O ano de 2024 tem sido marcado pela comemoração de uma década da publicação da Política de Acesso Aberto da Fundação Oswaldo Cruz. Nesse período, a instituição ganhou reconhecimento nacional e internacional por seu compromisso pela promoção do acesso aberto ao conhecimento e da defesa da ciência aberta, mas ainda há desafios.
Para celebrar os 10 anos da política e abordar os desafios e caminhos nos próximos ciclos, a Rede de Bibliotecas Fiocruz realiza em outubro seu encontro anual em torno do tema 'Democratização do Acesso à Informação'.
O 18º Encontro da Rede de Bibliotecas da Fiocruz será realizado na Biblioteca de Manguinhos entre os dias 29 e 30/10, com mesas redondas e atividades integradoras.
No primeiro dia, a programação conta com mesa de abertura, às 14h, seguida de mesa-redonda sobre a transformação digital na era do acesso aberto e as estratégias para bibliotecas e cientistas. Participam da mesa: Adriana Ferrari (FEBAB), Maria Luisa Carvalho (UERJ) e Dempsey de Lima Bragante (UFF). A mediação será de Adrianne Oliveira (COC/Fiocruz). Ao final, haverá café de encerramento.
No segundo dia, após café de recepção, haverá mesa redonda sobre as diretrizes e curadoria no Catálogo Mourisco, sistema de catalogação que integra os acervos bibliográficos da Fiocruz. Os temas apresentados incluem a política de indexação, padronização da coleção Identidade, curadoria e vocabulário controlado. Participam da sessão: Adriano Silva e Glauce de Oliveira (BibSP/Icict/Fiocruz), Giovania Jesus e Mariana Velozo (Coordenção Rede de Bibliotecas Fiocruz) e Adrianne Oliveira (COC/Fiocruz).
À tarde, a sessão temática aborda questões de inovação e padronização no gerenciamento de bibliotecas. Os temas abordados serão o manual de normalização, o novo sistema do Catálogo Mourisco e as estratégias de modernização das bibliotecas. Participam da sessão: Eliane Monteiro (COC/Fiocruz), Viviane Veiga (Coordenação Rede de Bibliotecas) e Adriano Silva (BibSP/Icict/Fiocruz).
Semana Internacional do Acesso Aberto
As atividades integram a programação da Semana Internacional do Acesso Aberto, que, a partir de 21/10, contempla um calendário nacional e internacional de atividades sobre o tema. A Fiocruz também terá outras atividades nesse período, incluindo uma Aula Aberta do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), no dia 23/10. O tema será '10 anos da Política de Acesso Aberto na Fiocruz: a comunidade acima do comercial'. O evento acontece online e a programação pode ser consultada nos sites do programa e do Icict.
O evento terá transmissão online pelo canal da VideoSaúde. Para participar, inscreva-se pelo link bit.ly/RedeBibliotecas-2024.
10 anos da Política de Acesso Aberto da Fiocruz
Reafirmando seu compromisso com a democratização do conhecimento e do acesso à informação científica, a Fiocruz criou a Política de Acesso Aberto em um processo participativo e amplo, envolvendo todas as unidades da Fundação. Seu principal instrumento é o Repositório Institucional Arca, que atualmente reúne teses, dissertações, artigos e outros materiais de estudos e pesquisas, além de divulgação científica e até dados abertos, por meio do repositório Arca Dados.
O Icict publicou, no primeiro semestre, um selo comemorativo, que vem destacando a política na comunicação institucional da Fiocruz. Saiba mais sobre o selo, elaborado pelo Multimeios, no Portal Fiocruz.
18º Encontro da Rede de Bibliotecas
29/10 - 14h às 16h
30/10 - 9h às 16h
Local: Salão de Periódicos da Biblioteca de Manguinhos. Capacidade: 60 lugares.
Programação: www.icict.fiocruz.br/eventos
Inscrições: bit.ly/RedeBibliotecas-2024
Transmissão online: www.youtube.com/videosaudefio
Através da Vice-presidência de Educação, Infomação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de publicar a lista de propostas homologadas para o edital de Divulgação Científica 2019.
Com esta iniciativa, a Fiocruz busca inspirar cientistas da instituição a protagonizar o processo de mediação entre ciência e sociedade, incrementando seu diálogo com os cidadãos. As propostas de projetos de divulgação científica foram apresentadas por cientistas de níveis acadêmicos diferenciados e distintas áreas do conhecimento. Acesse o edital e saiba mais.
A divulgação das propostas aprovadas está prevista, de acordo com o edital, para o dia 12 de agosto. Acompanhe pelo Campus Virtual Fiocruz!
A Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS/Fiocruz/MS) está com matrículas abertas para a nova turma do curso online sobre Saúde da População Negra. Profissionais de saúde e demais interessados no tema podem se inscrever até o dia 8 de novembro, pelo link. A capacitação é uma ação do Ministério da Saúde, por meio das Secretarias de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP). Produzido pela Secretaria Executiva da UNA-SUS, o curso é pautado na Política Nacional da Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e aborda temas que impactam no atendimento da população no SUS, como o racismo institucional.
O objetivo é fornecer subsídios aos profissionais de saúde para que possam atuar considerando o cuidado centrado na pessoa e na família, com base nas instruções da diretriz. Assim, o curso possibilita a ampliação dos conhecimentos para promover um atendimento integral e adequado às especificidades de saúde da população negra. De maneira mais abrangente, pretende-se alertar os profissionais de saúde para que, em sua rotina de trabalho, identifiquem as iniquidades étnico-raciais que impactam sobre a saúde da população negra, monitorem e avaliem os resultados das ações para prevenção e combate dessas iniquidades.
A secretária da SGEP, Gerlane Baccarin, conta que a iniciativa de criar do curso surgiu da necessidade de implementar ações de educação permanente específicas para atender às populações socialmente mais vulneráveis e em situação de iniquidade no acesso à saúde. “Este curso é uma possibilidade de democratizar o saber e o fazer para profissionais da área de saúde na formação. É uma estratégia que auxilia na tomada de consciência dos avanços promovidos na área de conhecimento, gerando processos continuados de acesso a informação”, afirma. Para a secretária, a educação a distância com essa temática impulsiona o crescimento, nos sentidos político-sociais, econômicos, pedagógicos e tecnológicos dos profissionais de saúde.
Aprendizado
A identificação com o tema foi a maior motivação da estudante de psicologia Alice Santos, que é negra e faz estágio em uma equipe de saúde da família no Rio Grande do Sul, para fazer o curso. Ela avalia que todos os conteúdos abordados são extremamente pertinentes e pouco divulgados, tanto para estudantes e profissionais, quanto para a população em geral. Alice destaca a agregação de conhecimento sobre a Política Nacional de Saúde da População Negra como um dos principais aprendizados. “Pude perceber como nossas matrizes podem ser preservadas no meio de saúde pública, respeitando nossa ancestralidade e religiosidade, especificidades que são muitas. Inclusive, causas de questões históricas que envolvem, muitas vezes, uma tríade de raça, classe, gênero e até outras questões, além de pensar em manejo e instrumentalização para lidar com racismo institucional”, comenta.
Para a ex-aluna do curso e articuladora de rede intersetorial de/sobre álcool e outras drogas no Projeto Redes (Fiocruz/Senad), Edna Mendonça, a discussão sobre os determinantes sociais como fatores de exclusão e dificultadores do acesso à saúde da população negra favoreceu o seu entendimento sobre como o racismo se apresenta no campo da saúde e os prejuízos causados por ele aos usuários do SUS. “Esse aprendizado favoreceu a reflexão sobre as práticas de cuidado em saúde e a importância da participação social para a implementação das políticas públicas locais, regionais e/ou nacionais”, conta. “A possibilidade de ampliar o olhar sobre o racismo e as condições de vida da população negra no Brasil nos faz trabalhar para que a implementação dessa política pública se efetive e o acesso à saúde seja de fato igualitário. Os conteúdos vão muito além das questões técnicas e biomédicas, pois norteiam todo o cuidado em saúde”, afirma.
A nutricionista Deborah Albuquerque destaca a qualidade do material, que considera excelente. "O assunto foi abordado de maneira extremamente didática, o que facilitou a compreensão e contribuiu para aquisição de conhecimento permanente, com questões práticas e cotidianas”.
O curso em números
O curso Saúde da População Negra é uma das capacitações mais populares da UNA-SUS. Lançada em 2014, teve 31.630 matrículas e 3.099 profissionais certificados nas suas quatro turmas anteriores. Os estados com maior número de inscrições foram São Paulo (2.509), Bahia (2.265) e Minas Gerais (1.720).
Para saber mais sobre esse e outros cursos da UNA-SUS acesse: www.unasus.gov.br/cursos.
Fonte: UNA-SUS
Uma base de dados bibliográficos que reunisse a ciência da saúde produzida na América Latina e Caribe — e que, até então, tinha pouca visibilidade nos índices de comunicação científica internacionais. Foi com este propósito que nasceu, em 1967, a Biblioteca Regional de Medicina (Bireme), como um centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) / Organização Mundial da Saúde (OMS) com sede em São Paulo. Cinquenta anos depois, o nome “Bireme” é reconhecido como um bem-sucedido esforço em democratizar o acesso à informação científica e técnica em saúde. Hoje, a antiga biblioteca regional chama-se Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, e é referência no trabalho em rede que tem ajudado a consolidar grandes avanços nas ciências da saúde.
Saiba mais sobre a história da Bireme no hotsite que comemora seus 50 anos.
Um dos principais frutos desta trajetória é a LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), o mais importante e abrangente índice da literatura científica e técnica da América Latina e Caribe. Até o fechamento desta matéria, a base contabilizava mais de 750 mil registros, entre artigos científicos, teses, áudios, vídeos, livros, resumos de pesquisa, trabalhos apresentados em congressos, projetos etc. Destes, mais de 350 mil estão em acesso aberto. Ou seja, disponíveis na íntegra, para qualquer internauta que queira consultar seu conteúdo.
“Até a década de 1960, a ciência da saúde feita na América Latina e no Caribe tinha pouca visibilidade nas bases de dados bibliográficos. O acesso à produção científica ficava concentrado em sistemas como o Medline, da Biblioteca Nacional de Medicina do Estados Unidos, corroborando a hegemonia do pensamento produzido neste país e na Europa”, explica a bibliotecária Luciana Danielli, coordenadora das Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVSs) da Fiocruz, um dos projetos feitos em parceria com a Bireme. “Com o surgimento da então chamada Biblioteca Regional de Medicina, foi possível instaurar um novo olhar sobre a forma de agrupar e de tornar disponível o enorme conhecimento científico que vinha sendo produzido na América Latina e no Caribe. Seu impacto foi enorme, porque não apenas ajudou a divulgar essa produção científica, como também estimulou o trabalho em rede, colaborativo, que é tão caro à evolução da ciência nessa região”, completa.
Cooperação
Com o passar dos anos, a missão de ampliar as fontes de informação nesta região expandiu-se para a formulação de projetos de cooperação técnica, que têm contribuído decisivamente para o desenvolvimento de políticas, programas, padrões, metodologias, tecnologias, projetos, produtos, serviços, eventos e atividades de informação científica e técnica em saúde, em cooperação com instituições nacionais, regionais e internacionais,— tudo em consonância com a estratégia da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) / Organização Mundial da Saúde (OMS) para atender às prioridades dos países da região. Atualmente, a Bireme atua em cooperação com 37 países e 2 mil instituições, dentro e fora da América Latina e do Caribe.
“A criação da Bireme sofisticou as bases de dados sobre os temas da ciência e da saúde, criando um espaço de convergência do conhecimento que é precioso para o trabalho de profissionais da saúde e cientistas, para as grandes descobertas científicas e para o combate às epidemias e doenças características de nosso continente, entre inúmeras outras coisas. Além disso, sua existência fomentou parcerias, cooperações e trabalhos em rede que tiveram grande impacto para a melhoria das condições de vida e da saúde das populações”, destaca Fátima Martins, coordenadora da Rede de Bibliotecas Físicas da Fiocruz.
O desenvolvimento tecnológico e a popularização da Internet também foram marcantes na trajetória da Bireme. Entre os anos 80 e 90, o centro promoveu o uso de computadores em bibliotecas, tanto para a produção descentralizada da base LILACS quanto para a pesquisa bibliográfica em CD-ROM, que passou posteriormente a operar através da Internet. É desta época também a criação do vocabulário Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), que contém a tradução do Medical Subject Headings (MeSH) ao português e espanhol. Foi também a Bireme, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que criou o SciELO – Scientific Electronic Library Online, um modelo pioneiro de publicação em acesso aberto de periódicos científicos na Internet.
Hoje, os desafios do Centro estão concentrados, sobretudo, em ampliar a capacidade de atuação, dentro e fora da América Latina e do Caribe e em fortalecer a cooperação técnica nos países prioritários para a Opas/OMS e as alianças com outras instituições, como define o diretor, Dr. Diego González. “Queremos aperfeiçoar os processos de decisão nos sistemas de saúde, utilizando evidências de pesquisa científica para responder às demandas dos gestores e profissionais dos serviços de saúde. Outro objetivo é fortalecer a capacidade da Bireme e da Rede da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) em processos e tecnologias de aprendizagem em rede, bem como ampliar a participação em ações de capacitação presenciais e a distância. Desenvolver e fortalecer continuamente o capital humano, intelectual e social é uma meta que não sai de nosso foco”. A Bireme também pretende continuar ampliando as redes de produtos, serviços e eventos em informação científica, e fortalecer seus canais de comunicação institucional.
Por: Portal Fiocruz