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Publicado em 07/08/2023

Ministério da Saúde lança Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa

Autor(a): 
Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde acaba de lançar o Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa, que aborda as mudanças esperadas no processo de envelhecimento, os cuidados para viver a longevidade da melhor forma, informações que ajudam a identificar situações de maus-tratos e violência e orientações para cuidadores.

No Brasil, pessoa idosa é quem tem 60 anos ou mais e esse público vem aumentando de forma acelerada. Segundo dados de 2018 do IBGE, o País conta com mais de 30,2 milhões de idosos, o que representa 14,6% da população.

Para a coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, Lígia Gualberto, “o guia busca qualificar o conhecimento que se tem sobre a temática do envelhecimento e prepara a sociedade para lidar melhor com essa fase da vida comumente permeada por tantos desafios. A ideia é também, por meio da divulgação de conhecimento qualificado, transformar o modo, muitas vezes negativo, como a nossa cultura ainda tem pensado, sentido e agido diante do envelhecimento, e com isso, combater estereótipos, preconceitos e discriminação contra as pessoas idosas”.

Lígia explica, ainda, que “o Brasil integra a estratégia global proposta pela OMS ‘Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030)’, que visa estruturar uma sociedade com melhores condições de vida para a pessoa idosa, desafio ainda mais relevante diante do contexto atual de acelerada transição demográfica no País. Esse material faz parte das ações que compõem a estratégia”.

O secretário de Atenção Primária à Saúde, Nésio Fernandes, destaca que o guia é uma das iniciativas para aperfeiçoarmos o atendimento à população dessa faixa etária para triar, estratificar, registrar e orientar melhor o cuidado compartilhado. “A população brasileira segue o padrão de envelhecimento acelerado da América Latina e nosso sistema precisa se preparar para reconhecer e melhorar os processos de cuidado dessa população”, finaliza.

Estrutura

O guia está dividido em quatro módulos para facilitar o entendimento, com informações essenciais sobre as diferentes dimensões da vida da pessoa idosa, organizadas em capítulos.

A primeira parte trata dos aspectos gerais do processo de envelhecimento, senescência e senilidade, além de direitos das pessoas idosas, segundo as políticas públicas vigentes relacionadas ao envelhecimento. Em seguida, a temática da pessoa idosa independente e autônoma, com foco no envelhecimento saudável, e orientações para autocuidado, vacinação, prevenção de doenças e agravos, promoção da saúde e prevenção de maus-tratos e violência.

A obra também traz orientações para quem cuida da pessoa idosa, englobando diferentes condições do processo de envelhecimento que demandam acompanhamento, apoio e cuidados diversos. E as redes de apoio social formal e informal.

A publicação foi produzida pelo Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI), por meio da Coordenação-Geral de Articulação do Cuidado Integral e da Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária e contou com a contribuição de especialistas de áreas multidisciplinares.

Ministério da Saúde

Publicado em 26/07/2023

Campus Virtual oferece cursos voltados à saúde do idoso. Confira

Autor(a): 
Fabiano Gama*

No dia 26 de julho é celebrado o Dia dos Avós no Brasil. A data é uma oportunidade especial para lembrarmos da saúde dos idosos. Assim, o Campus Virtual Fiocruz lembra de dois cursos voltados aos cuidados com essa população: "Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio" e "Cuidado de Saúde e Segurança nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no contexto da Covid-19", ambos online, gratuitos e com inscrições abertas!

Cuidado de Saúde e Segurança nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no contexto da Covid-19

A formação foi desenvolvida em parceria entre o Campus Virtual Fiocruz, o Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente (Proqualis) e o Comitê de Saúde da Pessoa Idosa, ambos ligados ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Ela é composta de seis aulas, com um total de 12h de carga horária. Entre os temas abordados nas aulas estão: medidas de prevenção e controle da disseminação de doenças; cuidados em áreas comuns; fragilidade e violência; vacinação para proteção da Covid-19 nas ILPIs; contatos sociais em tempos de isolamento; estratégias de comunicação para garantir o contato da pessoa idosa com a sua família ou comunidade; recomendações para a comunicação de notícias difíceis; entre outros.

Inscreva-se aqui!

Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio

A formação também foi desenvolvida pelo Campus Virtual Fiocruz em parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e busca atualizar as pessoas envolvidas no cuidado de pessoas idosas em ambiente domiciliar e demais interessados nessa temática. O curso, online e gratuito, tem carga horária de 20h e está organizada em sete aulas. A ideia é que, ao final do curso, os participantes sejam capazes de compreender e realizar as medidas sanitárias preconizadas para a prevenção e controle da infecção por Covid-19 no contato com pessoas idosas que necessitam de apoio ou auxílio para a realização de suas atividades cotidianas. Também é objetivo do curso que os alunos conheçam os serviços de saúde no território que prestam atendimento em casos de suspeita e/ou confirmação de infecção por Covid-19. Além do conteúdo programático, os alunos terão acesso à bibliografia utilizada no curso, a materiais complementares e a um conjunto de Perguntas e Respostas sobre o tema (FAQ).

Inscreva-se aqui!

 

*Com informações de Isabela Schincariol (CVF/Fiocruz).

#ParaTodosVerem imagem com fundo cinza, na parte superior o nome do curso "Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio" e duas mãos dadas, e na parte inferior o nome do curso "Cuidado de Saúde e Segurança nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no contexto da Covid-19" e a foto de um senhor olhando pela janela.

Publicado em 22/06/2023

Curso de atualização para formadores de cuidadores da pessoa idosa - Inscrições até 26/6

Autor(a): 
Fabiano Gama

Até 26 de junho, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) recebe inscrições para o curso de atualização profissional para Formadores de Cuidadores da Pessoa Idosa. O curso tem o objetivo de qualificar trabalhadores dos serviços públicos e pessoas da sociedade civil.

Inscreva-se já!

Tem como público-alvo trabalhadores dos serviços públicos, como por exemplo, da atenção primária em saúde, não excluindo a intersetorialidade, atores de organizações da sociedade civil, lideranças comunitárias, pessoas inseridas em instituições de ensino e outros, com potencial de multiplicação dos conhecimentos adquiridos em ações voltadas para pessoas cuidadoras. É necessário ter o ensino médio completo para participar.

Com o total de 102h de carga horária, as aulas serão realizadas de 19 de julho a 20 de dezembro de 2023, às quartas-feiras, das 9h às 16h, na modalidade presencial, com aulas presenciais intercaladas com atividades de dispersão, auxiliadas por tecnologias educacionais. Serão utilizados recursos audiovisuais como vídeos, cartilhas, áudios e textos, como material de apoio, dentre outros.

Estão sendo disponibilizadas 35 vagas.

O curso é organizado em sete módulos:

Módulo 1 – Quem são as pessoas cuidadoras? – 15 horas

Ementa: acolhimento e recepção aos alunos. Esclarecimentos sobre a dinâmica do curso. Discussão e reflexão quem são as pessoas que cuidam de idosos nos territórios e os desafios que enfrentam, no seu cotidiano.

Módulo 2 – O que é o trabalho de cuidado? – 12 horas 

Ementa: refletir sobre o conceito de trabalho de cuidados e seus desdobramentos como trabalho não remunerado e trabalho remunerado. Identificar as principais práticas realizadas pelas pessoas cuidadoras e as diferentes dimensões que envolvem o cuidado.

Módulo 3 – Existem direitos e políticas para o cuidado? – 6 horas

Ementa: refletir sobre o papel das políticas públicas no apoio e prestação de serviços de cuidado, com ênfase nos âmbitos domiciliar e comunitário. As atuais políticas existentes são suficientes? De quem é a responsabilidade pelo cuidado? Podemos pensar em corresponsabilidades? Como isso pode impactar nas desigualdades de gênero?

Módulo 4 – O Cuidado no contexto pós-pandêmico -12 horas

Ementa: refletir sobre os principais impactos da pandemia para as pessoas idosas e seus cuidadores(as). Identificar estratégias para a promoção da saúde da pessoa idosa, precaução ao contágio e redução de danos associados a situações de distanciamento social prolongadas na pandemia. Discutir estratégias para estimular o autocuidado de quem cuida.

Módulo 5 – Ética nas relações de cuidado – 9 horas

Ementa: refletir sobre a violência doméstica contra a mulher e contra a pessoa idosa, formas de prevenção e estratégias para o enfrentamento do problema. Discutir sobre diversidades culturais e sexuais nas relações de cuidado e a importância do respeito à individualidade da pessoa cuidada.

Módulo 6 – Estratégias para a educação popular para pessoas cuidadoras – 22 horas

Ementa: refletir sobre os princípios da EPS e sua aplicação em ações voltadas para pessoas cuidadoras. Discutir estratégias para o ensino de conteúdos e práticas de cuidado. Identificar diferentes modalidades e possibilidades de ações formativas para pessoas cuidadoras, tais como cursos, grupos de apoio, rodas de conversa, oficinas e outros.

Módulo 7- Elaboração de projetos de ação na comunidade (trabalho final/seminário de encerramento) – 24 horas

Ementa: elaborar uma proposta de ação voltada para as pessoas cuidadoras no território. Apresentação das propostas no seminário de encerramento.

O processo seletivo será realizado através de análise documental e das informações fornecidas pelo candidato no processo de inscrição para o curso e entrevistas em grupo, na EPSJV/Fiocruz, com os candidatos selecionados na primeira etapa.

Confira aqui mais informações e inscreva-se!

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo na cor roxa, no topo o nome do curso: Curso de atualização profissional para formadores de cuidadores de pessoa idosa. Informações sobre as inscrições e o período do curso estão abaixo. No canto inferior esquerdo, há uma foto em cor sépia, está centralizada nas mãos de uma pessoa idosa que veste um casaco cinza e segura um cobertor, uma outra pessoa apoia a mão nos braços da idosa e veste um casaco preto.

Publicado em 28/10/2021

"Envelhecimento chegará mais rápido no Brasil", aponta pesquisadora. CVF destaca formações sobre a temática

Autor(a): 
Isabela Schincariol*

A partir de análises e explorações feitas em celebração ao mês do Idoso,comemorado em outubro, a socióloga e pesquisadora do Instituto de Comunicação e Informação Científica em Saúde (Icict/Fiocruz), Dalia Romero, apontou que envelhecer em nosso país é perigoso. Segundo ela, o envelhecimento vai chegar mais cedo no Brasil em virtude da grande perda de qualidade de vida que temos, fato que já era realidade desde antes da pandemia. Nesse âmbito, o Campus Virtual Fiocruz lembra de dois cursos lançados neste ano de 2021 voltados aos cuidados com essa população: "Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio" e "Cuidado de Saúde e Segurança nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no contexto da Covid-19", ambos online, gratuitos e com inscrições abertas! Leia sobre as reflexões feitas por Dalia Romero e inscreva-se nos cursos do Campus Virtual Fiocruz!

+ curso Cuidado de Saúde e Segurança nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) no contexto da Covid-19 - Inscreva-se já!

A formação foi desenvolvida em parceria entre o Campus Virtual Fiocruz, o Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente (Proqualis) e o Comitê de Saúde da Pessoa Idosa, ambos ligados ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Ela é composta de seis aulas, com um total de 12h de carga horária. Entre os temas abordados nas aulas estão: medidas de prevenção e controle da disseminação de doenças; cuidados em áreas comuns; fragilidade e violência; vacinação para proteção da Covid-19 nas ILPIs; contatos sociais em tempos de isolamento; estratégias de comunicação para garantir o contato da pessoa idosa com a sua família ou comunidade; recomendações para a comunicação de notícias difíceis; entre outros.

+curso Pessoa idosa e a Covid-19: prevenção e cuidados em domicílio - Inscreva-se já!

A formação também foi desenvolvida pelo Campus Virtual Fiocruz em parceria com o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e busca atualizar as pessoas envolvidas no cuidado de pessoas idosas em ambiente domiciliar e demais interessados nessa temática. O curso, online e gratuito, tem carga horária de 20h e está organizada em sete aulas. A ideia é que, ao final do curso, os participantes sejam capazes de compreender e realizar as medidas sanitárias preconizadas para a prevenção e controle da infecção por Covid-19 no contato com pessoas idosas que necessitam de apoio ou auxílio para a realização de suas atividades cotidianas. Também é objetivo do curso que os alunos conheçam os serviços de saúde no território que prestam atendimento em casos de suspeita e/ou confirmação de infecção por Covid-19. Além do conteúdo programático, os alunos terão acesso à bibliografia utilizada no curso, a materiais complementares e a um conjunto de Perguntas e Respostas sobre o tema (FAQ).

Leia a matéria na íntegra: Mês do idoso: pesquisadora analisa o envelhecimento no Brasil

Os apontamentos da pesquisadora, que é chefe do Laboratório de Informação em Saúde (LIS/Icict/Fiocruz) foram desenvolvidos a partir de décadas de pesquisas e seminários com foco no envelhecimento e saúde do idoso. 

“Cada vez mais, o envelhecimento vai chegar mais cedo no Brasil, devido à grande perda que temos em qualidade de vida em geral, que já vem de antes da pandemia”, comentou Dalia, lembrando que há dois anos, em 2019 – bem antes da chegada da Covid-19, portanto – já eram sentidos os indicadores de uma perda da qualidade de vida para as pessoas idosas. 

“Em 2019, perto do Dia Mundial do Idoso, já falávamos inclusive em gerontocídio, ocasionado pelo abandono das políticas públicas e serviços de saúde como foi o corte do investimento em saúde e a recente reforma da previdência que, na prática, acabou com a possibilidade de aposentadoria, reduziu as pensões e feriu de morte o sistema previdenciário. A volta do Brasil ao mapa da fome também anunciava o gerontocidio. Passar fome para uma pessoa idosa que sofre com a diversas doenças e limitações é reduzir acentuadamente sua capacidade de sobrevivência", comentou. 

Dalia reforçou ainda que o principal obstáculo para garantir a saúde do idoso é a falta de um suporte social. A pandemia mostrou que ser rico ou de classe média não garante à pessoa idosa ter ajuda e cuidados adequados, que é preciso um pacto social para defender a Estratégia de Saúde da Família e o SUS para todas e todos façam prevenção, com visitação em casa para evitar doenças crônicas que afetam a qualidade de vida. A tecnologia médica do século 21 teve avanços para que a gente sobreviva a muitas doenças que antes matavam, mas são as políticas de estado que irão garantir uma sociedade inclusiva, que permita envelhecer sem medo. A pandemia para as pessoas idosas poderia ter sido menos ameaçadora se a atenção básica estivesse fortalecida, se tivesse mapeamento dos endereços e contatos das pessoas idosas e tivéssemos feito, como em alguns países, redes de atenção telefônica, visitas domiciliares para atenção, promoção e prevenção. No Brasil, nem ricos nem pobres tiveram essa atenção.

Familiares que cuidam de pessoas idosas também sofrem muito, sentem-se isolados, tristes, como verificamos com a Pesquisa ConVid – Pesquisa de Comportamento, realizada em 2020 durante a pandemia e coordenada pelo Icict. “No Rio, em algumas favelas, como Maré e Manguinhos, por conta da iniciativa de instituições como a Fiocruz, vimos capacidade de organicidade de solidariedade – com grupos de mulheres negras, de jovens já acostumados a resistir, que tentaram proteger à população idosa. Não conheço iniciativa similar em bairros nobres e de classe média”, afirma. Segundo Dalia, a pandemia trouxe um elemento novo, e ruim, para idosos e idosas: o isolamento na hora da morte.

“A maioria das pessoas tem a fantasia de que irá morrer bem, dormindo e de infarto. Mas, essa não é a realidade. A pandemia nos ensinou um novo medo de morrer, que não é exatamente o medo da morte, mas, sim, do tipo de morte que se aproxima. Hoje, temos muito medo de morrer mal – que é terminar a vida sozinho e isolado num quarto de hospital. A pandemia ilustrou bem isso. No futuro, quando virmos as fotos do que foi a pandemia, a imagem mais forte será a de pessoas morrendo sozinhas num quarto, muitas vezes intubadas, mas principalmente sozinhas, isoladas, porque todos em volta tinham medo do contato, da proximidade.”

A pesquisadora, que trabalha com questões do envelhecimento há quase duas décadas, acredita que a pandemia aumentou a ignorância sobre o processo de envelhecimento e a saúde do idoso. 

A chefe do LIS critica também a falta de atenção da comunidade científica em relação à saúde dos idosos e idosas. “Acho que as instituições de fomento de pesquisa têm que incorporar o envelhecimento e a saúde do idoso em suas iniciativas. Entre os editais de pesquisas realizadas em 2020 e 2021, são muito poucas, poucas mesmo, que têm alguma frase relativa ao envelhecimento. Vejo uma resistência cultural por parte dos grupos organizados que definem as pautas das pesquisas e dos investimentos em Saúde.”
Dalia enfatiza a necessidade de se envolver, por força de lei, o Estado e a sociedade na proteção das pessoas idosas, defesa da dignidade e bem-estar, garantindo-lhes o direito à vida, como promulga o artigo 230 de nossa Constituição. 

E chama a atenção para a desigualdade do envelhecimento: “Não é qualquer um que chega a idoso no Brasil. Alta proporção de população pobre, indígenas e negras, morrem antes de fazer sessenta anos”. Então, quem tem direito a envelhecer no Brasil?

Finalizando, Dalia lembra a adesão, do Brasil, em 2020, ao plano “Década do Envelhecimento Saudável 2020-2030”, lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem quatro áreas de atuação: 1) Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos com relação à idade e ao envelhecimento; 2) Garantir que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas; 3) Entregar serviços de cuidados integrados e de atenção primária à saúde centrados na pessoa e adequados à pessoa idosa; e 4) Propiciar o acesso a cuidados de longo prazo às pessoas idosas que necessitem.  

Dalia Romero participou no lançamento dos resultados do mais recente trabalho – a Pesquisa Nacional sobre as Condições de Trabalho e Saúde das Pessoas Cuidadoras de Idosos na Pandemia, no qual é coordenadora adjunta com o professor e pesquisador Daniel Groisman, da EPSJV-Fiocruz, enfatizando que numa sociedade digna deve-se cuidar de quem cuida.

 

*com informações de PH de Noronha (Icict/Fiocruz)

Publicado em 28/01/2021

Fiocruz lança novas cartilhas para cuidadores de idosos

Autor(a): 
Julia Neves (EPSJV/Fiocruz)

Para orientar e informar os cuidadores de idosos no contexto da pandemia da Covid-19, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou nesse mês três novas cartilhas de apoio para esses profissionais. As publicações abordam os temas: luto e solidão, atividades físicas e direitos das pessoas cuidadoras de idosos, e integram o projeto Cuidando de quem cuida, vinculado ao programa Inova Fiocruz, que reúne, ao todo, seis vídeo-aulas e seis cartilhas sobre o assunto. “Tudo foi elaborado em linguagem simples e acessível, algumas com ilustrações, voltado tanto para as pessoas cuidadoras de idosos que são da família, como também as contratadas que atuam de forma remunerada”, ressalta o professor-pesquisador da EPSJV Daniel Groisman, coordenador do projeto e um dos responsáveis pela elaboração do material.

Além de Groisman e de outros pesquisadores da Fiocruz, as cartilhas foram elaboradas com apoio de especialistas convidados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Associação dos Cuidadores do Estado do Rio de Janeiro (Acierj). 

Segundo Groisman, ainda que a vacinação no país tenha sido iniciada em janeiro de 2021, a pandemia ainda deve se manter por algum tempo, dada as dificuldades e o tempo necessário para se imunizar a população brasileira. "A importância desse material se justifica porque nele discutimos questões que se fazem presentes tanto durante a pandemia quanto nos desafios do cuidado no pós-pandemia”, aponta.

Direito das pessoas cuidadoras

Informações sobre os principais direitos das pessoas cuidadoras de idosos durante a pandemia de Covid-19 e como fazer para acessá-los estão reunidas na cartilha Diretos das pessoas cuidadoras de idosos na pandemia de Covid-19. Segundo a publicação, os direitos das pessoas idosas são garantidos por legislações específicas, como a Constituição Federal e o Estatuto do Idoso. “Mas e quanto à pessoa que cuida? Quais são seus direitos?”, questiona a cartilha. 

Dentre os principais direitos das pessoas cuidadoras remuneradas e familiares, o documento destaca os direitos à saúde, assistência social, previdência social e justiça. De acordo com Groisman, os direitos estão dispersos em diferentes políticas, setores e portarias e, no material, estão reunidos de maneira fácil. “Ainda que a gente não tenha no Brasil um direito ao cuidado, a exemplo de outros países que têm políticas de cuidado mais avançadas, existem direitos sociais que podem ser acessados pelas pessoas cuidadoras e é importante informar esse público sobre isso”, afirma.

Promoção da saúde física das pessoas idosas 

As restrições causadas pelo necessário isolamento social impactaram no nível de atividade física das pessoas idosas, podendo trazer consequências para a sua saúde e para a sua funcionalidade. Pensando nisso, a cartilha Como estimular a pessoa idosa a continuar fisicamente ativa durante a pandemia de Covid-19? foi elaborada com o objetivo de passar orientações gerais para as pessoas cuidadoras sobre a questão das atividades físicas para os idosos. “Nesse cenário pandêmico, tivemos uma diminuição das atividades sociais, das saídas de muitas pessoas idosas, que ficaram dentro de suas casas. Isso traz impactos para a capacidade física ou funcional. A ideia é promover uma rotina mais ativa e de estimulação da funcionalidade e da saúde física”, alerta Groisman.

Como lidar com a solidão e o luto durante a pandemia

A cartilha Como lidar com a solidão e o luto durante a pandemia de Covid-19? foi criada com o propósito de auxiliar aos cuidadores de pessoas idosas a lidarem com a solidão e com sentimentos ligados à morte de parentes, amigos e pessoas com quem mantinham relações de cuidado, sobretudo idosos, ocorridas na pandemia. Groisman destaca que, a princípio, esse tema não seria abordado em uma cartilha, mas que o fato foi reconsiderado tendo em vista o enorme índice de mortes, em sua maioria, de idosos. “A gente achou que era muito importante dar algum acolhimento a essas famílias e demais pessoas cuidadoras que sofreram perdas nesse período. Como o nosso projeto se propõe a olhar para quem cuida, a gente também tem que olhar para quem estava cuidando e perdeu uma pessoa querida nessa pandemia, que vitimou tantas pessoas da população brasileira”, ressalta.

Publicado em 18/06/2019

Escola Politécnica de Saúde oferece curso de qualificação profissional no cuidado à pessoa idosa

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz, com informações da Agência Fiocruz de Notícias

É preciso cuidar dos idosos, que já são mais de 30 milhões no Brasil. A cada ano, mais de 600 mil pessoas, em média, passam a integrar esta parcela da sociedade. Neste sentido, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) está oferecendo 30 vagas para o curso de qualificação profissional no cuidado à pessoa idosa. Para se candidatar, é preciso ter o ensino fundamental completo e ser maior de 18 anos. As inscrições vão até o dia 28 de junho e é necessário entregar a documentação solicitada no edital até 1º de julho.

Saúde do idoso no Brasil

Nos últimos 30 anos, a população de 60 anos cresceu 21,6%, e com mais de 80 anos, mais de 45%; 85% da população brasileira idosa é  considerada saudável. Os dados foram apresentados pela pesquisadora emérita da Fiocruz Cecília Minayo, durante palestra realizada em Brasília no dia 17 de junho. 

Ela recomendou algumas ações voltadas a pessoas desta faixa etária, como: investir no envelhecimento saudável e na positividade da contribuição do idoso, considerando-os como atores sociais de transformação, reconhecer e apoiar o papel da família nas diretrizes das políticas sociais, tornar os espaços públicos e habitações mais amigáveis, visto que o idoso precisa da rua e da convivência social, e investir fortemente em ações que beneficiem a pessoa idosa dependente. “Há uma quantidade de ações que não dependem só da família. Embora a família seja fundamental, porque é nela que mais de 90% dos idosos se ancoram, não é só ela. É a família, a sociedade e o Estado”, ressaltou.

Curso de qualificação profissional

Essa é a proposta do curso da EPSJV/Fiocruz, que qualifica trabalhadores para que possam atuar junto a pessoas idosas que necessitam de cuidados na rede de serviços, na família e na comunidade, promovendo a qualidade de vida, a participação social e contribuindo para a defesa dos direitos da pessoa idosa. Para isso, são promovidas diversas atividades, como aulas teóricas, oficinas, estágio, entre outras. As aulas acontecem entre 3 de setembro e 17 de dezembro.

Para saber mais e se inscrever, acesse o edital aqui no Campus Virtual Fiocruz.

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