No âmbito das celebrações dos 125 anos da Fundação Oswaldo Cruz, a Editora Fiocruz, sempre atenta às demandas e necessidades de publicações que contribuam para ampliar os conhecimentos acadêmicos e subsidiar as práticas no âmbito do SUS, lança um novo edital para seleção de livros da coleção Fazer Saúde no SUS, originalmente denominada Fazer Saúde. Com a nova denominação, isto é, com o acréscimo de “no SUS”, a Editora Fiocruz pretende que os títulos publicados na coleção tenham um contorno mais preciso, enfoque no SUS e linguagem que alcance o público que se almeja.
Para melhores informações, clique para acessar a íntegra da Chamada Pública. Além das instruções informadas na referida chamada, os originais deverão estar de acordo com o teor das orientações disponíveis no documento Como Publicar da Editora Fiocruz.
Em relação às questões de ética e integridade de pesquisa, autores e organizadores devem seguir as diretrizes definidas pelos documentos Committee on Publication Ethics (Cope) – do qual a Fundação Oswaldo Cruz e seus periódicos são membros –, e pelo Guia de Integridade de Pesquisa da Fiocruz.
Atenção:
serão aceitos originais enviados no período de 1º de março de 2025 a 31 de maio de 2026;
todos os originais encaminhados serão avaliados por uma comissão editorial.
É importante frisar que a Editora Fiocruz segue recebendo para avaliação, via balcão, manuscritos e/ou coletâneas que não se enquadrem no escopo aqui estabelecido.
Em meio à crise de desassistência sanitária e nutricional que envolve o povo Yanomami, a Editora Fiocruz, em sinal de solidariedade, respeito e preocupação, disponibiliza em acesso aberto, em compromisso com a visibilidade das questões dos povos originários, a sua coleção sobre Saúde dos Povos Indígenas.
Acesse aqui toda a coleção em e-book disponível em acesso aberto.
Confira abaixo os títulos disponíveis:
A Cosmopolítica da Gestação, Parto e Pós-Parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku
A pesquisadora Raquel Paiva Dias-Scopel, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), levanta questões sobre a valorização e respeito à diversidade étnica e cultural dos povos indígenas e a difícil interface com o processos de medicalização e do direito ao acesso aos serviços de saúde biomédicos.
Primeira edição: 2018
Demografia dos Povos Indígenas no Brasil
Organizado por Heloísa Pagliaro, Marta Maria Azevedo, Ricardo Ventura Santos, reúne estudos atuais sobre a demografia indígena no Brasil. Os autores reuniram, através de uma tentativa de diálogo entre os diferentes campos do saber, como a demografia, a antropologia e a epidemiologia, artigos que versam sobre diferentes temas como fecundidade, comportamento reprodutivo e mortalidade de populações indígenas.
Primeira edição: 2005
Entre Demografia e Antropologia: povos indígenas no Brasil
Organizado por Ricardo Ventura Santos, Bruno Nogueira Guimarães, Marden Barbosa de Campos e Marta Maria do Amaral Azevedo, o livro levanta contribuições que indicam que os escassos dados demográficos de décadas atrás se tornaram mais abundantes, passando a fomentar políticas públicas. A obra passa por pesquisas e conhecimentos multidisciplinares, que vão de questões de migração, mobilidade e dinâmica territorial até a contextualização de dados censitários e a forma como a população indígena é retratada nos censos demográficos do Brasil.
Primeira edição: 2019
Medicinas Indígenas e as Políticas da Tradição: entre discursos oficiais e vozes indígenas
A autora Luciane Ouriques Ferreira analisa os discursos de uma diversidade de atores – indígenas e não indígenas, governamentais e não governamentais, nacionais e internacionais, com o objetivo de compreender o processo de emergência das medicinas tradicionais indígenas no campo das políticas públicas de saúde indígena.
Primeira edição: 2013
Poder, Hierarquia e Reciprocidade: saúde e harmonia entre os Baniwa do Alto Rio Negro
A autora Luiza Garnelo apresenta nesta obra os diversos aspectos que compõem o mundo baniwa, a importância que a doença ocupa nele, suas especificidades, sua cultura, seu modo de vida, suas inter-relações com outros grupos étnicos do Alto Rio Negro, Amazonas. A obra nos traz a compreensão dos problemas vividos pelos povos indígenas no Brasil em diversas áreas.
Primeira edição: 2003
Políticas Antes da Política de Saúde Indígena
Organizado por Ana Lúcia de Moura Pontes, Felipe Rangel de Souza Machado, Ricardo Ventura, o livro debate os caminhos, lutas e articulações que possibilitaram a construção de políticas públicas específicas para os povos de territórios indígenas no Brasil. O livro investiga o processo de formulação do atual Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), instituído em 1999, abordando as múltiplas redes de participação que envolveram a constituição da política nacional de saúde indígena.
Primeira edição: 2021
Processos de Alcoolização Indígena no Brasil: perspectivas plurais
Organizado por Maximiliano Loiola Ponte de Souza, a publicação aborda o uso do álcool e os seus problemas e consequências, que já são tratados como importantes problemas de saúde pública, especialmente mais complexo quando relacionado ao povo indígena. O livro descreve e analisa as características específicas dos diversos modos de uso de álcool em diferentes povos indígenas brasileiros.
Primeira edição: 2013
Saúde Indígena em Perspectiva: explorando suas matrizes históricas e ideológicas
As organizadoras Carla Costa Teixeira e Luiza Garnelo reuniram pesquisadores de diferentes especialidades e regiões do país para produzir esta coletânea, buscando aumentar a visibilidade das vozes indígenas no cenário sociopolítico brasileiro e compreender a atual política pública de saúde indígena à luz de seus antecedentes. O livro analisa o contexto político e institucional que originou o SUS e, particularmente, o Subsistema de Saúde Indígena, além de mostrar as diferenças e as dificuldades e apontar possíveis caminhos de articulação entre o sistema médico oficial e o sistema indígena.
Primeira edição: 2014
Transformação e Persistência: antropologia da alimentação e nutrição em uma sociedade indígena amazônica
O autor Maurício Soares Leite traz a sua experiência no convívio com os Wari’ (ou Pacaás Novos), povo indígena mais numeroso no estado de Rondônia, com cerca de 2.700 indivíduos. Ele apresenta uma abrangente descrição das condições de alimentação e nutrição locais, levando em consideração a especificidade cultural das comunidades amazônicas.
Primeira edição: 2007
*Com informações da Editora Fiocruz.
A criação do SUS e sua concretização; o direito sanitário; as profissões de saúde e a organização do trabalho em saúde; medicamentos e assistência farmacêutica. Estes são alguns dos temas destacados no livro “Escritos de Saúde Coletiva: coleção de estudos do doutor Luiz Carlos P. Romero”, obra online e gratuita, organizada e lançada pela Fiocruz Brasília.
A coletânea de estudos tem uma dupla natureza: apresentar às novas gerações um pouco da contribuição de um militante da saúde pública ao longo dos muitos caminhos percorridos no processo de criação do Sistema Único de Saúde (SUS); e motivá-las a se engajarem na defesa dessa conquista do povo brasileiro, contribuindo para a consolidação e o aperfeiçoamento do SUS.
A publicação reúne registros de ideias e reflexões sobre temas que foram trabalhados pelo médico sanitarista e pesquisador Luiz Carlos Pelizari Romero, em especial entre 1989 e 2012, quando era consultor legislativo no Senado Federal. À época, uma de suas atribuições era preparar estudos, notas técnicas e pareceres sobre temas de medicina e saúde para subsidiar a atuação dos senadores e das comissões.
O livro é uma viagem pelos episódios mais importantes da história do SUS, relatados por alguém que viveu cada movimento e cada decisão. A publicação reúne conteúdos valiosos para todo aquele que deseja conhecer melhor o SUS, por meio de estudos, pareceres e textos livres, escritos em diferentes momentos da vida profissional do autor.
A obra contou com a organização da coordenadora do Programa de Direito Sanitário (Prodisa) da Fiocruz Brasília, Sandra Mara Campos Alves, e do ex-ministro da Saúde e pesquisador da Fiocruz Brasília, José Agenor Alvares da Silva. O livro traz ainda um capítulo especial de abertura, com depoimentos de amigos próximos do autor, que escreveram sobre o tempo de convívio e trabalho com o sanitarista Luiz Carlos P. Romero.
Romero é médico, especialista em saúde pública e em direito sanitário, mestre em saúde coletiva e pesquisador colaborador do Prodisa. Romero foi o primeiro editor científico dos Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário da Fiocruz Brasília. Servidor aposentado do Senado Federal, foi chefe da unidade de treinamento do Programa Nacional do Ministério da Saúde, onde atuou também como assessor de gabinete do ministro da Saúde. Sua atuação profissional se destacou pelo trabalho desenvolvido nas áreas de saúde pública, recursos humanos para a saúde, controle de doenças (tuberculose, infecções hospitalares, tabagismo e HIV/Aids) e direito sanitário. É também autor das obras: “Estudos de Direito Sanitário” (Senado Federal/2011) e “Saúde & Política: a doença como protagonista de história” (Brasília/2019).
Acesse ou faça o download gratuito da publicação: “Escritos de Saúde Coletiva: coleção de estudos do doutor Luiz Carlos P. Romero”
Construir um acervo científico de reconhecimento internacional demanda persistência, dedicação e determinação. A história da Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo (CEIOC), uma das mais ricas e valiosas da América Latina não é diferente. Data de 1901, o depósito do primeiro exemplar, quando o próprio Oswaldo Cruz descreveu o mosquito Anopheles lutzi, transmissor da malária, primeira espécie descoberta pelos cientistas do IOC, conhecido como Instituto de Manguinhos. Ainda no início do século 20, o acervo recebeu contribuições de renomados pesquisadores, como Carlos Chagas e Arthur Neiva.
De lá para cá, a Coleção resistiu a episódios como o ‘Massacre de Manguinhos’ que, em 1970, atingiu o acervo de insetos e desmantelou integralmente a estrutura física. Na época, numa tentativa de resguardar o tesouro científico abrigado pela CEIOC, alguns exemplares foram enviados por empréstimo para guarda de outras instituições. Somente 35 anos depois, parte do valioso material retornou integralmente à Fiocruz e foi reincorporada ao acervo original. Anos depois, a Coleção passou por um processo de modernização, com a expansão do espaço e melhor acondicionamento do acervo.
Após 115 anos, a Coleção Entomológica está em plena atividade científica. Além de contar com cerca de cinco milhões de exemplares de insetos da fauna brasileira e de diversas regiões do mundo, esta vitrine da biodiversidade está disponível para cientistas nacionais e internacionais que podem acessar os dados do acervo por meio de consultas online.
Para lembrar a história do acervo e os desafios e perspectivas para o futuro, o Centro de Estudos do IOC promoveu, no dia 21/10, uma sessão comemorativa. “Aos 115 anos, a CEIOC é um testemunho da ciência e da história. A preservação do acervo garante que as novas gerações conheçam esse tesouro da biodiversidade. Além disso, sua importância para a realização de pesquisas em âmbito nacional e internacional é de valor incomensurável”, ressaltou a vice-diretora de Serviços de Referência e Coleções Biológicas, Eliane Veiga da Costa. “As coleções biológicas representam instrumentos extremamente relevantes para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. A Coleção Entomológica, em especial, desperta a atenção pelo seu valor único, por suas belezas e curiosidades”, acrescentou a vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Elisa Cupolillo.
A atual curadora, Jane Costa, chefe do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC, destacou a trajetória de modernização do acervo. “A CEIOC pode ser definida hoje como uma espiral crescente e ascendente, resultado de um trabalho colaborativo de inúmeros pesquisadores, curadores e profissionais e do investimento em políticas institucionais que beneficiam a preservação e divulgação do acervo”, salientou a curadora.
Passado, presente e futuro Abrigada no Castelo Mourisco, sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, a Coleção Entomológica é a mais antiga coleção biológica da Fiocruz. No Centro de Estudos, a pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) Magali Romero Sá abordou a perspectiva histórica do acervo, que ainda no século 20, recebeu espécies de carrapatos, mosquitos e moscas coletadas durante a realização de expedições científicas. “Havia pouquíssimos trabalhos sobre insetos, a descoberta da possibilidade de transmissão de doenças a partir de insetos vetores alavancou o interesse de pesquisadores sobre esse grupo, principalmente mosquitos”, explicou Magali, destacando o crescimento de coleções biológicas no início do século passado.
Atualmente, a Coleção colabora para a realização de estudos científicos por meio de serviços de consulta, empréstimo e depósito de espécimes, permuta com instituições de pesquisa, e atividades de divulgação científica. O investimento em políticas institucionais contribui para a modernização e preservação da CEIOC e de outros acervos, permitindo a ampliação da oferta de serviços. No encontro, a coordenadora de Coleções Biológicas da Fiocruz, Manuela da Silva, apresentou iniciativas como a modernização das páginas dos acervos na internet, visando a ampliação do acesso, e o projeto Preservo, parceria entre diferentes unidades da Fiocruz e o BNDES que garante financiamento para melhorias na organização dos espaços. Ela lembrou, ainda, a importância da adequação das atividades das Coleções às legislações nacionais e internacionais de acesso ao patrimônio genético. “As coleções têm um papel fundamental para a conservação da biodiversidade, por isso temos um papel fundamental de garantir que o uso desse material por diferentes pesquisadores seja feito de forma adequada, responsável e que garanta os direitos da nossa soberania sobre a biodiversidade brasileira”, afirmou Manuela.
Centenária, porém moderna Os dados dos espécimes depositados na Coleção podem ser consultados online, por meio da rede SpeciesLink, sistema que disponibiliza informações sobre diversas coleções científicas de forma gratuita. O acervo, que representa quase todas as ordens conhecidas, inclui atualmente insetos como besouros e escaravelhos, abelhas e vespas, borboletas e mariposas. A maior parte das espécies está preservada em ambiente seco, fixas por meio de alfinetes entomológicos. Há também insetos conservados em álcool a 70% e expostos em lâminas. Exemplares didáticos da Coleção estão disponíveis para apreciação na Sala de Exposição Costa Lima, no Castelo Mourisco. As visitas são gratuitas e organizadas pelo Museu da Vida, por meio do telefone (21) 2590-6747.