Tendo em vista decisões de autoridades locais e a transmissão sustentada do vírus no estado do Rio de Janeiro, a Presidência da Fiocruz orienta a suspensão de aulas e demais eventos por 15 dias nas unidades localizadas na cidade do Rio de Janeiro. A situação será monitorada e atualizada periodicamente.
Em relação às atividades de ensino, a Coordenação Geral de Educação (CGE), da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, divulgou orientações complementares com critérios gerais que se aplicam a toda Fiocruz. O documento trata de cinco questões principais (acesse aqui):
1. Eventos acadêmicos ad doc (p.ex, simpósios, seminários, oficinas, encontros)
2. Viagens internacionais e nacionais
3. Qualificação de projetos e defesas finais (dissertações, teses, TTC)
4. Aulas e atividades presenciais em turmas
5. Aulas e atividades à distância (webconferência e alternativas pedagógicas)
A Presidência da Fiocruz está acompanhando a evolução da pandemia, em conformidade com o Plano de Contingência divulgado na sexta-feira (13/03) e que será periodicamente atualizado. O documento está disponível no Portal Fiocruz.
Qual a situação epidemiológica do novo coronavírus no Brasil e no mundo, e que ações o Sistema Único de Saúde (SUS) está adotando para enfrentar o vírus? Em momentos de crise e emergência sanitária, é de extrema importância disseminar informações confiáveis e atualizadas e combater notícias falsas (fakenews).
Hoje (5/2), o Senado aprovou o Projeto de Lei do Governo Federal que dispõe sobre as medidas e os procedimentos que podem ser adotados pelas autoridades em caso de emergência de saúde pública decorrente do coronavírus – tais como o isolamento e quarentena de pessoas que retornarem ao Brasil. Pela manhã, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esteve na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, apresentando o quadro atual no Brasil e de que forma a rede de saúde vem sendo mobilizada.
Na segunda-feira (3/2), o Ministério da Saúde decidiu reconhecer a emergência sanitária internacional do coronavírus, elevando o nível da resposta brasileira para Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), mesmo sem nenhum caso confirmado de coronavírus no Brasil. Atualmente, há 11 casos se enquadram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem participado ativamente dos esforços para enfrentar o problema: criou uma Sala de Situação em Saúde dedicada a ampliar o conhecimento, monitorar e acompanhar a situação do novo coronavírus e integra o Centro de Operações de Emergências (COE) do Ministério desde o final de janeiro.
Uma das frentes de atuação institucional é a educação, comunicação e informação em saúde. Entre as medidas neste sentido, está uma seção especial na Agência Fiocruz de Notícias, que será atualizada à medida que avançar o conhecimento sobre as características e o comportamento desse novo vírus. Em função das dúvidas que vêm surgindo, foi criada uma área de respostas mais frequentes sobre o tema para que a população possa acessar e se informar por meio de fontes confiáveis. Acesse e ajude a propagar notícias de fontes seguras:
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*Com informações da Agência Fiocruz de Notícias e do Ministério da Saúde
O enfrentamento da crise de zika e o papel dos cientistas brasileiros nas descobertas sobre o vírus desde 2015 foram temas das palestras que marcaram a Aula Inaugural da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na última sexta (10/3), em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Integrada aos eventos da semana do Dia Internacional da Mulher (8/3), a abertura do ano letivo da Fiocruz contou com a presença de duas pesquisadoras que se destacaram durante a emergência de saúde pública internacional: a epidemiologista Celina Turchi, da Fiocruz Pernambuco, e a virologista Ana Maria Bispo, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
A abertura da Aula Inaugural teve a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; do vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Manoel Barral Netto; da presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Justa Helena Franco; e da presidente da Associação de Pós-Graduandos (APG) da Fiocruz, Maria Fantinatti.
Em sua apresentação, a presidente Nísia Trindade Lima destacou o protagonismo da Fiocruz no combate ao vírus zika e os esforços de sua gestão para priorizar a vigilância em saúde, cumprindo a missão institucional de colocar a ciência a serviço da sociedade. Aproveitando a semana do Dia Internacional da Mulher, Nísia também destacou os avanços da agenda de equidade de gênero na Fundação e homenageou não somente as mulheres cientistas, mas as mulheres e mães vítimas do vírus zika. “Temos que lembrar que essa é uma doença que atingiu de uma maneira muito forte, com implicações muito profundas, as mulheres ‘severinas’ deste país”, disse a presidente, se referindo à expressão consagrada pelo poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999). “Nós, mulheres da Ciência, avançamos em muitos direitos. Mas há muitas mulheres ‘severinas’ em nosso país que precisam e merecem o nosso respeito. Elas têm o mesmo direito de nascer, de amar e de viver”, completou.
O vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto, ressaltou o número crescente de atividades da Fundação no que se refere à formação de recursos humanos. Ele afirmou, ainda, que é preciso integrar, de forma harmônica, as ações realizadas na instituição, para garantir que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja forte e atuante. “Não podemos esquecer que no ano passado a Fiocruz titulou mais de 160 doutores. Este é um número que impressiona, pois é maior que de vários países da América Latina”, disse Barral.
Zika e microcefalia
Eleita em dezembro de 2016 uma das dez personalidades do ano na Ciência pela revista britância Nature, a pesquisadora Celina Turchi (Fiocruz Pernambuco) apresentou um pouco mais do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia (Merg) durante a epidemia de microcefalia que assolou o país no ano passado, principalmente os estados do Nordeste. O Merg foi responsável pela comprovação da relação entre o vírus zika e a microcefalia em bebês.
Entre os principais desafios, Celina relatou a falta de clareza sobre a causa do número de recém-nascidos com comprometimento neurológico, a inexistência de literatura científica e de testes laboratoriais disponíveis. A pesquisadora descreveu todo o trabalho realizado por profissionais de diferentes áreas, como epidemiologistas, médicos e biólogos. “Diante da tragédia social que estávamos vivendo, tivemos a oportunidade de integrar os protocolos de pesquisa de diferentes áreas, além de compartilhar resultados com outros pesquisadores e instituições, na luta por respostas rápidas à epidemia”.
A pesquisadora também enfatizou o trabalho realizado em maternidades do estado de Pernambuco. “Em conjunto com as secretarias de saúde, nós conseguimos harmonizar o protocolo de pesquisa, com ações que se mantiveram. Assim, o Grupo de Pesquisa também colaborou no treinamento dos profissionais das maternidades nas atividades de vigilância e monitoramento dos casos de microcefalia neonatal”.
Conquistas da ciência brasileira
Virologista do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Ana Maria Bispo celebrou a chance de compartilhar informações das pesquisas científicas sobre o vírus zika com estudantes e colegas pesquisadores durante a Aula Inaugural. Após um breve histórico do vírus e da doença no mundo, Ana Bispo destacou a importância do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), enquanto laboratório de referência do Ministério da Saúde, no enfrentamento do vírus zika no Brasil. A virologista também ressaltou os projetos em colaboração com a União Europeia, Canadá e Organização Mundial de Saúde (OMS) para investigar o vírus, que foi isolado pela primeira vez no Brasil em março de 2015, na Bahia. “Estas pesquisas são oportunidades de entender a dinâmica do vírus, incluindo o papel do vetor na sua transmissão. Ninguém estava preparado para a chegada do vírus zika e para as suas consequências. Ainda temos muitas perguntas sem respostas”, explicou Ana Bispo.
Entre as conquistas da ciência brasileira em relação ao vírus, Ana Maria Bispo destacou as descobertas sobre os efeitos do zika em gestantes e em recém-nascidos e o desenvolvimento de um teste rápido e de custo baixo para o diagnóstico de zika, dengue e chikungunya, já que muitos de seus sintomas se confundem nos estágios iniciais das doenças. De acordo com a cientista do IOC/Fiocruz, mesmo com todas as dificuldades de recursos, “a epidemia de zika revelou a capacidade dos cientistas brasileiros de responder em curto tempo a uma emergência grave de saúde”. Ela afirmou que “houve uma sensibilidade muito grande de diferentes áreas da comunidade científica, que se articulou e se uniu, em parcerias locais e internacionais, para direcionar seus esforços para o enfrentamento da epidemia de zika. Nós avançamos muito, mas ainda nos restam grandes desafios, como o desenvolvimento de testes sorológicos específicos e de uma vacina eficaz”.
Fonte: César Guerra Chevrand e Leonardo Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)
Conhecimento: esta é a principal solução que os profissionais de saúde têm para enfrentar a pandemia de coronavírus. Liderando diversas ações no campo da ciência, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lança o curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus. A iniciativa é do Campus Virtual Fiocruz, que abre inscrições, online, nesta quarta-feira, dia 15 de abril (saiba como se inscrever aqui).
O curso é aberto, gratuito, autoinstrucional e oferecido à distância (EAD). Esse modelo considera uma ampla rede de trabalhadores que estão na linha de frente do combate à Covid-19: atualmente, o Brasil tem cerca de 3 milhões de profissionais de saúde. A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, explica que a formação em escala é uma estratégia fundamental para responder à crise. “O novo curso é uma das muitas contribuições da Fiocruz/Ministério da Saúde para responder a essa emergência sanitária. Atuamos sempre com o compromisso de salvar vidas e fortalecer o Sistema Único de Saúde em sua capacidade de enfrentar esse e outros desafios relacionados à saúde da população brasileira”, afirma.
A coordenadora geral do curso e do Campus Virtual Fiocruz, Ana Furniel, diz que qualquer pessoa interessada em aprender mais sobre coronavírus pode se inscrever. Mas ressalta que a qualificação foi concebida, especialmente, para trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde (UBS), redes hospitalares, clínicas e consultórios. “Com isso, esperamos potencializar e multiplicar o conhecimento por todo o país”.
Quanto ao conteúdo, Ana comenta que o principal desafio é capacitar os trabalhadores na sua prática nos serviços de saúde, em um contexto de mudanças frequentes no conhecimento sobre Covid-19. Para apresentar as melhores estratégias para conter e enfrentar a doença, vários especialistas da Fiocruz foram mobilizados. “Esse é um diferencial importante do nosso curso: ser elaborado junto a pesquisadores e gestores diretamente envolvidos nas ações de vigilância e assistência, e que estão considerando o atual cenário. Eles contribuíram com textos, videoaulas, e com a revisão técnica de todo o material”, destaca.
O curso tem a coordenação acadêmica de Marília Santini, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e de André Reynaldo Santos Perissé, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Marília destaca que, para conter a curva epidêmica, é fundamental qualificar quem vai enfrentar este período conturbado. “Na pandemia, os casos aumentam rapidamente, causando uma pressão maior sobre os profissionais dos serviços de saúde, assim como sua exposição a riscos. Por isso, o curso informa os participantes sobre medidas e usos de equipamento de proteção individual e coletiva, manejo clínico do paciente grave com base em outras doenças respiratórias agudas, e notificação de casos”, diz.
Com uma linguagem simples, visual atraente e navegação dinâmica, o curso reúne textos curtos, videoaulas com especialistas, recursos abertos (como infográficos e minitestes) e uma série de fontes confiáveis e atualizadas, que são muito úteis para pesquisar e compreender melhor o tema. Há também uma seção de perguntas frequentes categorizada por interesse dos diferentes públicos, além de atividades e exercícios rápidos.
A qualificação está dividida em três módulos independentes, permitindo que cada aluno escolha em que ordem deseja fazer o curso. No fim de cada módulo, os conhecimentos são avaliados. Quem obtiver nota maior ou igual a 70, recebe um micro certificado com a carga horária correspondente. O aluno que acessar todos os módulos e concluir todas as avaliações com sucesso receberá um certificado com o total de carga horária do curso (30h).
A partir do dia 14 de abril, serão lançados os dois primeiros módulos: Introdução e Manejo clínico nas UBS. Já o terceiro módulo é mais complexo e difícil, pois aborda o manejo de pacientes graves na rede de atenção especializada e rede hospitalar, explica a coordenadora Ana Furniel. “O conteúdo do módulo 3 tratará de questões que ainda estão sendo debatidas pela comunidade científica, como suporte e terapia farmacológica, uso de medicações experimentais. São questões mais complicados e, por isso, demandam mais tempo para serem elaboradas no formato de um curso”.
Mas ela conta que a espera dos interessados no último módulo será breve. “A equipe está trabalhando de forma bastante dedicada e a previsão é de que o terceiro módulo seja liberado já nos próximos 15 dias”, antecipa. Conheça os conteúdos de cada módulo:
Módulo 1 - Introdução: Conceitos e informações básicas (5 horas/aula)
Módulo 2 - Manejo clínico: Atenção Básica (10 horas/aula)
Módulo 3 - Manejo clínico da Covid-19 na atenção hospitalar (15 horas/aula) | Em breve
O curso Covid-19: manejo da infecção causada pelo novo coronavírus é uma realização do Campus Virtual Fiocruz, vinculado à Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz. A iniciativa conta com o apoio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), da Fiocruz Brasília, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), do Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Proqualis), da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).