A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) lançou o edital Apoio à Organização de Eventos Científicos, Tecnológicos e de Inovação no Estado do Rio de Janeiro. A terceira edição do auxílio que tem como objetivo estimular a realização de eventos que visam a consolidar a vocação científica, tecnológica, profissional e artístico-cultural no Estado, área muito impactada pela pandemia Covid-19.
Para concorrer a esse edital, os eventos devem ter natureza científica, tecnológica, de empreendedorismo e/ou de inovação e poderão ser organizados por pesquisadores que possuam vínculo empregatício com instituição de ensino e pesquisa sediada no Estado do Rio de Janeiro; e representantes de entidades do setor de inovação ou empresas aqui sediadas com histórico relevante de atuação na área do evento.
Os eventos a serem apoiados devem ter reconhecida importância para o intercâmbio científico, tecnológico e de inovação, e devem envolver, preferencialmente, além da participação de pesquisadores e empreendedores do Estado do Rio de Janeiro, convidados de outros estados e/ou outros países. Para o presidente da FAPERJ, Jerson Lima Silva, o edital tem potencial para fortalecer não apenas a produção acadêmica, científica e tecnológica dos pesquisadores fluminenses, proporcionando o que é capital para a ciência, o intercâmbio de conhecimentos, mas, além disso, tem o poder de consolidar a posição que o Estado do Rio de Janeiro sempre teve de liderança no cenário nacional.
O envio de candidaturas tem como prazo máximo de 02 de julho de 2021 e os eventos deverão ser realizados, de forma presencial (seguindo as regras sanitárias) ou virtual, no Estado do Rio de Janeiro entre 1°/10/2021 e 1°/11/2022.
Confira a íntegra do edital: Edital Faperj Nº 14/2021: Apoio à Organização de Eventos Científicos, Tecnológicos e de Inovação no Estado do Rio de Janeiro
Imagem: Pixabay
Estão abertas as inscrições para o novo curso online Saúde das Populações de Fronteiras. A formação, cujo objetivo é capacitar profissionais de saúde para realizar o cuidado integral e resolutivo dessas populações, foi desenvolvida pela Fiocruz Mato Grosso do Sul e é oferecida por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
Seu público-alvo são profissionais da saúde, acadêmicos em formação na área de saúde e demais interessados no tema. O curso é autoinstrucional, tem início imediato e é totalmente gratuito.
Com carga horária de 30h, divididas em quatro unidades, o curso aborda os aspectos políticos e sanitários das fronteiras; vigilância em saúde e organização da atenção à saúde na fronteira. A última unidade traz uma atividade interativa, baseada em dados de um município fictício para que o profissional possa correlacionar o conteúdo com situações do cotidiano.
Para a coordenadora do curso, Leika Geniole, trabalhar na Atenção Primária à Saúde guarda uma grande complexidade, pois “as equipes precisam lidar com demandas agudas, condições crônicas, ações de promoção e prevenção à saúde, cuidados paliativos, saúde mental etc. Profissionais de saúde precisam estar continuamente se capacitando para serem capazes de dar respostas às necessidades da população de seus territórios”, explicou ela.
No que se refere às equipes que trabalham em regiões de fronteiras, Leika ressaltou que o trabalho torna-se ainda mais complexo: “Os profissionais de saúde precisam lidar com culturas diferentes, diversos problemas de saúde que ocorrem em outros países e sobretudo com pessoas que não fazem parte do seu território. Para tanto, o curso busca instigar a reflexão sobre como planejar o trabalho considerando essas especificidades”, detalhou Leika.
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Fiocruz identificou duas linhagens de Sars-CoV-2 em Corumbá, Mato Grosso do Sul
Duas linhagens do novo coronavírus foram identificadas em Corumbá, Mato Grosso do Sul, o que sugere ao menos duas introduções do Sars-CoV-2 na região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia. Os dados foram apintados pela pesquisadora da Fiocruz MS, Alexsandra Favacho. “Essas foram as primeiras sequencias do genoma das linhagens do Sars-CoV-2 circulando em Mato Grosso do Sul a serem identificadas e que estarão disponíveis a comunidade cientifica mundial por bancos de dados internacionais”, explicou ela.
O sequenciamento genético das amostras coletadas em Corumbá foi feito pelo pesquisador Felipe Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em ação colaborativa entre as duas unidades da Fiocruz. O pesquisador ressalta a importância do sequenciamento para tentar entender o comportamento do vírus ao longo do tempo, não só as mutações, que são naturais e que vão ocorrer, mas também suas consequências, que podem levar a uma alteração e afetar ensaios diagnósticos.
Desde maio, a Fiocruz Mato Grosso do Sul, em parceria com a Embrapa Gado de Corte, vem apoiando as ações de enfrentamento à pandemia pelo Sars-CoV-2 no estado. A unidade da Fundação tem realizado o diagnóstico molecular da Covid-19 em amostras coletadas no município de Corumbá pelo sistema Drive Thru coronavírus, implantado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MS).
“A partir dessa ação de apoio, surgiu o interesse de conhecer as características genéticas do vírus Sars-CoV-2 que está circulando no município de Corumbá, e nos municípios próximos, podendo fornecer informações importantes sobre a possível origem da transmissão, as diferentes linhagens encontradas na região e, suas mutações, contribuindo dessa forma para as tomadas de decisão nas ações de vigilância em saúde”, disse Zoraida Fernandez, pesquisadora da Fiocruz Mato Grosso do Sul.
Sequenciamento
Nesse primeiro momento, foram sequenciadas 6 amostras coletadas no mês de agosto, nas quais foram identificadas as linhagens de Sars-CoV-2 B.1.1.28 e B.1.1.33, sendo uma mais frequentemente encontrada na Europa e que se espalhou por todos os continentes e, a outra, encontrada no continente americano, principalmente no Brasil, USA e Argentina.
O estudo está sendo continuado para o mapeamento genético de uma maior quantidade de amostras coletadas desde o início das atividades do Drive Thru Coronavírus até o último mês de coleta, o que permitirá entender a dispersão do vírus nessa região e esclarecer a evolução viral ao longo do tempo, no Mato Grosso do Sul.
Parcerias
Os diretores das unidades Fiocruz Mato Grosso do Sul (Jislaine Guilhermino) e Fiocruz Amazônia (Sérgio Luz) ressaltam a importância das parcerias institucionais e entre unidades da Fiocruz para ampliar a capacidade de trabalho na área da genética, especialmente para os estados que fazem fronteiras internacionais, uma vez que essa relação permite além da trocas de experiências entre as equipes, a utilização de infraestruturas de pesquisa, para realizar a caracterização genética do novo coronavírus e testagem metagenômica. “O fortalecimento da vigilância das doenças emergentes e reemergentes nas regiões fronteiriças do Brasil, é um dos objetivos da Vigilância epidemiológica”, enfatiza Rivaldo Venâncio Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz.
O Observatório da Medicina, site do portal da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), publicou artigo sobre burnout médico. “O acúmulo de trabalhos e a carga horária excessiva podem ter repercussões sobre a saúde do médico e dificultar ou mesmo impossibilitar as atividades de formação continuada”, diz o relatório Demografia Médica no Brasil. O artigo O cansaço - Burnout médico ou dano moral?, publicado pelo médico Luiz Vianna, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva da Ensp, no Observatório da Medicina, está abaixo.
O cansaço - Burnout médico ou dano moral?
Em interessante artigo, Simon G. Talbot, professor de cirurgia da Harvard Medical School, e Wendy Dean, psiquiatra da Henry M. Jackson Foundation for the Advancement of Military Medicine, discutem a questão do burnout na área médica. A argumentação dos autores coloca uma questão que vai além dos frequentes comentários sobre as exigências impostas aos médicos no mercado de trabalho atual que estariam levando esses profissionais ao esgotamento psíquico. Citam pesquisas já conhecidas, como a realizada pela Physicians Foundation, nos EUA, com 13 mil médicos. Nesse estudo, dois terços deles manifestaram sentimentos negativos sobre a profissão. O excesso de burocracia e de regulação e o oneroso modelo de "medicina defensiva" estariam levando à deterioração da relação médico-paciente e à redução da autonomia tão característica da prática médica.
Há vários outros levantamentos conhecidos, como o da autora do livro What Doctors Feel: How Emotions Affect the Practice of Medicine, Danielle Ofri, que relata que os médicos desiludidos, em situação de burnout, estão mais propensos ao erro e ao abuso de ansiolíticos e antidepressivos. Esses profissionais demonstram mais dificuldade em manter uma relação de empatia com seus pacientes. Ela considera que o uso dos recursos da informatização para o registro em prontuários eletrônicos pode aliviar essa tensão, se feita de forma adequada; mas que isso tem sido mais fácil à nova geração, com menos de 40 anos. Já comentamos aqui a dificuldade que os médicos estão tendo para a transição ao modelo de registro de informação do mundo digital, retratada no artigo do prof. Atul Gawande.
Por aqui, no relatório Demografia Médica no Brasil – 2015, desenvolvido sob a coordenação de Mario Scheffer, lemos que: “São características marcantes da profissão médica no Brasil a multiplicidade de vínculos de trabalho (quase metade dos médicos tem três ou mais empregos), as longas jornadas (dois terços trabalham mais de 40 horas semanais), a realização de plantões (45% atuam em pelo menos um por semana) e os rendimentos mais elevados, se comparados a outras profissões (um terço dos médicos ganha acima de R$ 16 mil mensais, somando todos os vínculos). Especificamente o acúmulo de trabalhos e a carga horária excessiva podem ter repercussões sobre a saúde do médico, a exemplo da síndrome da estafa profissional (burnout) assim como podem dificultar ou mesmo impossibilitar as atividades de formação continuada. Na percepção sobre carga de trabalho, um terço dos médicos afirma que se sente sobrecarregado”.
Esse modelo de "standartização" do atendimento, de produção de serviços médicos aos moldes do Fordismo ou Toyotismo, está fortemente ligado à desumanização do relacionamento humano com o paciente, levando à fadiga, esgotamento e, por fim, à inércia. O conceito de mcdonaldização da medicina, de E.Ray Dorsey, é bem ilustrativo. Curiosamente, como já publicamos aqui, a maior rede varejista do mundo, a Amazon, se prepara para vender serviços médicos e mudar o modelo de atenção à saúde no sistema de mercado norte-americano. Para encabeçar esse projeto, contratou o prof. Atul Gawande, que havia pregado a necessidade de melhoria desse sistema, em artigo para o semanário The New Yorker, justamente comparando-o a… uma cadeia de restaurantes!
Isso está mais próximo do texto de Talbot & Dean. Estes autores chamam a atenção para que se diferencie a constelação de sintomas que caracterizam o burnout de outra situação mais crítica – o dano moral. Para eles, o cerne da lesão moral é a resultante de deixar de atender continua e consistentemente às necessidades do paciente. Isso teria um profundo impacto sobre o bem-estar do médico – esse é o ponto chave do consequente dano moral. O esgotamento não se daria somente pelo lado das questões físicas do profissional; mas de sua fadiga frente ao fracasso contínuo de sua atuação nas condições do outro sujeito, o paciente.
Diz o texto:
“Em um ambiente de cuidados de saúde cada vez mais voltado para os negócios e voltado para o lucro, os médicos devem considerar uma infinidade de fatores além dos interesses de seus pacientes quando decidem sobre o tratamento. Considerações financeiras – de hospitais, sistemas de saúde, seguradoras, pacientes e, às vezes, do próprio médico – levam a conflitos de interesse. Os registros eletrônicos de saúde, que distraem dos encontros com os pacientes e fragmentam os cuidados, mas que são extraordinariamente eficazes no rastreamento da produtividade e de outras métricas de negócios, sobrecarregam os médicos ocupados com tarefas não relacionadas a proporcionar excelentes interações face a face”.
Não precisa dizer muito além disso.
É o que percebemos na fala de Felipe Monte Cardoso, do Departamento de Medicina de Família e Comunidade da UFRJ, quando se refere ao burnout. Descrevendo sua experiência na difícil vida urbana de uma periferia metropolitana brasileira, longe de tecnologias de gestão, o dano parece mesmo estar relacionado à incapacidade de transformar uma situação que se cronifica: “Este caldo formou condições materiais de vida muito difíceis de suportar. Isso se desdobra no processo de saúde-adoecimento com que nos deparamos”.
Um pensamento contemporâneo inquietante para a crítica desta fadiga e desgaste psíquico de que tratamos está na obra do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han. Em A sociedade do cansaço, Byung-Chul vai além da ‘sociedade disciplinar’, de que nos falava Foucault. Para ele, não somos mais a sociedade de controle e estruturas coercitivas para ‘sujeitos de obediência’; agora, reforçamos a positividade para "sujeitos de rendimentos". E estes sujeitos são os empreendedores de si mesmos. Embora haja conexões com outros pensadores que tratem do hiperconsumismo, aqui a grande sacada é a ideia de contraposição à sociedade disciplinar e sua negatividade, que gerava loucos e criminosos; na sociedade do rendimento produzimos deprimidos e fracassados. Esse sujeito, exposto ao excesso de positividade perde toda a sua autonomia frente ao “cansaço de poder tudo criar e poder tudo fazer”. É uma sociedade onde o sujeito de rendimento tem a liberdade obrigada, ou obrigação livre, de maximizar esse rendimento. Como um paradoxo da liberdade. O cansaço profundo vem a partir do excesso de estímulo, do excesso de informação, do excesso de impulsos. A atenção para o mundo se fragmenta numa hiperatenção para múltiplas tarefas, que ao mesmo tempo é uma atenção superficial e esvaziada de tempo para reflexão.
Mas em psicopolítica, o texto se refere diretamente ao burnout e depressão, que Byung-Chul atribui à crise da liberdade: “O regime neoliberal introduz a época do esgotamento. Agora se explora direto a psiquê. Então, enfermidades como a depressão e a síndrome de burnout acompanhem esta nova época[…]. Hoje a pessoa explora a si mesma achando que está se realizando; é a lógica traiçoeira do neoliberalismo”.
Talbot & Dean concluem seu texto conclamando que se dê aos médicos um ambiente de respeito à autonomia profissional, para que possam tomar suas decisões baseadas em boas evidências científicas e com responsabilidade financeira. Que o comando do sistema não venha de cima para baixo, priorizando os interesses empresariais em detrimento da boa assistência. Mas a quem eles estão pedindo isso? Parece apenas um desejo.
Na mesma conclusão, o desejo se expressa num comentário idílico para o seu país: “Um mercado verdadeiramente livre de seguradoras e provedores, sem obrigações financeiras sendo transferidas para os provedores, permitiria a auto-regulação e o cuidado com o paciente. Esses objetivos devem ser destinados a criar uma win-win onde o bem-estar dos pacientes se correlaciona com o bem-estar dos provedores. Desta forma, podemos evitar o dano moral associado ao negócio de cuidados de saúde”.
Por Informe Ensp
Na última sexta-feira (14/9), teve lugar na Ensp o 2º Fórum das Secretarias Acadêmicas da Fiocruz (Secas). A inciativa surgiu como forma de compartilhar conhecimentos, experiências e práticas entre os profissionais da área de gestão em educação na Fiocruz. Neste segundo encontro, o objetivo foi aprofundar as questões levantadas em agosto de 2017, durante o 1º Fórum.
As secretárias acadêmicas Monique Brandão (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira - IFF/Fiocruz) e Viviane Deberge (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca - Ensp/Fiocruz), que retornam de suas licença-maternidade, agora dividem a coordenação do Fórum com o secretário Sandro Hilario (Casa de Oswaldo Cruz - COC/Fiocruz). Na ocasião, Sandro lembrou a importância de integrar os trabalhos em educação na Fiocruz: “Somos secretarias distintas com perfis diversos, mas que têm a mesma vontade de construir. Estamos aqui pois não há um ‘como fazer’... Vamos criar isso juntos!”, disse.
Monique explicou a existência de Grupos de Trabalho (GTs) montados para discutir as necessidades das Secas. Com reuniões bimestrais, às sextas-feiras, eles estão dividididos entre GT Stricto sensu e GT Lato sensu. “São diferentes necessidades e, por isso, grupos separados. Qualquer um que seja interessado pode participar”, informou.
Já Viviane comentou que a coordenação tem buscado formas para que as Secas contribuam mais com o desenvolvimento das unidades: “Por exemplo, começamos traçando perfis dos trabalhadores da instituição que lidam com gestão acadêmica”. Durante o encontro, os participantes de diferentes unidades, além de representantes de escritórios regionais (como Fiocruz Paraná e Fiocruz Pernambuco) decidiram dar continuidade à discussão sobre processos de trabalho, iniciada no 1º Fórum.
Alinhamento de processos para obter resultados
Para abordar processos de trabalho, foi convidada a coordenadora de Qualidade da Fiocruz, Renata Souza. “Um dos pilares da Presidência da Fiocruz é o alinhamento do que há de comum entre suas unidades. A gestão de processos otimiza recursos e tempo”. Nessa perspectiva, Renata destacou a importância do Fórum para buscar excelência no ensino. "Se você não é capaz de descrever a sua rotina como um processo, você não sabe o que está fazendo”, disse. Quando questionada por um dos participantes sobre os benefícios de estabelecer processos, no caso das Secas, apontou: “Ainda há pouca experiência com Secretarias Acadêmicas, mas é justamente isso que a gente estimula: pegar quem tem know-how e juntar sabedorias”.
Uma especialização, muito engajamento e frutos do trabalho
A coordenadora Maria Auxiliadora Gomes (IFF/Fiocruz) apresentou o Curso de Especialização em Gestão Acadêmica, oferecido em conjunto pelo IFF e a Ensp. O Fórum das Secretarias Acadêmicas da Fiocruz surgiu a partir deste curso. “Este curso foi o meu maior desafio e, ao mesmo tempo, a melhor experiência de 2016. O engajamento dos alunos é o que mais estimula. Prova disso foi ver essa iniciativa nascer”, comemorou. Está prevista a formação de uma terceira turma.
Feliz e honrada por estar abrindo novamente a reunião do Fórum, a coordenadora da Coordenação Geral de Pós-graduação da Fiocruz (CGPG), Cristina Guilam, afirmou que o curso nasceu por uma necessidade de qualificar os funcionários servidores. “Uma das missões da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação é oferecer cursos de qualidade também para nossos trabalhadores”.
São muitas as questões das Secas, ainda em construção. No entanto, o grande quórum da reunião mostrou que as unidades estão comprometidas com a maior integração. Alguns participantes trouxeram suas experiências. Sandro Hilario finalizou a reunião com a mensagem: “Queremos estabelecer quem somos, como estamos e o que fazemos”.
Tem dúvidas, sugestões ou contribuições? Para participar do Fórum das Secas, escreva para: forumsecas.educacao@fiocruz.br.
Valentina Leite (Campus Virtual Fiocruz)
Uma turma que valoriza os professores, alunos e cidadãos, supercomprometida com a entrega dos trabalhos, que comparece em peso aos debates e se envolve para buscar soluções comuns merece nota 10, certo? Este é o perfil dos profissionais das Secretarias Acadêmicas da Fiocruz, essenciais à gestão dos serviços e informações oferecidos na área de educação. No dia 25 de agosto, eles lotaram o auditório Maria Deane, em Manguinhos, para participar do 1º Fórum das Secretarias Acadêmicas da Fiocruz (Secas).
O encontro foi organizado a partir de uma iniciativa das secretárias acadêmicas Monique Brandão (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira– IFF/Fiocruz) e Viviane Deberge (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca - Ensp/Fiocruz), que são alunas do Curso de Especialização em Gestão Acadêmica. O evento, que tem o objetivo de compartilhar conhecimentos, experiências e práticas entre os profissionais da área, contou com o apoio da Coordenação Geral de Pós-graduação da Fiocruz (CGPG).
A coordenadora da CGPG, Cristina Guilam, abriu o Fórum. “É uma honra e um prazer poder estimular esta iniciativa”, disse. E passou a palavra para André Souza dos Santos, assessor e secretário da Coordenação, que atua apoiando as diversas unidades da instituição, representando o papel de referência e apoio dos secretários acadêmicos. “É muito importante ter um espaço próprio para trocar experiências e discutir questões em comum”, destacou André.
Monique fez coro: “Ao longo de toda a especialização, percebemos como nos fortalecemos trabalhando em equipe”, disse. Ela agradeceu a grande adesão dos colegas que atuam nas Secas na Fiocruz, e sua participação presencialmente ou através da transmissão pela internet nas diversas unidades da instituição no país.
Viviane, por sua vez, contou que a ideia surgiu a partir de um dos trabalhos da pós em Gestão Acadêmica. “O André compartilhou um artigo sobre uma iniciativa semelhante no Sul do Brasil e pensamos que a Fiocruz poderia ter um espaço nestes moldes para compartilharmos conhecimentos”.
Quem faz a gestão dos cursos quer cursos
Antes de apresentar a especialização, oferecida em conjunto pelo IFF e a Ensp, a coordenadora Maria Auxiliadora Gomes (IFF/Fiocruz) saudou a iniciativa do Fórum. “Estou muito feliz de estar aqui celebrando a abertura deste espaço de trabalho, onde poderemos adaptar diferentes experiências para beneficiar o conjunto da instituição”. Em seguida, ela lembrou como o curso foi concebido, comentou a grande demanda inicial que receberam, e falou sobre a estrutura da especialização, cujo foco é a qualificar quem trabalha na gestão dos processos, a fim de melhorar os serviços de ensino na pós-graduação.
Depois, os membros do Fórum assistiram a uma apresentação sobre o Campus Virtual Fiocruz (CVF), ambiente virtual que integra diversos serviços e informações na área de educação, como cursos, ambientes e comunidades virtuais de aprendizagem, videoaulas, recursos educacionais abertos, notícias e eventos. A coordenadora do CVF, Ana Furniel, lembrou que, para articular as áreas de educação, informação e comunicação, é muito importante que os sistemas sejam alimentados corretamente. “Vocês são fundamentais para fazermos as informações chegarem aos alunos, professores, pesquisadores e, de uma forma mais ampla, a todos os cidadãos que buscam a Fiocruz”. Ela também destacou a nova proposta de integração de sistemas para a atualização e exibição de cursos livres.
O encontro também foi uma oportunidade de informar sobre os investimentos nas ações do Programa de Excelência da Pós-graduação, como as de internacionalização do ensino. Na reunião, um dos destaques foi o curso de inglês básico que prepara os profissionais das Secretarias Acadêmicas para melhor receber, atender e orientar os alunos estrangeiros a preencher formulários, buscar recursos, se ambientar na instituição etc. Inicialmente, a CGPG está oferecendo 15 vagas para o curso, que tem duração de um ano. Os detalhes da seleção – como o procedimento de indicação do responsável pelo ensino nas unidades – serão divulgados até o dia 5 de setembro. O início do curso está previsto para 18 de setembro, e as inscrições serão realizadas através do Campus Virtual Fiocruz.
Nos bastidores, eles são os protagonistas
Após as exposições iniciais, os protagonistas do evento entraram em cena. Assim como no seu dia a dia, os membros das Secas estavam cheios de questões para encaminhar com os colegas. Muito participativos, os integrantes do novo Fórum também já aproveitaram para propor alguns temas para os próximos encontros.
Entre eles, prestigiando o evento presencialmente após uma madrugada em viagem, estava o chefe da Secretaria Acadêmico da Fiocruz Amazônia, Aldemir Maquiné, falou sobre a experiência da regional com a formulação de indicadores sobre a gestão de qualidade no ensino, que poderia ser aproveitada por outras unidades. Já Sandro Hilário, que tem o mesmo cargo na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), elogiou o processo de ampliação de espaços coletivos, promovidos pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) e propôs aos membros discutir a padronização de editais.
Por ser a primeira reunião, havia, claro, uma expectativa sobre a própria forma de organização do grupo daqui para frente. Como será formalizado o Fórum, qual será sua periodicidade, como será a dinâmica para debater e encaminhar as pautas, e o registro e acesso à memória dos encontros? Questões de ordem que a turma já está tratando de pensar e solucionar. Nada mais natural entre os secretários acadêmicos, não é mesmo?... Então, que venha o próximo encontro!
Por Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz) | Fotos: Peter Ilicciev (CCS/Fiocruz)
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) abriu inscrições para o Processo Seletivo 2018 referente aos cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio em Saúde, integrados ao Ensino Médio. A escola oferece 96 vagas em três habilitações técnicas: análises clínicas, biotecnologia e gerência de saúde. As inscrições ficam abertas até o dia 6 de setembro de 2017.
Para se inscrever, é necessário ter concluído o ensino fundamental completo ou estar cursando o 9º ano (antiga 8ª série) no momento da inscrição no processo. Além disso, o candidato deve ter disponibilidade de cumprir a carga horária diária, que é das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Os cursos têm duração mínima de quatro anos.
Na inscrição, de preferência os candidatos devem usar o próprio CPF. Quem ainda não tiver CPF, pode solicitar o documento em bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, nas agências dos Correios ou na página da Receita Federal na internet. O valor da taxa de inscrição é de R$ 50.
A seleção será feita por meio de duas etapas: uma prova de múltipla escolha e sorteio público. A prova será composta por 28 questões de múltipla escolha, sendo 14 de língua portuguesa e 14 de matemática, e não produzirá pontuação, somente verificará a aptidão para seguir ao sorteio público.
As inscrições serão feitas pelo site do processo seletivo. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail processoseletivo@epsjv.fiocruz.br ou pelo telefone (21) 3865-9805.
Fonte: EPSJV/Fiocruz
Com os inúmeros desafios para consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS), é cada vez mais importante investir permanentemente nos processos que visam a qualificação de futuros profissionais. Segundo Adriana Coser, assessora da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), os cursos de graduação na área de saúde ainda adotam um modelo que valoriza uma dimensão tradicional, mais voltada a questões médicas, hospitalares e biológicas, com pouco ou quase nenhum reconhecimento de questões sociais, subjetividade dos indivíduos, dentre outros aspectos. "Identificamos esta fragilidade no incentivo a articulação junto à rede de atenção do SUS, principalmente nos programas de residência médica. Muitas vezes isso resulta da própria desarticulação da instituição formadora e dos serviços de saúde", afirma. Além disso, ela destaca outros dois desafios nos processos de formação: a baixa apropriação de tecnologias educacionais, assim como a pouca valorização das estratégias de formação permanente de preceptores no SUS.
Buscando soluções para enfrentar estas questões, a VPEIC/Fiocruz ouviu os representantes das diversas unidades institucionais, que resultou na constituição do Fórum dos Programas de Residências em Saúde, em junho deste ano. Desde então, o grupo, que é composto pelos coordenadores dos programas de residências, tem se reunido mensalmente para pensar em propostas comuns. "Abrimos um espaço coletivo de educação permanente para que os participantes identifiquem desafios comuns, troquem experiências, proponham iniciativas, atividades e instrumentos de qualificação permanente dos programas. Queremos promover a articulação das ofertas educacionais no âmbito de cada programa, sempre priorizando a formação para o SUS", conta a coordenadora.