O Sextas de Poesia apresenta Tatiana Eskenazi, com (Des)caminhos, que faz parte do seu segundo livro "Na carcaça da cigarra", editora Laranja Original (2021).
Tatiana Eskenazi é administradora, fotógrafa e poeta. Pós-graduada pelo curso Formação de Escritores do Instituto Vera Cruz. Publicou também o livro de poemas "Seu retrato sem você" (Quelônio, 2018). Multiartista e pesquisadora, ela trabalha outras formas de expressão poética além da palavra, por meio do projeto de não retratos "Seu retrato sem você", uma investigação sobre a ausência. É associada da Capivara Instituto Cultural, onde coordena o projeto Itinerário de Poesia, dentre outras iniciativas poéticas.
#ParaTodosVerem Banner com diversas ilustrações de mulheres no fundo, loiras, morenas e com cabelo rosa. No centro, um poema de Tatiana Eskenazi, "Na carcaça da cigarra":
(DES) CAMINHOS
sou todos aqueles
os quais me tornei
desejando ser outros
O Sextas de Poesia traz um trecho da obra "Orlando", de Virginia Woolf. Considerada uma das escritoras mais importantes do século XX, sua técnica narrativa de monólogo interior e seu estilo poético se destacam como as contribuições mais relevantes para o romance moderno. A publicação póstuma de suas cartas, ensaios e diários, apesar dos esforços em contrário do seu marido, representou um legado muito valioso tanto para os futuros escritores como para leitores que buscam obras que fujam do convencional.
Orlando, romance escrito em 1928, representou um novo avanço em seu estilo e lhe rendeu elogios da crítica por seu trabalho inovador, conseguindo aumentar ainda mais sua popularidade.
Com nove romances publicados e mais de 30 livros de outros gêneros, Virginia Woolf continua sendo uma das escritoras mais influentes da literatura mundial, a autora que mais revolucionou a narrativa no século XX e quem mais defendeu os direitos das mulheres através de seus textos.
#ParaTodosVerem a imagem apresenta uma fotografia onde há, no plano de fundo, um castelo, e mais à frente, uma mulher sentada debaixo de uma árvore em um gramado verde lendo um livro. O poema é um trecho do livro "Orlando", de Virginia Woolf:
Somos as palavras;
somos os livros;
somos feitos do mesmo
tecido de que
são feitos os sonhos.
O Sextas desta semana traz o jornalista e escritor Manuel António Pina com trecho do poema Regresso. "Brincando" com as palavras e os conceitos, num verdadeiro trocadilho, Manuel António Pina faz da sua obra um permanente "jogo de imaginação", tal labirinto que obriga a um verdadeiro trabalho de desconstrução para se encontrar a saída. Manuel nasceu em 1943, na Beira Alta, Portugal, e exerceu a advocacia e foi técnico de publicidade. Abraçou a carreira de jornalista no Jornal de Notícias, onde passou a editor. Autor de livros para a infância e juventude e de textos poéticos, a sua obra apresenta uma grande coesão estrutural e reflete criatividade, exigindo do leitor um profundo sentido crítico e descodificador. Afirmou-se como uma das mais originais vozes poéticas na expressão pós-pessoana da fragmentação do eu, manifestando uma tendência para a exploração das possibilidades filosóficas do poema, transportando a palavra poética para a investigação do processo de conhecimento e para a investigação do processo de existência literária.
Os seus textos dramáticos são frequentemente representados por grupos e companhias de teatro. Sua obra frequentemente se destaca, já tendo sido homenageado com diversos prêmios, como, por exemplo, o Prêmio Literário da Casa da Imprensa, em 1978; o Grande Prêmio Gulbenkian de Literatura para Crianças e Jovens, em 1988; o Prêmio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude, em 1988; o Prêmio Nacional de Crônica Press Clube/Clube de Jornalistas, em 1993; o Prêmio de Poesia Luís Miguel Nava e o Grande Prêmio de Poesia da APE/CTT, em 2005; além do Prêmio Camões, em 2011. Depois de sua morte, a título póstumo, recebeu o Prêmio de Poesia Teixeira de Pascoaes; e o Prêmio Especial da Crítica dos Prêmios de Edição Ler/Booktailors, em 2012.
*com informações de Porto Editora
#ParaTodosVerem Foto de uma pessoa sentada em uma banco de madeira, ela está de costas usando um casaco escuro, seus cabelos são castanhos, na sua frente há diversas plantas e árvores, os tons de cores em verde estão bem presentes.
No canto superior da foto um trecho do poema "Regresso", de Manuel António Pina:
... Distraído percorro
o caminho familiar da saudade...
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.
Rose Marie Muraro, escritora, poeta e ativista, foi uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil. Escreveu mais de 40 livros, entre eles a obra "Sexualidade da mulher brasileira: corpo e classe social no Brasil", uma referência no tema.
Rose Marie era uma mulher à frente do seu tempo, de qualquer tempo. Mulher aguerrida, corajosa e que esteve na vanguarda da luta por equidade de gênero no país. Além do legado literário e pensamento revolucionário, ela deixou também como herança o Instituto Cultural Rose Marie Muraro (ICRM). Criado em 2009, tem como objetivo salvaguardar o acervo da intelectual. Hoje, o Instituto luta para seguir com o trabalho valioso dessa escritora, através da contribuição coletiva.
O poema desta edição do "Sextas de poesia" homenageia essa mulher impossível, mulher de mil faces, que mergulhava na dor para tirar de dentro dela a eterna radiância da alegria.