocruz Saudável
Na terça-feira, 28/5 às 9h, também no auditório do Museu da Vida, será lançada a reedição do livro O massacre de Manguinhos, da Coleção Memória Viva do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), e um documentário sobre a reintegração dos pesquisadores cassados durante a ditadura militar. O evento será seguido de uma roda de conversa. Às 13h30, está prevista a abertura da Feira Fiocruz Saudável, na Praça Pasteur, próxima ao Castelo.
A Feira promove diversas apresentações e atividades para o público interno e durante toda a semana. Os trabalhadores com 30 anos de atividade serão homenageados com placas e certificados pela presidente Nísia Trindade Lima às 14h, também na Praça Pasteur. O dia termina com apresentação do coral, às 16h30.
Balanço da gestão
Na tarde de quarta-feira, 29/5, a Presidência apresentará um balanço da gestão no auditório do Museu da Vida. Às 14h30, na Praça Pasteur, os trabalhadores poderão assistir à apresentação do Balé de Manguinhos. No dia 30/5, quinta-feira, o Projeto Social Casa Viva apresenta o Música na Calçada, às 15h, também na praça, onde, às 16h, a Editora Fiocruz promove uma tarde de autógrafos de livros da Coleção Fazer Saúde.
As comemorações terminam na sexta-feira, 31/5. De manhã, na Tenda da Ciência Virgínia Schall, será apresentada a comissão responsável pela preparação das comemorações do próximo aniversário da Fundação, que completará 120 anos em 2020. Na cerimônia, será apresentado vídeo do Tour Virtual ao Castelo e será dada posse aos novos concursados.
O encerramento ocorre às 14h, também na Tenda, com a entrega de diploma de Pesquisador Emérito aos pesquisadores Euzenir Nunes Sarno; Renato Sergio baião Cordeiro; maria Cecília de Souza Minayo; e Paulo Marcos Zech Coelho.
Confira a programação!
O dia 15 de maio de 2019 já entrou para a história da Educação. E a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), claro, faz parte desta mobilização por direitos: estudantes do ensino técnico, pós-graduandos, servidores e profissionais da instituição se mobilizaram em defesa da educação pública e contra o contingenciamento orçamentário anunciado recentemente pelo Ministério da Educação (Governo Federal). As ações coletivas foram organizadas pela Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Fiocruz) e amplamente divulgadas para toda a comunidade. O primeiro ato foi dos alunos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Depois, estudantes, trabalhadores e gestores da Fiocruz se reuniram em frente ao Castelo Mourisco num ato unificado.
Eles manifestaram com cartazes em que se lia: “30% não é esmola”, “País sem educação é país sem futuro”, "Pela educação e contra o retrocesso", entre outros. Ao mesmo tempo, se manifestavam em coro, organizando-se para participar, no fim da tarde, da paralisação nacional na Candelária, no Centro do Rio de Janeiro. A Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristiani Machado — que conduzia os trabalhos da Câmara Técnica de Educação — integrou a mobilização.
O coordenador geral da APG-Fiocruz, Richarlls Martins, comentou a importância do ato. “Neste 15 de maio, a gente vai conseguir colocar nas ruas o conjunto da sociedade brasileira que é contrário aos cortes e às restrições anunciadas. A educação não é apenas uma pauta do movimento estudantil, é uma pauta que agrega diferentes setores, partidos, camadas da população do país e suas demandas. Estamos muito empenhados e reconhecemos a grandiosidade do dia de hoje”, afirmou. Na última Assembleia Discente (10/5), a APG-Fiocruz aprovou, por unanimidade, a paralisação das atividades no dia 15. Além disso, os estudantes conseguiram ônibus para transportar os interessados em participar do ato no Centro do Rio.
Os alunos do Poli foram voz ativa no movimento: após ato em frente à escola, se juntaram aos pós-graduandos no Castelo Mourisco. A estudante Eliza Paulino, do curso técnico em análises clínicas, disse que muitas escolas já vêm sendo afetadas por medidas restritivas. Para ela, é importante ampliar a dicussão. "Precisamos informar a população. Somos uma instituição de peso que pode e deve informar todo mundo!”, disse.
Além dos estudantes, o ato unificado contou com o apoio de trabalhadores da instituição. A servidora Cátia Guimarães (EPSJV/Fiocruz) pediu solidariedade ao movimento: “Queremos garantir a qualidade da educação pública no Brasil, da educação democrática e do desenvolvimento científico. Para isso, precisamos que toda a rede de produção científica e de educação pública esteja fortalecida – precisamos ser todos solidários”. Uma funcionária da limpeza, que não quis se identificar, completou: “Estou aqui porque os alunos merecem coisas boas”.
A Asfoc-SN, sindicato dos trabalhadores da Fiocruz, também fez parte do ato. “A Asfoc não só apoia, mas também participa ativamente do movimento pela ciência, tecnologia e educação. Estamos vivendo o maior ataque que o país já teve desde 1988. O que está em jogo é um novo padrão de sociedade, precisamos nos posicionar”, afirmou Carlos Fidelis Ponte, do sindicato.
Confira mais fotos do ato em nossa galeria.
* Colaborou Ana Carla Longo (estagiária supervisionada)
Entre os dias 14 e 18 de março, o Museu da Vida participa da #MuseumWeek, uma ação internacional que reúne atividades diversas, gratuitas e abertas ao público em museus de todo o mundo. O evento visa estimular experiências lúdicas em museus, e divulgá-las nas redes sociais, por meio da produção e do compartilhamento de conteúdos com hashtags previamente combinadas entre museus e seus públicos. A ideia é promover uma mobilização em torno da cultura, aumentando a visibilidade dos museus e o diálogo com os visitantes. Acesse a programação completa.
Este ano, em sua 6ª edição, a Museum Week está compartilhando as seguintes hashtags: #WomenInCulture (segunda), #SecretsMW (terça), #PlayMW (quarta), #RainbowMW (quinta), #ExploreMW (sexta), #PhotoMW (sábado) e #FriendsMW (domingo).
E se o assunto é educação, conhecimento, cidadania e abertura, a gente participa, claro! A coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, é uma das convidadas das ações da semana. Ela comenta, num vídeo de um minuto, a importância do acesso aberto ao conhecimento e fala sobre como os museus promovem o diálogo entre a ciência e a sociedade. Assista ao vídeo aqui.
Quer participar também? Então se liga no recado do Museu da Vida: "É pesquisador e tá nas redes? É hora de mostrar suas produções! Vale Instagram, Facebook, pode ser pesquisa encerrada ou a atual, só não vale ficar de fora. Faça um vídeo e explique a importância do trabalho em um minuto em linguagem simples e acessível. Tem gente por aí que acha que pesquisa só serve para o cientista... É hora de mostrar que quem produz ciência, produz para todos!"
Também esta semana, até 19 de maio, está acontecendo a Semana Nacional de Museus. Coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), é uma temporada cultural que promove, divulga e valoriza museus brasileiros, intensificando a relação dessas instituições com a sociedade. Em 2019, a Semana chega à 17ª edição com o tema Museus como Núcleos Culturais: o futuro das tradições.
Já nos dias 24 e 25 de maio, será comemorado do 20º aniversário do Museu da Vida. Dentre as atividades previstas para o dia 24, está a apresentação de um espetáculo, o lançamento de um livro e uma roda de conversa sobre teatro. Para o dia 25, está programado um piquenique científico com várias peças teatrais e muitas outras atrações.
Participe! Acesse todas as ações aqui.
Na última sexta-feira (10/5), o Conselho Deliberativo da Fundação Oswaldo Cruz (CD-Fiocruz) divulgou uma nota manifestando a preocupação institucional diante de medidas recentes que afetam campo da educação: o contingenciamento dos recursos orçamentários destinados às universidades e aos institutos federais vinculados ao Ministério da Educação e a suspensão de bolsas de pós-graduação financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
No mesmo dia, a Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Fiocruz) promoveu a Assembleia Discente, no Rio de Janeiro. Dentre as deliberações, os estudantes aderiram às paralisações em todo o Brasil.
Estudantes aderem à mobilização nacional
Na Assembleia Discente, promovida no dia 10 de maio pela Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG-Fiocruz), no Rio de Janeiro, os estudantes da Fundação decidiram aderir às paralisações nacionais. A concentração para o ato de mobilização acontece no dia 15 de maio, às 12h30, em frente ao Castelo Mourisco, no campus Manguinhos. Neste mesmo dia, haverá outra concentração, às 16h, na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Para fortalecer o movimento, os alunos vão se mobilizar internamente, convocando o público para o ato por meio de vídeos curtos de pós-graduandos. O material circulará entre os dias 13 e 15 de maio nas redes sociais da APG-Fiocruz. Também estão previstas mobilizações nos pontos de ônibus de entrada da Fiocruz.
Além dessa pauta, A Assembleia Discente discutiu a participação dos alunos da Fiocruz no Encontro Latinoamericano de Estudantes de Pós-graduação, que acontece entre os dias 13 e 16 de maio. Na reunião, foi realizado um levantamento dos alunos interessados, e solicitado um ônibus interno da Fundação que fará o transporte até o evento (saída às 13h30).
Outro marco importante da reunião foi a eleição da chapa Saúde é Democracia: ampliando a participação discente na Fiocruz e afirmando a diversidade para a gestão 2019/2020 da APG-Fiocruz.
A próxima Assembléia ficou marcada para o dia 24 de maio, às 13h30 (em local a definir).
CD-Fiocruz manifesta preocupação com cortes que afetam a educação pública
Confira a nota publicada, também no dia 10/5, pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz (CD-Fiocruz) a respeito da conjuntura do campo da educação no país:
Conselho Deliberativo da Fiocruz reafirma a importância das universidades públicas e da formação de pós-graduação para o desenvolvimento do país
"O Conselho Deliberativo da Fiocruz vem a público manifestar a preocupação da instituição frente ao contingenciamento dos recursos orçamentários destinados às universidades e aos institutos federais vinculados ao Ministério da Educação e à suspensão da concessão de bolsas de pós-graduação financiadas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).
Em todo o mundo as universidades públicas desempenham papel central na geração de conhecimento, na inovação e na formação de profissionais. É o que ocorre no Brasil desde a década de 1920, quando foram criadas as primeiras instituições universitárias do país.
Em parceria com as universidades públicas, entre elas as federais, a Fiocruz vem desenvolvendo projetos inovadores, como o teste utilizado em todas as bolsas de sangue da hemorrede pública, que evita a transmissão de HIV e hepatites B e C, além de pesquisas sobre câncer, dengue, zika, chikungunya e várias outras doenças. Tal parceria tem ocorrido igualmente no desenvolvimento de estudos em áreas como atenção básica à saúde, determinantes sociais e ambientais, entre outras, todas com impacto relevante para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Em colaboração com universidades federais e outras instituições, a Fiocruz participa ainda da principal iniciativa de apoio a atividades de pesquisa e sua disseminação: os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), criados pelo CNPq. Trata-se de fortalecer a atividade científica e contribuir para que seus resultados cheguem à sociedade.
A importância dessas frentes de atuação e iniciativas motivou o presente posicionamento, na expectativa de que se possa reverter esse quadro, garantindo às universidades e aos institutos federais os recursos necessários ao cumprimento de sua missão.
Soma-se a esse cenário a suspensão da concessão de bolsas de pós-graduação, com forte impacto em diferentes programas, inclusive da Fiocruz, que se encontravam em processo de seleção de novos alunos. Com esta medida, coloca-se em risco a atividade de formação de recursos humanos para a ciência, tecnologia e inovação, e afastam-se os jovens das carreiras científicas.
O anúncio de que haverá uma segunda fase de contingenciamento, com o congelamento de 30% das bolsas de programas de pós-graduação com notas 3 e 4 no sistema de avaliação da Capes, coloca em pauta outra importante questão para o futuro do país: o equilíbrio federativo. Caso a medida seja implementada, seu maior impacto ocorrerá em programas localizados, em sua maioria, nos estados do Norte e Nordeste, mais recentes ou ainda em fase de consolidação, aprofundando-se, assim, as desigualdades regionais.
Por essas razões, a reversão do contingenciamento dos recursos orçamentários das universidades e institutos federais e dos cortes das bolsas de pós-graduação constituem medidas essenciais. As universidades públicas e as instituições nacionais de ciência e tecnologia, a exemplo da Fiocruz, ao cumprirem papel central na pesquisa, inovação tecnológica, produção científica e formação de profissionais qualificados nas diversas áreas de conhecimento, são estratégicas para a soberania do país e seu desenvolvimento econômico e social."
A pós-graduação é um período tão estimulante e produtivo quanto desafiador para os estudantes. No dia a dia, é preciso lidar com diversos tipos de pressão: dificuldades para cumprir prazos, objetivos e entregar trabalhos; relações difíceis ou competitivas com os orientadores e pares, assédio; falta de compreensão da família e amigos, entre outras. Estes fatores podem desencadear ansiedade, depressão, provocar isolamento social — enfim, podem desencadear uma série de efeitos na saúde dos pós-graduandos. Para discutir Assistência estudantil e saúde mental na pós-graduação, o Centro de Apoio ao Discente (CAD) e a Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG/Fiocruz) promoveram um um debate na última segunda-feira, dia 6 de maio.
Na abertura do evento, a Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Machado enfatizou a preocupação em criar, cada vez mais, estratégias para que a instituição não seja um ambiente potencializador de problemas de saúde mental. "Estamos bastante atentos e mobilizados neste sentido. O contexto da pós-graduação define bastante a vida profissional e pessoal, principalmente de jovens pesquisadores", pontuou. Cristiani destacou a importância de iniciativas de assistência estudantil, não só em quesitos práticos como infraestrutura, mas também a níveis de acolhimento psicológico e afetivo.
Representando a APG-Fiocruz, Mayara de Mattos chamou a atenção para condições como ansiedade e depressão, muito comuns entre os estudantes. "Uma pesquisa recente sobre o perfil dos discentes da Fiocruz detectou uma grande quantidade de pós-graduandos ansiosos. A relação com o orientador, as demandas de trabalho, situções de assédio: tudo isso colabora para esse cenário".
E como facilitar o caminho dos alunos neste momento? Este foi o ponto destacado pela coordenadora do CAD, Márcia Silveira. Para ela, é fundamental dialogar com os alunos e construir, coletivamente, uma Fiocruz que acolha sempre mais. Ela cumprimentou a coordenadora geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, e a coordenadora adjunta, Eduarda Cesse, que participaram do evento.
Depois da abertura, foi a vez de receber convidados para debater o tema. O primeiro a trazer questões foi o psicólogo e pesquisador Robson Cruz, que concluiu seu pós-doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo Robson, seu interesse pelo assunto da assistência estudantil e saúde mental na pós-graduação teve origem em sua própria vivência.
Entre as situações relacionadas à vida acadêmica, ele destacou as dificuldades com a escrita. “Conforme você avança na vida acadêmica, o sofrimento com a escrita não diminui, na verdade, pode até aumentar. O pesquisador é cobrado para que produza e apresente conteúdo escrito quase diariamente. Quando isso não acontece, ele se autossabota. Pensa: 'Eu não sou bom o suficiente' e coisas do gênero".
Robson lembrou que o sofrimento na vida acadêmica é um fenômeno mundial. "É preocupante observar que o pesquisador não é reconhecido como trabalhador. Se você faz pesquisa no Brasil, isso não é levado tão a sério como deveria... O ambiente acadêmico também é, de certa forma, laboral", disse.
O segundo debatedor foi o doutorando em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diego Nicolás Ferrari. Ele contextualizou o tema, inciando pela exposição de marcos históricos da América Latina na área da educação, como a Reforma de Córdoba. Depois, comentou a atual situação política do Brasil. "O cenário que vivemos contribui negativamente para a saúde mental dos pós-graduandos. Com os cortes orçamentários, a redução de direitos, a precarização do ensino, o esvaziamento das instituições, estamos perdendo muito do que foi conquistado nas lutas estudantis".
Segundo ele, para transformar esta realidade de forma concreta, é preciso encarar o diagnóstico. "Estamos inseridos num contexto em que o nosso trabalho, como pesquisadores, é programado para nos adoecer. Temos que identificar nossas necessidades para podermos agir”, afirmou.
Os alunos e demais participantes enriqueceram o debate, relatando experiências pessoais e dificuldades. Samuel Horita, aluno de doutorado do Insituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), falou sobre casos de assédio moral que sofreu na instituição. "Precisamos nos proteger e enaltecer nosso papel. Penso que nenhum pós-graduando deve deixar que o orientador ou qualquer outra pessoa diminua seu trabalho. Pelo contrário, somos profissionais capazes, por isso merecemos respeito e reconhecimento", comentou.
A pesquisadora Ângela Escher, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), fez um apelo: "Aqui na Fiocruz reunimos os maiores pensadores do país (e muitos do mundo). Mesmo assim, ainda não conseguimos solucionar questões ligadas à saúde mental e às necessidades dos alunos", afirmou. Ela compartilhou a história de seu filho, que foi diagnosticado com TDAH, e precisou de cuidados durante a prova do Enem.
Sobre o Centro de Apoio ao Discente (CAD)
O CAD-Fiocruz acompanha os alunos durante sua estada na instituição, favorecendo a integração e buscando equacionar situações individuais e coletivas que influenciem possam influenciar o bem-estar, o desempenho acadêmico e o desenvolvimento profissional dos estudantes. É um espaço de escuta psicossocial, que oferece atendimento inicial e encaminha as demandas dos discentes, sejam de cunho institucional ou particular.
Se precisar de apoio, escreva para cad@fiocruz.br ou ligue para (21) 3882-9066.
*Estagiária supervisionada.
Uma manhã de muita troca e acolhimento na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Estudantes novos e antigos, do Rio de Janeiro e de outras partes do Brasil e do mundo, se reuniram na manhã desta quarta-feira (27/3) na 6ª edição do Fiocruz Acolhe, no campus de Manguinhos. Eles tomaram café da manhã juntos, participaram de uma roda de conversa, assistiram a uma apresentação do bloco Discípulos de Oswaldo e fizeram um tour pela Fundação. No final, conheceram o Castelo Mourisco numa visita guiada.
A Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Machado, destacou a importância de dialogar com os estudantes da Fiocruz e também falou sobre o trabalho desenvolvido pelo Centro de Apoio ao Discente (CAD). “Sabemos das dificuldades de cursar uma pós-graduação, principalmente para quem vem de longe. Por isso estamos com os canais abertos para trocar com vocês".
A roda de conversa com os estudantes foi conduzida pela coordenadora Geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam. "Nossa missão é estimular a formação de estudantes e acolher todos que vêm de outras regiões e também de outros países. Sempre buscamos soluções para que todos sejam bem recebidos”, afirmou. Ela elogiou o trabalho realizado pelo Grupo de Trabalho de Acolhimento, responsável pelo Fiocruz Acolhe.
Este ano, 113 estudantes se inscreveram para o Fiocruz Acolhe. Deste total, cerca de 80% são brasileiros e 20% são estrangeiros. As nacionalidades variam: há alunos de Angola, Argentina, Colômbia, Cuba, Moçambique, Paquistão, Paraguai, Peru, Tunísia, Venezuela e de outros países.
Já entre os brasileiros, os estudantes vêm de estados como Maranhão, Piauí, Paraíba, Amazonas e Pernambuco. Para Mayara de Mattos, que representa os alunos na Associação de Pós-graduandos da Fiocruz (APG/Fiocruz), é importante combater as desigualdades regionais no campo acadêmico-científico. “Fico feliz de ver que tem tantos estudantes de outros estados. É importante diluir um pouco da ciência feita no Brasil, que já fica tão concentrada no sudeste do país". Ela apresentou as iniciativas da APG/Fiocruz e convidou os alunos a participarem dos movimentos e atividades de assistência estudantil.
Em seguida, a colombiana Patrícia Cuervo, que faz parte do GT de Acolhimento, deu as boas-vindas aos alunos estrangeiros. “Esta riqueza e diversidade só têm a acrescentar. Afinal, não há internacionalização se não soubermos acolher aqueles que vêm de fora”, disse.
O Comitê Fiocruz Pró-Equidade de Gênero e Raça foi representado por Andreia Carvalho, que explicou aos estudantes que a Fundação é orientada por diretrizes e políticas que promovem a diversidade e a inclusão.
As principais dificuldades que os alunos que vêm de fora enfrentam são: moradia, alimentação e deslocamento. Liliana Gomes veio da Colômbia e está finalizando sua pós-graduação na Fiocruz. “Moro no alojamento há 4 anos, aqui no Rio de Janeiro. Quando cheguei, tive que me adaptar a um lugar desconhecido, uma cidade grande e uma língua nova. Foi difícil. Mas hoje posso dizer que a gente cria a nossa família aqui”, conta.
Rafi Rahman, do Paquistão, também compartilhou sua experiência como aluno estrangeiro e disse que vai ficar com saudades de tudo o que viveu no doutorado no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). “O apoio do CAD foi essencial, me acolheram da melhor forma. Tenho orgulho de ser Fiocruz”, disse.
Uma das novidades desta edição do Fiocruz Acolhe foram os padrinhos e as madrinhas: estudantes voluntários que oferecem apoio a quem está chegando, principalmente alunos de fora do Rio de Janeiro. Camila Lúcio, estudante de mestrado do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), é uma das voluntárias. “Estou na Fiocruz desde 2010 e, quando ingressei, senti falta de ter alguém que me orientasse e me desse dicas, na Fiocruz e na cidade”.
O evento Fiocruz Acolhe é apoiado pela Asfoc-SN e pela Editora Fiocruz.
Caso tenha dúvidas ou queira mais informações sobre o GT de Acolhimento, o CAD ou os padrinhos voluntários, escreva para o e-mail cad@fiocruz.br.