A primeira edição do Prêmio Mulheres e Ciência do CNPq investirá cerca de R$ 500 mil para premiar instituições e pesquisadoras pelo valor de seu trabalho científico, promovendo a diversidade, a pluralidade e a participação de mulheres nas carreiras de ciência, tecnologia e inovação. As inscrições estão abertas até 6 de janeiro de 2025.
Os prêmios serão de R$ 20 mil, para pesquisadoras com até 45 anos de idade; R$ 40 mil, para pesquisadoras com idade a partir de 46 anos; e R$ 50 mil, para instituições que se destaquem na implementação de ações de igualdade de gênero.
Lançado no dia 6 de novembro, durante a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) em Brasília, o edital prevê, para cada uma das três faixas, prêmios em três grandes áreas do conhecimento: Ciências da Vida; Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; e Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; totalizando até nove premiações.
Além do CNPq e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), são parceiros da iniciativa o Ministério das Mulheres (MM), o British Council Brasil e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF).
No dia 21 de novembro foi realizado um webinário sobre a iniciativa, disponível no canal do CNPq no YouTube. Confira!
+ Confira aqui mais informações sobre as inscrições!
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a publicação de nove Chamadas Públicas de incentivo à pesquisa em saúde com investimento de R$ 234 milhões. O lançamento ocorreu durante o segundo dia de atividades da V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação (5ª CNCT&I). O objetivo é promover atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação em saúde, além de implantar e recuperar infraestruturas institucionais de ciência, tecnologia e inovação. Elas são elaboradas com foco nas prioridades de saúde do Brasil, abordando temas estratégicos e prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS).
As chamadas, conforme explicou a ministra, são orientadas por princípios estratégicos. “Esses princípios revelam uma visão de ciência também, a exemplo da importância da transdisciplinaridade e o fortalecimento de redes pesquisa”, disse. “As inovações e o desenvolvimento tecnológico em saúde devem ser pensados e inseridos nos sistemas de saúde e não como algo à parte”, completou.
Os editais são parte integrante da Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia de 2024, que inclui 11 Chamadas Públicas destinadas ao incentivo à pesquisa em saúde este ano, totalizando um investimento anual de R$ 406,2 milhões. No segundo semestre de 2024, está previsto o lançamento da 8ª edição do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). No primeiro semestre do mesmo ano, foi divulgada a Chamada Pública Nº 12/2024 de Apoio a Eventos Técnico-Científicos em Saúde, no valor de R$ 2 milhões.
Em 2024, o orçamento total do Ministério da Saúde para a Política Nacional de CT&I totaliza R$ 556,3 milhões, cinco vezes mais do que o de 2022, quando o investimento foi de R$ 116,7 milhões. As ações no campo da pesquisa, por meio do Ministério da Saúde, representam ações concretas do governo em prol da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como ponto central de uma política de Estado capaz de transformar a saúde em vetor de desenvolvimento. As Chamadas foram lançadas em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), parceiro do Ministério da Saúde.
O lançamento das nove chamadas públicas para seleção de pesquisas contemplam as seguintes temáticas:
Chamada pública |
Investimento |
---|---|
Chamada Pública de Prevenção e Enfrentamento à Desinformação Científica em Saúde |
R$ 10 milhões |
Chamada Pública de Avaliações de Políticas Programas Projetos e Ações em Saúde |
R$ 1,5 milhões |
Chamada Pública de Evidências em Saúde |
R$ 1,02 milhão |
Chamada Pública Pesquisas em Genômica e Saúde Pública de Precisão |
R$ 100 milhões |
Chamada Pública Pré-Clínicas e Clínicas Estratégicas para o SUS |
R$ 32 milhões |
Chamada Pesquisas orientadas para a saúde da população brasileira com foco em Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) |
R$ 40 milhões |
Chamada Pública Apoio a projetos de PD&I em Doenças Determinadas Socialmente |
R$ 40 milhões |
Chamada Pública Avaliação de Tecnologia em Saúde |
R$ 2,9 milhões |
Chamada Pública HIV e Aids, Tuberculose, Hepatites Virais, Infecções sexualmente transmissíveis e Micoses Endêmicas |
R$ 6 milhões |
Total |
R$ 234 milhões |
#ParaTodosVerem Foto de uma mulher com cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo, ela veste um jaleco branco, luva azul e óculos de proteção, segura um equipamento nas mãos. Na sua frente, uma mesa com uma tela de computador, teclado, tubos de ensaio e um microscópio. Ao fundo, a imagem desfocada um homem de jaleco.
Até 4 de outubro, estudantes e pesquisadores podem se inscrever na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista, de tema "Conectividade e Inclusão Digital". Uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a premiação busca incentivar jovens pesquisadores a buscarem soluções inovadoras para os desafios da sociedade. Interessados devem realizar a inscrição no site do Prêmio Jovem Cientista. Entre as premiações previstas estão laptops, bolsas do CNPq e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil.
A premiação busca projetos que passem, por exemplo, desde a construção de modelos utilizando inteligência artificial para endereçar questões de saúde pública, educação e sustentabilidade, até a necessidade de uma discussão mais filosófica sobre a ética em tempos de realidade virtual. Considerado um dos mais importantes reconhecimentos aos jovens cientistas brasileiros, o prêmio apresenta, a cada edição, um tema importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, que atenda às políticas públicas da área e seja de relevância para a sociedade brasileira.
Serão contempladas cinco categorias: Mestre e Doutor; Estudante do Ensino Superior; Estudante do Ensino Médio; Mérito Institucional e Mérito Científico, que celebra um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição.
Para mais informações, confira o edital.
*Com informações do Canal Futura
*Lucas Leal é estagiário sob supervisão de Isabela Schincariol
Metade dos seis pesquisadores agraciados com o XIII Prêmio Fotografia – Ciência & Arte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) trabalham e desenvolvem pesquisa na Amazônia, um resultado inédito na história do Prêmio. Nas edições anteriores, apenas as de 2015, 2018 e 2020 registraram, cada uma, dois candidatos provenientes daquela área geográfica. Nas demais edições desde 2014, ou não houve candidatos da região premiados, ou apenas um recebeu a premiação.
A região amazônica costuma aparecer com frequência nas listas de agraciados com o Prêmio. Nos últimos dez anos, houve 12 contemplados da região Norte, sendo 6 do Amazonas, 5 do Pará e 1 do Amapá, representando aproximadamente 18% do total de ganhadores. Apesar de bem atrás dos quase 54% dos contemplados com a honraria provenientes da região Sudeste, a região Norte aparece à frente dos 11% da região Nordeste, 7% do Centro-Oeste, 6% da região Sul, sempre em números aproximados. Outros 3% de pesquisadores brasileiros premiados viviam em outros países.
Os agraciados receberão suas premiações durante a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 7 a 13 de julho, no campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. Além das diárias e passagens aéreas para participar do evento, cada um dos contemplados receberá diploma e um prêmio, em dinheiro, de R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 15 mil, destinados, respectivamente, ao terceiro, ao segundo e ao primeiro lugar.
Para Paulo Sérgio Mendes Pacheco Júnior, professor e pesquisador da Universidade do Estado do Amapá, vencedor do primeiro lugar na Categoria I (Imagens produzidas por câmeras fotográficas), a visibilidade sem precedentes dada pelo Prêmio atrairá mais atenção para o trabalho dos pesquisadores da Amazônia, fomentando maior interesse e apoio às pesquisas realizadas na região, fortalecendo iniciativas locais e inspirando novos talentos a utilizarem a ciência e a fotografia como ferramentas para a compreensão do ambiente em que se encontram.
A Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), por meio da Coordenação-Geral de Educação (CGE), torna público o resultado final do processo de seleção de programas de pós-graduação stricto sensu acadêmicos que serão contemplados com bolsas de mestrado e doutorado associadas à Chamada CNPq 35/2023. Acesse a Chamada Interna Fiocruz - CNPq nº 35/2023.
Ao todo, foram 11 Programas contemplados.
+Acesse aqui a lista de Programas contemplados
Serão distribuídas 16 bolsas de mestrado e 16 bolsas de doutorado associadas à Chamada CNPq 35/2023: Apoio à Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação: Mestrado e Doutorado – Programa Institucional de Bolsas de Pós-Graduação (PIBPG) – Ciclo 2024.
As bolsas têm duração de 24 meses e 48 meses improrrogáveis para mestrado e doutorado, respectivamente. Os valores serão de R$ 2.100,00 para mestrado e R$ 3.100,00 para doutorado. Não será aprovada bolsa de mestrado com vigência inferior a 24 meses, nem bolsa de doutorado com vigência inferior a 48 meses.
A distribuição das bolsas será definida a partir da necessidade dos programas, considerando que possuam discentes que cumpram os pré-requisitos desta chamada e do CNPq e não possuam vínculo empregatício ou recebam outra bolsa.
O coordenador de cada programa deve encaminhar para o e-mail cge.stricto@fiocruz.br a necessidade de bolsas, obedecendo aos critérios elencados no item 2.3 do Edital.
As bolsas implementadas pelos programas devem ser implementadas até o prazo máximo de 14 de junho de 2024.
São critérios de elegibilidade para os discentes dos programas:
- Desenvolver pesquisas voltadas à redução das desigualdades e iniquidades em saúde
- Não possuir atividade remunerada ou acúmulo com outras bolsas concedidas por qualquer instituição nacional ou internacional;
- Atender aos critérios de vulnerabilidade do documento "Orientações da CGE para adequação dos PPGs da Fiocruz à Portaria n.º 133/2023 da Capes"
O bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Pós-Graduação deverá:
- Estar cadastrado na Plataforma Lattes do CNPq, devendo manter seu currículo atualizado;
- Ser brasileiro, nato ou naturalizado, ou estrangeiro em situação regular no País;
- Estar regularmente matriculado no PPG;
- Ser selecionado e indicado pela Coordenação do PPG; e
- Não estar aposentado;
Dúvidas e esclarecimentos devem ser encaminhados para cge.stricto@fiocruz.br.
No dia 28 de maio, o Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) promove o debate ‘Desafios do CNPq no processo de reconstrução do País’. O palestrante da sessão é o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão. A sessão, que homenageia os 124 anos do Instituto, será transmitida ao vivo pelo canal do IOC no YouTube a partir das 14h.
A atividade conta com a participação de seis debatedores: o pesquisador emérito da Fiocruz, Samuel Goldenberg; a presidente da Abrasco, Rosana Onocko-Campos; a professora titular da Universidade de São Paulo (USP), Marie-Anne Van Sluys; a pesquisadora do IOC, Patrícia Torres Bozza; a professora da Universidade Federal Fluminense (Uff), Thaiane Moreira de Oliveira; e o presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Vinícius Soares.
Sobre o Núcleo
O Núcleo de Estudos Avançados visa promover debates acadêmicos sobre temas interdisciplinares no campo da ciência, da política e da filosofia, envolvendo a comunidade científica intra e extramuros.
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) divulgou o resultado final do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil. Foram aprovadas 174 bolsas para projetos de pós-doutorado júnior (PDJ) para recém-doutores, das quais 17 foram concedidas para pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As bolsas terão duração de dois anos.
Fruto da cooperação entre a Faperj e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o edital busca apoiar projetos de pesquisa de jovens doutores e criar condições favoráveis para o desenvolvimento científico e tecnológico no país. Os pesquisadores contemplados receberão também um auxílio à pesquisa na modalidade de custeio, no valor máximo de R$50 mil mensais para o desenvolvimento de seus projetos.
Confira os projetos da Fiocruz contemplados:
Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE/Fiocruz)
Projeto: "Um arcabouço conceitual para a operacionalização da capacidade de sistemas públicos e universais de saúde para o desempenho resiliente"
Pesquisador: Alessandro Jatobá
Bolsista: Bárbara Bulhões Lopes de Andrade
Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz)
Projeto: "Ciência para o Antropoceno: a cooperação internacional Brasil-França na Amazônia (1982-1990)"
Pesquisador: Dominichi Miranda de Sá
Bolsista: Vanessa Pereira da Silva e Mello
Projeto: "“Só o seu nome horroriza quem o vê”: medicina, corpo e doença no Tratado médico sobre o clima e as enfermidades de Moçambique (1821)"
Pesquisador: Lorelai Brilhante Kury
Bolsista: Ricardo Cabral de Freitas
Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz)
Projeto: "Aplicação de respirometria de alta resolução para avaliação de impactos de lixiviados de resíduos - uma abordagem de saúde única"
Pesquisador: Enrico Mendes Saggioro
Bolsista: Barbara Costa Pereira
Projeto: "Ambiente Alimentar e Segurança Alimentar e nutricional na Maré, maior conjunto de favelas do Rio de Janeiro"
Pesquisador: Letícia de Oliveira Cardoso
Bolsista: Mariana de Oliveira Aleixo
Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz)
Projeto: "Eriptose de hemácias infectadas pelo Plasmodium como mecanismo determinante da gametocitogênese e ciclo da malária no hospedeiro vertebrado"
Pesquisador: Alexandre Morrot Lima
Bolsista: Aline Miranda Scovino
Projeto: "Estudo do perfil molecular por meio de polimorfismos de nucleotídeo único e metagenômica na identificação das aranhas marrom loxosceles spp. e no combate ao araneismo"
Pesquisador: Elba Regina Sampaio de Lemos
Bolsista: Breno Hamdan de Souza
Projeto: "Avaliação do Efeito Antiviral e Imunomodulador de Plantas Medicinais Brasileiras em Modelos de Infecção In Vitro e In Vivo por Alfavírus Artritogênicos"
Pesquisador: Elzinandes Leal de Azeredo
Bolsista: Fernanda Cunha Jácome
Projeto: "Revisão da subfamília Trepobatinae (Hemiptera, Heteroptera, Gerromorpha, Gerridae) ocorrente na região neotropical"
Pesquisador: Felipe Ferraz Figueiredo Moreira
Bolsista: Juliana Mourão dos Santos Rodrigues
Projeto: "Retornando à atenção para bionomia e ciclos de transmissão de arbovírus transmitido por mosquitos (Diptera: Culicidae) em áreas de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro após o impacto da pandemia de COVID-19"
Pesquisador: Jeronimo Augusto Fonseca Alencar
Bolsista: Shayenne Olsson Freitas Silva
Projeto: "Identificação de potenciais marcadores imunológicos, genéticos e moleculares preditores de COVID-Longa"
Pesquisador: Lilian Rose Pratt Riccio
Bolsista: Barbara de Oliveira Baptista
Projeto: "Estudo da ação fotodinâmica e sonodinâmica do azul de metileno e outros fotossensibilizadores para o tratamento de tumores de mau prognóstico"
Pesquisador: Luiz Anastácio Alves
Bolsista: Annielle Mendes Brito da Silva
Projeto: "Impacto de co-infecções e re-infecções no desfecho terapêutico sobre modelos experimentais de doença de Chagas"
Pesquisador: Maria de Nazaré Correia Soeiro
Bolsista: Ludmila Ferreira de Almeida Fiuza
Projeto: "Organoides e biomodelos translacionais como estratégia de otimização hit-to-lead de derivados azólicos contra Trypanosoma cruzi"
Pesquisador: Mirian Claudia de Souza Pereira
Bolsista: Leonardo da Silva Lara
Projeto: "Caracterização do papel do SREBP no remodelamento lipídico e na ativação do inflamassoma durante a infecção pelo SARSCoV-2 in vitro e in vivo"
Pesquisador: Patricia Torres Bozza Viola
Bolsista: Vinicius Cardoso Soares
Projeto: "O Papel da Ferroptose na Fisiopatologia da Malária Cerebral e o Efeito da Terapia com Células-Tronco Mesenquimais e seus Produtos"
Pesquisador: Tatiana Maron Gutierrez
Bolsista: Maiara Nascimento de Lima
Projeto: "Estudo de marcadores moleculares estágioespecíficos de Leishmania (Viannia) braziliensis ao longo de seu ciclo biológico no inseto vetor"
Pesquisador: Constança Felicia De Paoli de Carvalho Britto
Bolsista: Thais de Araujo Pereira
*Com informações da Ascom Faperj
*Lucas Leal é estagiário sob supervisão de Isabela Schincariol
#ParaTodosVerem Banner na cor rosa com uma foto no topo de três jovens sentados estudando, o foco da foto está na menina que está sentada na frente, uma jovem negra com cabelos castanhos cacheados presos e uma blusa verde, atrás dela um rapaz negro com cabelo escuro vestindo uma blusa de manga comprida cinza claro e na última cadeira uma menina branca de cabelos claros vestindo uma blusa cinza. No centro do banner está escrito: Fixação de jovens doutores, confira o resultado final.
Pesquisadores do Centro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose/CNPq) publicaram, em fevereiro, a base de dados Trajetórias, na revista Scientific Data, do grupo Nature. A base reúne 36 indicadores ambientais, socioeconômicos e epidemiológicos referentes ao período de 2000 e 2017 para todos os 772 municípios de nove estados da Amazônia Legal brasileira. Os dados estão disponíveis de forma aberta e gratuita para quem quiser consultar.
A seleção, a análise e a equalização destes dados levaram aproximadamente três anos e cobriu uma área de 5 milhões de km², que representa aproximadamente 60% de todo o território brasileiro. “Este conjunto de dados vai permitir investigar a associação entre os sistemas agrários amazônicos e seus impactos nas mudanças ambientais e epidemiológicas, além de ampliar as possibilidades de compreensão, de forma mais integrada e consistente, dos cenários que afetam o bioma amazônico e seus habitantes”, explica Claudia Codeço, coordenadora do projeto e pesquisadora da Fiocruz.
A base de dados Trajetórias é resultante do projeto Trajetórias, um dos sete projetos de síntese do SinBiose/CNPq. O foco do projeto é gerar sínteses do conhecimento acerca das relações entre desenvolvimento econômico, uso do solo, epidemiologia e conservação na Amazônia. A equipe reúne epidemiologistas, economistas, ecologistas, biólogos, geógrafos, médicos e cientistas sociais que desenvolveram indicadores multidisciplinares e coerentes para estudos integrados na Amazônia brasileira.
“Trata-se de um conjunto de dados provenientes de diferentes fontes e instituições que foram harmonizados, ou seja, que passam a compartilhar a mesma unidade de análise espacial e temporal para que possam ser comparados”, explica Ana Rorato, primeira autora do estudo e pós-doutoranda do projeto Trajetórias.
Os temas disponíveis para consulta na base Trajetórias são: perda de habitat, uso e cobertura da terra, mobilidade humana, anomalias climáticas, carga de doenças transmitidas por vetores e índices de pobreza multidimensional para populações rurais e urbanas para cada um dos municípios da Amazônia Legal brasileira, dentre outros. Estes indicadores e índices estão pontuados em quatro marcos temporais: os censos demográficos de 2000 e 2010 e os censos agropecuários realizados em 2006 e 2017.
Além dos dados do censo do IBGE, a base de dados conta com informações derivadas de imagens de satélite de fontes nacionais e internacionais e do Sistema Nacional de Notificação de Doenças. “Essas fontes de dados foram escolhidas devido ao seu fácil acesso, abrangência temporal e espacial e alta qualidade dos dados”, explicam os autores.
Um cuidado que os autores tiveram foi o de criar índices que reflitam a realidade amazônica. “Por exemplo, o índice de pobreza tradicional pode funcionar bem em grandes metrópoles, mas não funciona na realidade amazônica”, complementa Claudia. “Medir a pobreza na região amazônica é uma tarefa complexa, pois requer uma compreensão de questões que transcendem os indicadores econômicos”, informam no texto. A abordagem adotada mede o grau de privação familiar em áreas rurais e urbanas, que podem afetar e ser afetadas por mudanças ambientais e econômicas. Assim, criou-se o Índice de Pobreza Multidimensional em suas versões rural e urbana. Estes índices são compostos a partir do cálculo de 15 a 19 indicadores de saúde, educação e condições de vida (que inclui habitação, serviços coletivos, emprego e bens de consumo privados). “Pobreza multidimensional significa privação simultânea em múltiplas dimensões”, explica Claudia. Neste cálculo, uma família é considerada multidimensionalmente pobre se sua pontuação de privação é superior a 0,25.
Outra preocupação na preparação da base de dados Trajetórias foi de garantir que estes dados possam ser reproduzidos futuramente. Para isso, a “receita” para se repetir cada indicador está detalhadamente descrita no artigo publicado. “Isto vai possibilitar o monitoramento da saúde única da Amazônia em diferentes momentos e situações”, explica Rorato. Segundo Claudia Codeço, "o próximo passo é desenvolver modelos e identificar tipologias ambientais e seus graus de impacto na Amazônia para então fazer predições para o futuro”.
Projeto Trajetórias
O projeto Trajetórias do Centro de Síntese em Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (SinBiose/CNPq) teve início em 2019 e está sediado na Fiocruz e no Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Seu objetivo é sintetizar o conhecimento sobre os serviços ecossistêmicos e suas relações com o sistema econômico e a saúde humana na Amazônia. O projeto desenvolve novos protocolos de classificação e avaliação dos ecossistemas e de serviços ambientais específicos relacionados às doenças, cujos determinantes mais importantes são ambientais. O objetivo é fornecer uma estrutura para o debate conjunto das dimensões econômica, ambiental e de saúde, buscando dar maior visibilidade aos modos de vida das populações locais, suas estruturas e sistemas de produção.
*Foto: Laboratório de Investigação em Sistemas Socioambientais/Inpe
O aluno do Programa de Iniciação Científica (Pibic), vinculado à Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), Rafael Everton Assunção Ribeiro da Costa, ganhou o 19º Prêmio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na área de Ciências da Vida.
Estudante Pibic na Fiocruz Piauí, Rafael, que cursa medicina na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), teve o reconhecimento durante a segunda experiência dele como bolsista do Programa de Iniciação Científica (Pibic), que começou em 2020, ao ser selecionado para integrar a equipe da pesquisadora Beatriz Oliveira.
O trabalho premiado "Morbimortalidade por doenças diarreicas agudas em crianças menores de 5 anos nos municípios do Estado do Piauí: 2009 a 2019" foi desenvolvido por Rafael sob orientação de Beatriz, e compõe a pesquisa desenvolvida por ela, intitulada “Fortalecimento da Vigilância em Saúde na APS: a implantação de unidades sentinelas para vigilância da morbimortalidade por Doenças Diarreicas Agudas na Estratégia da Saúde da Família no Piauí”. O projeto faz parte da Rede de pesquisas sobre Atenção Primária em Saúde (Rede APS), do programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA). O programa está vinculado à VPPCB.
A questão da mortalidade infantil é um problema crônico no Piauí. De acordo com o estudante, em 2019, o estado ocupava o 4º lugar no ranking nacional de mortalidade infantil e os indicadores apresentavam uma piora nos últimos anos. Segundo o relatório produzido por ele, a diarreia, apesar de ser um quadro clínico evitável, é a segunda maior causa das mortes de crianças. Essa foi a motivação para Rafael se debruçar sobre o tema.
“Quando o Rafael fala que a Doença Diarreica Aguda [a DDA] é uma prioridade, para quem fica mais no eixo Sul-Sudeste, o desafio de superar mortes infantis por diarreia é coisa do passado”, afirmou Beatriz. Um dos exemplos que mostraram para eles essa diferença das realidades sanitárias no país foi a dificuldade de encontrar trabalhos publicados recentemente durante a revisão bibliográfica feita pelo bolsista. “Ninguém mais estuda esse assunto”, concluiu a pesquisadora.
A partir da extensa coleta de dados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e no Sistema de Vigilância de Doença Diarreica Aguda (SIVEP-DDA), o trabalho aponta que as regiões do Cerrado e Semiárido apresentam as piores taxas dos indicadores de internação e mortalidade infantil por DDA. Analisar um grande volume de informação e conseguir mapear padrões clínicos ou epidemiológicos é uma das especialidades do estudante: “Eu tenho esse perfil mais prático dentro da pesquisa. Por exemplo, em projetos sobre biologia molecular, eu trabalho com protocolos laboratoriais e aplicação deles. Também costumo fazer um overview de relatos de casos de oncologia para enxergar o que é feito, quais são os guidelines utilizados pelos oncologistas. Faço muitas revisões sistemáticas de literatura”.
Esse levantamento é uma das etapas para visualizar e entender a vigilância em saúde feita nos atendimentos realizados pela APS. A partir dele, a outra frente da pesquisa voltada para a vigilância de rumor no território, por meio de inquéritos e mapeamento de casos de diarreia nas escolas, também está sendo desenvolvida. Juntas, essas informações poderão se complementar e apontar otimizações na coleta e tratamento de dados relacionados a DDA, o que pode gerar ações em saúde mais efetivas.
Para Rafael, o trabalho não vai se encerrar com a premiação ou composição teórica das informações encontradas na pesquisa coordenada por sua orientadora. Além de buscar publicar seu estudo em alguma revista científica, os próximos passos consistem em disseminar seu conhecimento, desenvolvendo ações de educação em saúde junto aos profissionais da área que trabalham nas regiões identificadas pelo trabalho dele, que mais precisam melhorar seus indicadores. Além disso, as informações também ajudarão na articulação com as Secretarias de Vigilância Epidemiológica Estadual e de Teresina.
O bolsista disse que ainda não caiu a ficha quando pensa na premiação e outros desdobramentos que sua pesquisa vem apresentando. Desde que entrou na faculdade, Rafael busca um olhar ampliado da área e participa de estudos ligados a vários temas, como ecologia, humanização e saúde coletiva. Antes de ter contato com a Fiocruz Piauí, via PMA, ele ajudava outros alunos de medicina, da UESPI e de outras faculdades, no desenvolvimento de trabalhos científicos, e encarava sua produção acadêmica como algo paralelo à carreira de médico. “Agora eu vejo uma possibilidade de carreira dentro da ciência mesmo, né? Coisa que não era muito comum para mim”, afirma Rafael.
A orientadora do Rafael, Beatriz Oliveira, também falou sobre o efeito positivo que a presença da Fiocruz causa nesses territórios: “É importante ter escritórios nas regionais e fortalecer esses núcleos, porque é dali que nós vamos conseguir formar pessoas como o Rafael. Esse prêmio mostra que estamos no caminho certo como instituição”.
Anualmente, o CNPq tem o objetivo de reconhecer os bolsistas de iniciação científica e tecnológica que se destacaram durante o ano sob os aspectos de relevância e qualidade do seu relatório final, bem como as instituições participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic).
A cerimônia de premiação acontecerá durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no dia 25 de julho, na da Universidade de Brasília (UnB).
Estão abertas as inscrições para o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica 2022, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em sua 42ª edição, o Prêmio contempla profissionais e instituições que contribuem de forma significativa para a formação de uma cultura científica no país e para aproximar a ciência, a tecnologia e a inovação da sociedade. Nesta edição, a categoria é a de Pesquisador e Escritor.
Os interessados têm até o dia 6 de maio de 2022 para enviar sua inscrição, que deve ser feita por correspondência, com envio da documentação, portifólio e ficha de inscrição, disponível no site do Premio.
A premiação consiste em valor, em dinheiro, no total de R$ 20 mil e diploma, além de hospedagem e passagem aérea para o agraciado participar da 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que deve ocorrer em julho de 2022, em Brasília. Durante a programação da SBPC, o premiado com o Prêmio José Reis ministrará conferência sobre o conjunto dos seus trabalhos.
A divulgação do vencedor está prevista para 8 de junho deste ano.
Informações adicionais sobre o Prêmio e os documentos necessários à inscrição podem ser encontradas no Regulamento, no site do Prêmio.
O Prêmio
O Prêmio José Reis tem três categorias, que se alternam a cada edição. Além de Pesquisador e Escritor, o Prêmio contempla também as categorias Jornalista em Ciência e Tecnologia e Instituição ou Veículo de Comunicação. A última premiação para a categoria Pesquisador e Escritor ocorreu na 39ª edição do Prêmio, em 2019. O vencedor, Marcelo Knobel, é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e professor titular do Departamento de Física da Matéria Condensada, do Instituto de Física, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Antes dele, a premiada na categoria foi a pesquisadora Luisa Massarani, também bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e coordenadora do Instituto Nacional de Comunicação Pública em Ciência e Tecnologia, sediado na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Ela foi a vencedora da 36ª edição do Prêmio, em 2016.