O Atlas da Amazônia Brasileira já está disponível na versão digital em acesso aberto e deve se tornar leitura obrigatória para quem deseja se aprofundar no tema Amazônia, no ano em que os olhares do mundo se voltam para a região em função da COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém. Com um total de 32 artigos assinados por estudiosos, lideranças comunitárias e instituições da sociedade civil, a publicação traz, entre os trabalhos, um assinado por um epidemiologista e pesquisador da Fiocruz. No capítulo Saúde e medicinas, há um alerta para o agravamento da precarização sanitária da Amazônia, como resultado do avanço de atividades predatórias, incluindo o desmatamento e a exploração mineral. O Atlas pode ser acessado, gratuitamente, pelo site da Fundação Heinrich Böll, nos formatos impresso e digital.
Segundo o pesquisador Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, o avanço de atividades predatórias tem impactos sanitários, sobretudo numa região onde o acesso à saúde pública é dificultado por peculiaridades territoriais e saneamento básico precário. Promover acesso à saúde e valorizar conhecimentos tradicionais é importante para combater esse quadro, conforme explica o autor. “Devido a sua extensão territorial, diversidade sociocultural e peculiaridades do clima, vegetação e relevo, os desafios sanitários na Amazônia são historicamente complexos e contrastantes, não apenas ao se confrontar cenários entre populações urbanas e rurais, acesso a serviços de saúde em municípios de menor e maior porte populacional, condições de vida e saúde entre indígenas e não-indígenas, mas ao se comparar indicadores de saúde da população geral da Região Norte àqueles da sudeste e sul do país”, pontua.
O pesquisador ressalta que, nas últimas quatro décadas e em contexto de extremas mudanças climáticas, o bioma amazônico tem sido criticamente ameaçado pelo avanço predatório do agronegócio e da pesca industrial, da extração ilegal de madeira e de ouro, bem como pelas devastadoras queimadas de extensas áreas florestais. “Essas intervenções, em maior ou menor intensidade, têm impactado negativamente a saúde humana, seja mediante resíduos potencialmente tóxicos no ar, água e solo ou mesmo alterando a relação entre humanos e diferentes seres vivos, a exemplo do que ocorre com doenças endêmicas, dentro e fora de centros urbanos”, afirma. Na Região Norte, segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento de 2017 do IBGE, a porcentagem para os volumes diários de esgoto gerado e tratado foi de apenas 16,4%, a menor entre as regiões do Brasil.
“Os dados são condizentes com a elevada ocorrência de Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI). Não é coincidência que, em 2021, o número de internações hospitalares por dengue no Norte aumentou 27%, em comparação a 2020, contrariando o padrão nacional de queda. Em geral, este padrão se repete para internações por leptospiroses ou diarreia e gastroenterite com origem infecciosa presumível. Nesse precário cenário de saneamento, há um leque de doenças infecciosas e negligenciadas, endêmicas em regiões de baixo desenvolvimento humano e social, associadas a incapacidades, adoecimento e mortes evitáveis”, destaca Orellana, no artigo.
O pesquisador explica que, entre os exemplos mais impactantes, em termos de carga de doença, estão a malária, a tuberculose, o HIV/Aids e a febre amarela. “O mosaico sanitário amazônico, ainda conta com o trágico desenvolvimento de epidemias de doenças emergentes e reemergentes, como a febre oropouche em 2024, com inéditos 5.644 casos confirmados até 03 de setembro ou 71,2% do total nacional. A pandemia de Covid-19, além do seu indiscutível impacto sobre a mortalidade, sobretudo em Manaus, ao protagonizar chocantes colapsos funerários, hospitalares e ambulatoriais, parece ter ampliado vulnerabilidades assistenciais e socioeconômicas, fertilizando o cenário à deflagração de mais efeitos residuais pandêmicos”, revela.
O epidemiologista chama a atenção também para o excesso de suicídios, entre março de 2020 e fevereiro de 2022, em mulheres com 30-59 anos (27%), bem como os cerca de 70% de mortes maternas excedentes no norte amazônico, entre março de 2020 e fevereiro de 2022. “Esses dados refletem bem a gravidade da crise sindêmica, dado o claro comprometimento de indicadores de Saúde e Bem Estar que o Brasil havia se comprometido a melhorar no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Outra grave ameaça é a recusa vacinal, sobretudo em crianças com um ano ou mais. No fim de 2022, as coberturas vacinais da tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), da tríplice bacteriana (difteria, tétano e pertussis) e da hepatite A, se situaram abaixo de 7%, 55% e 60%, respectivamente. Abaixo das coberturas de outras regiões do Brasil e longe dos 95% esperado”, evidencia.
Medicina indígena
Na publicação, Jesem Orellana divide espaço com o líder indígena, ativista e educador amazonense Gersem Baniwa, que aborda a questão da medicina indígena. Para ele, assim como na medicina, a arte de cuidado de saúde e cura dos povos indígenas é balizada pelas teorias, fundamentos e concepções que constituem um conjunto de elementos concretos e “abstratos” (elementos fitoquímicos e metafísicos), e praticados de forma especializada pelas pessoas que passaram por formação para exercer tal ofício. “Cada povo tem suas próprias instituições de formação de seus especialistas. Assim, os especialistas indígenas são pessoas que passaram por uma rigorosa formação e treinamentos, sob orientação de especialista formador. As noções de doença e saúde não se restringem ao aspecto biológico”, descreve.
De acordo com Baniwa, esse é o ponto central que diferencia a medicina indígena do modelo biomédico de cuidado de saúde, que intervém sobre o corpo a partir da noção do meramente biológico. “Os estudos entre os povos indígenas do Alto Rio Negro, mostram que as tecnologias de cuidado de saúde e cura são fundamentalmente: bahsesse (benzimentos), fórmulas metaquímicas e metafísicas evocadas pelos especialistas para proteção, tratamento e curar de doenças, além de plantas medicinais”, explica.
O Atlas
O Atlas da Amazônia Brasileira é uma iniciativa da Fundação Heinrich Böll, da Alemanha. Com conselho editorial formado pelas jornalistas Kátia Brasil e Elaíze Farias, fundadoras da agência Amazônia Real, a ambientalista Ângela Mendes, o geógrafo Aiala Colares Couto, o antropólogo João Paulo Barreto e a pesquisadora Marcela Vecchione-Gonçalves, entre outros, o Atlas busca descontruir estereótipos da região. “Trata-se de um conteúdo que visa contribuir para uma urgente mudança de perspectiva, para que pessoas do Brasil e do mundo possam conhecer a Amazônia novamente, desta vez sob a perspectiva dos diversos habitantes da região”, observa o Conselho Editorial, citando a gama de artigos produzidos por uma maioria de autores originários de diferentes partes da Amazônia, considerando também uma diversidade racial, étnica e de gênero.
Como as teorias e conceitos de Comunicação e Saúde se encontram nas práticas comunicacionais das instituições de saúde? Esta é uma das questões a serem investigadas para o dossiê ‘Comunicação nas instituições de saúde e saúde na comunicação’ da Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis). O prazo de submissão de artigos originais para esta coletânea vai até 26 de setembro de 2024 e a publicação está prevista para o mês de fevereiro de 2025.
Conforme as editoras convidadas para o dossiê, Sabine Righetti (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp) e Mariella de Oliveira-Costa (Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz/Brasília), a proposta da coletânea tem o objetivo de olhar para as atuais práticas de comunicação de instituições de pesquisa públicas e privadas na área de saúde, bem como hospitais, universidades e outras, e promover uma reflexão sobre o que está sendo feito e o que pode ser feito no campo a fim de dar respostas concretas aos desafios e oportunidades de se comunicar saúde na realidade cotidiana.
A proposta do dossiê particulariza com centralidade os seguintes subeixos temáticos, privilegiando a relação comunicação, saúde e instituições:
Editoras convidadas
Sabine Righetti (Universidade Estadual de Campinas - Unicamp) é pesquisadora e professora no Labjor-Unicamp, coordenadora do Programa Mídia Ciência (Fapesp) e Co-fundadora da Agência Bori. Tem mestrado e doutorado em política científica e tecnológica pela Unicamp. É professora e orienta pesquisas na Especialização em Jornalismo Científico do Labjor-Unicamp e no Programa de Mestrado em Divulgação Científica e Cultural da Unicamp, trabalhando com comunicação social da ciência, jornalismo científico, percepção pública da ciência e da tecnologia, avaliação e indicadores de ciência e de ensino superior.
Mariella de Oliveira-Costa (Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz/Brasília) é pesquisadora e professora permanente do Programa de Pós-graduação/Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde (Fiocruz-Brasília) e coordenadora adjunta da especialização em Comunicação em Saúde. Docente convidada do Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde) para a disciplina de Comunicação Científica. Doutora em Saúde Coletiva (Universidade de Brasília-UnB, 2017). É mestre em Tocoginecologia na área de Ciências Médicas (Universidade Estadual de Campinas- Unicamp, 2008). É servidora pública da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, com atividades de ensino, pesquisa e jornalismo na Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília e Escola de Governo Fiocruz - Brasília.
Normas e preparação de artigo
A Reciis é uma das iniciativas da Política de Acesso Aberto da Fiocruz; é um periódico diamante, sem qualquer cobrança de taxa para submissão ou publicação de textos. Recebe textos em fluxo contínuo e a partir de chamadas públicas para dossiês temáticos. Publica textos inéditos de interesse para as áreas de comunicação, informação e saúde; em português, inglês, espanhol ou francês.
Ao submeter o trabalho, é necessário preencher a categoria Dossiê Comunicação nas instituições de saúde e saúde na comunicação. Caso a categoria não esteja indicada, o manuscrito será considerado para a avaliação do fluxo regular da revista. Outras informações no site: www.reciis.icict.fiocruz.br
As normas do periódico podem ser consultadas na seção ‘Submissões’. No caso de dúvidas, escreva para o e-mail: reciis@icict.fiocruz.br.
Prazo de submissão: até 26/9/2024
Estimativa de publicação: Fevereiro de 2025
Ao submeter o trabalho, por favor, use a categoria Dossiê Comunicação nas instituições de saúde e saúde na comunicação.
Confira aqui mais informações sobre a submissão e referências.
Arte: Vera Fernandes (Ascom/Icict/Fiocruz)
Os pesquisadores do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) tiveram seu trabalho Exploring the Resurgence of a Neglected Disease: Lessons from the 2023–2024 Mpox Outbreak in Rio de Janeiro, Brazil (Explorando o ressurgimento de uma doença negligenciada: Lições do surto de Mpox de 2023-2024 no Rio de Janeiro, Brasil) destacado no editorial A Second Mpox Outbreak in Brazil: A Call for Action to Guarantee Equity in Access to Health Innovations da revista Clinical Infectious Diseases (CID).
O editorial destaca que é preciso garantir a equidade no acesso a inovações em saúde. Ele enfatiza a importância de envolver as comunidades afetadas, melhorar a vigilância, desenvolver ferramentas de diagnóstico avançado e garantir o acesso a vacinas e tratamentos para controlar o surto de Mpox, que afeta de forma desigual países do Sul Global, como ilustrado recentemente na situaçao atual do Congo. Com isso, apresenta e destaca a importância do artigo, que descreve ineditamente um novo surto de Mpox com transmissão sustentada no Rio de Janeiro, após período sem transmissão de casos.
O artigo teve como autora principal a médica infectologista e pesquisadora Mayara Secco, com coautoria de outros pesquisadores e pesquisadoras do INI/Fiocruz; do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e da participação das pesquisadoras Valdilea Veloso, diretora do INI; e Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em IST, HIV/Aids (LapClin Aids) do INI. Veja lista completa dos autores ao final do texto.
O trabalho descreve o ressurgimento do Mpox no período de 2023 a 2024 no Rio de Janeiro, Brasil. Além disso, defende a importância da vigilância contínua, aliada a medidas preventivas como a vacinação em populações vulnerabilizadas e opções de tratamento contra a doença.
Os pesquisadores enfatizam a necessidade de distribuição equitativa de tecnologia de saúde global para combater doenças emergentes. Eles também ressaltam a importância da colaboração com as comunidades afetadas para desenvolver respostas de prevenção e tratamento contra o Mpox, sobretudo em países do Sul Global, que enfrentam dificuldades de acesso às medidas de prevenção e tratamento do Mpox.
Os autores destacam ainda a necessidade de aprimorar as estratégias de vigilância para detectar infecções emergentes, especialmente dentro do contexto dos serviços de cuidados e prevenção do HIV/aids.
Lista completa dos autores e autoras do artigo:
Mayara Secco Torres Silva, (1), Carolina Coutinho, (1) Thiago Silva Torres, (1) Monica Avelar Magalhães, (2) Carolyn Yanavich, (1) Amanda Echeverría-Guevara, (1) Matheus Oliveira Bastos, (1) Pedro Silva Martins, (1) Maira Braga Mesquita, (1) Paula Pereira de Souza Reges, (1) Maria Roberta Meneguetti, (1) Ana Paula Lovetro Santana, (1) Marcela Terra, (1) Estevão Portela Nunes, (1) Flavia Cristina Serrão Lessa, (1) Ronaldo Ismério Moreira, (1) Eduardo Mesquita Peixoto, (1) Karolyne Wolch de Almeida Paulo, (3) Andryelle Cristina Sant’Ana, (3) Edson Elias da Silva, (3) Sandra Wagner Cardoso, (1) Valdilea Gonçalves Veloso, (1); e Beatriz Grinsztejn (1).
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)–Fiocruz Mpox Study Group. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil;
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil; e
Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil
* Edição: Alexandre Magno
As inscrições para as chamadas internas 2024 para Seleção de Professor Visitante no Exterior Júnior/Sênior e Seleção de Professor Visitante no Brasil para estadia de curta duração, do Programa Institucional de Internacionalização – Capes/PrInt-Fiocruz tiveram suas datas limites de inscrições prorrogadas. Ambas as seleções estão disponíveis até 2 de abril. A Coordenação-Geral de Educação, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a responsável pela coordenação dos processos de seleção, divulgação do resultado, gerenciamento e execução dos recursos, segundo as regras do Capes/PrInt-Fiocruz.
Confira as oportunidades:
Chamada 07/2024 - Seleção de Professor Visitante no Exterior Júnior/Sênior
Selecionará servidores efetivos e ativos da Fiocruz, que sejam credenciados como orientadores dos Programas de Pós-Graduação que participam do Programa Capes/Print-Fiocruz. A chamada divide-se nas categorias Júnior, voltada a pesquisadores com titulação de doutorado obtida há, no máximo, 10 anos, e Sênior, com titulação obtida há mais de 10 anos.
Serão ofertadas três bolsas para Júnior e cinco para Sênior, com vigência de três meses, impreterivelmente, de agosto a outubro de 2024, quando se encerra o Programa Capes PrInt. As inscrições podem ser feitas até 2/4/2024 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Chamada 08/2024 - Seleção de Professor Visitante no Brasil para estadia de curta duração
Selecionará professores estrangeiros para ministrar cursos de curta duração nos Programas de Pós-Graduação vinculados ao Programa Capes/Print-Fiocruz. A proposta de participação do professor visitante no Brasil deverá ser encaminhada por servidor ativo, em efetivo exercício na Fiocruz, com atuação como docente em um dos Programas de Pós-Graduação da Fiocruz que integram o Programa Capes/PrInt-Fiocruz.
Oito bolsas serão ofertadas, com vigência de 15 ou 30 dias, para atividades em agosto ou setembro de 2024. As inscrições vão até 2/4/2024 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Chamada 06/2024: Seleção para concessão de auxílio para artigo em periódico científico
Visa pagar a taxa de publicação de artigos científicos já aceitos e/ou serviços de revisão técnica e revisão do manuscrito, realizados por empresa especializada, em outro idioma. O auxílio será concedido a artigos científicos que sejam produtos diretos da mobilidade promovida por bolsas do Programa Capes/Print-Fiocruz ou de parceria internacional. Um dos coautores do texto deve ser afiliado a instituição de ensino superior estrangeira.
A solicitação pode ser feita até 15/6/2024 ou até o término dos recursos financeiros disponibilizados, no Campus Virtual Fiocruz.
A revista Nature, renomada publicação científica internacional, acaba de publicar o artigo 'A promoção da equidade de gênero na força de trabalho científica e de saúde é essencial para melhorar a saúde das mulheres', de autoria das pesquisadoras da Fiocruz Cristiani Vieira Machado, Cristina Araripe e Maria Auxiliadora Mendes Gomes. O texto aborda as múltiplas causas por trás das desigualdades de gênero na saúde das mulheres, desde lacunas no desenvolvimento científico até discriminação estrutural e violência de gênero. Destaca ainda a importância de enfrentar essas desigualdades por meio de políticas públicas abrangentes e específicas voltadas à equidade, bem como a relevância do reconhecimento e combate às práticas discriminatórias e prejudiciais às mulheres em todos os níveis da sociedade. O artigo foi publicado em inglês e está disponível para acesso no site da Nature.
A publicação traz questionamentos acerca da crucial importância de se promover a equidade de gênero na força de trabalho científica e de saúde para a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres. No texto, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, a coordenadora de Divulgação Científica da Fundação, Cristina Araripe, e a pesquisadora do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Maria Auxiliadora Mendes Gomes, apontam para a necessidade de uma abordagem interseccional para a compreensão das desigualdades de gênero e seus impactos na saúde das mulheres, destacando que as disparidades de gênero persistem globalmente e podem afetar as mulheres de várias maneiras. Elas afirmam ainda que aumentar a representação feminina em cargos de liderança na ciência e na saúde é fundamental para o alcance desse grande objetivo.
Apesar de serem maioria no setor saúde, mulheres são minoria em altas posições de liderança
Sobre o artigo, Cristiani — que é ligada ao Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola —, comentou a importância de promover a equidade de gênero na ciência e no setor saúde, especialmente nas posições de liderança, como uma estratégia fundamental para a redução das desigualdades em saúde que se manifestam no âmbito das questões de gênero. Ela ressalta que, apesar das mulheres serem a maioria no setor saúde, elas ainda são a minoria em altas posições de liderança. "Apenas um quarto das ministras da saúde no mundo, por exemplo, são mulheres. Na Fiocruz, as mulheres representam a maioria da força de trabalho, porém ainda não somos a maioria nos altos postos de direção, das unidades ou mesmo na presidência. Isso tem implicações para as escolhas em termos de políticas públicas, segundo a literatura, no que se refere aos investimentos feitos para dar respostas mais adequadas às necessidades de saúde das populações, especialmente das mulheres", defendeu ela.
O texto ressalta a necessidade urgente de aumentar a representação das mulheres em posições de tomada de decisão, tanto na política como na ciência e no setor saúde, a fim de fomentar mulheres a influenciarem mudanças positivas em suas próprias condições de saúde e na sociedade como um todo. Assim, o artigo se debruça na relevância da articulação entre gênero e saúde, e enfatiza a importância de uma abordagem ampla sobre as desigualdades de gênero para a efetiva melhoria da saúde e bem-estar das mulheres em todo o mundo.
É importante ressaltar que a Fiocruz é uma instituição comprometida com a promoção da equidade de gênero na Ciência, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos na Agenda 2030. Em 2019, instituiu o Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, que está presente em todo o Brasil, fomentando o debate sobre gênero em três grandes eixos: valorização das mulheres na ciência; Mais meninas na Fiocruz; e estudos e publicações em gênero, ciência e saúde.
Acesse a página do Programa no Portal Fiocruz e conheça as diversas iniciativas da instituição na área.
Estão nos últimos dias as inscrições para as chamadas internas 2024 para Seleção de Professor Visitante no Exterior Júnior/Sênior e Seleção de Professor Visitante no Brasil para estadia de curta duração, do Programa Institucional de Internacionalização – Capes/PrInt-Fiocruz. Ambas as seleções estão com inscrições disponíveis até 31 de março. A Coordenação-Geral de Educação, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a responsável pela coordenação dos processos de seleção, divulgação do resultado, gerenciamento e execução dos recursos, segundo as regras do Capes/PrInt-Fiocruz.
Confira as oportunidades:
Chamada 07/2024 - Seleção de Professor Visitante no Exterior Júnior/Sênior
Selecionará servidores efetivos e ativos da Fiocruz, que sejam credenciados como orientadores dos Programas de Pós-Graduação que participam do Programa Capes/Print-Fiocruz. A chamada divide-se nas categorias Júnior, voltada a pesquisadores com titulação de doutorado obtida há, no máximo, 10 anos, e Sênior, com titulação obtida há mais de 10 anos.
Serão ofertadas três bolsas para Júnior e cinco para Sênior, com vigência de três meses, impreterivelmente, de agosto a outubro de 2024, quando se encerra o Programa Capes PrInt. As inscrições podem ser feitas até 31/3/2024 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Chamada 08/2024 - Seleção de Professor Visitante no Brasil para estadia de curta duração
Selecionará professores estrangeiros para ministrar cursos de curta duração nos Programas de Pós-Graduação vinculados ao Programa Capes/Print-Fiocruz. A proposta de participação do professor visitante no Brasil deverá ser encaminhada por servidor ativo, em efetivo exercício na Fiocruz, com atuação como docente em um dos Programas de Pós-Graduação da Fiocruz que integram o Programa Capes/PrInt-Fiocruz.
Oito bolsas serão ofertadas, com vigência de 15 ou 30 dias, para atividades em agosto ou setembro de 2024. As inscrições vão até 31/3/2024 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Chamada 06/2024: Seleção para concessão de auxílio para artigo em periódico científico
Visa pagar a taxa de publicação de artigos científicos já aceitos e/ou serviços de revisão técnica e revisão do manuscrito, realizados por empresa especializada, em outro idioma. O auxílio será concedido a artigos científicos que sejam produtos diretos da mobilidade promovida por bolsas do Programa Capes/Print-Fiocruz ou de parceria internacional. Um dos coautores do texto deve ser afiliado a instituição de ensino superior estrangeira.
A solicitação pode ser feita até 15/6/2024 ou até o término dos recursos financeiros disponibilizados, no Campus Virtual Fiocruz.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Coordenação-Geral de Educação, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC), torna pública a abertura das chamadas internas 2024 do Programa Institucional de Internacionalização – Capes/PrInt-Fiocruz. As oportunidades são para os seguintes programas: Seleção para concessão de auxílio para artigo em periódico científico; Seleção de Professor Visitante no Exterior Júnior/Sênior; Seleção de Professor Visitante no Brasil para estadia de curta duração. A Coordenação-Geral de Educação será responsável pela coordenação do processo de seleção, divulgação do resultado, gerenciamento e execução dos recursos, segundo as regras do Capes/PrInt-Fiocruz.
Confira as oportunidades:
Chamada 06/2024: Seleção para concessão de auxílio para artigo em periódico científico
Visa pagar a taxa de publicação de artigos científicos já aceitos e/ou serviços de revisão técnica e revisão do manuscrito, realizados por empresa especializada, em outro idioma. O auxílio será concedido a artigos científicos que sejam produtos diretos da mobilidade promovida por bolsas do Programa Capes/Print-Fiocruz ou de parceria internacional. Um dos coautores do texto deve ser afiliado a instituição de ensino superior estrangeira.
A solicitação pode ser feita até 15/6/2024 ou até o término dos recursos financeiros disponibilizados, no Campus Virtual Fiocruz.
Chamada 07/2024 - Seleção de Professor Visitante no Exterior Júnior/Sênior
Selecionará servidores efetivos e ativos da Fiocruz, que sejam credenciados como orientadores dos Programas de Pós-Graduação que participam do Programa Capes/Print-Fiocruz. A chamada divide-se nas categorias Júnior, voltada a pesquisadores com titulação de doutorado obtida há, no máximo, 10 anos, e Sênior, com titulação obtida há mais de 10 anos.
Serão ofertadas três bolsas para Júnior e cinco para Sênior, com vigência de três meses, impreterivelmente, de agosto a outubro de 2024, quando se encerra o Programa Capes PrInt. As inscrições podem ser feitas até 31/3/2024 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Chamada 08/2024 - Seleção de Professor Visitante no Brasil para estadia de curta duração
Selecionará professores estrangeiros para ministrar cursos de curta duração nos Programas de Pós-Graduação vinculados ao Programa Capes/Print-Fiocruz. A proposta de participação do professor visitante no Brasil deverá ser encaminhada por servidor ativo, em efetivo exercício na Fiocruz, com atuação como docente em um dos Programas de Pós-Graduação da Fiocruz que integram o Programa Capes/PrInt-Fiocruz.
Oito bolsas serão ofertadas, com vigência de 15 ou 30 dias, para atividades em agosto ou setembro de 2024. As inscrições vão até 31/3/2024 pelo Campus Virtual Fiocruz.
Artigo publicado no livro Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil, da Fiocruz, constatou maior vulnerabilidade e sofrimento entre pessoas do grupo não-binário e mulheres durante o primeiro e segundo ano da pandemia. A pesquisa analisada no artigo foi realizada pelo Conselho Nacional da Juventude com 68 mil jovens nos anos de 2020 e 2021 e seus dados foram tratados por pesquisadores da Fundação. Esse é apenas um entre os artigos inéditos publicados no e-book gratuito da plataforma Agenda Jovem Fiocruz (AJF), lançado no Portal Fiocruz. O livro aborda o impacto da pandemia nas condições de vida, trabalho, estudo e saúde mental das juventudes a partir do olhar de pesquisadores da área de Brasília, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
+Acesse aqui o e-book: Jovens e saúde: revelações da pandemia no Brasil.
A publicação digital está dividida em dois blocos: Panorama - A pandemia do coronavírus: como os jovens foram afetados e Olhares sobre os dados da pesquisa de opinião: Juventudes e a Pandemia do Coronavírus. No primeiro, são tratadas informações do contexto social, político, econômico e de saúde relacionadas ao rejuvenescimento da pandemia – estudado e divulgado amplamente pela Fiocruz, particularmente no ano de 2021; no segundo, autores convidados trazem diferentes perspectivas sobre as condições de vida e saúde das juventudes brasileiras e os artigos são organizados em sessões temáticas: Saúde e autocuidado; Trabalho, território e educação; Gênero e raça; Informação e comunicação; Vida pública.
A apresentação da publicação é da presidente da instituição, Nísia Trindade Lima. Em seu texto, ela afirma que o livro foi pensado para ser de amplo acesso à população e valoriza seu potencial para subsidiar o trabalho de outros pesquisadores, gestores de políticas públicas, ativistas e lideranças sociais atentos às realidades e necessidades da população jovem.
André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz e um dos organizadores do livro, destaca a relevância de publicações como essa para reforçar reflexões e práticas dirigidas a esse segmento da população. Para ele, os resultados das análises publicadas revelam a importância de um olhar sobre a condição juvenil contemporânea em conformidade com os marcos legais de políticas públicas de juventude no Brasil.
“O campo da saúde tem um desafio duplo: avançar na compreensão da realidade cada vez mais complexa da juventude em sua diversidade etária e responder aos anseios dos jovens pelo direito à saúde. Essa publicação serve para amadurecer a reflexão sobre esses desafios”, afirma.
A Agenda Jovem Fiocruz é uma plataforma colaborativa voltada para as juventudes brasileiras que articula temas do Sistema Único de Saúde (SUS) com a Política Nacional da Juventude. A iniciativa conta com o suporte institucional da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz e é vinculada à Presidência da Fundação.
Confira aqui!
Aberta a chamada interna para concessão de auxílio para pagamento de serviço de revisão técnica de artigo em periódico científico. A seleção - Chamada Interna nº 06/2021 - é realizada pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação, por meio da Coordenação-Geral de Educação, visando o aprimoramento da qualidade da produção acadêmica vinculada à pós-graduação. O auxílio será concedido para artigos de autoria conjunta de discentes e docentes permanentes dos Programas de Pós-graduação inseridos no Programa PrInt Fiocruz-Capes. O pagamento contemplará apenas publicações em periódicos científicos que atendam à política de acesso aberto ao conhecimento da Fiocruz. A seleção acontecerá até 29 de outubro.
Vale ressaltar que somente serão financiadas nesta chamada solicitações para serviços técnicos com empresa especializada, visando à revisão técnica/edição do manuscrito nas fases de versão em outro idioma. Além disso, serão custeadas somente serviços para submissão em revista científica com avaliação igual ou superior a Qualis B1 na área da Capes em que o Programa de Pós-graduação estiver inserido e cujos resultados da pesquisa estejam vinculados a uma ou mais Redes do Programa PrInt Fiocruz-Capes (Ricei, Ricroni e Rides).
Os resultados apresentados nos artigos para apoio à publicação deverão ser publicados em inglês em revistas internacionais ou nacionais. No caso de periódicos científicos nacionais, somente serão aceitas publicações nas quais haja pelo menos um coautor afiliado à instituição no exterior. Somente serão aceitos artigos publicados em coautoria de discentes e docentes de PPG vinculado ao Programa PrInt Fiocruz-Capes. O primeiro autor ou o autor correspondente do artigo deve ser docente permanente e servidor da Fiocruz, podendo o discente (ativo ou egresso há no máximo cinco anos) ocupar qualquer posição de autoria.
A Chamada terá fluxo contínuo até 29 de outubro de 2021 ou até o término dos recursos financeiros disponibilizados para tal, que estão sujeitos a alterações ao longo do ano.
*Imagem: Freepik
Estudos métricos em informação são relevantes para a análise do conhecimento científico e a formulação de políticas públicas impulsionadas pelos novos saberes. No campo da Saúde, tais estudos colaboram com a prevenção e combate às doenças e agravos. No contexto da pandemia de Covid-19, sua relevância se acentua fortemente. Nesse sentido, a Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde (Reciis/Fiocruz) convida pesquisadores de métricas informacionais a submeterem trabalhos, até 19 de maio, para o dossiê Estudos métricos da informação científica em saúde. A publicação está prevista para o segundo semestre de 2021. Os trabalhos devem ser originais e privilegiar os estudos métricos aplicados ao campo da Saúde.
Eixos temáticos e normas
A Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde (Reciis), editada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), é um periódico interdisciplinar trimestral de acesso aberto, revisado por pares e sem ônus para o autor. Nela, publicam-se textos inéditos e em fluxo contínuo de interesse para as áreas de comunicação, informação e saúde; em português, inglês ou espanhol.
Os eixos temáticos para este dossiê são:
• Bases de dados e fontes de informação para a geração de indicadores de produção científica;
• Estudos de citação e genealogia científica, acadêmica e intelectual;
• Colaboração científica, grupos de pesquisa, mobilidade acadêmica e colégios invisíveis;
• Indicadores bibliométricos e cientométricos sobre a produção científica;
• Arquivometria em acervos arquivísticos;
• Métricas sobre acesso aberto e ciência aberta;
• Inovações metodológicas e técnicas nos estudos métricos da informação;
• Aplicações das leis bibliométricas e cientométricas;
• Métricas alternativas e webométricas na comunicação e avaliação da informação científica;
• Mapas e rankings sobre países, pesquisadores e instituições;
Os temas de interesse do dossiê se baseiam nos eixos consolidados no Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cientometria, espaço considerado referência entre os agentes atuantes no domínio das métricas informacionais.
Sobre os editores
Natanael Vitor Sobral: Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Realiza pesquisas sobre estudos métricos da informação com ênfase na área de saúde, representação da informação em bases de dados científicas, análise de redes sociais científicas, mapas temáticos, gestão científica e organizacional, administração de unidades de informação, indicadores para tomada de decisão, inovação e indicadores de inovação. Atualmente é Professor do Instituto de Ciência da Informação da UFBA.
Leilah Santiago Bufrem: Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Atua principalmente nos seguintes temas: ciência da informação, manuais didáticos, metodologia científica, educação e pesquisa em ciência da informação. Atualmente é professora visitante A no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação na Universidade Federal da Paraíba, professora Permanente na qualidade de Professora Visitante Sênior no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco e permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná.Outras informações na seção Notícias, da Reciis
Vale destacar que a Reciis adota a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz. Os leitores têm acesso aberto a todos os artigos imediatamente após a publicação. Além disso, a Reciis adota a Licença Creative Commons, CC BY-NC atribuição não comercial, conforme a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fundação Oswaldo Cruz. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos, desde que para uso não comercial e com a citação da fonte, conferindo os devidos créditos de autoria e menção à Reciis. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. Os autores são estimulados a realizarem o depósito em repositórios institucionais da versão publicada com o link do seu artigo na Reciis.
Confira as normas do periódico na seção Preparação do artigo.
No caso de dúvidas, escreva para o e-mail: reciis@icict.fiocruz.br