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Publicado em 18/11/2022

Sextas traz Lima Barreto em Dia da Consciência Negra

O Sextas de Poesia desta semana homenageia Lima Barreto, lembrando seus 100 anos de morte. Esta edição celebra ainda o Dia Nacional da Consciência Negra, que segue sendo um dia de resistência, reflexão e luta! "Tinha entrado na consciência de todos a injustiça originária da escravidão. Mas como ainda estamos longe de ser livres! Como ainda nos enleamos nas teias dos preceitos, das regras e das leis!", pontuou Lima Barreto, em crônica publicada no jornal Gazeta da Tarde, em maio de 1911, na qual ele faz uma crítica às festas pela abolição da escravatura. 

Lima Barreto (1881-1922) foi um dos principais escritores do pré-modernismo brasileiro. Sua obra é impregnada de fatos históricos, além de ser estritamente relacionada com temáticas sociais e nacionalistas, trazendo críticas à mentalidade burguesa da época. Negro e proveniente de uma família humilde, teve sua vida e carreira permeadas por situações que o colocaram diante de discriminação racial, mas ele nunca ficou alheio às injustiças e aos preconceitos. 

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro e foi escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, que morreu nessa data, no ano de 1665. Zumbi comandou o Quilombo dos Palmares por quase 15 anos e liderou a resistência de milhares de negros contra a escravidão.

Publicado em 14/05/2021

Sextas de Poesia traz 'Negro forro', de Adão Ventura

Autor(a): 
Ana Furniel

O dia 13 de maio marca a abolição da escravatura no Brasil. Porém, mesmo sendo libertos, os negros continuam prisioneiros - de escravos a excluídos, das fazendas aos cortiços, da senzala ao abandono das ruas - são décadas de ausência de direitos humanos e sociais básicos. Realidade que assistimos pela tela da TV, com invasão das favelas, pretos triturados por máquinas de moer gente, nos presídios, na violência policial, no preconceito racial...

"Brasil, o teu nome é Dandara, e a tua cara é de cariri/ Não veio do céu/ Nem das mãos de Isabel/ A liberdade é um dragão no mar de Aracati".

O verso do samba da Mangueira, expressa a luta por liberdade dos heróis de verdade no Brasil, último país das Américas a abolir a escravidão.

Ser preto é resistência. É de luta a trajetória desses heróis que não estão no retrato. Histórias como a de Zumbi dos Palmares, Xica da Silva ou de Luiza Mahin, ex-escrava que teria se tornado uma liderança nas lutas contra a escravidão na Bahia no início do século XIX. Chico da Matilde, um jangadeiro negro, no Ceará, que ficou conhecido como o Dragão do Mar após liderar uma paralisação de jangadeiros, negando-se a fazer o transporte dos navios negreiros que chegavam no porto, também no século XIX.

Em alusão ao dia oficial da Abolição da Escravatura, mas em homenagem ao marco da centenária luta negra pela cidadania, o "Sextas" desta semana traz o poema "Negro forro", de Adão Ventura. Poeta mineiro, do Vale do Jequitinhonha, neto de escravos e trabalhadores de fazenda e de mina, ele estudou direito e se tornou presidente da Fundação Palmares, sua obra é marcada por sua narrativa do que é ser negro no Brasil.

Adão recebeu varios prémios e o poema "Negro Forro" foi selecionado por Ítalo Moriconi para integrar a antologia "Os cem melhores poemas do século".

 E como nos lembra um outro samba, agora do Acadêmicos do Salgueiro, "nessa abolição que é tão fajuta, onde o negro só labuta, ainda é 12 de maio..."

Ser preto é resistência e é na luta, na arte e na vida que a gente se encontra. 

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