Crianças com deficiências podem estar mais expostas às situações de vulnerabilidade, dialogando com um grupo maior daquelas que vivem com condições crônicas e complexas de saúde. Vieram compor esse grupo de crianças em condição de vulnerabilidade, as quase 3000 crianças com múltiplas deficiências, cronicamente complexas vivendo com as repercussões da epidemia de 2015 e que afetou mulheres grávidas causando microcefalia e outras malformações congênitas em seus filhos. A Síndrome congênita do Zika (SCZ), engloba casos de microcefalia e/ou outras alterações do Sistema Nervoso Central associados à infecção pelo vírus. As consequências associadas a essa síndrome apresentam padrões diferenciados de manifestações clínicas, interferindo de forma diversa no crescimento e desenvolvimento dessas crianças. Sabe-se que o desenvolvimento integral da criança é decorrente da integração de vários elementos, dentre estes os aspectos biológicos, as experiências que elas vivenciam a partir dos estímulos do ambiente e fatores adversos que podem influenciar negativamente nesse processo. Importante destacar que o desenvolvimento de uma criança é multidimensional e integral, acontece continuadamente, porém com padrões únicos e acontece pela interação com os outros. Essa complexidade demanda a atuação de diferentes áreas do conhecimento e práticas incluindo uma rede de ações complementares e contínuas, na sinergia entre os setores da saúde, educação, assistência social e direito, dentre outros. Face ao exposto, torna-se fundamental a oferta de educação continuada para os profissionais e gestores da saúde, que atuem na atenção primária ou Estratégia de Saúde da Família (ESF) e estejam envolvidos no cuidado a essa população.