O tema do próximo seminário online do Centro de Estudos do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) é 'Como combater o idadismo estrutural: direitos, informação, ciência e ações afirmativas'. Confira abaixo a ementa do seminário e conheça os palestrantes convidados. A atividade será transmitida na sexta-feira, 18 de outubro, às 14h, no canal da VideoSaúde Distribuidora.
Apesar de o envelhecimento populacional ser amplamente reconhecido como uma das principais conquistas sociais do século XX, reconhece-se, também, que este traz grandes desafios para as políticas públicas. No debate pretende-se abordar a evolução da agenda das políticas públicas na questão do envelhecimento populacional tanto ao nível internacional quanto no plano nacional, revisar a ausência/presença da pessoa idosa nas prioridades da agenda pública da saúde pública assim como nos editais de pesquisa.
Palestrante: Richarlls Martins da Silva (Comissão Nacional de População e Desenvolvimento do Brasil - CNPD)
Atual presidente da Comissão Nacional de População e Desenvolvimento (CNPD) do Brasil, órgão que busca promover o debate e a formulação de políticas públicas relacionadas à população e ao desenvolvimento sustentável. Tem se destacado por sua atuação em temas como planejamento familiar, direitos reprodutivos e políticas de inclusão social, sempre buscando integrar as questões populacionais ao desenvolvimento econômico e social do país.
Palestrante: Alexandre da Silva (Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa/Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania)
Especialista em políticas públicas voltadas para a pessoa idosa no Brasil. Como Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, é responsável por coordenar e implementar ações que promovam a proteção e a cidadania das pessoas idosas, buscando garantir seus direitos e bem-estar. Seu trabalho envolve a articulação com outras esferas de governo e organizações da sociedade civil para desenvolver programas e iniciativas que atendam às necessidades desse público.
Debatedora: Dalia Elena Romero (Laboratório de Informação em Saúde - Icict/Fiocruz)
Graduada em Sociologia pela Universidad Católica Andrés Bello (UCAB-Venezuela), mestre em Demografia pelo Colégio de México e doutora em Saúde Pública pela Fiocruz. Atualmente é pesquisadora do Laboratório de Informação e Saúde e coordena o Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento da Fiocruz (GISE/Fiocruz). Atua principalmente nos temas de saúde coletiva sobre envelhecimento, mortalidade e métodos de monitoramento de indicadores de políticas públicas na área da saúde.
Assista ao Centro de Estudos:
Colaborar para decisões rápidas e alertar para potenciais riscos à saúde da população através da sistematização e compartilhamento de informações sobre as mudanças ambientais e climáticas. Estes têm sido alguns dos propósitos do Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (Icict/Fiocruz), que celebra 15 anos de atuação em 2024.
Para comemorar a data, no dia 28 de agosto será realizado o seminário Clima e Saúde: olhares no presente em direção ao futuro, que reunirá pesquisadores e especialistas, tanto nacionais como internacionais, para debater os impactos das mudanças climáticas na saúde.
“A crise climática atual precisa ser entendida na sua complexidade, e sabemos que nenhum grupo pode dar conta desse fenômeno isoladamente. Por isso, esse seminário vai reunir antigos parceiros e criar oportunidade de ampliar colaborações por meio de redes de pesquisadores de instituições brasileiras e internacionais”, afirma o coordenador do Observatório, Christovam Barcellos.
O seminário será uma oportunidade para refletir sobre as conquistas do Observatório, que, desde sua criação, tem desempenhado um importante papel na centralização e disponibilização de dados ambientais, climáticos, socioeconômicos e epidemiológicos. Esse trabalho tem colaborado na elaboração de análises mais abrangentes e formulação de políticas públicas mais eficazes. Um exemplo foi a atuação durante as enchentes no Rio Grande do Sul, quando o Observatório elaborou duas notas técnicas: a primeira, nos primeiros dias do desastre, abordando os impactos imediatos e possíveis consequências sobre a saúde da população; e a segunda, um mês depois, alertando para as doenças e agravos que poderiam ocorrer nos meses seguintes.
Voltado para o futuro, o evento se propõe a ser um espaço de diálogo em busca da construção de estratégias coletivas para a redução dos impactos das mudanças climáticas na saúde, especialmente nas populações mais vulneráveis. Para colaborar nessa elaboração, nomes como Rachel Lowe, pesquisadora do Barcelona Supercomputing Center, e Claudio Angelo, coordenador de Comunicação do Observatório do Clima, farão parte dos painéis de debate.
As inscrições são gratuitas, limitadas, e podem ser realizadas pelo site do Icict.
O evento também contará com transmissão ao vivo no canal da VideoSaúde Distribuidora no youtube.
Programação
Seminário “Clima e Saúde: olhares no presente em direção ao futuro”
Data: 28 de agosto (quarta-feira)
Horário: 9h às 16h30
Local: Hotel Windsor Florida (Rua Ferreira Viana, 81 - Flamengo, Rio de Janeiro)
9h Boas-vindas
9h30 Mesa de Abertura
Instituições participantes: Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Organização Mundial de Saúde e Organização Panamericana de Saúde
10h Painel 1: Panorama do Observatório de Clima e Saúde nos últimos 15 anos
Christovam Barcellos (Icict/Fiocruz )
Guilherme Franco Netto (Vppaps/Fiocruz)
Miguel Monteiro (Inpe)
10h35 Painel 2: Contribuições Conceituais sobre os temas do Observatório de Clima e Saúde
Água - Léo Heller (IRR/Fiocruz)
Desastres - Carlos Machado (Ensp/Fiocruz)
Poluição do Ar - Sandra Hacon (Ensp/Fiocruz)
Vetores - Claudia Codeço (Procc/Fiocruz)
Mediação: Mônica Magalhães (Icict/Fiocruz)
12h – 13h INTERVALO
13h Painel 3: Desenvolvimento Tecnológico dos Sistemas de Indicadores do Observatório de Clima e Saúde
Heglaucio Barros (Icict/Fiocruz)
Vanderlei Matos (Icict/Fiocruz)
Raphael Saldanha (Icict/Fiocruz)
Mediação: Marcel Pedroso (Icict/Fiocruz)
14h Painel 4: Análise das Informações de Situação de Saúde nos quatro temas do Observatório de Clima e Saúde
Vetores - Rachel Lowe (BSC-CNS)
Poluição do Ar - Emmanuel Roux (IRD)
Desastres - Beatriz Oliveira (Fiocruz Piauí)
Água - Renata Gracie (Icict Fiocruz)
Mediação: Diego Ricardo Xavier (Icict/Fiocruz)
15h Painel 5: A Comunicação e Divulgação Científica para Gestores, Sociedade Civil e Pesquisadores no âmbito do Observatório de Clima e Saúde
Theresa Williamson (ComCat)
Daniela Muzi (Icict/Fiocruz)
Juliana Mori (InfoAmazônia)
Claudio Angelo (Observatório do Clima)
Mediação: Renata Gracie
16h30 Encerramento
O Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), está com inscrições abertas até 6 de setembro para os cursos de Mestrado e Doutorado 2025. Os cursos têm por objetivo a formação de pessoal qualificado para o desenvolvimento de atividades de pesquisa e ensino, relacionadas à informação e comunicação no campo da saúde pública. Estão disponíveis 16 vagas para doutorado e 20 para mestrado. Confira abaixo os links para inscrição.
Leia atentamente as chamadas públicas do Doutorado e Mestrado.
Sobre o PPGICS
Com nota 6 (seis), dada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes (as notas variam de 3 a 7), o PPGICS integra o Programa de Excelência Acadêmica (Proex), do Governo Federal. O seu nível de excelência é demonstrado também pelas teses e dissertações premiadas.
O Programa de Pós-Graduação do Icict é dividido em três linhas de pesquisa:
Linha 1: Informação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Dedica-se à investigação de políticas, processos e produtos relacionados à produção, à organização, ao acesso, à disseminação, à difusão e ao uso da informação e do conhecimento no campo da saúde coletiva.
Linha 2: Comunicação, Poder e Processos Sociais em Saúde
Com a premissa de que o direito à comunicação é indissociável do direito à saúde, esta linha de pesquisa estuda as relações entre grupos sociais, instituições e profissionais de saúde e de comunicação em suas diversas formas de organização. Dedica-se à discussão conceitual, ao desenvolvimento e à aplicação de metodologias voltadas para a compreensão das mediações culturais e das relações de poder envolvidas em processos sociais de produção, circulação e apropriação dos sentidos relacionados à saúde.
Linha 3: Informação para Análise, Vigilância, Monitoramento e Avaliação em Saúde
Dedica-se à análise de políticas, produção, organização e uso da informação para análise, vigilância, monitoramento e avaliação de sistemas de saúde, da situação de saúde da população brasileira e de seus determinantes sociais e ambientais.
Para outras informações, consulte o site do PPGICS.
O Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), único no mundo que contempla esta interdisciplinaridade, completa 15 anos de atividades em 2024. Para celebrar, o PPGICS prepara uma semana de atividades, em parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e os discentes do programa, com homenagens, debates, mesas redondas e atividades culturais.
Acesse a programação completa do evento
A 6ª Jornada Discente do PPGICS ocorre de 5 a 8 de agosto, na sede do programa, no campus Fiocruz Maré. A programação começa às 13h30, com a participação da Coordenadora Geral de Educação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Eduarda Cesse, na mesa de abertura, ao lado do diretor do Icict, Rodrigo Murtinho, e das vice-diretoras de Educação, Mel Bonfim, e de Pesquisa, Mônica Magalhães.
A sessão será uma mesa comemorativa, em que os 15 anos de história do programa serão relembrados pelo atual coordenador, Igor Sacramento, acompanhado dos ex-coordenadores do PPGICS: Cristina Guimarães, Dalia Romero, Inesita Soares de Araujo, Janine Miranda Cardoso, Josué Laguardia, Katia Lerner, Paulo Roberto Borges e Wilson Borges.
“O PPGICS é um programa jovem, mas tem uma história de excelência. Destaco primeiramente sua interdisciplinaridade principal entre os campos da comunicação, da informação e da saúde coletiva, mas também em contatos e diálogos profícuos com a sociologia, a história, a antropologia, a educação, a geografia, a estatística. Isso permitiu ao PPGICS, ao longo de sua história, a formação de mestres e doutores dentro de uma formação humanística e ampla, embora voltada para a reflexão sobre as políticas públicas de saúde e o SUS”, explica Sacramento.
Nesses anos, o programa já obteve premiações estudantis conferidas por instituições como Capes, Compós, Intercom, Ancib, a própria Fiocruz, e o Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria (EBBC). A sessão contará ainda com homenagens aos docentes aposentados Cícera Henrique, José Noronha e Rosany Bochner. Confira a programação abaixo.
Ciência Aberta em foco
Seguindo a tradição dos últimos anos, o segundo semestre acadêmico se inicia com o evento realizado em parceria com alunas e alunos dos cursos de mestrado e doutorado em Informação e Comunicação em Saúde. “Os temas, os convidados e as dinâmicas são pensados por uma comissão organizadora composta integralmente por discentes com acompanhamento da Assessoria da Coordenação do Programa. Os discentes são o foco e o centro do Programa”, afirma o coordenador, Igor Sacramento.
Em 2024, o tema é ‘Ciência Aberta: Trajetórias e Perspectivas’, aludindo ao marco de 10 anos da Política de Acesso Aberto da Fiocruz, cuja formulação contou ativamente com a participação do Icict. Entre os dias 6 e 8 de agosto, na própria sede do PPGICS, serão realizadas mesas redondas, debates, rodas de conversa e apresentações culturais em torno desse eixo temático.
No primeiro dia, haverá mesa em homenagem à Ilma Noronha, ex-diretora do Icict, que faleceu no primeiro semestre. “O Icict foi fundamental para a composição da Política de Acesso Aberto da Fiocruz. A política de acesso aberto à informação científica é um tema relevante e impactante para a saúde coletiva. Ilma Noronha (como diretora do Icict), juntamente com as pesquisadoras Jeorgina Gentil Rodrigues, Cícera Henrique da Silva, Maria Cristina Soares Guimarães, explorou esse assunto em um pôster apresentado na Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto (a Confoa) em 2011. O estudo abordou as implicações da política de acesso aberto na comunicação científica, destacando resistências e rupturas”, relembra Sacramento.
“Ilma, Cristina e Cícera também tiveram um papel fundamental na criação da pós-graduação. A contribuição delas para a promoção do acesso aberto e a visibilidade da produção intelectual é notável. Confunde-se com a história do PPGICS, do Icict e da própria Fiocruz. É algo para ser lembrado e celebrado”, conclui o coordenador.
Além de atividades focadas em história e memória, as atividades incluem a discussão da Ciência Aberta como um campo de pesquisa, a contribuição dos laboratórios e plataformas científicas do Icict. Na quarta-feira, às 13h30, haverá apresentações culturais, com performance cênica e exibição de documentário.
6ª Jornada Discente do PPGICS
Ciência Aberta: trajetórias e perspectivas
Comemoração: 15 anos de História do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PGICS)
Data: segunda-feira, 5/8
Horário: 13h30
Atividade com transmissão online
Assista no canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no YouTube
Demais mesas e atividades culturais
Período: De 6 a 8/8, das 8h30 às 16h30
Atividades presenciais
Local: Salas 401/402 – 4º andar
Edifício Sede – Campus Fiocruz Maré
Confira aqui a programação completa
Mais informações: ppgics.icict.fiocruz.br
O Ensino do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) divulgou a relação de inscrições que foram homologadas para o curso de qualificação em Acesso à Informação Científica & Tecnológica em Saúde (AICTS) – 2024. Ao todo, foram homologadas 83 inscrições que estão concorrendo as 40 vagas disponíveis no curso.
O curso tem 72 horas de carga horária e será realizado via Plataforma Zoom, às segundas e quartas-feiras, das 9h às 12h, de 12 de agosto a 18 de outubro de 2024.
Veja a lista de inscrições homologadas aqui e também as que não foram homologadas. Os interessados também podem acessar a chamada pública, clicando aqui.
O resultado da análise da documentação está previsto para ser divultado no dia 29 de julho.
Confira abaixo o cronograma completo.
Em editorial do segundo número de 2024, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) convida a pensar na produção do conhecimento por uma perspectiva decolonial, um movimento que critica a hegemonia de prioridades, conceitos e metodologias de pesquisas influenciadas pelos países centrais e ocidentais. A edição aborda também o movimento da Ciência Aberta em alusão aos 10 anos da Política de Acesso Aberto da Fiocruz, além de artigos originais que abordam a relação entre comunicação, informação e saúde. A Reciis é editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).
Confira o segundo número de 2024 da Reciis na íntegra
Barcellos, Araújo e Sacramento discorrem sobre as possibilidades para construir uma ciência que evidencie a historicidade e a complexidade das experiências locais em ciência e saúde do Sul Global a fim de mobilizar padrões culturais ocidentais pensados como normas universais e perpetuadoras de relações coloniais. Para isso, os editores e a editora científica elencam como caminho o reconhecimento, o respeito e a valorização das práticas tradicionais locais; o engajamento das comunidades locais no processo de pesquisa – desde a identificação do problema em saúde até a implementação de estratégias – e a priorização de pesquisas que abordem as desigualdades sociais e econômicas no Sul Global.
Em junho de 2024, mês em que a Reciis celebra seus 17 anos e o ano em que a Fiocruz marca seus 10 anos de política de acesso aberto, o Icict promoveu o 1º Encontro de Tecnologias para Ciência Aberta - Desafios da comunicação científica: ciência aberta, sustentabilidade e OJS. O evento contou com a participação de profissionais de diversas áreas no intuito de refletir sobre o movimento pela ciência aberta e sua implementação a partir de infraestruturas abertas, como o OJS.
A produção sobre Ciência Aberta na área de Ciência da Informação no Brasil é tema do artigo de Vinícius dos Santos e Maria Nélida de Gómez. O autor e autora realizam um mapeamento de artigos científicos publicados na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) entre 2015 e 2019 e demonstram, no período observado, a prevalência de estudos sobre temáticas de dados de pesquisa abertos e sobre repositórios como maneiras de aperfeiçoar os fazeres científicos. O autor e autora ainda enfatizam a necessidade de aproximar ciência e sociedade com a participação do cidadão no desenvolvimento das pesquisas científicas.
Entre o mar e as ruas
Em ‘O mar que habita em mim’, Flores et al. demonstram como estratégias comunicativas podem promover reflexões com a comunidade e gestores em saúde localizados em regiões à margem das águas. O estudo etnográfico foi feito a partir de vivência e oficinas, com análise e produção de estratégias em relação ao trabalho, vida e saúde com pescadoras artesanais do litoral de Pernambuco.
Já Bucciarelli et al. discutem a comunicação dos sentidos de informalidade, casualidade e familiaridade entre vendedoras de café nas ruas de São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Neste artigo, autores e autoras problematizam políticas públicas de trabalho, condições sanitárias, serviços de transporte e saúde. Ainda pelas ruas, Bortoletto et al. vivenciam o serviço ‘Consultório na Rua’ em municípios de médio porte no Sul do Brasil. Autoras e autores apresentam pistas, as quais denominam como genealógicas, que indiciam sentidos de criminalização e assimilação histórica em relação às pessoas em situação de rua no Brasil, devendo ser observados na implementação de políticas públicas voltadas a essa população.
Nas mídias e releituras do passado
A edição traz também artigos originais em que as plataformas de mídia são campos de pesquisa. Na plataforma Kwai, Ben-Hur Costa et al. observam a prevalência de narrativas de vídeos curtos sobre as experiências pessoais com a vacinação contra a covid-19. Destacam percepções positivas e negativas, que podem suscitar dúvidas quanto à segurança das vacinas. Na rede social Instagram, Natalí Costa et al. também identificam sentimentos contraditórios em relação à vacinação contra a covid-19, que vão desde sensações positivas de reconhecimento e valorização até sentimentos negativos, de revolta e indignação, diante da hesitação vacinal e dos discursos antivacina.
Isabelle Araújo, Sedruoslen Costa e Rafaela da Silva analisam indicadores sobre testagem da sífilis na gestação no Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQAVS) e no Programa Previne Brasil no estado da Paraíba e ressaltam a importância da ampliação da oferta de testes para sífilis, dos insumos para o tratamento adequado e da qualificação dos profissionais e da informação em saúde. Ainda na perspectiva da Vigilância em Saúde, Laura Santos et al. fazem uma análise bibliométrica sobre a produção do conhecimento sobre a Chikungunya. Luciana da Cruz, Mariana Rodrigues e Thiago Seles analisam as propagandas de cervejas que tiveram alguma denúncia feita ao ou pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), entre os anos de 2015 e 2020.
Júlio César Rigoni Filho analisa as representações do usuário de substâncias psicoativas veiculadas no jornal Folha de S. Paulo no período da ditadura militar brasileira. O conteúdo analisado compõe o acervo virtual do jornal e o estudo, segundo o autor, possibilita refletir sobre os atuais movimentos nostálgicos do ufanismo existente no período ditatorial e seus impactos nas políticas de drogas. Na seção resenha, Lucena et al. desenvolvem uma crítica sobre o filme Safe (1995), dirigido por Todd Haynes. De acordo com os autores, a obra realizada décadas atrás, traz questões atuais e críticas sobre a sociedade contemporânea, explorando a desconexão e o vazio existencial nas crises ambientais.
A Reciis é uma das iniciativas da Política de Acesso Aberto da Fiocruz; é um periódico diamante, sem qualquer cobrança de taxa para submissão ou publicação de textos.
Com aulas síncronas em plataforma virtual, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) está oferecendo o curso remoto de qualificação em Acesso à Informação Científica & Tecnológica em Saúde (AICTS). São oferecidas 40 vagas para pesquisadores, estudantes e profissionais que atuem em atividades de desenvolvimento e apoio à pesquisa em ciência, tecnologia e inovação nas áreas de informação e da saúde. As inscrições estarão abertas até 15 de julho através do Campus Virtual Fiocruz.
O curso, que é gratuito e tem 72 horas de carga horária, será realizado, via Plataforma Zoom, às segundas e quartas-feiras, das 9h às 12h, de 12 de agosto a 18 de outubro de 2024.
O objetivo da qualificação é apresentar diferentes fontes de informação científica e tecnológica em saúde, bem como parte do universo de ferramentas disponíveis para o acesso e uso destas fontes, incluindo a contribuição da Tecnologia da Informação e Comunicação na exploração destes recursos.
Leia atentamente a chamada pública, antes de realizar a sua inscrição.
Na sexta-feira, 15 de março, às 14 horas, o Centro de Estudos do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) estará recebendo as pesquisadoras Érica Miranda, da École de Santé Publique de L'Université de Montréal (Canadá) e Maria de Fátima Ebole, do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Licts), do Icict, para debater o tema “Translação do Conhecimento no Setor Saúde: Uma Perspectiva da Democratização do Conhecimento Científico”. Este é o primeiro seminário do Centro de Estudos em 2024 e será on-line, não havendo necessidade de inscrição. A transmissão será feita pela VideoSaúde Distribuidora em seu canal no Youtube.
Resumo
Nos últimos tempos, o setor de saúde encontra-se sob enorme pressão devido às mudanças tecnológicas que estão afetando o sistema como um todo. Em todo o mundo, os tomadores de decisão na área de saúde lutam com a absorção de conhecimento científico em rápida evolução na prática de saúde, organização e política. Preencher a lacuna do “saber-fazer” é um dos mais importantes desafios para a saúde pública neste século. Há uma sensação de que a ciência não fez o suficiente, especialmente pela saúde pública, e há uma lacuna entre os avanços científicos de hoje e sua aplicação: entre o que sabemos e o que realmente está sendo feito. Neste sentido, esse seminário se propõe abordar a questão da translação do conhecimento como um dos eixos norteadores para democratização do conhecimento científico para a sociedade, na perspectiva de ser um processo colaborativo entre produtores de conhecimento (principalmente pesquisadores) e usuários do conhecimento (comunidade, tomadores de decisão, profissionais de saúde e partes interessadas), envolvendo muitos elementos como síntese, disseminação e compartilhamento.
Paralelamente, a palestrante trará sua expertise na Teoria Ator-Rede e os movimentos de translação do conhecimento sobre a rede de atenção e tratamento às pessoas com doença renal crônica, abordando tanto a reflexão teórica quanto o uso da teoria no desenvolvimento de uma pesquisa na área de saúde coletiva.
Sobre os debatedores
Érica da Silva Miranda
Bióloga com mestrado em ensino de biociências e saúde (M.Sc.) pelo IOC/Fiocruz e doutorado em saúde pública (Ph.D.) pela École de Santé Publique de L'Université de Montréal. Atualmente é analista de políticas no Canadá, sendo responsável pelo engajamento com as partes interessadas em questões de violência de gênero. Ela tem como principais temas de estudo a promoção da saúde, a translação do conhecimento e a igualdade de gênero.
Maria de Fátima Ebole
Engenheira Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001), mestre em Gestão e Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ (2004), aluna do curso de Doutorado do PPGICS/Icict (2021) e desde novembro de 2022 é integrante na equipe de pesquisadores do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Licts) como Analista de Pesquisa. Tem experiência nas áreas de Engenharia Química, Meio Ambiente, Vigilância em Saúde e Gestão do Conhecimento, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão e inovação tecnológica, prospectiva científica e tecnológica, meio ambiente, saúde ambiental e translação do conhecimento. Seu tema de doutorado aborda a translação do conhecimento no campo da saúde com ênfase no desfecho Zika e doenças correlatas, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Cristina Guimarães (PPGICS/Icict).
A linguagem é elemento essencial para promover a inclusão e garantir direitos. Imagine que você trabalha numa instituição pública, por exemplo. Quanto mais claro e objetivo você for, ao se comunicar com seu público, mais pessoas poderão compreender as informações que está transmitindo. E, assim, terão mais condições de acesso ao serviço que está promovendo.
Não à toa, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 5/12, projeto de lei que institui uma política nacional de linguagem simples, com procedimentos que devem ser adotados por órgãos e entidades da administração pública para a comunicação com a população. A matéria será enviada ao Senado. Após a aprovação da lei, as instituições terão 90 dias para se adaptarem.
O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), já está há alguns anos assumindo a linguagem simples como parâmetro para suas atividades. E, agora, lança seu Guia de Linguagem Simples, como forma de estimular ainda mais a consciência a respeito do tema.
+Acesse o Guia de Linguagem Simples do Icict.
Os leitores como bússola
A publicação — disponível online, de forma gratuita — reúne dicas para tornar a escrita mais objetiva, chamando atenção para chavões e vícios muito comuns na comunicação de instituições. Convida seus leitores a refletirem sobre como podem tornar sua comunicação mais eficiente. E, também, a adotarem práticas que levam em conta os diferentes públicos que podem ter como foco, direcionando sua linguagem às características de cada um.
“Não podemos falar em linguagem simples sem levar em conta a busca por uma comunicação mais acessível, que contemple por exemplo a leitura de pessoas com deficiência”, explica Valéria Machado, profissional do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (CTIC), do Icict, e uma das autoras do Guia. “Essa preocupação deve integrar não apenas o ato da escrita, mas também a produção de imagens, websites e formulários, por exemplo. Ou seja: a ideia de linguagem simples não diz respeito apenas ao texto escrito, mas às diferentes formas de comunicação.”
O conceito de “linguagem simples” surgiu no bojo do movimento por direitos civis, nos Estados Unidos. Linguagem simples é um conjunto de técnicas que ajudam a tornar a comunicação mais objetiva e inclusiva, ao levar em conta as necessidades dos diferentes leitores. Adotar a linguagem simples nas práticas cotidianas de instituições públicas é, também, um passo muito importante para assegurar os direitos da população. E, por isso, é uma ferramenta que fortalece as próprias instituições.
O Guia de Linguagem Simples do Icict é dirigido não só a jornalistas e redatores, mas também a cientistas, gestores e profissionais de saúde em geral.
Divulgação científica
“Não são apenas os textos jornalísticos que podem ser escritos em linguagem simples. Mesmo artigos científicos ou relatórios de pesquisa podem se beneficiar de suas técnicas”, esclarece Liana Paraguassu, linguista pesquisadora das áreas de Comunicação Acessível em Saúde e Letramento em Saúde e uma das autoras do guia. “É perfeitamente possível manter os termos técnicos, essenciais a esse tipo de publicação, mas buscar uma construção textual e um vocabulário mais amigáveis. A linguagem simples é muito importante para a divulgação científica, por exemplo. E a pandemia nos mostrou como fortalecer a divulgação científica é uma questão urgente.”
O Guia de Linguagem Simples do Icict/Fiocruz é um dos resultados do projeto “Criação da Rede Integrada de Relacionamento com o Cidadão (RIRC) para apoio à comunicação integrada da Fiocruz com o cidadão” – do Edital Inova Gestão (2020/2021), coordenado pela Ouvidoria em parceria com a equipe do Fale Conosco do Portal Fiocruz. E está integrado também a outras iniciativas, como o projeto de reformulação do site do Icict e os projetos de desenvolvimento de chatbots. Todos esses projetos fazem parte do Programa Inova, da Fiocruz, lançado em 2018, que tem como objetivo fomentar a pesquisa e a inovação, resultando na entrega de produtos, conhecimento e serviços para a sociedade.
O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) vai realizar o Centro de Estudos com o tema 'Saúde Digital no enfrentamento do uso nocivo do álcool'. A palestra online ocorre nesta sexta-feira, 16 de junho, às 14h. O seminário será transmitido pelo canal da VideoSaúde Distribuidora no Youtube.
O encontro vai discutir o uso das tecnologias da informação e da comunicação e seu potencial na promoção da saúde e prevenção da dependência de álcool e outros temas de saúde.
As relações entre o tema e Saúde Digital são o assunto central do seminário, pois o uso nocivo de álcool é um dos principais fatores de risco para morbimortalidade no mundo e um problema de saúde pública no Brasil, conforme indicam os dados do III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas, coordenado pelo Icict/Fiocruz.
A pesquisadora Maristela G. Monteiro, que é consultora internacional do Departamento de Evidências e Inteligência para a Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), em Washington, será a palestrante da sessão. Em seu trabalho, ela promove a pesquisa, a coleta e a divulgação de informações relevantes sobre o álcool e defende políticas públicas e estratégias baseadas em evidências.
Neste seminário, ela será acompanhada pela pesquisadora do Laboratório de Informação em Saúde, Raquel De Boni, que tem se dedicado à área de saúde digital, coordenando os projetos Viva!, um aplicativo móvel para promoção de estilos de vida saudáveis e o estudo Saúde Mental na pós-pandemia: aplicando a Ciência de Dados para fortalecer a Saúde Pública Digital.
Diminuir o uso nocivo do álcool é um objetivo específico da Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável Metas (ODS), uma vez que este é um dos principais fatores de risco para o aumento da carga de doenças e o principal fator de risco para mortalidade entre pessoas de 15 a 49 anos. Neste evento, serão apresentadas iniciativas de Saúde Digital que vêm sendo desenvolvidas para o enfrentamento do uso nocivo de álcool, bem como discutidas as perspectivas e desafios associadas a estas iniciativas.
Acompanhe:
*Com informações do Icict/Fiocruz.