As infecções sexualmente transmissíveis têm um importante impacto na saúde sexual e reprodutiva da população. Por outro lado, o diagnóstico precoce e preciso, além do tratamento adequado e oportuno, melhoram a qualidade de vida, interrompem a cadeia de transmissão e são instrumentos essenciais de prevenção de complicações decorrentes dessas infecções. Para orientar e sensibilizar profissionais de saúde que lidam diretamente com a realização de testes rápidos — procedimentos pré-teste, durante a testagem e pós-teste —, o Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz, lançam a segunda edição do curso Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C. A formação — online, gratuita e autoinstrucional — já foi realizada por quase 40 mil estudantes! Conheça o curso e participe você também!
A nova edição, agora revista e ampliada, foi desenvolvida no âmbito do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (DCCI/SVS/MS). Ela está com novos conteúdos e também teve a carga horária ampliada para 20h. A formação é especialmente voltada a profissionais de saúde, mas aberta a todos os interessados em saber mais sobre as diretrizes de diagnóstico da infecção pelo HIV, Sífilis e Hepatites Virais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na utilização de testes rápidos (TR).
Os módulos apresentam orientações e metodologias adequadas acerca dos procedimentos pré-teste, durante a testagem e para o pós-teste, passando por informações mais básicas acerca da importância dos TR, a composição dos kits, a forma de organização e armazenamento dos mesmos até a interpretação de seus resultados, o encaminhamento dentro da rede de atenção à saúde do território, entre outros. A formação engloba a apresentação de manuais e guias oficiais do Ministério da Saúde e ações preconizadas pelos fabricantes para a execução dos testes rápidos.
Para o DCCI/SVS/MS, o curso é extremamente relevante, pois qualifica profissionais envolvidos na testagem rápida no âmbito do SUS. O Departamento destaca que conhecer documentos básicos, como o Guia Prático para Execução de Testes Rápidos, os Manuais de Diagnóstico e suas recomendações permite que os profissionais entendam a relevância desses testes na ampliação do diagnóstico do HIV, da sífilis e das hepatites virais; bem como realizem a sua oferta e aplicação com maior segurança e garantia de qualidade.
A coordenadora da formação pela Fiocruz, Tânia Fonseca, que atua como assessoria técnica da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da instituição, aponta que "estar atualizado sobre os testes disponíveis é de extrema importância, pois não apenas garante que os exames sejam feitos da mesma forma, independentemente do local do país no qual o paciente se encontra, mas, sobretudo, propicia que os profissionais estejam sempre sendo atualizados e mantendo o padrão de qualidade e realização de exames".
Conheça a estrutura do curso Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C. Ele está estruturado em 6 módulos, com carga horária total de 20 horas
#ParaTodosVerem Banner com fundo branco, no canto superior esquerdo há uma faixa azul, onde está escrito "curso". No centro do banner, está o nome do curso: Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C, 2ª edição.
Estão abertas as inscrições para o Seminário Internacional Desafios para os sistemas de saúde na América Latina pós-pandemia. O encontro, marcado para os dias 19, 20 e 21 de fevereiro, pretende analisar o contexto e os processos recentes de reforma de sistemas da região e os entraves globais colocados para as políticas de saúde nesse cenário de novas realidades. O Seminário integra uma disciplina de verão oferecida pela Ensp/Fiocruz neste ano de 2025. No entanto, as inscrições para o seminário são diferenciadas e devem ser realizadas por meio do Campus Virtual Fiocruz, com vagas para participação presencial e à distância, valendo crédito acadêmico para os estudantes de pós-graduação. Ademais, o Seminário também será transmitido ao vivo para interessados no tema de maneira ampla pelo canal da Videosaúde Distribuidora no Youtube, em português e em espanhol. Acompanhe e inscreva-se!
Organizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (PPGSP/Ensp/Fiocruz), o Seminário terá 15h, equivalente a um crédito acadêmico, e faz parte da disciplina de verão “Análise de políticas e sistemas de saúde em perspectiva comparada internacional”. A iniciativa está sob a responsabilidade da docente permanente do PPGSP e vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, e conta com palestrantes nacionais e internacionais.
O Seminário é uma realização do PPGSP da Ensp/Fiocruz, em parceria com o Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) e o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiore (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e da plataforma The Global Health Network - Latin America and the Caribbean (TGHN/LAC).
Conjunturas, políticas, modelos, características e cobertura
Como é sabido, os países da América Latina são marcados por profundas desigualdades histórico-estruturais, que se expressam nas condições de saúde das populações. Além disso, os sistemas de saúde da região são caracterizados, em sua maioria, por segmentação e fragmentação institucional, por financiamento público insuficiente e por dificuldades em efetivar a saúde como direito de cidadania. Desde os anos 1990, reformas ampliaram a participação do setor privado nos sistemas de saúde da região. Em alguns países, houve aumento de gastos privados por desembolso direto das famílias ou por meio de empresas de planos e seguros de saúde, acentuando as iniquidades.
A partir desse pano de fundo, o Seminário pretende analisar casos do Chile, Colômbia, Argentina e do México, países de renda média alta, populosos e de relevância geopolítica e econômica regional, marcados por diversidades e desigualdades. Para os debates, são considerados elementos relevantes as características estruturais dos sistemas de saúde, as conjunturas e orientações dos governos nacionais, as políticas e os processos recentes de reforma nos sistemas de saúde, os elementos de continuidade e mudança em dimensões críticas como o financiamento, as relações público privadas, o modelo de atenção, a cobertura e o acesso da população; e desafios para a vigilância em saúde, especialmente em regiões de fronteiras.
Para Cristiani, a "análise dos casos desses países em perspectiva comparada é importante para a formação de estudantes de pós-graduação em Saúde Coletiva e profissionais do SUS, ao permitir a compreensão das dificuldades enfrentadas para fortalecer os sistemas públicos de saúde e assegurar o direito à saúde na América Latina, trazendo lições para o Brasil e outros países da região. Além disso, provoca reflexões sobre desafios que transcendem as fronteiras nacionais, como as repercussões da dinâmica capitalista na saúde, as mudanças na geopolítica mundial, as assimetrias entre países, e os limites da governança global em saúde, que ficaram evidentes no período da pandemia de Covid-19", detalhou ela.
Seminário internacional: público-alvo, inscrições e certificados
As inscrições para o Seminário são voltadas especialmente aos estudantes de pós-graduação da Fiocruz interessados na temática e sua participação valerá crédito, mas elas também estão abertas a alunos de outras instituições; docentes, pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e outros. A prioridade de inscrição é para estudantes e docentes de programas de pós-graduação da Fiocruz, seguida de PPG externos, e depois demais interessados.
Vale ressaltar que o estudante de pós-graduação inscrito na disciplina de verão oferecida pela Ensp/Fiocruz - Análise de políticas e sistemas de saúde em perspectiva comparada internacional - estará automaticamente inscrito no Seminário Internacional, não sendo necessário realizar a inscrição nas duas plataformas ou duas vezes. Tais estudantes participarão de maneira presencial e, durante o evento, deverão assinar a lista de presença da Disciplina em cada turno para receberem o certificado de participação e o crédito acadêmico.
Para os demais interessados, a inscrição isolada no Seminário Internacional deve ser realizada de 14 a 31 de janeiro de 2025, por meio do Campus Virtual Fiocruz, escolhendo a modalidade de participação: presencial ou à distância. A carga horária de 15 horas corresponde a um crédito acadêmico, mas também haverá emissão de certificado de participação, desde que os inscritos cumpram no mínimo 75% da carga horária. Alunos inscritos online participarão pela plataforma zoom, com controle de frequência e conta com tradução português-espanhol-português.
A transmissão via Youtube é aberta para o público amplo, e também conta com transmissão em português e espanhol. No entanto, nesse formato, não haverá certificação para o público participante.
Após cinco anos, o Programa Institucional de Internacionalização (Capes PrInt-Fiocruz) encerrou suas atividades atingindo avanços expressivos na internacionalização do campo educacional da Fiocruz. Lançado em 2018 pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o projeto buscou internacionalizar programas de pós-graduação estabelecendo parcerias acadêmicas e fomentando pesquisas ao redor do mundo. A iniciativa, que recebeu o fomento de R$ 2.644.750,00, envolveu 16 programas de pós-graduação da Fiocruz e financiou diversas atividades acadêmico-científicas, como: pagamento de 130 publicações; 104 bolsas de doutorado sanduíche no exterior; 61 bolsas de Pesquisador Visitante no Exterior, sendo 51 para Sênior e 10 para Júnior; 31 bolsas para Pesquisador Visitante no Brasil; 8 bolsas de Doutor com Experiência no Exterior na modalidade de pós-doutorado; e 2 bolsas de capacitação no exterior. Também foram realizadas 2 missões de pesquisadores de instituições estrangeiras ao Brasil para Seminário PrInt, e 9missões ao exterior, totalizando 12 países visitados - Suécia, Holanda, Reino Unido, Alemanha, França, Estados Unidos, Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile, Bélgica e Portugal -, sempre fortalecendo a troca de conhecimento entre países.
Ao final do ciclo de cinco anos, os integrantes do projeto – incluindo coordenadores das Redes, equipe executora, a coordenadora-geral de Educação (CGE/VPEIC), Eduarda Cesse, e a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristiani Vieira Machado - reuniram-se para um encontro de balanço do PrInt Fiocruz, mas também para celebrar as valiosas conquistas obtidas ao longo do projeto.
A coordenadora do projeto Capes PrInt-Fiocruz, Cristina Guilam, que compartilha essa liderança com Vinicius Cotta, coordenador-adjunto de Educação Internacional, enfatizou os grandes avanços para a área da educação, como o aumento de iniciativas de cotutela e dupla titulação, o incentivo à formulação de planos estratégicos de internacionalização, a criação e implementação de uma equipe de gestão da internacionalização no âmbito da Coordenação-Geral de Educação (CGE/VPEIC), além do fortalecimento das colaborações internacionais no campo educacional.
Segundo Cristina, muitas foram as lições aprendidas ao longo do processo, com destaque para o aprofundamento da relação cooperativa entre os PPGs participantes, e o incremento da colaboração internacional e da mobilidade de estudantes e docentes. Como questões que merecem ser melhores trabalhadas, ela apontou o mapeamento de parceiros internacionais estratégicos, a construção de indicadores da internacionalização, o posicionamento da Fiocruz no que se refere ao papel que a instituição ocupa no Sul Global e o aprofundamento da já excelente interlocução entre a Educação Internacional e o Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz). Destaque também deve ser dado à necessidade de revisão da política de internacionalização da área da Educação, processo que, para ela, deve ser um componente dentro da reorganização da política geral de internacionalização da Fiocruz. "A política específica da educação tem que ser revista à luz da política geral e da experiência obtida até o momento", explicou Cristina.
O projeto teve sua base estabelecidas em três grandes Redes, compostas cada uma por três projetos, a partir dos quais os programas de pós-graduação desenvolveram diversas atividades de internacionalização no âmbito do PrInt. As redes estimularam o avanço científico em temas essenciais de saúde pública e também consolidaram cooperações com instituições de ponta, especialmente na Europa, América do Norte e Cone Sul.
Para conhecer as redes e outros aspectos do programa, acesse a página do PrInt.
Educação como base da internacionalização
Os programas de pós-graduação envolvidos no PrInt Fiocruz-Capes estão ligados a diferentes Unidades, sendo: 6 do Instituto Oswaldo Cruz (Biodiversidade e Saúde, Biologia Celular e Molecular, Biologia Computacional e Sistemas, Biologia Parasitária, Ensino em Biociências e Saúde, e Medicina Tropical), 3 da EScola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Epidemiologia em Saúde Pública, Saúde Pública, e Saúde Pública e Meio Ambiente), 1 do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Informação e Comunicação em Saúde), 1 do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (Saúde da Criança e da Mulher), 1 do Instituto Gonçalo Moniz, Fiocruz Bahia (Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa), 1 do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (Vigilância Sanitária), 1 do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas), 1 da Casa de Oswaldo Cruz (História das Ciências e da Saúde) e 1 do Instituto René Rachou, Fiocruz Minas (Ciências da Saúde).
O projeto estabeleceu parcerias com renomadas instituições proporcionando intercâmbios e capacitações que expandiram o alcance dos programas de pós-graduação da Fiocruz. As missões internacionais foram fundamentais para consolidar redes de colaboração educacional e científica, promovendo eventos e seminários que ampliaram o impacto acadêmico e social da Fiocruz. Cristina Guilam salientou que a educação tem função estruturante na cooperação internacional e a internacionalização dos programas de pós-graduação deve ser vista como uma diretriz do Programa Nacional de Pós-Graduação. As instituições com mais colaborações estabelecidas no âmbito do PrInt foram: Universidade do Porto, Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa, em Portugal; University of California e National Institutes of Health, nos Estados Unidos, University of Toronto, no Canadá; e Institut Pasteur, na França. Para além disso, foram realizadas missões ao Instituto Karolinska, Estocolmo, Suécia, em 2019; à Holanda, em 2020; missão à Londres em 2022; missão à Alemanha e França, em 2023; e missões aos Estados Unidos, Bélgica, Portugal e ao Cone Sul (Paraguai, Argentina, Uruguai, Chile), em 2024.
A coordenadora do programa destacou ainda que o PrInt representou um marco na área, fortalecendo a integração entre ensino, pesquisa e cooperação internacional. Os avanços na internacionalização e na qualificação de pesquisadores colocam a Fiocruz em posição de liderança no cenário acadêmico global, com um legado que continuará inspirando novas iniciativas educacionais e científicas. "O PrInt Fiocruz reafirma a importância da educação como pilar para o desenvolvimento científico, mostrando que a formação de excelência e as parcerias globais são caminhos indispensáveis para enfrentar os desafios contemporâneos em saúde pública e ciência", defendeu Cristina.
Nesta quinta-feira, 19/12, aconteceu em Brasília, a 12ª reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do Ministério da Saúde. A CTI é um fórum permanente de negociação, articulação e decisão entre os gestores nos aspectos operacionais e na construção de pactos nacionais, estaduais e regionais no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta ocasião, o secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps/MS), Felipe Proenço de Oliveira, apresentou as novas funcionalidades e ferramentas do Painel e-SUS APS Fiocruz que estão sendo implementadas nas Unidades Básicas de Saúde com o objetivo de melhorar a assistência à população. A ministra da Saúde e ex-presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, também participou do encontro.
Durante sua fala, Proenço, em vídeo sobre o Painel e-SUS, explicou que o software - que é livre e colaborativo -, reúne dados populacionais e de saúde, permitindo a compreensão atualizada das condições do território, além de um acompanhamento longitudinal e integrado dos cidadãos cadastrados. A iniciativa é destinada principalmente a profissionais da assistência e da gestão em saúde, e aperfeiçoa o monitoramento da saúde da família, a gestão do cuidado e a implementação de boas práticas. A ideia é que a ferramenta seja implementada de forma gradual, com funcionalidades que irão ampliar o cuidado para grupos essenciais, como crianças, gestantes, mulheres e pessoas idosas. A informatização das UBS e a implantação do prontuário eletrônico do cidadão em mais de 4 mil municípios também são pilares essenciais para ampliar a cobertura e qualificar o atendimento por meio de uma gestão conectada e inovadora.
O painel é um software livre e gratuito, integrado à base de dados local do sistema e-SUS APS. Elaborado na Fiocruz durante cinco anos, é fruto de três projetos do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde do Instituto Gonçalo Moniz (Cidacs/IGM/Fiocruz Bahia): Edital Produtos Inovadores do Programa Inova Fiocruz (2018); Vigilância Digital da Covid-19 (2020); e Prêmio MIT Solve 2022 (Massachusetts Institute of Technology). O Painel é implementado para a Saps/MS por meio do Campus Virtual Fiocruz e conta com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), da Fiocruz Brasília e das Universidades Federais de Ouro Preto e Minas Gerais.
Todas essas novidades estão integradas ao programa Brasil Bem Cuidado - um novo modelo de financiamento da APS que garante um melhor atendimento para todos os brasileiros, com foco na ampliação de atendimentos, monitoramento de qualidade e foco na equidade. A apresentação mostrou ainda que uma parte do painel é dedicada aos dados sociodemográficos, com visualização da pirâmide etária e de gênero, além da classificação entre zona urbana e rural. No entanto, o maior destaque está nos painéis temáticos, que incluem inicialmente duas condições crônicas, diabetes e hipertensão, sendo possível visualizar o número de atendimentos e exames realizados pelos cidadãos acompanhados pelas equipes, a frequência de complicações como AVC e infarto, entre outras informações. Ainda permite visualizar dados por meio de listas nominais, permitindo o cuidado individualizado, além de alertas a situações específicas no território.
"Para desenvolver o componente vínculo e, posteriormente, o componente qualidade, é fundamental ter informação, oferecer acesso a essa informações para gestores e profissionais de saúde. Destaco ainda a importância das equipes de saúde da família reunirem-se com a gestão e outros trabalhadores para discutir os indicadores, eu acho isso fundamental nesse processo de planejamento e aprimoramento da saúde da família", defendeu o secretário da Saps/MS.
Atualiza e-SUS APS promove webnário sobre o Painel e-SUS
No dia 20 de dezembro, às 15h30, será realizado o 10º Webinário da série Atualiza e-SUS APS, que terá como tema o Novo Painel e-SUS APS. O evento abordará as funcionalidades e benefícios dessa ferramenta para a gestão da Atenção Primária à Saúde (APS). Participe e conheça as potencialidades desse software gratuito! O webnário será transmitido ao vivo pelo canal do DataSUS no Youtube. Acesse o link e ativar o lembrete em: www.youtube.com/live/AUFgp1pPY64
O projeto Painel e-SUS APS, desenvolvido pela Fiocruz em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS), foi apresentado num fórum de inovação voltado à gestão da saúde. O encontro, realizado em Brasília, reuniu experts da área e, a convite da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), ofereceu o minicurso "Painel e-SUS APS: Uma ferramenta de apoio à gestão da clínica", que contou com cerca de 30 participantes. Na mesma semana, integrantes da equipe Fiocruz do Painel reuniram-se com o secretário da Saps/MS, Felipe Proenço de Oliveira, o secretário adjunto de Atenção Primária à Saúde, Jerzey Timóteo, e outros integrantes para apresentarem a conjuntura atual do projeto, definirem os próximos passos e traçarem o cronograma 2025 da iniciativa.
O 7° Fórum dos Gestores dos Serviços de Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal foi realizado em 6/12 e teve como objetivo trocar experiências, conhecer os desafios cotidianos dos que trabalham na ponta do sistema e apresentar ferramentas e soluções inovadoras buscando, assim, fortalecer a Atenção Primária. A integrante do Painel e-SUS APS, Renata David conduziu o minicurso e destacou a rica oportunidade de maior aproximação com os trabalhadores da rede.
"Foi incrível ter esse momento de troca, abrir um canal de diálogo e poder ouvir as experiências e contextos do dia a dia do serviço de saúde dos usuários que queremos alcançar e, consequentemente, beneficiar com o Painel. A iniciativa foi muito bem recebida pelos profissionais e percebemos que de fato existe a demanda por essa ferramenta de análise da situação no território dos profissionais da APS para o aprimoramento do trabalho", comentou ela, destacando a profícua parceria com a Gerência de Qualidade na Atenção Primária da SES-DF, sob a responsabilidade de Lídia Glasielle Silva.
O Painel e-SUS APS da Fiocruz é um software livre e colaborativo, disponibilizado hoje pelo Campus Virtual Fiocruz como recurso educacional aberto, e conta com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), da Fiocruz Brasília e das Universidades Federais de Ouro Preto e Minas Gerais. O Painel lança mão de uma estratégia de desenvolvimento colaborativo, ancorada na Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz para disseminação de Recursos Educacionais Abertos (REA).
Análise, planejamento, metas e lançamento de novo curso sobre saúde digital
No dia 13 de dezembro, ainda em Brasília, a coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, e a coordenadora de Produção de Cursos do CVF, Renata David, ambas integrantes da equipe de gerência do Painel e-SUS APS, reuniram-se com a equipe o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (SAPS/MS), Felipe Proenço de Oliveira, para desenharem conjuntamente a trajetória 2025 da iniciativa. Na ocasião, foram apresentados o andamento e progressos da ferramenta, bem como traçados os cronogramas de entrega e próximos passos.
Entre as frentes de trabalho do Painel e-SUS APS está o compromisso com a integração e sustentabilidade da própria ferramenta. Dessa forma, várias ações estão sendo planejadas e desenvolvidas, como a criação de uma comunidade no GitHub - uma rede social para desenvolvedores que permite explorar, compartilhar e armazenar projetos de código aberto - com implantação e validação do fluxo de desenvolvimento colaborativo do software e painéis; o lançamento de recursos educacionais abertos integrados aos painéis de indicadores; bem como a disponibilização de REAs de feedback para a continuidade e qualificação do cuidado visando a integração ao Prontuário Eletrônico do Cidadão.
Segundo Ana Furniel, esta reunião foi muito relevante no que diz respeito ao futuro do projeto, considerando o enorme impacto do painel para os municípios e o SUS. Na ocasião, Felipe Proenço destacou que o Painel traz questões centrais para o modelo que está sendo priorizado. Para ele, é interessante que as equipes possam se apropriar das informações oferecidas, enxergarem o valor de uso nisso, e, assim, sua implementação ser um motivador de mudança de processos de trabalho, depois de anos muito difíceis para a Saúde da Família e a Atenção Primária.
Além de Felipe, Ana e Renata, também estavam presentes na reunião o secretário adjunto de Atenção Primária à Saúde, Jerzey Timóteo, o coordenador-geral de Inovação e Aceleração Digital da Atenção Primária (CGIAD/Saps/MS), Rodrigo Gaete, o coordenador da CGIAD/Saps/MS, Webster Pereira, o coordenador-geral de Saúde da Família e Comunidade, José Eudes Barroso, o Coordenador-Geral de Monitoramento, Avaliação e Inteligência Analítica (CGMAIA/Saps/MS), Vinicius Oliveira, e, pelo Campus Virtual, a coordenadora adjunta do Campus Virtual Fiocruz, Rosane Mendes.
Democracia, Trabalho e Educação na Saúde para o Desenvolvimento: Gente que faz o SUS acontecer. Este é o tema da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CNGTES), que teve início nesta terça-feira, 10/12, em Brasília. O encontro, que acontecerá até a próxima sexta-feira, 13/12, reúne cerca de 3 mil pessoas de todo o Brasil e visa compartilhar experiências nacionais e internacionais em mesas temáticas, atividades culturais, Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) e saberes populares e ancestrais. Os debates são divididos em três grandes eixos que falam sobre controle social, trabalho e educação. A Fiocruz participa ativamente do encontro e, entre outros convidados, estão integrantes da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação e do Campus Virtual Fiocruz.
A 4ª CNGTES é uma oportunidade para avaliar e reformular políticas de trabalho e educação na saúde, consolidando uma política pública permanente e resistente a adversidades, com monitoramento e avaliação pelos conselhos de saúde. O tema escolhido destaca a importância de valorizar os trabalhadores do SUS, fortalecer seus direitos e promover ações intersetoriais que atendam às necessidades da população, reconhecendo o papel fundamental das pessoas que fazem o SUS acontecer. Este evento é promovido pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), e organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Durante a mesa de abertura do evento, a ministra da saúde, Nísia Trindade Lima, reafirmou o compromisso do governo com a valorização dos trabalhadores da saúde, destacando a educação permanente e o trabalho digno como centrais para uma saúde de qualidade. “Cuidar de quem cuida da nossa saúde, dos trabalhadores do SUS, passa pela educação permanente e pelo trabalho digno”, afirmou, celebrando o caráter democrático do evento. Ela enfatizou ainda o momento histórico, em que, pela primeira vez, todos os estados do país estão reunidos para reafirmar a mobilização de trabalhadores e a construção coletiva no SUS. "É histórico também por retomarmos esse espaço de construção democrática, 18 anos após a última edição. No SUS, somos mais de 3 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, profissionais que dedicam suas vidas ao cuidado da população. Muito obrigada a cada uma e cada um de vocês por fazerem o SUS acontecer!".
A Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde (SGTES/MS), Isabela Pinto, enfatizou o impacto transformador da conferência: “Essa conferência mobiliza vontades, articula iniciativas e propõe ações políticas que promovem transformações na saúde e na sociedade brasileira.” Ela destacou a prioridade do governo federal em fortalecer políticas públicas que garantam os direitos dos trabalhadores da saúde, com iniciativas como a Mesa Nacional de Negociação e o Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça, Etnia e Valorização das Trabalhadoras no SUS. “Esse é um momento histórico para reafirmarmos nosso compromisso com a valorização das trabalhadoras e trabalhadores, a defesa do SUS, da reforma sanitária e da democracia brasileira.”
Já o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, apontou os desafios para a realização da conferência, celebrando a união de esforços. “Essa conferência só está acontecendo porque somamos esforços. Temos que unificar nossas lutas para manter o SUS vigoroso, valorizando trabalhadores e usuários, sempre reafirmando a democracia.” Pigatto também lembrou as vidas perdidas e os desafios enfrentados na pandemia.
+Leia mais em: Abertura da 4ª CNGTES: Ministério da Saúde anuncia pacto pelo trabalho digno, decente e humanizado, cobertura publicada pelo CNS
Os eixos norteadores do encontro são: Democracia, Controle Social e o desafio da equidade na gestão participativa do trabalho e da educação em saúde; Trabalho digno, decente, seguro, humanizado, equânime e democrático no SUS: Uma agenda estratégica para o futuro do Brasil; e Educação para o desenvolvimento do trabalho na produção da saúde e do cuidado das pessoas que fazem o SUS acontecer: A saúde da democracia para a democracia da Saúde.
Nesta quarta-feira, 11/12, tiveram início as discussões do eixo 3, que versa sobre a educação, e do qual faz parte grande parte da comitiva da Fiocruz que está presente no evento.
A construção da 4ª CNGTES
A Secretária da SGTES/MS, Isabela Pinto, lembrou que mais de 10 mil pessoas participaram das 27 conferências estaduais e distrital de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, realizadas de junho a setembro de 2024. Segundo ela, um feito histórico que mostra o protagonismo de quem faz o SUS acontecer. "A participação social é um dos princípios fundantes do SUS, e o fortalecimento do controle social é um passo importante para a legitimidade das políticas que devem traduzir a diversidade do Brasil. Trata-se de um momento histórico, no qual 100% das unidades federadas realizou conferências, ampliando as redes de participação social. Um caminho potente para dar concretude ao processo de formulação de políticas públicas”.
Tais conferências resultaram em um documento que reúne 85 diretrizes e 293 propostas, que foram a base para os debates realizado agora na 4ª CNGTES. O Relatório Nacional Consolidado (RNC) da 4ª CNGTES é constituído pela sistematização das diretrizes e propostas constantes de 26 Relatórios das Conferências Estaduais e do Distrito Federal, e 48 Relatórios de Conferências Livres Nacionais, que estão sendo submetidas à análise e deliberação das pessoas delegadas da etapa nacional da 4ª CNGTES nos Trabalhos de Grupos e na Plenária Deliberativa. Acesse o documento no site do Conselho Nacional de Saúde e conheça quais são as propostas que a sociedade civil organizada quer debater em prol da educação para o desenvolvimento do trabalho na produção da saúde e do cuidado das pessoas que fazem o SUS acontecer.
*com informações do CNS e das redes sociais de Nisia Trindade Lima e Isabela Pinto
Fotos de Rafael Nascimento (MS), Isabela Pinto, Cristiani Vieira Machado e Ana Furniel
Cerca de 7% da população brasileira vive com Diabetes Mellitus (DM). O dado da Sociedade Brasileira de Diabetes é alarmante, especialmente porque os números só crescem, inclusive entre crianças e adolescentes. Assim, o DM, principalmente o tipo 2, representa um problema de saúde pública, sendo cada vez mais necessárias a identificação precoce e a oferta de assistência, além do acompanhamento adequado para as pessoas que vivem com diabetes. Para promover a prevenção de complicações e o fortalecimento do autocuidado apoiado para pessoas com esse agravo, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) e o Campus Virtual Fiocruz lançam hoje o curso, online e gratuito, Diabetes Mellitus no SUS: Promoção, prevenção e o fortalecimento do autocuidado.
Diferentemente da maioria de nossas formações, este curso tem foco não apenas nos profissionais de saúde, mas também em pessoas com diabetes, familiares e outros que lidam com pessoas que vivem com a comorbidade. O curso oferece estratégias preventivas e de promoção da saúde para auxiliar esse público a explorar temas essenciais nessa relação, desde a identificação precoce do Diabetes Mellitus (DM) até o estabelecimento de vínculos sólidos com as Unidades Básicas de Saúde, que são, atualmente, elementos imprescindíveis para o sucesso no controle desse agravo.
Segundo o Ministério da Saúde, o Diabetes Mellitus é uma doença crônica não transmissível (DCNT) causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Esse agravo pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins, nos nervos e, em casos mais graves, à morte. A doença pode se apresentar de diversas formas e possui tipos diferentes: tipo 1, tipo 2, diabetes gestacional e pré-diabetes. Independente do tipo, com o aparecimento de qualquer sintoma, é fundamental que o paciente procure atendimento médico especializado para iniciar o tratamento.
"As DCNT representam um dos principais desafios para a saúde pública no Brasil e no mundo na atualidade, visto que é responsável por mais de 70% das mortes globais. Dentre elas, o diabetes se destaca não somente pelo aumento do número de pessoas acometidas, mas especialmente por se apresentar como fator de risco para outras doenças crônicas", contextualizou a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, e uma das coordenadoras da nova formação, que contou com o apoio financeiro da AstraZeneca, e a ampla participação de conteudistas de Farmanguinhos e de outras instituições na elaboração e organização das aulas e escolha de materiais e recursos educacionais priorizados no curso.
Para a epidemiologista Annick Fontbonne, pesquisadora titular do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm) e também coordenadora acadêmica da nova formação — com vasta experiência na realidade brasileira, desde 2010, quando atuou como pesquisadora visitante do Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) em investigações sobre alimentação e nutrição na rede de atenção aos hipertensos e diabéticos —, o DM merece atenção por ser muitas vezes uma doença assintomática, especialmente nos estágios iniciais. Segundo ela, é preciso que profissionais de saúde estejam atentos aos sintomas e realizem busca ativa para detectar o acometimento e iniciar o acompanhamento rotineiro no âmbito da Atenção Primária, evitando maiores complicações.
Já Mariana Souza, integrante dessa tríade de coordenação acadêmica da nova formação — e responsável pelos Cursos Lato Sensu da Fiocruz, na CGE —, destacou o público-alvo do curso, que, segundo ela, é mais abrangente do que usualmente focamos. "Isso se deu visto a importância de fortalecer a autopercepção e o autocuidado das pessoas que vivem com diabetes, uma vez que acreditamos que o indivíduo é quem melhor se conhece e quem também tem o maior interesse em ter o melhor cuidado. Tão importante quanto um profissional saber lidar com a pessoa que chega para atendimento com alguma condição de saúde ou doença, é o próprio paciente saber cuidar de si, ter noção e entendimento sobre a sua doença, tudo isso, claro, após receber toda a orientação médica. Então, acredito ser esse um grande diferencial da formação. Além também de ser indicada a familiares de pacientes ou pessoas próximas que lidam com acometidos pela diabetes, não deixando ainda de ser voltada a profissionais de saúde, que é o nosso público regular", comentou ela.
Conheça a estrutura do curso Diabetes Mellitus no SUS: Promoção, prevenção e o fortalecimento do autocuidado e inscreva-se:
Módulo 1 - Panorama epidemiológico do diabetes
Módulo 2 - Tratamento do diabetes
Módulo 3 - Organização da rede de atenção à saúde e prevenção das complicações do diabetes mellitus
#ParaTodosVerem A imagem é formada por um desenho com fundo amarelado e uma forma arredondada no meio, onde está o nome do "CURSO: DIABETES MELLITUS NO SUS - PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E O FORTALECIMENTO DO AUTOCUIDADO". Abaixo do nome, um botão com a palavra "INSCREVA-SE". Ao lado superior esquerdo, o desenho de um pássaro; ao lado superior direito, uma lua com estrelas em volta; ao lado inferior esquerdo, o desenho representando uma Unidade de Saúde da Família, com duas profissionais conversando com uma paciente; e ao lado inferior direito, o desenho de um cacto.
Em dezembro é celebrada a Campanha Nacional de Prevenção à Aids, conhecida como Dezembro Vermelho. A luta contra a Aids ainda é um grande desafio mundial, mas que vem cada vez mais sendo abordada com clareza e os estigmas do preconceito vêm sendo combatidos. Em face da comemoração, durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), o Ministério da Saúde anunciou que o Brasil alcançou mais uma meta de eliminação da aids como problema de saúde pública, revelando o cumprimento de controle de pessoas com carga viral (95%), que no último ano o Brasil subiu seis pontos percentuais na meta de diagnóstico das pessoas vivendo com HIV, passando de 90% em 2022 para 96% em 2023. Os dados são Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e a aids (Unaids). Para acabar com a aids como problema de saúde pública, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível. Hoje o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance. Com isso, é possível afirmar que o Brasil cumpre duas das três metas globais da ONU com dois anos de antecedência. Ainda durante o CIT, o Ministério anunciou a nova campanha de conscientização, com o tema “HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se”.
Diante deste importante tema, o Campus Virtual Fiocruz reforça os cursos '“Profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV oral', 'Enfrentamento ao estigma e discriminação de populações em situação de vulnerabilidade nos serviços de saúde', e 'Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C', todos online, gratuitos e autoinstrucionais, com insrições abertas aos interessados.
Profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV oral
A formação é uma iniciativa do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA/MS) em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e a Fiocruz.
A PrEP consiste no uso de antirretrovirais - tenofovir e entricitabina - por qualquer pessoa com risco acrescido ao HIV, e quando tomados corretamente, evitam a infecção caso aconteça uma eventual exposição ao vírus. Desde 2022, a PrEP é recomendada para os adolescentes acima de 15 anos, com peso corporal igual ou superior a 35kg, sexualmente ativos e sob risco aumentado de infecção pelo HIV. Algumas situações podem indicar o uso da PrEP com prioridade: o não uso frequente de camisinha nas relações sexuais (anais ou vaginais); uso repetido de Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia etc.; e chemsex: prática sexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato (GHB), MDMA, cocaína, poppers).
A ideia é que o curso atualize profissionais de saúde para estarem melhor preparados e atentos para recomendar de forma assertiva a PrEP, identificando quem pode se beneficiar dessa estratégia de prevenção e garantindo o acesso adequado à medicação, além de fornecer acompanhamento e suporte contínuos.
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O curso foi organizado em 3 macrotemas — Bases conceituais; Contexto social, político e histórico das populações vulnerabilizadas: normas e legislações; e Práticas de enfrentamento ao estigma e discriminação —, 5 módulos e 17 aulas. Ele é voltado a trabalhadores e trabalhadoras da saúde, estudantes, mas aberto a todos os interessados na temática. A formação é online, gratuita, autoinstrucional e certifica os participantes inscritos que realizem avaliação com obtenção de nota maior ou igual a 7.
A formação é uma realização da Fundação Oswaldo Cruz, por meio do Campus Virtual Fiocruz e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência, em parceria com Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
A elaboração do curso nasceu da necessidade de sensibilizar e instrumentalizar profissionais de saúde que estão na ponta do atendimento, visando atualizar, aprimorar e qualificar suas práticas, construções socio-históricas que acontecem durante o processo de trabalho e por meio da interação entre tais profissionais e os usuários dos serviços de saúde. É nessa interação que nascem também aspectos relacionados ao estigma e à discriminação, os quais, como já é sabido, promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis. Tais fatores são limitantes e também podem interferir na adesão ao tratamento das doenças e qualidade de vida, perpetuando, assim, um ciclo de exclusão social, que, ao mesmo tempo, reforça situações de discriminação, bem como a perda do status do indivíduo, aumentando a vulnerabilidade de pessoas e populações.
Portanto, as instituições e pesquisadores envolvidos neste curso — sempre alinhados à tais evidências científicas que avançam nacional e internacionalmente em proposições diretivas ao enfrentamento das vulnerabilidades sociais — , entendem que o fortalecimento das ações de inclusão social e de enfrentamento ao estigma e discriminação se apresentam como estratégias de minimização das vulnerabilidades. Assim, esta nova formação apresenta-se como uma ferramenta nesse contexto de necessidade constante de ampliação de esforços em ações educativas no âmbito dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde para a contínua qualificação das práticas.
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Utilização dos testes rápidos no diagnóstico da infecção pelo HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C
O curso, desenvolvido no âmbito do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde (DCCI/SVS/MS) e disponível na plataforma Moodle do Campus Virtual Fiocruz, é aberto a todos os interessados nas diretrizes de diagnóstico da infecção pelo HIV, Sífilis e Hepatites Virais no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na utilização de testes rápidos (TR). Possui carga horária de 15h e é dividida em cinco módulos.
Os módulos apresentam orientações e metodologias adequadas acerca dos procedimentos pré-teste, durante a testagem e para o pós-teste, passando por informações mais básicas acerca da importância dos TR, a composição dos kits, a forma de organização e armazenamento dos mesmos até a interpretação de seus resultados, o encaminhamento dentro da rede de atenção à saúde do território, entre outros. A formação engloba a apresentação de manuais e guias oficiais do Ministério da Saúde e ações preconizadas pelos fabricantes para a execução dos testes rápidos.
O objetivo do curso é capacitar profissionais de saúde no que se refere ao diagnóstico desses agravos para realizar, com qualidade e segurança, os testes rápidos disponíveis na rede do SUS, assegurando sua importância na qualificação dos profissionais envolvidos na testagem rápida no âmbito do SUS e permitindo que os profissionais entendam a relevância desses testes na ampliação do diagnóstico do HIV, da sífilis e das hepatites virais, bem como realizem a sua oferta com maior segurança e garantia de qualidade.
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Pesquisadora da Fiocruz é eleita presidente da International Aids Society (IAS)
Médica infectologista, pesquisadora e chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e HIV/Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Beatriz Grinsztejn é, desde julho de 2024, a presidente da International Aids Society (IAS) para o biênio 2024-2026. Em entrevista à Revista Radis, a pesquisadora comentou os avanços e desafios no enfrentamento ao HIV/Aids a partir dos temas tratados na 25ª Conferência Internacional sobre Aids (Aids 2024), que aconteceu na Alemanha, em julho.
“Mesmo tendo tratamento acessível e disponível, ainda há no mundo quase 10 milhões de pessoas que não acessam à terapia antirretroviral”, relata. Ela também fala sobre as expectativas em torno do uso da Profilaxia de Pré-Exposição (PrEP) de longa duração e da ampliação da estratégia para populações em situação de vulnerabilidade, além dos impactos das co-infecções de HIV com covid e mpox.
Beatriz explica como funciona o projeto internacional Unity, liderado por ela e que reúne, além do INI, centros de pesquisa do Brasil, Argentina e Suíça para avaliar a eficácia de um antiviral no tratamento de pessoas com mpox. “O Brasil tem dado uma contribuição importantíssima, e a gente espera que os resultados desse estudo possam ajudar a entender melhor o papel do tecovirimat como antiviral para o tratamento da mpox”, adianta.
À frente de uma das mais importantes sociedades científicas mundiais, ela comenta ainda a repercussão de ser a primeira brasileira — e a primeira mulher latino-americana — a assumir a presidência da IAS, revelando a expectativa de levar a voz do Sul global ao centro de tomada de decisões. “O processo de decolonização tem que ser contínuo. Muitas pesquisas são conduzidas na África, na Ásia, na América Latina, mas o autor principal é do Norte global. São questões críticas que a gente tem que enfrentar a cada dia, para que a nossa narrativa seja preponderante”.
Durante a conversa, a infectologista também reforça a importância do SUS na construção de pesquisa e de estratégias de prevenção, assistência e tratamento de HIV/aids, destacando o papel da comunicação na interlocução com a sociedade. “É necessário dar um salto em relação à comunicação, e mais do que nunca trazer a ciência e os resultados das pesquisas para o domínio da comunidade”.
+Confira aqui a entrevista completa da pesquisadora Beatriz Grinsztejn à Radis
Em vídeos publicados nas redes sociais da Radis, a pesquisadora falou sobre os seguintes temas:
Estigma impede enfrentamento à Aids.
Populações vulneráveis são as mais atingidas
PrEP é eficaz na proteção ao HIV
*Com informações do Ministério da Saúde e da Revista Radis.
Pretos e pardos são a maioria no país, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE de 2022. Mesmo assim, lidamos todos os dias com elevados níveis de preconceitos e discriminação racial em diferentes esferas e relações. Buscando conscientizar trabalhadores de saúde sobre a necessidade de desconstruir práticas racistas e promover a diversidade e a equidade, a Escola Politecnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) e o Campus Virtual Fiocruz lançam hoje o curso online e gratuito Letramento racial para trabalhadores do SUS, um produto publicado no escopo do edital Inova Educação - Recursos Educacionais Abertos, com apoio do Ministério da Educação (MEC).
A formação visa capacitar os participantes quanto aos fundamentos do letramento racial, como base em uma postura analítica e crítica da realidade, oferecendo subsídios para a implementação de práticas antirracistas no cotidiano do trabalho em saúde. Seu foco são trabalhadores do SUS atuantes em funções assistenciais ou gestoras, mas a formação é aberta a todos os interessados na temática.
É preciso desconstruir antigas maneiras de agir e pensar que foram naturalizadas
Relações entre o racismo e a saúde como direito no Brasil; e a prática antirracista como princípio do trabalho em saúde são os temas norteadores da formação, que busca reconhecer e questionar estereótipos, preconceitos, discriminações e injustiças raciais, além de valorizar a diversidade e promover a equidade. Com o curso, a ideia é contribuir para a construção de um sistema de saúde mais justo e inclusivo. Construído a partir de conteúdo acessível e dinâmico, a formação traz diversos recursos educacionais, como vídeos, podcasts, PDFs, recursos interativos, infográficos, atividades formativas, além de atividades avaliativas.
O lançamento da nova formação vem no bojo das comemorações ao Dia Nacional de Zumbi e Dia da Consciência Negra, que, neste ano, pela primeira vez, engloba todo o território nacional. A coordenadora da formação, Regimarina Soares Reis, que é pesquisadora da Escola Politecnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), comentou que as desigualdades raciais no Brasil são incontestáveis, bastando apenas observar qualquer indicador social sobre condições de vida e saúde. Segundo ela, o curso surge como um desdobramento de pesquisas desenvolvidas por um grupo de debate da EPSJV sobre saúde, trabalho e racismo.
"Tais estudos nos sinalizam que precisamos ultrapassar a constatação de que o racismo está presente no funcionamento das instituições. É necessário fazer a denúncia, mas também incidir com práticas antirracistas na assistência, na gestão e na formação em saúde. Com racismo, não há saúde como direito. No contexto do SUS, apesar da centralidade da questão racial para a determinação social da saúde, o tema tem sido negligenciado na formação dos trabalhadores da saúde em todas as categorias profissionais, nos diversos níveis de qualificação. A partir disso, juntamente com os professores Letícia Batista e Marcos Araújo, foi possível coordenar essa iniciativa educacional, que busca introduzir a temática para trabalhadores do SUS e, assim, contribuir com subsídios para que outras ofertas aconteçam no nível local e nacional". Regimarina apontou ainda que é importante destacar que o letramento racial possibilita o reposicionamento teórico e prático acerca de pensamentos e ações racistas que foram naturalizados. "Trata-se de um meio na luta antirracista, não a finalidade precípua dela".
O racismo é estrutural e institucional
A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, destacou que o curso tem muita relevância do ponto de vista da promoção da redução das desigualdades, da equidade e do combate ao racismo, que é um problema totalmente estrutural na sociedade brasileira e acaba também, muitas vezes, se expressando nos serviços de saúde.
"Indicadores mostram situações desfavoráveis em termos de acesso, qualidade, atenção e cobertura entre as pessoas negras e pessoas indígenas. Assim, a nova formação visa oferecer elementos para os profissionais de saúde reconhecerem situações de racismo, e atuarem de uma forma mais ética, com uma postura antirracista, mas também de acolhimento, inclusão e respeito à diversidade e a todas as pessoas, promovendo a equidade e a diversidade no âmbito dos serviços de saúde, além de combater desigualdades étnico-raciais que se apresentam no cotidiano", disse ela.
Cristiani destacou ainda que o lançamento desse curso é consoante com as diretrizes políticas e o compromisso da Fiocruz tanto na promoção da equidade de gênero e raça, como no que diz respeito ao acesso aberto ao conhecimento e à ciência aberta.
Oferecer qualidade e ampliar acesso
Este novo curso é o primeiro produto publicado no âmbito do edital Inova Educação - Recursos Educacionais Abertos. O curso, conforme previsto na iniciativa, é um recurso educacional aberto, que pode ser adaptado e usado em outros materiais. Para a coordenadora do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, além da relevância da temática, este curso é especial por ser o primeiro no contexto do Inova REA. "Ambas são pautas extremamente importantes para a Fiocruz e pelas quais nós trabalhamos diariamente: educação de qualidade, inclusiva, acessível e antirracista", comentou. O edital foi uma iniciativa da Presidência da Fiocruz, por meio das Vice-presidências de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) e Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), em parceria com o Ministério da Educação (MEC).
A chamada selecionou 18 projetos e teve como objetivo fomentar o desenvolvimento de produtos inovadores no campo educacional, em especial de Recursos Educacionais Abertos (REA), voltados a temas prioritários para a formação de profissionais de saúde no âmbito da educação superior e da pós-graduação. Ele integra o Programa Fiocruz de Fomento à Inovação, denominado Inova Fiocruz, cujo objetivo central é promover a inovação de pesquisas na área de saúde, visando o desenvolvimento de conhecimento e a entrega de produtos e serviços à sociedade, incentivando, ainda, ambientes favoráveis à pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação em saúde - todas áreas de prática da Fiocruz, reforçando, assim, sua atuação como instituição estratégica do Estado Brasileiro.
#ParaTodosVerem imagem com diversos contornos e duas silhuetas de rostos de pessoas, todas coloridas. Ao centro, está escrito "CURSO LETRAMENTO RACIAL PARA TRABALHADORES DO SUS. INSCRIÇÕES ABERTAS".
Hoje, a história sabe, ou admite, que as origens do Brasil são indígenas, e, apesar da invasão dos portugueses estar nos registros oficiais como "descoberta do país", nosso chão foi forjado por eles e, depois da colonização, em 1500, também pelo sangue dos negros, que foram trazidos como escravos ao Brasil. Após 524 anos da "descoberta do Brasil", o racismo, o preconceito e a discriminação racial em suas diversas formas e instâncias ainda são desafios no país que, segundo o Censo 2022 do IBGE, têm 45% de sua população parda.
O Sextas desta semana faz alusão ao Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, com um trecho do samba-enredo “História para Ninar Gente Grande”. A música, que levou a Estação Primeira de Mangueira ao título de 2019, apresenta uma grande reinterpretação da história oficial brasileira apresentada nos livros e valoriza lideranças populares negligenciadas e questiona heróis oficiais.
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
Este samba foi usado como texto de apoio na redação da maior prova educacional do Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujo tema de 2024 foi "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil", articulando, assim, a história, a ancestralidade e a educação, promovendo o debate de temas relevantes entre os personagens mais capazes de mudar os rumos da história de nosso país, o jovens.
O samba-enredo “História para Ninar Gente Grande” é de autoria de Luiz Carlos Máximo, Silvio Moreira Filho, Danilo De Oliveira Firmino, Deivid Domenico Ferreira Lima, Manuela Trindade Oiticica, Marcio Antonio Salviano, Ronie De Oliveira Machado e Tomaz Disitzer Carvalho De Miranda.
Vale ressaltar ainda que em 2024 o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra tornou-se feriado nacional. Em sessão especial do Senado para comemorar a conquista, em 19/11/2024, o senador Paulo Paim, que foi relator do projeto de lei, afirmou que foi alta a expectativa pela nacionalização do feriado, por meio da Lei 14.759, de 2023. Ele lembrou que a data remete ao dia da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, importante comunidade de resistência de escravizados durante o Brasil Colonial. Na ocasião da sessão, Paim apontou que seu desejo é que o feriado do dia 20 sirva para a sociedade refletir sobre como pode melhorar a vida de todos os brasileiros, especialmente dos mais vulneráveis. Segundo ele, garantir o exercício pleno da cidadania também é combater o racismo e a exclusão, reduzindo as desigualdades. Ele defendeu a manutenção de políticas inclusivas de educação, a exemplo da instituição das cotas nas universidades públicas e no serviço público, Previdência Social justa, emprego digno, salário decente, bem como a presença da história e do estudo da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras.
A vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, homenageada com o samba da Mangueira de 2018, sofreu um atentado, junto com seu motorista Anderson Gomes, em 2018. O caso de homicídio teve sua sentença definida também em 2024, quando, em 31 de outubro, seus assassinos confessos foram condenados a mais de 70 anos de prisão. O crime político que chocou o país e teve grande repercussão internacional, tentou calar a socióloga e mestre em Administração Pública, Marielle Franco, que atuava como presidente da Comissão da Mulher na Câmara. Ela iniciou sua militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré, onde nasceu e cresceu. A vereadora se apresentava como "mulher, negra, mãe e cria da favela da Maré".
#ParaTodosVerem Montagem com várias fotos de pessoas negras, à frente delas há um contorno do Brasil em branco, com o trecho do samba-enredo “História para Ninar Gente Grande”:
Com versos que o livro apagou
Desde 1500
Tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês