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Publicado em 06/03/2023

Fiocruz e Usaid lançam curso online sobre agravos imunopreveníveis

Autor(a): 
Júlio Pedrosa (Fiocruz Amazônia)

O Projeto Amazônia: Ciência, Saúde e Solidariedade no Enfrentamento à Covid-19 – desenvolvido pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia) em parceria com a Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, na sigla em inglês), acaba de lançar o curso de atualização Agravos Imunopreveníveis de interesse em Saúde Pública na Amazônia, disponível na plataforma do Campus Virtual Fiocruz. A formação, online e gratuita, é destinada a profissionais de saúde da Atenção Básica das redes municipais, especialmente voltada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), de Combate a Endemias (ACE) e Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (Acis), vinculados às secretarias de Saúde dos municípios amazônicos, mas também aberta a profissionais de outras regiões. As inscrições já estão disponíveis.

Inscreva-se já!

O curso visa fortalecer o enfrentamento à Covid-19 e qualificar a atuação desses profissionais em seus territórios, incentivando a melhoria da cobertura vacinal preconizada pelo Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (PNI/MS). O conteúdo da formação conta com videoaulas, materiais de estudo, exercícios e outros, que estão totalmente disponíveis de maneira digital na plataforma do Campus Virtual Fiocruz.

A iniciativa é uma das estratégias do Projeto Amazônia, desenvolvido desde o ano passado pelo ILMD/Fiocruz Amazônia em parceria com a agência norte-americana Usaid por meio da New Partnerships Initiative (NPI Expand), a Sitawi Finanças do Bem, e com o financiamento da Usaid.

Para o pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz Amazônia Fernando Herkrath – coordenador da Frente 1 do Projeto Usaid/NPI Expand, e responsável pelo desenvolvimento do curso -, a iniciativa visa aprimorar a qualificação dos agentes de saúde para auxiliar nas ações de combate e prevenção da Covid-19 e outras doenças imunopreveníveis. Segundo ele, a ideia é potencializar o exercício do pensamento reflexivo dos agentes de saúde, ampliando seu escopo de atuação no combate às doenças transmissíveis junto às populações sob sua responsabilidade, bem como aprimorar o controle e a prevenção de agravos, tomando a Covid-19 como objeto de reflexão e ação para o controle e a prevenção de doenças em territórios adscritos à rede de Atenção Primária à Saúde.

“Por meio do projeto, pactuamos uma série de atividades junto aos Conselhos dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems) do Amazonas e de Rondônia, que nos permitiu realizar, desde julho de 2022, 31 turmas presenciais deste curso para um público de mais de 1.200 agentes de saúde de 16 municípios dos dois estados. Com o curso oferecido à distância, a intenção é ampliar esse alcance, permitindo o acesso de forma universal a esse público-alvo, em todos os municípios da Amazônia Legal, atendendo às diretrizes da Frente 1 do Projeto Fiocruz Amazônia: Ciência, Saúde e Solidariedade no enfrentamento da pandemia de Covid-19”, afirma Herkrath.

SOBRE OS PARCEIROS

No Brasil, a Usaid, a NPI Expand e a Sitawi Finanças do Bem se uniram para criar uma parceria para apoiar a resposta à Covid-19 na Amazônia. Entre 2020 e 2021, a primeira fase do projeto do NPI Expand Resposta à Covid-19 na Amazônia distribuiu mais de 23 mil cestas básicas e kits de higiene, capacitou mais de 500 agentes comunitários de saúde, doou mais de 1,4 milhão de máscaras feitas por costureiras locais e divulgou mensagens educativas de prevenção para mais de 875 mil pessoas na região.

A Fase 2 está promovendo maior resiliência das comunidades amazônicas através do apoio amplo à vacinação contra a Covid-19, campanhas de informação e combate à Fake News, e apoiando os sistemas locais de saúde na região com equipamentos e insumos para detectar, prevenir e controlar a transmissão de Covid-19, bem como realizar o acompanhamento de casos agudos de Covid-19 e tratar as sequelas de síndrome pós-Covid-19.

SOBRE O CURSO

O curso Agravos Imunopreveníveis de Interesse em Saúde Pública na Amazônia é formado por duas unidades, divididas em oito aulas e um total de 32h de carga horária.

Conheça a estrutura do curso:

Unidade 1

1 – Panorama Epidemiológico da Covid-19

2 – Aspectos da expressão clínica da Covid-19 de interesse para o trabalho do agente de saúde

3 – Diagnóstico Laboratorial da Covid-19

4 – Prevenção da Covid-19

Unidade 2

5 – Panorama epidemiológico das doenças preveníveis por imunizantes

6 – Política de imunização no Sistema Único de Saúde no Brasil como estratégia de prevenção/erradicação de doenças imunopreveníveis

7 – Premissas e estratégias de imunização na Atenção Básica e no território de atuação do ACS/ACE

8 – Prevenção da Covid-19 através da vacinação

Publicado em 29/05/2020

Fiocruz lança cartilhas para orientar profissionais de saúde

Autor(a): 
Julia Neves (EPSJV/Fiocruz)

Cuidadores de idosos, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combates a Endemias (ACE), entre outros. São muitos os profissionais da saúde que estão no combate ao novo coronavírus. Para orientá-los e informá-los no contexto da pandemia da Covid-19, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou nas últimas semanas diversos materiais de apoio para esses profissionais. Essa importante produção em acesso aberto está disponível na plataforma Educare — um ecossistema de Recursos Educacionais Abertos onde podem ser encontrados diversos materiais para pesquisas e aulas.

Cuidadores de idosos 

A cartilha Orientações para Cuidadores Domiciliares de Pessoa Idosa na Epidemia do Coronavírus – Covid 19 tem o objetivo de preencher uma lacuna, pois há pouco material disponível a respeito. É o que afirma o professor-pesquisador da EPSJV, Daniel Groisman. Segundo ele a maior parte dos materiais tem como alvo os profissionais de saúde inseridos em serviços ou, no caso dos idosos, no contexto da assistência institucional de longa permanência. “Entretanto, a maior parte da população idosa reside e é cuidada nos seus domicílios, razão pela qual priorizamos esse tema na elaboração da cartilha”, explica. Daniel ressalta que as pessoas idosas são o principal grupo de risco para a pandemia e, dentre elas, as que necessitam de cuidados são mais vulneráveis ainda. “As pessoas que cuidam, seja de forma remunerada ou como familiares, são pouco assistidas pelas políticas públicas e possuem baixo acesso a orientações e informações”.

Na cartilha, o leitor vai encontrar informações básicas sobre o cuidado no contexto pandêmico, organizadas de forma clara e acessível, que visam prevenir o contágio e promover a biossegurança no cotidiano do trabalho de cuidados, assim como minimizar danos causados pelo isolamento social prolongado para a saúde da pessoa idosa. “Além disso, há indicações de telefones úteis e links para sites, onde é possível acessar mais informações, como por exemplo, a página da EPSJV dedicada aos agentes de saúde em ação”, adianta Daniel.

Educação Popular em Saúde 

Voltado, principalmente, aos trabalhadores da Educação Popular em Saúde, foi lançado também o folheto O que mais podemos saber sobre o novo coronavírus e a Covid-19?. Segundo a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Vera Joana Bornstein, o material busca orientar os agentes de saúde no trabalho educativo com a população, principalmente nas questões relacionadas à transmissão, na busca ativa de casos suspeitos e na identificação e acompanhamento de pessoas com agravos. “Uma vez que as pessoas entendam melhor como acontece a transmissão desse vírus, elas podem se prevenir da melhor forma contra ele. E, com isso, podem adotar e recomendar medidas eficazes para impedir ou dificultar essa transmissão e, assim, proteger a si, sua família, e a comunidade”, aponta.

Trabalhadores da saúde 

Outro material lançado pela Escola é a Ferramenta de bolso para agentes de saúde e cuidadores na ativa em defesa da vida na epidemia Covid-19, voltada  para trabalhadores da saúde que estão diretamente na luta contra o coronavírus. Segundo a professora-pesquisadora, Nina Soalheiro, o conteúdo foi produzido em conjunto com alunos do curso técnico de Agente Comunitário de Saúde e ex-alunos do Curso de Qualificação Profissional em Saúde Mental. “A grande riqueza na construção desse trabalho foi a diversidade do grupo que produziu: temos dentistas, terapeutas naturais, pessoas da educação popular, ACS e cuidadores. Um grupo com diferentes experiências e escolaridades”, destaca.

Para Nina, a ferramenta busca ser um instrumento de defesa, proteção, autocuidado e de como os profissionais podem buscar apoio e ajuda. Ela conta que o documento foi dividido pensando em uma metáfora de portas. “Nossa ferramenta de bolso tem início com informações sobre biossegurança, que seria a porta da proteção. Em seguida, apresentamos a porta do autocuidado, que são exercícios respiratórios, de ginástica laboral e de relaxamento. Por fim, temos a porta da emergência, na qual estão informações sobre como buscar apoio e ajuda”, explica. Nina, acrescenta que a ideia foi buscar uma linguagem próxima da realidade do trabalhador da saúde brasileira que, muitas vezes, trabalha em contextos de grande vulnerabilidade.

Agentes comunitários de saúde 

Para dar apoio à atuação dos Agentes Comunitários de Saúde, a Escola Politécnica, em parceria com a Superintendência de Atenção Primária à Saúde (Saps/Sgais/SES RJ), organizou a cartilha Orientações para Agentes Comunitários de Saúde no enfrentamento à Covid-19. Segundo a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Márcia Valéria Morosini, essa iniciativa se justifica pelo fato de o ACS ser um trabalhador que atua na linha de frente na atenção à saúde nos mais diferentes territórios, com desiguais condições de vida e saúde.

A Escola foi responsável pela revisão da primeira versão do material e a inclusão de observações gerais e sugestões específicas quanto à forma e ao conteúdo do material. “Como se trata de um material online, acrescentamos sugestões de links a outros materiais digitais que ajudam a aprofundar algum tema”, destaca Márcia.

Publicado em 10/04/2020

Se liga no Corona! Fundação abre chamada de apoio a favelas e periferias e promove campanha de comunicação

Autor(a): 
Luiza Gomes (Cooperação Social da Fiocruz)

Bora frear o contágio do coronavírus?! Até o dia 17 de abril estão abertas as inscrições para Covid-19: Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais junto a Populações Vulneráveis. A iniciativa é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e visa conter a contaminação de quem está mais exposto ao novo vírus. Além do apoio financeiro, a Fiocruz promove também a campanha de informação e comunicação Se Liga no Corona!voltada a favelas e periferias.

Serão concedidos R$ 600 mil para apoiar projetos em todo o país

A chamada pública irá financiar projetos em todo território nacional que contribuam para prevenir o contágio entre esses grupos sociais ou garantir condições mínimas de sobrevivência a famílias impactadas economicamente pelas medidas de isolamento social em vigência. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no Portal Fiocruz até o dia 17 de abril e o resultado final será divulgado no dia 1º de maio.

As propostas poderão se encaixar em três faixas de orçamento: até R$ 10 mil; até R$ 25 mil ou até R$ 50 mil. E serem vinculados a uma (ou mais) das cinco áreas de interesse: segurança alimentar; comunicação; saúde mental; assistência específica a grupos de risco; e ações que facilitem o cumprimento das medidas de afastamento social e higiene pessoal e coletiva anunciadas pelas autoridades públicas. Ao todo, estão disponíveis R$ 600 mil, recebidos de doadores e destinados à Fiocruz para que invista em ações emergenciais de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Podem se candidatar organizações da sociedade civil sem fins lucrativos com histórico comprovado de atuação junto a populações vulneráveis, assim como coletivos sem personalidade jurídica atuantes em territórios socialmente vulneráveis — desde que os projetos sejam apresentados por instituição parceira legalmente constituída.

“Em um país com enormes desigualdades como o Brasil, precisamos olhar para as realidades sociais de cada território. A epidemia não chega da mesma forma para todos e as estratégias de contenção precisam ser diferentes. A chamada pública vai destinar os recursos recebidos por doações para organizar uma resposta emergencial para populações mais vulneráveis. Com isto, a Fiocruz espera cumprir o papel que vem desempenhando há 120 anos de promover saúde pública para toda população”, afirmou Nísia Trindade Lima, presidente da instituição.

Campanha 'Se liga no Corona!'

Junto com a chamada, a Fiocruz, Redes da Maré e as organizações de Manguinhos lançaram, no dia 9 de abril, a campanha multimídia de prevenção ao Covid-19 nas favelas. A iniciativa vai difundir informações confiáveis adaptadas ao contexto das periferias em diversos formatos, como radionovelas, spots para carros de som, peças e vídeos para mídias sociais e cartazes. O conteúdo produzido pela campanha ficará disponível para download no Portal Fiocruz e no Maré Online para uso e livre distribuição por parte de coletivos, organizações e indivíduos. Nas comunidades de Maré e Manguinhos, os materiais serão difundidos em rádios comunitárias, estabelecimentos comerciais, pontos de ônibus e moto-táxi, nas associações de moradores e em outras áreas de grande circulação.

"Até o momento as orientações de prevenção têm se dirigido ao público de classe média: medidas de isolamento em quartos individuais, evitar aglomerações, álcool em gel e outros exemplos. Mas nós sabemos que não é essa realidade da maioria da população. A campanha surge como um dos esforços da instituição, conjugado aos de nossos parceiros nas comunidades, para enfrentarmos juntos esse desafio”, pontuou Nísia. Entre os materiais, constam protocolos de higiene para entrega e recepção de cestas básicas; cartazes com orientações sobre distância mínima entre pessoas em locais públicos; vídeos de perguntas e respostas com especialistas; além de tema para foto de perfil no Facebook, peças adaptadas para stories e feed do Instagram, capa para Facebook e Twitter, entre outros. 

Selo 'Fiocruz Tá Junto'

A campanha Se Liga no Corona! lança também um selo de validação de materiais de comunicação produzidos por organizações comunitárias parceiras. As peças enviadas pelas organizações à equipe da campanha terão seu conteúdo submetido a especialistas da Fundação Oswaldo Cruz e, se procedentes, receberão o selo Fiocruz Tá Junto, oferecendo ao material uma chancela científica. A campanha é fruto da articulação entre a Fiocruz, a Redes da Maré, o Conselho Comunitário de Manguinhos, o Conselho Gestor Intersetorial (CGI-Teias Manguinhos), a Comissão de Agentes Comunitários de Saúde de Manguinhos (Comacs), o Coletivo Favelas Contra o Coronavírus, o Jornal Fala Manguinhos! e o sindicato dos trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN).

Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais junto a Populações Vulneráveis
Inscrições: de 9 a 17 de abril. Mais informações aqui.

Campanha Se liga no Corona!
Mais informações aqui.

Publicado em 10/04/2020

Escola Politécnica da Fiocruz promove ações na luta contra a Covid-19

Autor(a): 
Julia Neves (EPSJV/Fiocruz)

A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) está na luta contra a pandemia do novo coronavírus, prestando à comunidade escolar diversas orientações sobre o enfrentamento da Covid-19 e promovendo, mais uma vez, o seu papel de instituição pública na garantia dos direitos sociais. Com a suspensão das atividades escolares presenciais, desde o dia 16 de março, o Politécnico passou a disponibilizar atividades pedagógicas complementares on line para os estudantes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio nas habilitações de Análises Clínicas, Biotecnologia e Gerência em Saúde.

Segundo a coordenadora geral de ensino, Ingrid D’avilla, desde o início da pandemia, teve-se o entendimento que o processo de isolamento social exige das instituições escolares o fortalecimento, sobretudo, da dimensão de socialização. “Para nós, a disponibilização de conteúdo por meio das tecnologias da informação são a possibilidade, nesse momento, de reduzir os efeitos do isolamento social a partir de atividades que têm um conteúdo pedagógico relevante para a nossa escola”, afirma, citando que um dos objetivos dessa proposta é dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem e possibilitar que os estudantes sejam estimulados, a partir dessas atividades, a organizarem suas rotinas diárias de estudo. Além disso, as atividades foram pensadas como forma de manutenção dos vínculos entre professores, estudantes e pais e responsáveis. Vale lembrar que essas atividades são complementares e não substituem as aulas presenciais. "A Escola reconhece que nem todos os estudantes têm acesso à internet, seja por falta de equipamentos ou de conexão. Além disso, nessa modalidade de formação, as aulas presenciais são insubstituíveis, sobretudo para a integração dos componentes da formação geral e da habilitação técnica", explica. 

Na página do material de estudo disponível no Portal EPSJV, o estudante encontra material sobre a Formação Geral, as Habilitações Técnicas, a Introdução à Educação Politécnica em Saúde (IEP) e o Projeto Trabalho, Ciência e Cultura (PTCC). Semanalmente, os materiais serão inseridos nessas grandes áreas. A proposta, que já está em formulação, é que em breve esse material seja migrado para uma plataforma que permita mais interação entre estudantes e professores. 

Nas orientações, a Escola sugere que os estudantes organizem o seu tempo considerando momentos para o descanso, o lazer, a interação à distância com os amigos, as atividades cotidianas em casa e com a família, bem como para a realização de tarefas escolares. Ingrid ressaltou que, além de realizar as tarefas propostas, o tempo em casa pode ser utilizado pelos estudantes para revisar conteúdos nos quais têm dúvidas e aprofundar seus conhecimentos em alguma disciplina. “A Escola também está disponível para ajudar os estudantes que tenham dificuldades em seguir a rotina que planejou. Se precisar, reorganize e peça ajuda”, acrescentou a coordenadora.

A EPSJV/Fiocruz, destaca Ingrid, é uma instituição de saúde pública e não somente uma instituição do campo da educação: “A gente se constitui a partir das interfaces entre Trabalho, Educação e Saúde. E, nesse contexto, algumas de nossas ações são intensificadas, como o nosso papel na comunicação pública e da ampliação da consciência sanitária”, diz ela. É justamente por isso que, no Portal EPSJV/Fiocruz, é possível encontrar uma série de reportagens, podcasts e entrevistas sobre questões relacionadas à pandemia. As redes sociais da Escola também serão recheadas de informações e vídeos de estímulo e educativos produzidos pelos professores do Poli e pelos próprios alunos, que estão mobilizados nessa luta, além de lives com digitais influencers que visam entreter os alunos no período de isolamento.

Bolsa de demanda social

Preocupada com a possibilidade de reduzir os efeitos da falta de alimentação escolar no cotidiano dos alunos e de suas famílias, a EPSJV decidiu, emergencialmente, aumentar o valor das bolsas de demanda social, que passarão de R$ 150 para R$300 por mês até o retorno das atividades presenciais. Essas bolsas são pagas, mensalmente, a 110 estudantes do Ensino Médio Integrado, cujos responsáveis solicitaram auxílio no momento da matrícula por possuírem comprovada caracterização de baixa renda familiar. Vale ressaltar que, por estudarem em horário integral, todos os alunos da EPSJV recebem três refeições por dia na escola (café da manhã, almoço e lanche da tarde).

Segundo Ingrid, a Escola reconhece que a alimentação escolar é um direito para todos os estudantes. Na EPSJV, ela é viabilizada com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e recursos próprios da unidade. “A suspensão das aulas presenciais pode estar agravando a situação de famílias que já viviam em contexto de vulnerabilidade e com dificuldade de efetivar esse direito humano à alimentação adequada por meio da renda familiar”, explica.

Ingrid afirma que o Poli sabe que o alcance da medida é restrito por falta de recursos orçamentários, mas considera fundamental, sobretudo num momento em que, segundo ela, as diversas instâncias de governo responsáveis pela proteção social não têm dado respostas efetivas e estruturantes para a questão da perda de renda dos trabalhadores, em função da interrupção das atividades produtivas em várias esferas. “Como parte do Estado, a Escola se sente obrigada a dar essa resposta, porque, para nós, isso representa o mínimo de proteção social para que todos possam viver com um pouco mais de dignidade nesse período”, aponta, acrescentando que o Politécnico está acompanhando junto com estudantes e professores se existem situações mais drásticas do ponto de vista de perda de renda familiar com outros alunos que não estão contemplados nessa medida.

Material para agentes de saúde

Outras ações também estão sendo pensadas para ajudar trabalhadores de diversas áreas na luta contra a Covid-19. Em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a coordenação do curso técnico em Agente Comunitário de Saúde (CTACS) da EPSJV, em conjunto com outros professores-pesquisadores e a direção da instituição, elaborou um plano de trabalho para contribuir para a formação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (ACIS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE), incluindo as demais nomenclaturas utilizadas para estes trabalhadores da área de vigilância em saúde. “Fizemos um plano reconhecendo a importância do trabalho desses agentes para o Sistema Único de Saúde no que se refere à elaboração de ações de saúde pública socialmente e territorialmente referenciadas, da educação popular em saúde, promoção da saúde, prevenção de doenças, do trabalho interprofissional e da ampliação da participação popular”, afirma a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz e uma das coordenadoras do CTACS, Mariana Nogueira.

No plano de trabalho estão incluídas ações como: divulgação de informações que possam orientar agentes comunitários de saúde, técnicos em vigilância em saúde e agentes indígenas de Saúde no Brasil a respeito do coronavírus, atendendo a uma demanda do Ministério da Saúde; o apoio técnico e político a instâncias governamentais, aos órgãos oficiais e ao controle social; articulação territorial com entidades organizadas por trabalhadores agentes de saúde, movimentos sociais em defesa do SUS e movimentos populares; a realização de educação permanente para esses agentes de saúde que atuam nos municípios do estado do Rio de Janeiro, através da produção de materiais educativos e informativos a respeito do novo vírus; e a organização de um grupo de trabalho que possa estar em articulação junto às lideranças comunitárias das favelas e movimentos sociais, evitando-se a proliferação de ações da instituição com focos semelhantes. “Para isso, estamos desenvolvendo ações de divulgação de informação em saúde; materiais educativos para a formação em saúde dos agentes de saúde, mas também incluiremos material para as trabalhadoras cuidadoras de idosos”, adianta Mariana.

A professora-pesquisadora afirma que, para desenvolver essas iniciativas, a Escola está em diálogo com as educandas trabalhadoras ACS da turma atual do CTACS e com os ACS egressos das turmas anteriores para ouvi-los sobre suas necessidades em sua prática profissional. “Construímos um questionário, enviamos e recebemos respostas. E a partir daí, listamos temas que subsidiarão as ações que estamos desenvolvendo como, por exemplo, os cuidados e uso de equipamentos de proteção individual e a saúde do trabalhador da saúde em tempos de Covid-19”, explica.

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