Vem aí o lançamento do curso Introdução à Saúde Digital - uma formação online, gratuita e autoinstrucional! O novo curso, com previsão de lançamento para o mês de maio, tem como objetivo capacitar profissionais com conhecimentos e habilidades fundamentais para compreender os princípios da saúde digital e utilizar tecnologias de forma ética e eficiente. O curso integra o Programa de Formação em Ciência de Dados e Informações em Saúde para o SUS. Além disso, vai oferecer a possibilidade de continuidade do aprendizado com cursos complementares que aprofundam temas transversais.
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A carga horária será de 45h, e abordará conteúdos essenciais da área, como os fundamentos da saúde digital e da tecnologia da informação em saúde, os sistemas de informação e a gestão de dados eletrônicos, além da segurança da informação e da proteção de dados pessoais. Também serão exploradas inovações em saúde digital, considerando os desafios e as possibilidades desse campo.
O curso insere-se no escopo do Programa de Formação em Ciência de Dados e Informações em Saúde para o SUS, que visa qualificar profissionais de saúde para atuar na gestão e análise de dados para o SUS, bem como oferecer a estudantes de graduação e pós-graduação da saúde os temas da informação e ciência de dados, relacionando e aplicando o conhecimento profissional aos princípios da análise de dados e informações em saúde.
A iniciativa prevê a elaboração e publicação de uma série de cursos de qualificação profissional sobre a temática, uma especialização e ainda disciplinas transversais para programas de pós-graduação da Fiocruz . Ele é desenvolvido pela Fundação — sob a coordenação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, através do Campus Virtual — e o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Inovação e Informática em Saúde da Secretaria de Informação e Saúde Digital (DataSUS/Seidigi/MS), e conta com a participação de diversas unidades da Fiocruz.
Atualmente, três cursos estão em desenvolvimento. Esta primeira formação a ser lançada foi elaborada em articulação com a Coordenação de Informação e Comunicação (Cinco/VPEIC/Fiocruz), o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, do Instituto Aggeu Magalhães (Cidacs/IAM/Fiocruz Bahia), a Fiocruz Ceará, o Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e o Icict.
Saúde digital no SUS
A transformação digital no SUS é uma política que visa modernizar e aprimorar o sistema de saúde, ampliando o acesso da população a serviços e informações, promovendo a integralidade e a resolubilidade do atendimento. Com o Programa SUS Digital a população brasileira também tem acesso ampliado aos serviços de saúde, promovendo o cuidado integral e eficiente em todas as etapas do atendimento e em todo território brasileiro. Com foco na transformação digital, o SUS Digital conecta os cidadãos ao SUS, com equidade, inovação e eficiência.
Encontro de Saúde Digital
O encontro sobre Saúde Digital acontece na manhã desta sexta-feira, 25 de abril, a partir das 8h30, com o tema 'Fortalecendo conexões para o SUS', o evento terá transmissão ao vivo pelo canal da Fiocruz no youtube.
#ParaTodosVerem Banner com fundo azul e linhas brancas, na parte inferior do banner há vários quadrados, no centro do banner, ao lado direito, há uma ilustração de uma frequência cardíaca. No topo do banner está escrito: Acompanhe! Em breve, lançamento do novo curso do Campus Virtual Fiocruz e Icict. Curso Introdução à Saúde Digital.
Uma comitiva da Fiocruz esteve em Moçambique, África para uma grande agenda de visitas e debates que envolveram atividades sobre a formação de profissionais, o fortalecimento do sistema de saúde local, a produção de medicamentos, e, especialmente, para participarem da principal reunião global dos institutos nacionais de saúde pública de todo o mundo, organizada pela Associação Internacional dos Institutos Nacionais de Saúde Pública (Ianphi, na sigla em inglês) e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS); além da participação na também anual reunião da Rede dos Institutos Nacionais de Saúde Pública (Rinsp), da qual a Fiocruz é secretária executiva.
O tema da reunião 2025 da Ianphi foi “O papel dos institutos nacionais de saúde pública na promoção de sociedades saudáveis, equitativas e resilientes para enfrentar ameaças atuais e futuras", o encontro teve cerca de 200 participantes, incluindo representantes de institutos e agências governamentais de saúde pública de todo mundo.
Para o coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Pedro Burger, a reunião foi superimportante e resultou na aprovação da Declaração de Maputo sobre Saúde Pública Global. Na ocasião do evento, em matéria publicada pela Forbes África Lusófona, o diretor-geral do INS, Eduardo Samo Gudo, disse que o documento reconhece que o mundo “enfrenta um dos momentos mais críticos das últimas décadas”, em referência às mudanças climáticas, guerras, conflitos, crescimento populacional, apelando, entretanto, para atenção ao financiamento global para saúde. Segundo ele, “é preciso que haja solidariedade, e o que se tem assistido é uma redução, uma fraca solidariedade global em saúde".
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Além de Pedro Burguer, integram a comitiva: a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse; o coordenador do Escritório Fiocruz-África, Augusto Paulo Silva; o diretor do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde (Fiocruz Petrópolis), secretário executivo da Rede de Institutos Nacionais de Saúde Pública da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (Rinsp/CPLP) e da Rede de Institutos Nacionais de Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Rins/Unasul); e a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde no convênio com o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), Martha Mutis.
Felix Rosemberg: "uma luz que enche a Rede dos Institutos Nacionais de Saúde Pública (Rinsp)"
Durante a missão, Felix Rosenberg, recebeu uma homenagem pela sua contribuição na restruturação e desenvolvimento do INS. Na ocasião, Eduardo Samo Gudo descreveu Rosenberg como sendo "uma luz que enche a Rinsp/CPLP", exaltando os seus feitos na saúde no país ao longo dos últimos 20 anos. A homenagem aconteceu durante a 6ª reunião da Rinsp/CPLP.
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Para além dos grandes encontros com líderes de todo o mundo, integraram a missão inúmeras visitas a institutos e fábricas de medicamentos, e ainda atividades voltadas especialmente à pós-graduação, como a orientação de estudantes do Programa Educacional em Sistemas de Saúde (SIS-Saúde Brasil/Moçambique).
Fortalecimento da pós-graduação
No âmbito do Programa Educacional em Sistemas de Saúde (SIS-Saúde Brasil/Moçambique), Pedro Burguer proferiu a palestra "A cooperação estruturante em saúde Brasil-África", com a moderação do diretor do INS, Rufino Gujamo. A atividade presencial foi uma oportunidade de aproximação da coordenação do PPG com os alunos, fomentando um amplo e rico debate.
A coordenadora-geral de Educação da Fiocruz (CGE/VPEIC), Eduarda Cesse, que é também uma das responsáveis pelo Programa SIS-Saúde e orientadora de alunas do programa, lembrou a longa tradição de cooperação entre a Fiocruz e o INS para a formação de profissionais e o fortalecimento do sistema de saúde locais. Eduarda detalhou ainda a participação de Martha Mutis na missão como fundamental na definição, em colaboração com parceiros locais, das áreas de concentração e linhas de pesquisa prioritárias para revitalizar a formação em Ciências da Saúde, por meio de um consórcio dos programas das áreas médica e biomédica da Fiocruz.
Além disso, a visita possibilitou o mapeamento das condições laboratoriais para apoiar a elaboração de dissertações e teses, com o objetivo de fortalecer o INS e suas delegações provinciais. "Esta foi uma semana rica em experiências e aprendizados. Além de adquirir novos conhecimentos, tivemos a oportunidade de estabelecer novos contatos e fortalecer a colaboração Sul-Sul, uma prática estruturante promovida pela Fiocruz", defendeu Eduarda.
Especialistas, desenvolvedores e profissionais da área da saúde se reuniram para a oficina de planejamento do projeto Painel e-SUS APS, desenvolvido pela Fiocruz em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS). Com foco no desenvolvimento colaborativo de painéis de indicadores baseados em software livre, o encontro teve como objetivo aprimorar os processos de trabalho que envolvem essa ferramenta - que já está sendo implementada no país e visa auxiliar a gestão de dados da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Durante três dias de programação, realizados em fevereiro de 2025, os participantes discutiram temas relacionados ao monitoramento, integração e sustentabilidade do projeto.
O Painel e-SUS APS da Fiocruz é um software livre e colaborativo, disponibilizado pelo Campus Virtual Fiocruz como recurso educacional aberto (REA), e conta com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), da Fiocruz Brasília e das Universidades Federais de Ouro Preto e Minas Gerais. O Painel lança mão de uma estratégia de desenvolvimento colaborativo, ancorada na Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz para disseminação de Recursos Educacionais Abertos (REA).
Durante a oficina foram realizadas ações de acompanhamento e revisão dos processos de trabalho, desenho e validação do fluxo de desenvolvimento colaborativo do software, além de atividades interativas, incluindo o compartilhamento de experiências e vivências, a revisão de metodologias utilizada, bem como a definição de cronogramas para futuras implementações do sistema.
Outros pontos importantes de debate do encontro foram os diferentes tipos de licenças de software livre/open source, com análise das principais existente, assim como implicações legais para desenvolvedores e usuários; e ainda as estratégias de sustentabilidade de um projeto em software livre, com a construção de comunidades em torno desse projetos, a atração de colaboradores e usuários para mantê-los e escala-los ao longo do tempo, incluindo financiamento, suporte da comunidade e estabelecimento de parcerias estratégicas.
Está chegando o momento de encerramento de mais um ciclo de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com fechamento do quadriênio 2021-2024. Assim como nos anos anteriores, a Fiocruz, por meio de sua Coordenação-Geral de Educação (CGE) — instância ligada à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) —, está disponibilizando documentos, vídeos, treinamentos, políticas e outros materiais para subsidiar seus programas de pós-graduação no preenchimento da avaliação na Plataforma Sucupira.
Embora cada PPG seja responsável por preencher os seus próprios dados do quadriênio na plataforma Sucupira, a ideia com esta iniciativa é, mais uma vez, apoiar e facilitar os programas nessa construção coletiva e tão cara para a instituição. Isabella Delgado, que é coordenadora adjunta da CGE/VPEIC e responsável pelos cursos Stricto Sensu, explicou que tradicionalmente este é um momento crítico para quem está na gestão ou à frente de um programa de pós-graduação. Portanto, o intuito é ajudar e contribuir da melhor forma com esses profissionais.
Para acessar a área de documentos, clique aqui ou visite campusvirtual.fiocruz.br. No menu principal clique em ENSINO e depois em PLATAFORMA SUCUPIRA - ORIENTAÇÕES
Aprofundamento, troca, oportunidade e descobertas. Essas foram palavras ditas pelos alunos presenciais do Seminário Internacional Desafios para os sistemas de saúde na América Latina pós-pandemia durante a conversa final de avaliação. O evento teve duração de três dias, cinco diferentes mesas, um total de 15h de palestras e a participação de 40 alunos presenciais, cerca de 300 online, além quase 3 mil ouvintes pelo canal da Videosaúde Distribuidora no Youtube. O Seminário foi parte da disciplina de verão 'Análise de políticas e sistemas de saúde em perspectiva comparada internacional', oferecida pela Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (PPGSP/Ensp/Fiocruz) e está disponível na íntegra no canal da Videosaúde Distribuidora no Youtube.
O evento aconteceu nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro e explorou casos do Chile, Colômbia, Argentina e México, países de renda média alta, populosos e de relevância geopolítica e econômica regional, marcados por diversidades e desigualdades. A mesa de abertura foi composta pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, a coordenadora-geral de Educação, Eduarda Cesse, a vice-diretora de Ensino da Ensp/Fiocruz, Enirtes Caetano, e o coordenador do PPGSP/Ensp, Rondineli Mendes da Silva. Nesse momento de boas-vindas, os integrantes falaram sobre a alegria e satisfação com o encontro, pois todos dedicaram-se muito para sua realização. "Esse é um evento múltiplo e os diversos arranjos feitos para a sua realização fortalecem a pós-graduação", disse Eduarda Cesse.
Segundo a vice-presidente, Cristini Machado, o evento buscou debater temas transversais, desafios comuns aos sistemas de saúdes elencados para o debate. "A ideia foi discutir as transformações globais, demográficas e sociais do capitalismos, bem como suas implicações para os sistemas de saúde, o racismo, as migrações, a saúde nas fronteiras, entre outras coisas. Então, foi um momento muito rico de troca de experiências, conhecimento e ideias no qual nós todos aprendemos muito", apontou ela, dizendo que a disciplina, oferecida pela Ensp/Fiocruz há mais que 20 anos, é estruturante na medida em que apresenta aos alunos as similaridades e diferenças entre os diversos sistemas de saúde do mundo, discutindo casos e modelos, e ainda, neste ano em especial, oportunizou aos participantes aulas com professores locais que apresentaram particularidades das realidades que vivem, desafios, bem como dificuldades para o fortalecimento dos sistemas de saúde na América Latina.
Sistema de saúde do Chile e Colômbia
A primeira grande mesa do evento debateu o sistema de saúde do Chile, e para tanto, recebeu Alex Alarcón Hein, da Universidade do Chile, que falou sobre contextos, atores e agendas da reforma do sistema de saúde chileno; Isabel Domingos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que abordou a resposta setorial à Covid-19 no Chile sob o enfoque na vigilância em saúde pública; e Patty Fidelis, da UFF abordando a universalização da Atenção Primária à Saúde como um caminho para a reforma do sistema de saúde no Chile. A mesa teve a coordenação da pós-doutoranda da Ensp Suelen Oliveira e comentários da também pesquisadora da Ensp/Fiocruz Ligia Giovanella.
A parte da tarde teve foco na Colômbia e recebeu Yadira Borrero, da Universidade de Antioquia, Colômbia para falar sobre a configuração das alianças público privadas em seu pais; e Monica Uribe-Gomez, da Universidade Nacional da Colômbia, que abordou as disputas pela orientação do sistema de saúde colombiano no contexto de um governo alternativo. A mesa foi coordenada e comentada por Adriana Mendoza Ruiz da Ensp/Fiocruz.
Assista, na íntegra, aos vídeos, em português e em espanhol, do dia 19/2:
Transmissão em português:
Transmissão em espanhol:
Sistemas de Saúde da Argentina e México
O segundo dia de apresentações, 20/2, tiveram início com debates sobre questões dos sistemas de saúde da Argentina e México, e também discutiram o contexto global e as políticas nacionais frente aos desafios para o direito à saúde no pós-pandemia. Participaram das apresentações Evangelina Martich, da Universidad Carlos III de Madrid, que falou sobre as tendências para uma possível reforma sobre os sistema de saúde da Argentina; e Oliva Lopez Arellano, da Universidade Autônoma Metropolitana, de Xichimilco, que debateu sobre as transformações recentes e os desafios estruturais do sistema público de saúde no México. A mesa teve comentários da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, e foi coordenada pela aluna de doutorado da Ensp/Fiocruz Eduarda dos Anjos. As discussões da tarde trataram sobre os desafios para o direito à saúde no contexto global e recebeu Leonardo Castro, da Ensp/Fiocruz, que falou sobre as perspectivas para as políticas e sistemas de saúde no contexto da América Latina; Anna Christina Nowak, da Universidade Bielefeld da Alemanha, que trouxe questões relacionadas aos desafios dos sistemas de saúde para a atenção aos refugiados na Europa; e, finalizando o dia, a pesquisadora da Ensp/Fiocruz, Roberta Gondim, fez uma rica apresentação sobre as tramas históricas e as reificações cotidianas do racismo e as desigualdades em saúde.
Assista, na íntegra, aos vídeos, em português e em espanhol, do dia 20/2:
Transmissão em português:
Transmissão em espanhol:
A recuperação transfronteiriça para uma resposta mais eficaz às emergências sanitárias
O terceiro e último dia de debates apresentou a mesa "O desafio da Vigilância em Saúde nas fronteiras no cenário pós-pandêmico", falou sobre a recuperação transfronteiriça para garantir respostas mais eficazes às emergências sanitárias e a construção de um sistema de saúde mais resiliente, e foi moderada pela coordenadora-geral de Educação da Fiocruz e também coordenadora do Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) - uma iniciativa da Fiocruz (Ensp, Fiocruz Amazônia e Fiocruz Mato Grosso do Sul) em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério das Saúde e com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) - Eduarda Cesse, e pela pesquisadora da Ensp e coordenadora acadêmica do VigiFronteiras, Andrea Sobral. Eduarda trouxe números da primeira turma, que se encerra em 2025, e anunciou a previsão de lançamento do edital para uma segunda turma, no segundo semestre de 2025 com ainda mais vagas.
Além de Eduarda e Andrea, a mesa contou com Carmen Seijas, encarregada da Área de Vigilância Sanitária da População do Governo do Uruguai, participando de forma remota, que compartilhou a experiência do Uruguai e falou sobre os desafios da vigilância sanitária em fronteiras, destacando a necessidade de manter altas coberturas vacinais e aprimorar a comunicação estratégica para combater a desinformação e fortalecer a confiança da população em medidas de saúde pública; Cristian Carey Angeles, coordenador regional de Malária e OTV (Peru), falando sobre os impactos da pandemia na Tríplice Fronteira daregião Amazônica (Brasil, Peru e Colômbia); Rodrigo Lins Frutuoso, da Coordenação de Vigilância, Preparação e Resposta à Emergências e Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), com uma exposição sobre a preparação e resiliência para ameaças emergentes e os riscos de uma nova pandemia; e Sebastián Tobar, assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), ex-coordenador nacional pela Argentina do Mercosul Saúde e do Conselho de Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que falou sobre a governança sanitária das fronteiras sul-americanas, e apresentando os desafios para a vigilância epidemiológica e a importância dos comitês de fronteiras e saúde.
Assista, na íntegra, ao vídeo, disponível em português e em espanhol, do dia 21/2:
Transmissão em português:
Transmissão em espanhol:
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Sobradinho I, localizada no Distrito Federal, recebeu a visita do secretário de Atenção Primária à Saúde (Saps), Felipe Proenço para acompanhar a implementação do painel e-SUS APS Fiocruz - ferramenta inovadora que aprimora a gestão da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. O Painel é implementado pela Saps/MS por meio do Campus Virtual Fiocruz e conta com a colaboração de pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), da Fiocruz Brasília e das Universidades Federais de Ouro Preto e Minas Gerais.
A tecnologia possibilita o monitoramento de indicadores, planejamento de ações e melhoria na gestão do cuidado. Além disso, contribui para o acompanhamento de metas e para a gestão do novo modelo de financiamento federal da APS. Ele foi desenvolvido pela Fiocruz em parceria com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (Saps/MS. O painel é um software livre e gratuito, integrado à base de dados local do sistema e-SUS APS.
A ideia é que a ferramenta seja implementada de forma gradual, com funcionalidades que irão ampliar o cuidado para grupos essenciais, como crianças, gestantes, mulheres e pessoas idosas. A informatização das UBS e a implantação do prontuário eletrônico do cidadão em mais de 4 mil municípios também são pilares essenciais para ampliar a cobertura e qualificar o atendimento por meio de uma gestão conectada e inovadora.
"A modernização da atenção primária passa pelo uso de tecnologias que ampliem a capacidade de análise e planejamento das equipes de saúde. O painel e-SUS APS permite que os próprios profissionais tenham acesso a dados fundamentais para qualificar seu trabalho e melhorar a assistência à população", destacou Felipe Proenço em visita à unidade.
A visita reforçou o compromisso do Ministério da Saúde com a modernização da APS e o uso de tecnologia para aprimorar a gestão dos serviços e a qualidade do atendimento à população. A expectativa é que, em breve, o painel e-SUS APS seja expandido para outras unidades de saúde em todo o país. O coordenador-geral de Monitoramento, Avaliação e Inteligência Analítica da Saps/MS, Vinícius Araújo Oliveira, destacou que a ferramenta abre novas possibilidades. "O painel abre uma nova perspectiva de monitoramento e avaliação, dando aos próprios profissionais acesso a informações essenciais para a tomada de decisão. Ele transforma os dados em uma ferramenta de aprendizado e melhoria contínua da qualidade do atendimento”, concluiu.
A implementação do Painel e-SUS Fiocruz
A coordenadora de atenção primária do DF, Sandra Araújo França, enfatizou a importância do software na gestão dos serviços. "A ferramenta qualifica nossos processos de trabalho, ajudando a identificar fragilidades e potencialidades na assistência. A gestão da clínica fica mais organizada e os profissionais se sentem valorizados ao enxergarem os resultados do trabalho que realizam", afirmou. A visita contou com a participação de diversas autoridades do Distrito Federal, incluindo o coordenador Especial de Tecnologia de Informações em Saúde, Anderson Freire, e demais gestores da Secretaria de Saúde do DF.
Brasília é um dos municípios pioneiros na adoção da estratégia e-SUS APS. A equipe da UBS Sobradinho I foi uma das primeiras a testar e incorporar o painel e-SUS APS em sua rotina. Kelly de Paula Lopes, gerente de Serviços de Atenção Primária da UBS Sobradinho I enfatizou a importância do painel: “Essa ferramenta enriquece o trabalho da equipe, pois permite observar quais processos podem ser aprimorados. O painel facilita o acesso a dados essenciais, melhora a captação de informações junto ao usuário e fortalece a busca ativa de pacientes hipertensos e diabéticos", disse.
Já Érika Lacerda, técnica em enfermagem da unidade, ressaltou que “a ferramenta ajuda a direcionar o trabalho, permitindo visualizar as necessidades dos pacientes e avaliar se os registros estão chegando corretamente ao Ministério da Saúde. Isso melhora a qualidade da assistência e fortalece o vínculo entre profissionais e usuários."
Sobre o painel e-SUS APS
O painel é dividido em duas partes. A primeira, focada em dados sociodemográficos, revela a distribuição de cidadãos cadastrados nas zonas urbana e rural, além da pirâmide etária e de gênero da população. A segunda é composta por painéis temáticos, que oferecem detalhes sobre diferentes aspectos da saúde. O Painel lança mão de uma estratégia de desenvolvimento colaborativo, ancorada na Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz para disseminação de Recursos Educacionais Abertos (REA). Ele oferece feedback de desempenho para profissionais de saúde na APS usando dados locais, e conecta-se aos arquivos e bancos de dados locais para extrair essas informações e entregá-las de forma fácil de usar e que faça sentido para os profissionais e gestores de saúde.
Esse projeto tem potencial de aplicação em todo Brasil, em qualquer um de seus mais de cinco mil municípios. Depois de instalado, o Painel acessa informações que já estão nos computadores nos quais os profissionais da saúde trabalham diariamente registrando os atendimentos. Ele pode ser executado em computadores Windows ou Linux criando um ambiente local de ciência de dados baseado em Python, Pandas e Flask, podendo, assim, ser facilmente adaptado a outros cenários por cientistas de dados locais.
Os painéis também são pré-renderizados e têm design profissional para serem visualmente atraentes e amigáveis, responsivos e entregar dados instantaneamente. Outro ponto relevante é que a iniciativa funciona em computadores antigos, com pouca ou nenhuma conectividade com a internet e em cidades de diferentes portes.
Elaborado na Fundação durante cinco anos, é fruto de três projetos do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde do Instituto Gonçalo Moniz (Cidacs/IGM/Fiocruz Bahia): Edital Produtos Inovadores do Programa Inova Fiocruz (2018); Vigilância Digital da Covid-19 (2020); e Prêmio MIT Solve 2022 (Massachusetts Institute of Technology).
Foto: divulgação/MS
*com informações de Isabela Schincariol
#ParaTodosVerem Banner com duas fotos. No topo está escrito: Ministério da Saúde dá início à implantação do Painel e-SUS APS Fiocruz. Abaixo dos dizeres as duas fotos. Na primeira foto há quatro pessoas em uma sala, elas estão olhando para a tela de um computador, três pessoas estão em pé, um homem branco de jaleco que aponta para a tela do computador, ao seu lado uma mulher branca com cabelo castanho, óculos e blazer cinza, ao seu lado um homem branco de óculos, barba e cabelos castanhos com um colete azul onde está escrito SUS, e por baixo uma camisa azul claro, na frente dos três há um rapaz branco, com barba e cabelo castanho, ele usa um jaleco branco e segura o mouse do computador. Na segunda foto há diversas pessoas em uma sala, homens e mulheres, todos estão sentados, alguns homens usam um colete azul escrito SUS com camisas por baixo, ao fundo da sala há um computador e uma TV.
Nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro será realizado na Fiocruz o Seminário Internacional Desafios para os sistemas de saúde na América Latina pós-pandemia. O encontro será transmitido ao vivo pelo canal da Videosaúde Distribuidora no Youtube, em português e em espanhol. Durante o seminário serão analisados contextos e processos recentes de reforma de sistemas da região e os entraves globais colocados para as políticas de saúde nesse cenário de novas realidades. Organizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (PPGSP/Ensp/Fiocruz), o Seminário terá 15h, e faz parte da disciplina de verão “Análise de políticas e sistemas de saúde em perspectiva comparada internacional”. A iniciativa está sob a responsabilidade da docente permanente do PPGSP e vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, e conta com palestrantes nacionais e internacionais.
O Seminário pretende explorar casos do Chile, Colômbia, Argentina e do México, países de renda média alta, populosos e de relevância geopolítica e econômica regional, marcados por diversidades e desigualdades. Para os debates, são considerados elementos relevantes as características estruturais dos sistemas de saúde, as conjunturas e orientações dos governos nacionais, as políticas e os processos recentes de reforma nos sistemas de saúde, os elementos de continuidade e mudança em dimensões críticas como o financiamento, as relações público privadas, o modelo de atenção, a cobertura e o acesso da população; e os desafios para a vigilância em saúde, especialmente em regiões de fronteiras.
Confira a programação completa:
1º dia - 19/2 - quarta-feira
transmissão em português: https://www.youtube.com/live/4PRiIHwlHzo
transmissão em espanhol: https://www.youtube.com/live/XzTWuCgFoQs
9h: Abertura
9h30: Mesa 1: O Sistema de Saúde do Chile
Contexto, actores y agendas de reforma del sistema de salud chileno – Alex Alarcón Hein – Universidade do Chile
Resposta setorial à Covid-19 no Chile: um enfoque na Vigilância em saúde pública – Isabel Domingos – Universidade Federal Fluminense (UFF)
Reforma do sistema de saúde no Chile: a universalização da Atenção Primária à Saúde como caminho - Patty Fidelis - UFF
Comentários: Ligia Giovanella – Ensp/Fiocruz
Coordenação: Suelen Oliveira – pós-doutoranda da Ensp/Fiocruz
13h30: Mesa 2: O Sistema de Saúde da Colômbia
La configuración de alianzas público-privadas en salud: el caso Colombia – Yadira Borrero – Universidade de Antioquia, Colômbia
Disputas por la orientación del sistema de salud colombiano: la encrucijada de un gobierno alternativo (2022-2024) – Monica Uribe-Gomez – Universidade Nacional da Colômbia
Comentários: Adriana Mendoza Ruiz – Ensp/Fiocruz
Coordenação: Adriana Mendoza Ruiz – ENSP/Fiocruz
2º dia – 20/2/25 - quinta-feira
transmissão em português: https://www.youtube.com/live/EQvBSxy8t40
transmissão em espanhol: https://www.youtube.com/live/i1HUwc5_UPI
9h: Mesa 3: Os sistemas de saúde da Argentina e do México
Tendências no sistema de saúde da Argentina: uma possível reforma? – Evangelina Martich – Universidad Carlos III de Madrid
O Sistema público de saúde no México. Transformações recentes e desafios estruturais - Oliva Lopez Arellano – Universidad Autonoma Metropolitana - Xochimilco
Comentários: Cristiani Vieira Machado – Ensp/Fiocruz
Coordenação: Eduarda dos Anjos – Doutoranda ENSP/Fiocruz
13h30: Mesa 4: Contexto Global, políticas nacionais: desafios para o direito à saúde no pós-pandemia
Políticas e sistemas de saúde na América Latina – perspectivas - Leonardo Castro – Projeto Saúde Amanhã/Fiocruz
Desafios dos sistemas de saúde para a atenção aos refugiados na Europa – Anna Christina Nowak – Universidade de Bielefeld, Alemanha
Racismo e desigualdades em saúde: das tramas históricas às reificações cotidianas – Roberta Gondim – Ensp/Fiocruz
Comentários: Adelyne Pereira – Ensp/Fiocruz
Coordenação: Analice Braga – VPEIC/ Fiocruz
3º dia – 21/2 - sexta-feira
transmissão em português: https://www.youtube.com/live/82BkoPzeTd8
transmissão em espanhol: https://www.youtube.com/live/mcbWO4k8pAE
9h: Mesa 5: O Desafio da Vigilância em Saúde nas Fronteiras no cenário Pós Pandêmico
Carmen Seijas– Encarregada da Área de Vigilância Sanitária da População do Governo do Uruguai (participação remota)
Cristiam Carey Angeles – Coordenador Regional de Malária e OTV – Geresa - Loreto (Peru)
Rodrigo Lins Frutuoso - Oficial Nacional - Coordenação de Vigilância, Preparação e Resposta à Emergências e Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS)
Sebastián Tobar - Assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), ex-coordenador nacional pela Argentina do Mercosul Saúde e do Conselho de Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul)
Coordenação: Eduarda Cesse – PPG-SP/IAM/Fiocruz-PE e Andrea Sobral – PPGSPMA/ENSP/Fiocruz
Para a realização do Seminário, o PPGSP da Ensp/Fiocruz conta com a parceria do Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) e o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superiore (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e da plataforma The Global Health Network - Latin America and the Caribbean (TGHN/LAC).
A transmissão via Youtube é aberta para o público amplo. No entanto, nesse formato, não haverá certificação para o público participante. Os participantes inscritos no Seminário receberão, por e-mail, informações de acesso à plataforma para participação no evento, de confirmação de presença e também para certificação.
A Fiocruz e o Ministério da Saúde lançam hoje a terceira edição do curso Autocuidado em Saúde e a Literacia para a promoção da saúde e a prevenção de doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde. A formação, online e gratuita, aborda modelos, estratégias e possibilidades de intervenções para a promoção do autocuidado. Seu foco está na qualificação de profissionais de nível médio e superior, especialmente os que atuam na APS. Por mais um ano consecutivo, esta edição do curso será oferecida em parceria com a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), ampliando, assim, o alcance e a abrangência da formação. Mais de 40 mil estudantes já fizeram o curso. Faça parte você também dessa rede de conhecimento!
A formação é dividida em cinco módulos, tem carga horária total de 60h, é autoinstrucional, e certifica os participantes mediante avaliação dos conhecimentos adquiridos!
O curso surgiu de uma demanda do Ministério da Saúde, e foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com o grupo de estudos e pesquisa Promoção em comunicação, educação e Literacia para a Saúde no Brasil (ProLiSaBr), vinculado ao Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). A formação está sob a coordenação-geral da médica sanitarista Ana Luiza Pavão, pesquisadora do Laboratório de Informações em Saúde (Lis/Icict/Fiocruz) e docente colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (Ppgics/Icict), além de contar com a coordenação adjunta de Rosane Aparecida de Sousa, da UFTM.
A coordenadora do curso aponta que a temática abordada nesta formação estimula o profissional a se questionar, refletir durante a assistência cotidiana do trabalho sobre o que pode fazer para promover a saúde naquele indivíduo atendido. A ideia, segundo Ana Luiza, é fomentar uma visão focada na saúde e não na doença e suas complicações, buscando uma visão positiva sobre o cuidado e lançando mão de novas estratégias para melhorar a saúde, com foco na qualidade de vida, bem-estar, saúde mental, e outros aspectos que influenciam fortemente o dia a dia das pessoas.
A proposta deste curso é trazer uma série de conceitos e reflexões a respeito do autocuidado em saúde e da literacia para a saúde, incluindo também a questão da comunicação em saúde, e a importância da literacia digital em saúde — que é a influência da internet e da capacidade das pessoas de obterem e manejarem informações de saúde provenientes da internet —, além dos fundamentos da promoção da saúde, e da Política Nacional de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde. A formação conta também com o guia principal sobre Autocuidado e Literacia para a saúde, voltado aos profissionais de saúde, publicado pela editora do Ministério da Saúde.
Mais uma vez, esta edição é oferecida com a parceria da UNA-SUS, da Coordenação-Geral de Prevenção de Condições Crônicas na Atenção Primária à Saúde, que integra o Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (CGCOC/Deppros/SapsS/MS) e o Departamento de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Deges/SGTES/MS). Segundo o Deppros/Saps/MS, a proposta do curso é estratégica no que diz respeito à operacionalização da gestão colaborativa do cuidado, possibilitando, especialmente aos profissionais de saúde que atuam na APS, o aprimoramento da abordagem sobre a promoção do autocuidado, com atenção à literacia para a saúde, considerando ainda os determinantes sociais da saúde e sua relação complexa com a produção de saúde e adoecimento.
A diretora do Departamento, Gilmara Lúcia dos Santos, comentou que o curso oferece instrumental técnico que dá ênfase nas habilidades individuais e comunitárias de fazer saúde, fomentando reflexões sobre a atuação na APS, e como os conceitos de território, orientação familiar e comunitária se interrelacionam com o reconhecimento da autonomia e trajetória das pessoas, suas comunidades e pertencimentos. Segundo ela, esse referencial qualifica a relação de cuidado baseada no compartilhamento de decisões, o que aumenta a probabilidade de adesão ao tratamento e a modos de viver mais saudáveis, fatores fundamentais à melhoria da qualidade de vida e à prevenção das condições crônicas não transmissíveis, com afirmação do direito à vida e à saúde. "Trata-se de um convite para pensar a saúde individual de forma ampliada no âmbito da APS, impactando na valorização da pessoa na centralidade do cuidado e de seu autocuidado", detalhou ela.
Recursos Educacionais Abertos
O conceito de literacia para a saúde (LS) versa sobre o conhecimento, as motivações e as competências dos indivíduos para acessar, compreender, avaliar e aplicar informações sobre saúde, a fim de fazer julgamentos e tomar decisões na vida cotidiana relacionadas aos cuidados de saúde, à prevenção de doenças e à promoção da saúde para manter ou melhorar sua qualidade de vida ao longo dos anos. Ana Luiza explicou que a LS vem do termo em inglês health literacy, e que existem outras traduções utilizadas para o conceito, como literacia em saúde, letramento em saúde e até mesmo alfabetização em saúde.
A partir da relevância da temática, foram desenvolvidos inúmeros materiais especialmente para este curso. No total, cinco guias estão disponíveis como material de apoio à formação: um sobre autocuidado e literacia e outros quatro voltados para o manejo de doenças específicas, como hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal crônica e diabetes tipo 2. O curso disponibiliza ainda oito vídeos relativos às características das referidas doenças e suas formas de prevenção e controle, videoaulas e outros recursos educativos; além, é claro, do já citado guia principal sobre Autocuidado e Literacia para a saúde publicado pelo MS.
Conheça a organização e estrutura do curso Autocuidado em Saúde e a Literacia para a promoção da saúde e a prevenção de doenças crônicas na Atenção Primária à Saúde
Módulo 1: A promoção da saúde, a salutogênese e a literacia para a saúde (LS)
Módulo 2: Cuidado, autocuidado e a literacia para a promoção da saúde e a prevenção de doenças na APS
Módulo 3: Intervenções para equipes e sistemas de saúde nas práticas de LS
Módulo 4: Ferramentas no cotidiano do trabalho das equipes da APS
Módulo 5: Autocuidado em saúde na APS: Ações para promoção da saúde e qualidade de vida
No início de 2025, a Fiocruz, numa cooperação que já acontece há cerca de quatro anos, recebeu alunos e docentes da Universidade de Princeton que buscam conhecer melhor o Sistema Único de Saúde brasileiro, o nosso SUS. A comitiva esteve em duas regiões bastante distintas do país: Rio de Janeiro e Amapá. A ideia foi vivenciar experiências nos diferentes níveis de atenção à saúde. No Rio, além da Fundação, eles visitaram instalações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Já no Amapá, foram acolhidos pelo mestrado profissional em Saúde da Família (Profsaúde) da Universidade Federal local (Unifap) e conheceram o trabalho realizado em comunidades tradicionais.
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS é garantido pela Constituição Federal de 1988 e proporciona o acesso universal ao sistema público de saúde. O Sistema Único de Saúde é concebido, dessa forma, por meio da equidade, ou seja, é acessível a toda a população sem discriminação de classe social, raça ou gênero. E prioriza a universalidade, ao oferecer acesso igualitário e integralidade com ações intersetoriais e governança de políticas públicas. Composto pelo governo federal, estados e municípios, a rede que compõe o SUS é ampla e abrange tanto ações quanto os serviços de saúde.
As ações englobam desde a atenção primária - com o primeiro atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) - até a média e alta complexidades, com atendimentos hospitalares e transplantes de órgãos, por exemplo; e passa pelos serviços de urgência e emergência, ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. Assim, por esses motivos e muitos outros, o SUS segue sendo modelo de saúde pública para o mundo.
Vivências e conhecimentos locais
O grupo internacional, composto de 20 estudantes de graduação e 6 professores do Global Health Program da Universidade de Princeton, passaram por diferentes unidades da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura do Rio de Janeiro, e tiveram a oportunidade de entrar em contato com o Sistema em uma das maiores cidades do Brasil, no que se refere à gestão e complexidade do serviço oferecido. Conheceram mais sobre o funcionamento dos diferentes níveis de atenção atendidos pelo SUS, tanto na Fiocruz como na SMS/RJ. Além disso, o grupo visitou as instalações da Fiocruz nos campi Manguinhos e Mata Atlântica, bem como o Super Centro Carioca de Saúde, o Super Centro Carioca de Vacinação, o Centro de Atenção Psicossocial Dona Ivone Lara (Caps) e o Centro Municipal de Saúde João Barros Barreto (CMS).
Eles foram recepcionados na Fiocruz pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, por integrantes da Coordenação-Geral de Educação (CGE/VPEIC) e pelo pesquisador e docente da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) André Périssé, que proferiu uma palestra sobre o SUS. A assessora da VPEIC e ex-coordenadora-geral de Educação, Cristina Guilam, acompanhou o grupo durante as visitas e expressou seu agradecimento a todos pesquisadores, programas de pós-graduação e unidades de saúde que receberam com tanto carinho e dedicação os alunos estrangeiros. Segundo ela, a hospitalidade, apoio e empenho foram fundamentais para proporcionar essa experiência enriquecedora, além de fortalecer os laços de amizade e cooperação entre as instituições, com impacto positivo para todos os envolvidos.
Já em Macapá, a comitiva foi acolhida pelo grupo responsável pelo Profsaúde na região — sob a responsabilidade da coordenadora local do ProfSaúde/Unifap, Nelma Nunes —, participando de visitas a diversos locais e experienciando os diferentes níveis de atenção à saúde no estado. Eles estiveram no Hospital Universitário da Unifap, que proporcionou o encontro e a troca de conhecimentos entre os estudantes de pós-graduação do Profsaúde e os alunos Princeton. O grupo esteve ainda no município de Mazagão (AP), onde teve a oportunidade de vivenciar a riqueza cultural e a organização comunitária de uma população quilombola, vendo de perto particularidades e os desafios da atenção primária à saúde na região.
A cooperação Fiocruz-Princeton
A primeira articulação entre a Fiocruz e a Universidade de Princeton aconteceu em outubro de 2021, a partir de uma visita da então presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, à Universidade de Princeton, quando participou de um colóquio sobre saúde global na instituição. Já no âmbito de uma cooperação, em abril de 2022, dois pesquisadores da Fundação, um do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e um do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), estiveram em Princeton participando de um seminário sobre resistência microbiana.
Em junho de 2022, a Fundação recebeu um grupo de estudantes vindos de Princeton para a Summer School, em um intercâmbio fruto de um memorando de entendimento entre as instituições, cujo objetivo foi estabelecer um ambiente cooperativo e definir, em comum acordo, as bases da cooperação internacional nas áreas de ensino, pesquisa e intercâmbio no campo da saúde. Outro propósito da iniciativa visou ainda ações de mobilidade, abarcando também o intercâmbio de pesquisadores visitantes. Os integrantes dessa primeira comitiva realizaram pesquisas no IOC/Fiocruz, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), no INI/Fiocruz, na Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
No mês seguinte, quando os estudantes do Summer School ainda estavam na Fundação, o INI/Fiocruz recebeu nova comitiva da Universidade norte-americana, composta pelo diretor do Programa de Saúde Global da instituição, Gilbert Collins, a coordenadora de Mobilidade e Estágios, Meaghan Tohill, a pesquisadora Arbel Griner e de Aimee Bronfeld, da equipe de comunicação. O grupo visitou unidades da Fundação nas quais estagiários de Princeton desenvolviam seus trabalhos.
Em setembro de 2022, a Fiocruz, por meio Coordenação-Geral de Educação, da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (CGE/VPEIC), lançou uma chamada para seus estudantes de doutorado acadêmico. Os selecionados foram envolvidos no Programa Visiting Student Research Collaborators (VSRC). Já no segundo semestre de 2023, dois alunos da Fiocruz participam do International Health Research Collaboration promovido pelo Centro de Saúde e Bem-Estar (CHW) e pela Escola de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade de Princeton. O intercâmbio buscou aprofundar os conhecimentos dos estudantes, e fomentar o desenvolvimento de suas atividades de pesquisa, além de fortalecer a cooperação internacional com uma universidade de excelência. Nesta parceria, estiveram em Princeton a doutoranda em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) Ana Cláudia Barbosa e o doutorando em Biologia Celular e Molecular pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Felipe Betoni Saraiva.
A comunicação desempenha um papel central na gestão da informação. Por meio dela, fluxos de trabalho e produção de dados são gerenciados, disseminados e utilizados para alcançar determinados objetivos. Em instituições públicas, onde a transparência e a prestação de contas já são aspectos fundamentais na relação com o cidadão, a comunicação também vem sendo priorizada no âmbito interno das organizações. Buscando mais eficiência e confiança nos processos de trabalho, a Coordenação-Geral de Educação, instância ligada à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz (CGE/VPEIC) vem realizando uma pesquisa, cujo objetivo é criar soluções que facilitem a comunicação entre a equipe CGE e a comunidade educacional da Fiocruz.
Atualizações e principais canais de comunicação utilizados
A pesquisa é desenvolvida no âmbito do projeto "Modernidade e tradição: criação de soluções para gestão do conhecimento na CGE". Nesta etapa, ela foi aplicada para dois públicos-alvo diferentes: trabalhadores da CGE e a comunidade educacional da Fiocruz, ambos no mesmo período, durante o mês de setembro de 2024. O preenchimento dos questionários foi anônimo, garantindo que os todos pudessem avaliar de forma confidencial as questões propostas. A pesquisa propôs questões quantitativas e qualitativas: 16 voltadas aos trabalhadores da CGE e 13 aos profissionais das áreas educacionais das unidades e escritórios da Fiocruz: secretários acadêmicos/escolar, chefes de secretaria, coordenadores de programa de pós-graduação ou curso, chefes de departamento, vice-diretores de ensino/educação e outros profissionais da área.
Entre os respondentes da CGE, mais de 93% afirmam que o e-mail é o canal mais utilizado para compartilhar informações e orientações, seguido da utilização de grupos de WhatsApp (81%). Nesse perfil, a pesquisa recebeu diversas sugestões de melhorias que incluem: criação de um ambiente compartilhado de informações; elaboração de uma área com 'Perguntas Frequentes' (Faqs) e orientações que facilitem a busca de documentos importantes; necessidade de padronização de processos nas unidades; garantia da inclusão das ações afirmativas em todos os editais; implementação de um sistema de gestão acadêmica que apoie de forma ágil as políticas internas, abarcando a complexidade das informações, considerando desde a educação técnica até a formação stricto sensu, bem como possibilite a busca por informações que já estão compartilhadas em outros espaços institucionais, evitando retrabalho.
Já a pesquisa voltada ao perfil dos profissionais da Educação, os principais resultados mostram que 90% dos participantes consideram a CGE como "essencial para a implementação e monitoramento das políticas educacionais", além de ser considerada por 81,5%, como "Acessível ou Muito acessível”. Sobre o acesso a informações, mais de 90% dos respondentes disseram que obtém acesso às informações via e-mail e consideram o canal relevante para que a CGE continue realizando seus comunicados. Quando questionados sobre possíveis melhorias no acesso às informações e orientações compartilhadas, em pergunta aberta, diversos profissionais sugeriram aprimoramentos dos processos, como, por exemplo, a criação de boletim informativo; implementação de calendário compartilhado; criação de repositório com tags e fontes de busca de fácil acesso; disponibilização de dados para relatórios em dashboards; entre outros.
Modernidade e tradição
A pesquisa está sendo desenvolvida no âmbito do Programa de Aceleração da Inovação Tecnológica na Gestão da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) - Edital Pólen 03/2024, e vai até julho/2025. O projeto "Modernidade e tradição: criação de soluções para gestão do conhecimento na CGE" é orientado pelo Laboratório de Inovação em Gestão Pública (Pólen) em parceria com o Serviço de Gestão do Trabalho e a Coordenação de Desenvolvimento Institucional da Vice-Diretoria de Desenvolvimento Institucional e Gestão da Ensp.
A pesquisa da CGE tem como líder Monique Brandão, que divide a responsabilidade de seu desenvolvimento com Alaine Santos da Costa, Lucas Matos de Oliveira e Marianna Araújo da Silva. Segundo Monique, a expectativa é que, apoiada nos resultados da pesquisa, seja possível promover o acesso pleno à informação e também fomentar a integração entre os profissionais da área de Educação da Fiocruz”. Para a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, a pesquisa se reveste de importância na medida em que seus resultados irão colaborar com a modernização das atividades do setor. Ela comentou ainda que, previamente a realização da pesquisa, foi realizado um levantamento dos processos de trabalho, que também serão utilizados para melhorar os fluxos de informações e do trabalho realizado na equipe.