O 8º Seminário Internacional A Epidemia das Drogas Psiquiátricas vai acontecer nos dias 5 e 6 de dezembro, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e terá como tema 'Os desafios da retirada dos psicofármacos'. As inscrições para o evento já estão abertas e os interessados em participar devem preencher o formulário eletrônico. A atividade, promovida pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Ensp, será transmitida ao vivo pelo Youtube, e contará com tradução para inglês, espanhol, português e Libras.
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A proposta do evento, que contará com a participação de convidados nacionais e internacionais, é discutir as dificuldades e desafios no processo desmedicalização e desprescrição, trazendo ao público novas formas de cuidado e iniciativas que promovam os direitos humanos, mas que também capacitem os profissionais de saúde a ajudarem pessoas que desejam realizar a retirada de psicofármacos de maneira segura.
De acordo com a coordenação do seminário, o número de diagnósticos e prescrição de remédios psiquiátricos na população mundial vêm crescendo vertiginosamente, o que não é diferente do quem vem ocorrendo no Brasil, transformando-se em uma preocupação para muitos pesquisadores da área da saúde mental e educadores. Se por um lado, tal fenômeno pode fazer crer num avanço científico, por outro muitos pesquisadores e profissionais do mundo todo denunciam os efeitos perversos que o modelo de doença pode ter na vida das pessoas.
"O processo de medicalização da vida é o fenômeno de transformar questões da vida em problemas médicos. Dessa forma, vemos o campo da saúde dominando diversas áreas da vida, como educação, comportamento, hábitos, problemas sociais, se transformando em doenças. Como consequência, mais transtornos são criados para abarcar os comportamentos não desejados socialmente, patologizando a diferença e padronizando os comportamentos", advertiu a coordenação.
O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) realizará o 'Simpósio Internacional Opioides e Novas Substâncias Psicoativas: Desafios para a Política de Drogas'. O evento, parte do Programa Institucional sobre Política de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental da Fiocruz, ocorrerá no dia 21 de novembro, no auditório térreo da Ensp, com transmissão ao vivo pelo YouTube. A participação é aberta ao público.
O simpósio abordará a crescente preocupação da saúde pública no Brasil em relação ao aumento do uso de Novas Substâncias Psicoativas (NSPs), como as 'drogas K', opioides potentes, metanfetamina, ketamina e outras substâncias psicoativas. Ana Paula Guljor, coordenadora do Laps/Ensp e do Programa Institucional, destacou que o uso dessas substâncias traz desafios complexos para as políticas de drogas, exigindo atenção especial à implementação de estratégias de redução de riscos e danos. O Programa Institucional é coordenado pela Ensp e pela Vice Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), sob a coordenação adjunta da pesquisadora Adriana Castro.
Francisco Netto, Secretário Executivo do Programa Institucional, enfatiza a necessidade do engajamento transdisciplinar e intersetorial diante dos novos desafios no campo da política de drogas. "Cabe a nós da saúde coletiva, junto com atores do governo e da sociedade, produzir repostas que se traduzam em políticas públicas efetivas, que garantam os direitos dos usuários e da população geral", ressaltou ele.
Especialistas nacionais e internacionais marcarão presença no evento. Entre os convidados, Julian Quintero, diretor da organização Accion Técnica y Social (ATS) da Colômbia, discutirá a experiência latino-americana no enfrentamento dos desafios impostos pelas novas substâncias psicoativas. Kellen Russoniello, diretor de Saúde Pública da Drug Policy Alliance (DPA) dos Estados Unidos, abordará as estratégias de saúde pública e políticas de drogas em contextos norte-americanos.
O simpósio se apresenta como uma oportunidade valiosa para a troca de experiências e discussão de estratégias que contribuam para o desenvolvimento de políticas mais efetivas e inclusivas frente ao complexo cenário das drogas. Especialistas brasileiros de destaque na área também serão anunciados, enriquecendo ainda mais as discussões. Em breve, a programação completa será divulgada. Acompanhe o 'Informe Ensp' e fique por dentro!
O evento é aberto a participação de todos os interessados. Para aqueles que necessitam de certificado de participação, é necessário se inscrever via formulário eletrônico.
O Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Claves/Ensp) promoverá, no dia 8 de maio, a sessão científica 'Drogas, precariedade estrutural e violência: conversando sobre metodologias de pesquisa'. A atividade contará com a participação da pesquisadora do Claves, Mayalu Matos, e do coordenador do Núcleo de Estudos sobre Política de Drogas, Violências e Direitos Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora (NEVIDH/UFJF), Paulo Fraga. O evento terá a moderação de Vera Marques, pesquisadora da Ensp, e será realizado de forma virtual pela plataforma Google Meet, a partir das 13h30.
Com o objetivo de proporcionar acesso aos debates mais recentes de temas ligados à redução de danos e políticas de drogas, com vistas à qualificação da promoção de saúde dirigida a pessoas que usam álcool e outras drogas, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) recebe inscrições para o Curso de Atualização Profissional em Redução de Danos. Interessados podem se inscrever até 19 de fevereiro pelo Campus Virtual Fiocruz.
A formação é destinada aos trabalhadores que atuam na saúde, assistência social e educação que tenham interesse na área de álcool e outras drogas em uma perspectiva antimanicomial e antiproibicionista, bem como a lideranças comunitárias e de movimentos sociais e pessoas usuárias dos serviços da rede de atenção psicossocial.
São oferecidas 35 vagas. O curso tem carga horária total de 112 horas em aulas teórico-práticas, distribuídas em 3 módulos:
Módulo 1 – Políticas de Drogas, Saúde e Direitos Humanos;
Apresentar aos alunos as bases históricas e filosóficas das políticas de drogas e de cuidado em saúde dirigido a pessoas que usam álcool e outras drogas no Brasil e no Mundo, na perspectiva dos princípios do SUS, dos Direitos Humanos e da Redução de Danos. Carga horária: 40 horas
Módulo 2 – Agravos e Vulnerabilidades Associadas ao Uso de Álcool e Outras Drogas;
Apresentar aos alunos os principais agravos e vulnerabilidades sociais e de saúde associadas ao uso de álcool e outras drogas, bem como estratégias de promoção de saúde, Redução de Danos e políticas públicas relacionadas. Carga horária: 40 horas
Módulo 3 – Experiências em Redução de Danos nos Territórios e Serviços de Saúde.
Planejar com os alunos a organização de experiências coletivas de promoção de saúde dirigidas a pessoas que usam álcool e outras drogas, orientadas por princípios de Redução de Danos, nos serviços e territórios. Carga horária: 32 horas
As aulas ocorrerão de 14 de março a 13 de junho, presencialmente na Escola Politécnica, no Campus Manguinhos, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, sempre às quintas-feiras, das 8h às 17h.
Confira a Chamada completa e inscreva-se até 19 de fevereiro!
Nesta terça-feira, 29 de agosto, às 14h, o Instituto René Rachou (Fiocruz Minas) vai realizar o Centro de Estudos Fiocruz Minas com um webinário sobre vacina para tratamento de dependência química. Com o tema "Vacina Calixcoca - Trajetória do desenvolvimento de um farmoquímico imunizante", o seminário virtual traz o Professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Frederico Duarte Garcia.
Garcia lidera o Núcleo de Pesquisa Vulnerabilidade e Saúde (Naves) e coordena o Centro de Referência em Drogas (CRR).
O encontro será realizado através da Plataforma Zoom. Participe!
A sessão do Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desta sexta-feira, dia 28 de julho, abordará o tema ‘Desenvolvimento de testes pré-clínicos da Calixcoca – uma vacina brasileira contra o vício em drogas’ com o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia.
Na ocasião, os pesquisadores Francisco Inácio (Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde - Icict/Fiocruz) e Helton Santiago (UFMG) atuarão como mediadores.
A atividade será transmitida pelo Canal do IOC no Youtube a partir das 10h.
Acompanhe ao vivo:
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).
Até quinta-feira, 14 de janeiro, interessados podem se inscrever no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (turma 2021/2023), oferecido pela Fiocruz Brasília. Ao todo, estão disponíveis 9 vagas, das quais 3 são destinadas a ações afirmativas. O curso é voltado para as seguintes categorias profissionais: Enfermagem, Psicologia e Serviço Social.
O objetivo da formação é especializar profissionais de saúde, através da formação em serviço, para atuação na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do SUS da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), e para o cuidado em saúde mental, álcool e drogas, considerando a atenção psicossocial com vistas à promoção do cuidado em liberdade e garantia dos direitos humanos. O curso busca ainda formar profissionais capazes de contribuir com análises sobre o território de atuação que considerem estratégias de educação permanente e o desenvolvimento de estudos e pesquisas no campo.
Segundo a coordenadora executiva da Residência, Jaqueline Assis, ligada ao Núcleo de Saúde Mental Álcool e outras Drogas da Fiocruz Brasília, o curso propõe-se a qualificar a rede de atenção psicossocial nos territórios do DF e entorno. “Fazemos isso a partir da educação permanente e da formação de novos profissionais que possam ter como perspectiva não apenas a criatividade e a inovação para a construção de novas estratégias em saúde mental, mas também o respaldo da tradição da reforma sanitária e psiquiátrica na sustentação de uma saúde mental comunitária e em liberdade”, detalhou ela.
O Programa terá dois anos de duração com atividades teóricas (20%) e atividades práticas de formação em serviço (80%), distribuídas em 60h semanais. A previsão é que as aulas tenham início em março de 2021.
Acesse aqui o edital e confira todas as informações da chamada.
Durante a 2ª edição do seminário internacional Cannabis medicinal: um olhar para o futuro, na mesa Dissecando as bases científicas da Cannabis medicinal (29/6) foram apresentadas pesquisas básicas que mostram o grande potencial das substâncias da cannabis. As evidências científicas apontam que pacientes de diversas doenças, como esclerose múltipla, depressão, doença de Parkinson e transtorno de ansiedade, poderiam se beneficiar dos canabinóides.
A farmacêutica Luzia Sampaio, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostrou sua pesquisa sobre uso do extrato de canabidiol no tratamento de doenças neurológias. Os resultados dos estudos, feitos com ratos mantidos em tratamento por duas semanas, atestam que não há comprometimento no ganho de peso corporal ou no comportamento alimentar de quem usa a substância, o que é uma preocupação da comunidade científica que estuda o assunto. Outro ponto que é importante nesse sentido refere-se ao nível de aprendizado e perda de memória de curto prazo, o que os testes realizados também mostram que não há alteração.
Já as pesquisas do biólogo Agustín Riquelme, também do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, concentram-se nos efeitos dos canabinóides no sistema nervoso central, especificamente para quem sofre de esclerose múltipla. “Os indícios nos levam a acreditar que será possível usar não como paliativo para dor ou diminuir os sintomas, como prevíamos inicialmente, mas realmente na cura da doença, uma vez que os canabinóides podem atuar na regeneração celular”, explicou Riquelme.
A terceira pesquisa apresentada na mesa foi de Alline de Campos, do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisadora analisa o efeito das substâncias da cannabis no tratamento da ansiedade patológica. “Poderíamos nos perguntar se precisamos de mais um medicamento para males como depressão ou ansiedade, já que existem vários. É necessário pensar que um remédio ansiolítico demora em média um mês para fazer efeito e isso leva a pouca aderência ao tratamento”, afirmou. A farmacêutica ressaltou que as pesquisas ainda são iniciais, feitas em animais, mas que o canabidiol funciona mais rápido, em uma semana já se vê melhora, e tem menos efeitos adversos que os antidepressivos clássicos.
Para terminar o primeiro dia de seminário, o pesquisador Ismael Galve-Roperh, da Universidade Complutense de Madri, mostrou o que há de mais recente na Espanha sobre canabinóides e neurodesenvolvimento. Galve-Roperh começou sua fala com um alerta: “Não existem verdades absolutas na ciência, o canabidiol não pode ser visto de forma extrema, nem pelos críticos, nem por quem defende o uso, não há milagre”. Segundo o espanhol, a cannabis é de complexa farmacologia, provavelmente terá de ser combinada com outros medicamentos, para alcançar os resultados esperados, especialmente no uso para tratar epilepsia e convulsões. “A neurociência foi a área que despertou o interesse dos pesquisadores para a cannabis, de início as pesquisas queriam demonstrar os efeitos prejudiciais, por conta do contexto político, mas hoje vejo na América Latina uma ‘boa-vontade’ maior para os estudos na área, mais do que na Europa”, finalizou.
Esperanças em novos tratamentos
Na manhã de domingo (30/6), entre as diversas sessões com abordagens científicas de tratamentos com base na cannabis, uma delas foi dedicada à relação entre cannabis e autismo. A moderadora foi Cecilia Hedin (Fiocruz/UFRJ), e a mesa, com uma abrangência mais ampla do que a temática proposta inicialmente, teve a participação do biólogo espanhol Ismael Galve-Roperh (Universidad Complutense de Madrid), do neurologista Eduardo Faveret (Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer - IEC), da psiquiatra Eliane Nunes (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis) e da anestesiologista Adriana Faria (Hospital de Ipanema/ Maternidade Carmela Dutra).
Os palestrantes relataram experiências que foram desde pesquisas bioquímicas sobre os efeitos da cannabis em enfermidades neuropsiquiátricas, passando pelo histórico e desafios atuais do uso dos derivados da planta e por uma abordagem integrativa de doenças e sintomas Transtorno do Espectro Autista (TEA). Como destaque mais diretamente relacionado ao tema inicial, Faveret apresentou resultados de um estudo observacional do efeito do canabidiol em pacientes do IEC.
As observações sugerem a hipótese de análise do autismo como uma síndrome de insuficiência endocanabinoide, ou seja, de neurotransmissores presentes no sistema nervoso central e periférico dos vertebrados, envolvidos na regulação de uma variedade de processos fisiológicos e cognitivos. O neurologista mostrou resultados da aplicação da Escala de Avaliação do Autismo na Infância (Cars, na sigla em inglês) entre pacientes do IEC que fazem uso do canabidiol. Para a quase totalidade do grupo observado, o uso do canabidiol proporcionou melhora, em graus diferenciados, para cada um dos 15 quesitos avaliados pela escala Cars, como interação com as pessoas, uso do corpo e de objetos, adaptação a mudanças, reação a estímulos, medo ou nervosismo, comunicação verbal e não verbal.
Entre os palestrantes prevalece a impressão de que a cannabis pode, sim, ajudar em quadros como o autismo em crianças e em outros agravos. No entanto, pode também potencializar problemas, como malformações intrauterinas no consumo durante a gravidez, ou, em determinadas condições, o desencadeamento de sintomas de esquizofrenia e outros transtornos psíquicos. Certeza mesmo é da necessidade e urgência de estudos científicos mais conclusivos da interação entre os elementos presentes na cannabis e o corpo humano.
Mais de 300 profissionais manifestaram interesse em fazer parte das novas turmas de residência multiprofissional da Fiocruz Brasília. Desses, 24 foram aprovados nos processos seletivos realizados recentemente e vão se especializar em Saúde da Família com ênfase na População do Campo, outros 15 em Gestão de Políticas Públicas para a Saúde e ainda, nove em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. O grupo de 48 residentes esteve na instituição nesta quinta-feira, 7 de março, para a Aula Inaugural dos Programas, que contou com a palestra do assessor da Escola Fiocruz de Governo Armando Raggio.
O docente apresentou o papel das residências multiprofissionais e provocou os estudantes ao afirmar que eles sairão dos respectivos cursos sabendo mais sobre saúde, técnicas aplicadas, administração pública, e principalmente, sabendo mais de relações interpessoais e coletivas, bem mais de políticas públicas e vão ser especialistas em pessoas. “Do que nós mais adoecemos hoje? A maioria das variáveis que influenciam a vida e a saúde das pessoas escapam ao domínio do profissional de saúde, portanto é preciso saber mais que só as técnicas”, afirmou.
A coordenadora do Fórum de Residências da Fiocruz, Adriana Coser, participou da aula inaugural e lembrou que a conquista de três novas residências na Fiocruz Brasília é fruto do acúmulo de práticas e vivências da instituição. “São as residências em saúde que expressam a formação e experimentação para o aprimoramento da prática profissional e contribuição para o SUS,” afirmou. Atualmente, a Fiocruz por meio de suas diferentes unidades, oferta outros 22 programas de residência médica, de enfermagem e multiprofissional. Coser adiantou que a Fiocruz vai consolidar um documento base sobre as residências, com o histórico e competências desses atuais programas.
O pesquisador do Programa de Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) André Fenner, coordena a Residência Multiprofissional em Saúde da Família com ênfase na População do Campo. Ele ressaltou que o novo curso é resultado do trabalho em equipe do PSAT, que vem se afirmando como espaço de formação a partir dos recentes cursos de especialização com esta temática, desenvolvidos no Ceará, Pernambuco e Tocantins. Foram selecionados profissionais de enfermagem, educação física, farmácia, fisioterapia, nutrição, odontologia, psicologia e serviço social, que vão atuar na região de Planaltina.
O assessor da Escola Fiocruz de Governo João Paulo Brito coordena a Residência Multiprofissional em Gestão de Políticas Públicas para a Saúde. Ele lembrou que esta modalidade de residência se realiza pela primeira vez na Fiocruz Brasília, mas com a experiência de apoio em duas diferentes turmas neste formato realizadas na Escola Superior de Ciências da Saúde, da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs). Foram selecionados profissionais das áreas de enfermagem, odontologia, psicologia, nutrição e saúde coletiva.
Adélia Capistrano coordena a Residência em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, programa que vai ter como territórios de atuação os Centros de Atenção Psicossocial, unidades de saúde e hospitais das cidades goianas de Planaltina e Formosa. O diferencial desta formação é o trabalho com a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE/DF). Foram selecionados profissionais das áreas de enfermagem, psicologia e serviço social.
O diretor executivo da Fepecs, Marcos Ferreira, alertou que os alunos devem priorizar os usuários e aproveitar esta oportunidade de estudos para conhecer de perto as realidades do SUS no Distrito Federal.
A diretora da Escola Fiocruz de Governo, Luciana Sepúlveda, lembrou que a diversidade profissional e de opiniões são motes que pavimentam uma instituição de ensino. Segundo ela, a EFG não cabe nem se limita às paredes do prédio da Fiocruz Brasília, mas é construída a partir de um propósito de fortalecimento do SUS e dos direitos dos usuários do sistema. “A diversidade de saberes colocados no mesmo espaço de ensino como as residências multiprofissionais é muito importante, seja pelas trocas entre as disciplinas diversas, sejam pela própria transformação que ocorre nos alunos e nos tutores e professores”, disse. A vice-diretora da Fiocruz Brasília, Denise Oliveira e Silva, ressaltou as possibilidades de integração dos diferentes profissionais ao longo desta formação.
Há 110 anos, a ciência brasileira inaugurava um capítulo importante de sua história. Em 22 de abril de 1909, Oswaldo Cruz anunciava à Academia Nacional de Medicina a descoberta de uma nova doença: a doença de Chagas, à época chamada de tripanossomíase americana. O feito teve como protagonista Carlos Chagas, pesquisador do então Instituto de Manguinhos. Antes mesmo de completar 30 anos, ele foi capaz de desvendar o ciclo completo do agravo: descobriu o parasito Trypanosoma cruzi, identificou o inseto hospedeiro – o barbeiro, e diagnosticou a doença em uma paciente de Minas Gerais. Hoje, apesar de conhecida, a doença de Chagas permanece negligenciada. O desenvolvimento de novas drogas para o tratamento da doença, o controle do parasito e o aumento da qualidade de vida dos pacientes ainda são desafios pontuais.
Para discutir a amplitude do assunto que envolve pesquisadores, autoridades de saúde, gestores, pacientes e familiares, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realiza a sétima edição do Ciclo Carlos Chagas de Palestras. A edição especial, que contará com atividades mensais associadas ao Centro de Estudos do IOC, terá início no dia 12 de abril e término em 12 de julho. O evento será realizado no auditório Emmanuel Dias, do Pavilhão Arthur Neiva, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Estudantes, pós-doutorandos, pesquisadores e profissionais da área interessados em participar do primeiro encontro podem se inscrever até 12/04. O prazo para submissão de trabalhos, que abrangem todas as áreas de pesquisa da doença de Chagas, vai até o dia 15/03. Os quatro melhores estudos serão selecionados para apresentações orais durante as atividades. Inscreva-se aqui pelo Campus Virtual Fiocruz.
Participam da organização as pesquisadoras Joseli Lannes, do Laboratório de Biologia das Interações do IOC, e Marli Lima, do Laboratório de Ecoepidemiologia da Doença de Chagas do IOC. De acordo com a pesquisadora Joseli Lannes, o Ciclo chama a atenção para os avanços e desafios na busca de soluções para os problemas relacionados ao agravo. “No ano especial, em que lembramos os 110 anos da publicação da descoberta da doença de Chagas, vamos discutir questões ainda marcantes de uma doença negligenciada. Entre os destaques, estão a importância do diagnóstico na fase aguda, o tratamento adequado na fase crônica e o reforço na atenção total ao paciente, que envolve a garantia de direitos e do cuidado da saúde do corpo e da mente”, ressaltou Lannes.
O primeiro dia de atividades contará com as palestras ‘Projeto Selênio - avanços científicos e retorno ao portador da doença de Chagas’, ministrada pela pesquisadora Tania Araújo-Jorge, do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC, e ‘Impactos do Programa de Exercícios Físicos na capacidade cardiopulmonar do portador da doença de Chagas’, apresentada pela pesquisadora Fernanda Sardinha, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). A programação também inclui a apresentação de um dos melhores trabalhos submetidos e a participação de membros da Associação de Portadores da doença de Chagas do Rio de Janeiro. As demais edições serão divulgadas ao longo do ano.