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Publicado em 04/11/2024

Interação e diálogo na ciência e na saúde são temas da nova edição da Reciis, disponível em acesso aberto

Autor(a): 
Roberto Abib (Icict/Fiocruz)

Inteligência artificial, interatividade e diálogo intercultural na ciência e na saúde são algumas das temáticas abordadas no terceiro número da Reciis em 2024. A edição conta com o dossiê "Cuidados-em-interação: práticas, saberes e reflexividade na saúde", que teve o objetivo de mobilizar o conceito ‘cuidados-em-interação’, compreendendo a noção de interação como indissociável do conhecimento comunicacional. A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis) é editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz).

Conforme os editores convidados do dossiê "Cuidados-em-interação: práticas, saberes e reflexividade na saúde", Márcia Rodrigues Lisboa (Fiocruz) e Michel Binet (Universidade Lusíada), a proposta possibilitou uma coletânea de artigos que desencadeou diálogos convergentes na temática proposta, mas por distintas abordagens interdisciplinares entre autoras e autores de diferentes áreas do conhecimento e de diferentes regiões. O estudo de Ana Cristina Ostermann e Minéia Frezza abre o dossiê. As autoras desenvolvem uma descrição qualitativa, que ‘demonstra mostrando’ a interação entre um médico e uma paciente diante de resultados inconclusivos de um teste genético realizado num feto que sofreu malformações, seguidas de morte, às 35 semanas de gestação. Na pesquisa seguinte, Ulrike Agathe Schröder, Fernanda Roque, Anna Ladilova e Sineide Gonçalves fazem uma análise multimodal de ‘fala-e-corpo-em-interação’ sobre o uso de máscaras em tempos de Covid-19. A análise é feita em vídeos produzidos num posto de saúde da família e pela interação entre uma profissional de saúde e um paciente no Brasil; vídeos de canais televisivos de vários países e acessíveis no Youtube; entrevistas jornalísticas em transportes públicos em Cuba, em um salão de cabeleireiro na Alemanha e nas imediações de um centro médico nos Estados Unidos.

José Manuel Resende e Maria Rosália Guerra também destacam em sua análise a interação do corpo, mas por meio de observações e entrevistas numa perspectiva etnográfica, sem mediação por gravações. Trata-se de uma atenção às pistas corporais e expressões existenciais de uma pessoa em condição frágil e em cuidados decorrentes à demência. Já João Freire Filho e Júlia dos Anjos analisam interações que ocorrem por meio de testemunhos em primeira pessoa produzidos em situação de entrevista ou partilhados por meio de escrita autobiográfica de mulheres com endometriose. O autor e a autora questionam a relação entre profissionais de saúde e pacientes na qual se manifestam preconceitos sexistas, raciais e sociais. No último artigo do dossiê, Anna Bentes, Danielle Sanches e Paulo F. C. Fonseca desenvolvem uma análise documental de leis referentes à Inteligência Artificial sobre a saúde humana, particularmente sobre a saúde mental, problematizando os desafios da regulação no Brasil.

Extrativismos e diálogos

O debate sobre a regulação da Inteligência Artificial no Brasil é tema da seção Nota de Conjuntura. Sérgio Amadeu da Silveira chama a atenção para a soberania digital e de dados, considerando ser uma questão pouco debatida nos debates regulatórios brasileiros sobre a IA e que se refere a uma dinâmica caracterizada como um novo colonialismo tecnológico. Por isso, enfatiza que as discussões regulatórias no Brasil devem apostar na consolidação da soberania digital e de dados para que se possa manter e fortalecer a soberania de Estado Democrático de Direito. Na seção Resenha, Thalita Mascarelo da Silva reflete sobre o documentário "Xawara e saúde" (2023), dirigido por Daniela Muzi. A autora analisa a narrativa documental como expressão de outras vozes, periféricas, na produção e na circulação da informação em saúde e da cultura saúde-doença-cura-cuidados articulada com os saberes dos povos indígenas, do povo Yanomami, e com estratégias de atenção em saúde no território. Thalita destaca na resenha o depoimento de Daniel Yanomami, no qual ele diz como gostaria de ser representado no documentário.

Em entrevista, a pesquisadora Diádiney Helena de Almeida propõe, metaforicamente, pintarmos de urucum, jenipapo e poá um discurso científico e da saúde baseados no método extrativista que permanece no tempo. A historiadora narra sua trajetória de vida articulada com suas pesquisas sobre curadores populares no Brasil, compreendendo sua trajetória na ciência como “um caminho formado de muitas vozes, cheiros de ervas e de sons de folhas e galhos estalando no chão”. Em editorial, os editores científicos da Reciis, Igor Sacramento, Christovam Barcellos e Kizi Mendonça de Araújo, convocam a comunidade científica a refletir sobre “um equilíbrio precário entre paixão, vocação e pressão” que configura o trabalho do editor científico num cenário competitivo e instável financeiramente que tem caracterizado a produção e disseminação da ciência no Brasil.

Por meio de submissão em fluxo contínuo, esta edição apresenta ainda artigos originais que versam sobre a relação entre comunicação, informação e saúde em temas como: literacia em saúde, Atenção Primária, comunicação em saúde nas redes sociais e pesquisas sobre a doença de Alzheimer na América Latina e no Caribe.

Sobre a Reciis

A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis), editada pelo Icict desde 2007, é um periódico interdisciplinar de acesso aberto. Seus textos são inéditos, em português, inglês, espanhol ou francês, com temas de interesse para as áreas de comunicação, informação e saúde coletiva. A Reciis é uma das iniciativas da Política de Acesso Aberto, pois não cobra taxa de processamento de artigos. Ela faz parte do Portal de Periódicos Fiocruz junto com outras oito publicações que oferecem livre acesso aos seus conteúdos.

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Publicado em 13/06/2017

Exposição interativa do Museu da Vida explora o universo do Aedes aegypti

Buscar, identificar e capturar o mosquito Aedes aegypti numa espécie de caça ao inseto. Acompanhar o voo do mosquito dentro de um apartamento por meio de óculos Virtual Reality (VR). Esses jogos e outras atividades compõem a exposição “Aedes: que mosquito é esse?”, produzida pelo Museu da Vida com patrocínio da Sanofi, que inaugura em 14/6, na Casa da Ciência da UFRJ, em Botafogo, no Rio. A entrada é gratuita.

Dividida em seis módulos - como “Dengue”; “Zika”; “Chikungunya”; “Os vírus – por dentro dos vírus" e "Um mosquito doméstico – o zumzumzum da questão" –, a mostra passeia pelo universo do inseto e usa tecnologia de última geração e material multimídia. A iniciativa é apoiada pela Rede Dengue, Zika e Chikungunya da Fiocruz, que coordena, na instituição, as diversas ações integradas para o controle do Aedes.  

Uma escultura de mosquito fêmea com mais de dois metros – criação do artista plástico Ricardo Fernandes – recepciona o visitante para estimulá-lo a explorar diferentes partes do Aedes. Sensores de proximidade distribuídos pelo modelo 3D, ao serem acionados pelo público, projetam informações em uma tela sobre a anatomia e outros detalhes do mosquito.

Passeando pela mostra, o público encontrará diversas atividades interativas, como o “Quintal Interativo”, em que é possível observar, com lupas, o ciclo de vida do mosquito, desde o ovo até a fase adulta. Além disso, a ideia é encontrar potenciais criadouros do vetor, como pneus, caixas d’água destampadas e garrafas armazenadas de maneira incorreta. 

Já o jogo “Detetive da Dengue” apresenta cenários com possíveis criadouros: o participante deve identificá-los e tocá-los para eliminar a ameaça. Quem encontrar e bloquear mais focos ganha a partida e acumula pontos para a próxima fase, com nova missão. Ainda na exposição, o público poderá assistir aos documentários "O mundo macro e micro do mosquito Aedes aegypti – para combatê-lo é preciso conhecê-lo" e "Aedes aegypti e Aedes albopictus: uma ameaça nos trópicos", dirigidos por Genilton José Vieira, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Ao longo da temporada, serão oferecidas atividades complementares, como oficinas de máscaras, gravuras em isopor, animações em GIF, talk show, sessões de cineclube para grupos escolares e oficinas para professores. Para mais informações sobre essas atividades, ligue para a Casa da Ciência no telefone (21) 3938-5444. 

Entrada gratuita | Classificação etária: livre
De 14/6/2017 a 27/8/2017
Terça a sexta, das 9 às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 10 às 20h
Local: Casa da Ciência da UFRJ - Rua Lauro Müller, 3 - Botafogo, Rio de Janeiro - RJ

Oficinas e atividade surpresa: as senhas serão distribuídas no local 30 minutos antes
Oficinas para professores e talk show: inscrições pelo site da Casa da Ciência
Agendamento de escolas e grupos: (21) 3938-5444 / www.casadaciencia.ufrj.br / escolas@casadaciencia.ufrj.br


Fonte: Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz)

 

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