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Publicado em 18/08/2023

Wiki Movimento Brasil e Casa de Oswaldo Cruz fazem maratona de edição de verbetes sobre trajetória de Oswaldo Cruz

Autor(a): 
COC/Fiocruz

A Wikipédia está hoje mais diversa em termos relacionados à vida e à obra do cientista Oswaldo Cruz (1872-1917). Em uma maratona de edição realizada no Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), em Manguinhos, no Rio, profissionais de diferentes áreas da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), como historiadores, arquivistas e bibliotecários, além de alunos de programas de pós-graduação, aprimoraram verbetes existentes e criaram outros, durante a Editatona Wikipédia e Oswaldo Cruz: Ciência, Saúde e Cultura.

O evento marcou o início de uma parceria entre a Casa de Oswaldo Cruz e o Wiki Movimento Brasil, filiado à Fundação Wikimedia, que reúne projetos desenvolvidos colaborativamente por usuários ao redor do mundo, entre os quais, a Wikipédia. Todas as contribuições realizadas são liberadas sob uma licença Creative Commons, ou seja, o conteúdo pode ser usado, editado, copiado e redistribuído livremente, de acordo com os termos da licença.

A maratona foi precedida por uma apresentação sobre a importância da difusão do conhecimento e a promoção da ciência aberta, realizada por representantes do Wiki Movimento Brasil. Logo depois, eles compartilharam noções básicas de edição na Wikipédia, realizada por meio do software MediaWiki.

Ao longo do dia, os participantes aprimoraram verbetes já existentes na plataforma, como Vacinação, Saúde pública no Brasil, Aedes aegypti e Hospital da Candelária. Além disso, elaboraram textos sobre novos termos, entre os quais, Departamento Nacional de Saúde Pública, Formigueiro artificial e Medalha do Congresso de Higiene e Demografia.

Diretor da Casa de Oswaldo Cruz, que tem a guarda do mais importante acervo de história da ciência e da saúde da América Latina, Marcos José de Araújo Pinheiro saudou o “primeiro movimento de cooperação” com o Wiki Movimento Brasil e destacou que a organização sem fins lucrativos tem uma consonância de visões com a Fiocruz em relação à importância da ciência aberta, abordado em um conjunto de políticas da instituição. “O grande mote é preservar os acervos para torná-los acessíveis”, disse ele, ao observar que a parceria com a Wikipédia pode dar uma grande contribuição para ampliar o acesso ao conhecimento produzido na instituição.

O alcance da Wikipédia como espaço de fonte de informação foi destacado por Amanda Jurno, gestora de Educação e Difusão Científica do Wiki Movimento Brasil. Segundo ela, a Wikipédia é o sétimo site mais acessado no mundo, representando uma possibilidade de alcance fenomenal, são 4,5 milhões de acessos por mês, com tempo médio de permanência de dez minutos.

“O grande trabalho por trás da Wikimedia é um ativismo digital muito grande em prol do conhecimento livre. Então, para nós, fecharmos esta parceria com a Casa está completamente de acordo com a nossa missão e com o que acreditamos mais profundamente. Estamos muito honrados e orgulhosos”, enfatizou Amanda, durante a sua apresentação no evento.

Para o vice-diretor de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da Casa de Oswaldo Cruz, Diego Bevilaqua, o princípio fundador do Wiki Movimento Brasil é muito importante para se compreender a ideia de produção do conhecimento pelo diálogo entre os diferentes.

“Uma das principais características da Wikipédia, já aferida por várias pesquisas internacionais, é que ela só funciona se houver um engajamento grande da população e, principalmente, de pessoas com formações e especialidades diferentes. Não adianta somente o especialista escrever na Wikipédia. Essa forma de produção do conhecimento está muito alinhada com a ideia de ciência aberta”, declarou.

Pesquisadora da vida e obra de Oswaldo Cruz, Nara Azevedo, ex-diretora da Casa de Oswaldo Cruz e professora do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde, afirmou que a editatona com termos relacionados à vida e obra do sanitarista ocorreu em um momento muito propício, às vésperas do aniversário de nascimento do patrono da Fiocruz, dia 5, próximo sábado. “Ele nos ensinou a muitos intelectuais no Brasil como fazer ciência a serviço da população. Oswaldo Cruz criou essa instituição com a idieia de termos um compromisso com o público”.

O evento reuniu 24 participantes. “Todos com o mesmo propósito de fortalecer o conteúdo da Wikipédia relacionado a Oswaldo Cruz e difundir os nossos acervos”, observou o coordenador adjunto do Fórum de Preservação Digital da Fiocruz, Marcus Vinícius Pereira da Silva.

 

 

#ParaTodosVerem Banner com três fotos, uma no topo e duas na parte inferior do banner. A foto no topo é de uma mulher com um microfone à sua frente e um powerpoint atrás, há copos com água na mesa em que ela está apoiada. A foto na parte inferior do banner é de um grupo com várias pessoas em mesas e laptops assistindo a uma palestra. A segunda foto está focada em uma mulher vestida com casaco jeans mexendo no laptop.

Publicado em 15/03/2021

Health Challenge Brazil 2021 está com inscrições abertas até 17/3

Está chegando o Health Challenge Brazil 2021 (HCB 21). O desafio vai reunir pessoas com ideias inovadoras para pensar em maneiras diferentes de resolver os problemas da saúde no Brasil. O evento nasceu em um momento de mudanças e transformações que estamos vivendo nos últimos tempos. O hackathon é totalmente online e gratuito. Podem participar estudantes e profissionais de saúde, designers, desenvolvedores, pessoas da área de negócios e outros interessados no tema.

Inscreva-se até 17 de março!

O encontro acontecerá nos dias 19, 20 e 21 de março. Notando a necessidade de um olhar mais sensível para a área médica, a StartUpDays adentrou no âmbito clínico para entender, e assim, fomentar a criação de um evento voltado a assuntos de relevância para os profissionais do futuro da medicina. A Fiocruz é a patrocinadora oficial do HCB 21. O encontro será realizado com a finalidade de estimular o desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios da área da saúde do Brasil.

A ideia do encontro é fomentar a resolução dos problemas da área da saúde brasileira; estimular o desenvolvimento de ideias que podem se tornar negócios; conectar empresas da área da saúde que buscam inovação e mentes criativas; entrar em um ecossistema de inovação, com profissionais e estudantes de diversas áreas; e premiar os participantes. 

Portanto, faça sua inscrição, forme seu time ou encontre um já inscrito e participe de mais de 60h de muito conteúdo transmitido pelas Lives, assim como aproveitar as sessões de mentoria com especialistas de diversas áreas. Ao final da jornada, você terá que apresentar sua solução, assim como submeter seu projeto final para avaliação da banca de jurados. A banca utilizará critérios pré-definidos para avaliar as soluções e definir quem será o grande campeão do Health Challenge Brazil 2021! Os resultados serão divulgados em 24 de março. 

Publicado em 02/05/2020

Participe do Hackcovid19, maratona online de desafios e soluções tecnológicas para a pandemia

Autor(a): 
Campus Virtual Fiocruz (com informações do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas)

São muitos os desafios para a saúde diante da pandemia. Para enfrentá-los, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) promovem o Hackcovid19, um hackathon online que busca inovações tecnológicas para combater a Covid-19. As submissões de desafios vão até o dia 4 de maio. Qualquer pessoa com mais de 18 anos de idade, e-mail e acesso à internet pode submeter gratuitamente um ou mais desafios por meio do portal.

Já a maratona acontecerá entre os dias 15 e 17 deste mês: durante 72 horas os participantes vão colaborar online em projetos para resolver desafios relacionados a saúde; comunidade; populações vulneráveis; grupos de risco; empresas e comércio; educação; arte, cultura e entretenimento; meio ambiente e informação. O Hackcovid19 é uma competição de perfil científico (e não empresarial). O objetivo é estimular indivíduos e equipes a apresentarem soluções inovadoras, rápidas e de baixo custo, voltadas mais especificamente para o cenário do Estado do Rio de Janeiro, para minimizar os efeitos do isolamento e da quarentena, assim como facilitar o trabalho dos profissionais de saúde no enfrentamento da pandemia.

Há três categorias de participantes: ativadores, mentores e hackers. Os ativadores propõem desafios, enquanto os mentores são especialistas que orientam os hackers (programadores, designers etc.) sobre a melhor forma de concretizar a ideia proposta (apps, serviço, equipamento etc.). 

Atenção às etapas e prazos da competição online

As propostas de desafios podem ser submetidos até o dia 4 de maio (segunda-feira). A Comissão Avaliadora e Julgadora da competição vai anunciar as aprovadas no dia 7 de maio. Os interessados em participar da competição devem ter uma conta na plataforma internacional de gerenciamento de hackathons Devpost, que já pode ser aberta.

As inscrições de hackers serão abertas a partir do dia 15 de maio às 0h15 da manhã, por meio do portal, quando a maratona terá início. Cada hacker – que não precisa necessariamente saber programar – poderá escolher os desafios nos quais quer trabalhar, formando equipes. Sugere-se que as equipes tenham, no mínimo, três e, no máximo, cinco pessoas. Há também um link no portal para o Slack, que permite aos participantes interagir com ativadores e mentores. A competição se encerrará às 23h45 de domingo (17/5). Por ter formato online – em razão do isolamento social –, o evento será realizado por meio de programas de bate-papo ou videoconferência. 

Ao final, serão escolhidos três vencedores, segundo os critérios expostos no site. As soluções premiadas podem ser apresentadas em um fórum público (online) para possíveis patrocinadores e investidores. Os direitos autorais permanecem com os hackers. Na seção FAQs (dúvidas frequentes), há explicações detalhadas sobre cada categoria, além do regulamento do hackathon, entre outras informações sobre a competição. Para esclarecer dúvidas, envie um e-mail para: hackcovid19@cbpf.br.

Evento é organizado por instituições de referência nas áreas de ciência e tecnologia

A iniciativa é do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As instituições são referências nacionais em suas áreas de atuação, e emprestarão para o evento sua infraestrutura (supercomputadores, base de dados, internet etc.). Segundo os organizadores, a ideia é ajudar a sociedade neste momento de crise, fazendo dessa iniciativa uma mobilização solidária da ciência e da tecnologia a favor da vida.

O Hackocovid19 conta com apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica das Unidades de Pesquisas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no Rio de Janeiro (NIT-Rio).

As hashtags do hackathon nas mídias serão #cienciaetecnologiaafavordavida e #cientistaspelavida.

Acesse o portal da maratona, saiba mais e participe!

Publicado em 11/12/2019

Hackathon Fiocruz anuncia vencedores da edição 2019

Autor(a): 
Icict/Fiocruz

Uma rede digital que envolva a população no combate às arboviroses. Um aplicativo para ajudar no tratamento de pessoas com tuberculose. A criação de um “chatbot” — robozinho virtual capaz de passar informações à semelhança de um humano — para atuar em canais de comunicação da Fiocruz. Uma plataforma para ampliar a vigilância de focos de carrapatos transmissores da febre maculosa. Estes foram os protótipos criados após dois dias de maratona tecnológica: o Hackathon Fiocruz 2019, promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), com o apoio do Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz.

Trinta e dois competidores, divididos em oito times, passaram o sábado (30/11) e o domingo (1º/12) no campus da Fundação, em Manguinhos, empenhados em criar soluções inovadoras para o Sistema Único de Saúde (SUS). Hackadoidos, P21, View Model Robusta e Dexllab foram os times vencedores. Agora, terão seis meses para desenvolver seus protótipos, criando aplicativos que possam melhorar serviços e políticas públicas. Para isso, vão contar com apoio financeiro, um laboratório-móvel que servirá como incubadora de ideias e a mentoria de uma empresa de tecnologia. E ainda serão contemplados com a ida a algum evento de tecnologia. 

“Estamos muito felizes de ter participado e feito um bom trabalho. Agora é hora de se empenhar para desenvolver uma solução [aplicativo] de ainda mais qualidade”, resumiu Henrique Matheus, da equipe Dexllab, que criou o protótipo de uma plataforma por meio da qual qualquer cidadão poderá enviar foto de carrapatos encontrados Brasil afora, e então ser alertado se é um tipo não nocivo ou se pode ocasionar alguma doença, como febre maculosa. “Buscamos desenvolver uma aplicação que fosse de fato trazer impacto à vida das pessoas. Para isso, a mentoria foi muito importante. O meu grupo trabalhou com um grande número de dados, mas não sabíamos, por exemplo, que havia tantas classificações para carrapatos. Chegamos aqui muito crus no assunto, mas o apoio e as informações dos mentores tornaram possível chegar ao nosso modelo.” 

Desafios 

Os participantes da maratona foram selecionados por meio de chamada pública, divulgada em outubro e novembro, e aberta a profissionais e estudantes que atuem em design, programação e desenvolvimento de soluções digitais. Antes disso, profissionais da Fiocruz também participaram de uma chamada pública, que os convidava a sugerirem “desafios” do cotidiano do SUS ou da Fundação que pudessem ser resolvidos por algum aplicativo.

Esses desafios só foram divulgados e sorteados entre os hackathonzeiros na manhã de sábado, quando as equipes foram formadas. A partir daí, os grupos contaram com o apoio de mentores para cada um dos temas, que puderam orientá-los quanto aos objetivos e as características de cada desafio. Os protótipos ganhadores foram selecionados por um júri de especialistas.

“Foi uma experiência muito boa, mas também um desafio muito grande, porque é preciso correr contra o tempo”, definiu Luciana Bitaraes, do time P21, que criou um chatbot para atender ao público que busca informações sobre o ensino na Fiocruz. “Mesmo que eu não estivesse entre os vencedores, já estaria ganhando, porque aprendi muito durante a maratona.”

Tradição e inovação

A importância de explorar a criatividade e a inovação tecnológica em prol de soluções para o campo da saúde foi destacada inúmeras vezes durante as apresentações. Logo na mesa de abertura, no sábado, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, agradeceu aos participantes: “Vocês vão permitir que a Fiocruz, em seus 120 anos, possa estar desenvolvendo produtos de tecnologia digital que venham a reforçar nosso Sistema Único de Saúde. A Fundação, uma das raras instituições já com mais de 100 anos no Brasil, está atenta para se renovar ante os novos desafios para a saúde, para o país e para a cidade.

“Este hackathon traz um avanço em relação à maratona que fizemos em 2016, que é a previsão de que os protótipos sejam de fato desenvolvidos por vocês, na incubadora de ideias montada ao lado da Biblioteca de Manguinhos”, descreveu Rodrigo Murtinho, diretor do Icict, dirigindo-se aos competidores. “Vale lembrar que, em 2020, a Fiocruz comemora 120 anos de vida. E, justamente neste momento, vocês estarão aqui conosco, desenvolvendo aplicativos muito importantes para a área da saúde.” 

“Um dos gargalos de qualquer hackathon é o dia seguinte. O que fazer com as ideias que surgem durante a maratona? Por isso, o Hackathon Fiocruz foi todo planejado para ir muito além de uma maratona”, afirmou Luis Fernando Donadio, coordenador do Escritório de Captação da Fiocruz. “Este hackathon não se encerra na prototipagem. Vai, sim, abrir caminho para uma incubadora de ideias, produzindo aplicativos para a sociedade.” 
Festival de inovação

Mas o Hackathon Fiocruz 2019 não foi só trabalho. Participantes e público puderam assistir a palestras de temas como inteligência artificial, inovação em saúde pública e ciência de dados. Além disso, tiveram à disposição atividades de entretenimento, como jogos e imersão em ambientes de realidade virtual. A maratona ocorreu numa tenda ao lado do Parque da Ciência, no campus Manguinhos, e no auditório do Museu da Vida. 

O hackathon integra a programação do Festival de Inovação da Fundação Oswaldo Cruz, promovido pela Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional. O Festival de Inovação é apresentado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.

Publicado em 11/06/2018

Saiba o que aconteceu no Primeiro Hackaton de Divulgação Científica em Saúde da Fiocruz

Juntar pessoas interessadas, com backgrounds diferentes, para colaborar no desenvolvimento de projetos criativos e inovadores. Este foi o principal objetivo do Primeiro Hackaton da Divulgação Científica em Saúde, segundo a consultora do Instituto D’Or na área, Catarina Chagas. Ela coordenou a maratona, realizada nos dias 4 e 5 de junho, junto com Luisa Massarani, assessora a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação  da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz). A Tenda da Ciência na Fiocruz foi o palco do evento que — além de estimular o desenvolvimento de projetos — promoveu diálogos e trocas de experiências entre diversos atores desta cena.

Durante a abertura, Massarani, que coordena o INCT Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, comentou a importância das iniciativas neste sentido, no atual cenário de crise. “Neste momento, fazer divulgação científica no Brasil é uma questão de sobrevivência”, afirmou, referindo-se aos recentes cortes na ciência e na saúde. Ela lembrou ainda sobre os investimentos que a Fiocruz tem feito na área: “Na semana passada, por exemplo, 12 projetos de divulgação foram aprovados no nosso Edital de Divulgação Científica".

Reflexões e provocações

Em seguida, foi a vez de reunir uma turma de peso: o físico e presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira; o neurocientista do Instituto D’Or e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Stevens Rehen; e a jornalista do Museu da Vida/Fiocruz,  Carla Almeida. Eles participaram da roda de conversa “Reflexões e provocações sobre a prática da divulgação científica”, trocando ideias com o público sobre fazer, divulgar e possibilitar o acesso à ciência. A atividade foi mediada pela jornalista Fernanda Marques, que é assessora de comunicação com passagem por diversos veículos e áreas da Fiocruz. 

Ildeu contou que desde criança queria ser um divulgador: “Fiquei fascinado pela ideia de, além de fazer ciência, contar às pessoas como fazer”. Ao longo de sua fala, o presidente da SBPC destacou o caráter político da divulgação científica, que gera benefícios para toda a sociedade, e comparou a realidade nacional à internacional. “No Brasil, portas estão se fechando para nós. Em países mais desenvolvidos, a prática da ciência está muito mais inserida na cultura do que aqui”. Segundo ele, apesar do crescimento de espaços e museus de ciência em cidades brasileiras, ainda é preciso inovar e gerar novas soluções para se fazer divulgação. “As pessoas devem poder ter a sensação do que é ciência. Não é preciso um doutorado no exterior para isso”, convocou.

Já o neurocientista Stevens Rehen disse que é um cientista que gosta de ir além da produção de artigos. “Aprendemos a contar histórias da melhor maneira... E o que são artigos científicos, se não histórias?”. Questionado pela mediadora sobre como os pesquisadores se beneficiam ao se engajarem na divulgação do próprio trabalho, respondeu que são muitos como, por exemplo, ampliar a rede de contatos e atrair mais financiamento.

A divulgação científica é fascinante por ser plural, acredita a jornalista Carla Almeida, que também fez parte da roda. Para ela, qualquer tentativa de estreitar os laços entre ciência e sociedade faz parte desta atividade. “Está longe de haver um consenso, entre estudiosos, sobre o que é divulgação da ciência. Melhor do que tentar definir é, talvez, pensar maneiras novas e eficientes de se fazer”, disse.

Relatos de experiências

E foi desta forma que a maratona seguiu, apresentando diversas práticas de divulgação científica, durante a atividade “Divulgação científica fora da caixa: relatos de experiências”. Os convidados abordaram como humor, arte, dança, design, itinerâncias, jogos, infográficos e a comunicação através do contato direto com o público e também pelas mídias sociais potencializam a aproximação do público e a difusão do conhecimento científico.

Jéssica Norberto, da Fundação Cecierj, contou como os museus itinerantes de ciência são importantes, principalmente para populações carentes. “Quem vai às ruas sabe como é único ver quem não pode chegar a espaços científico-culturais ter contato com a ciência”. 

Quem também falou sobre o papel educativo do trabalho foi o coordenador do Polo de Jogos e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict/Fiocruz), Marcelo de Vasconcellos. Ele enumerou os elementos necessários a um bom jogo: conteúdo de qualidade, um bom visual, além de uma dinâmica que faça pos participantes interagirem de fato. “É a mágica do jogo”, disse, destacando a contribuição dos games para a educação de crianças, jovens e adultos.

Ouro para a ciência: projetos de rap e carona com pesquisadores vencem a maratona

Além dessa rica troca entre os convidados, participantes da maratona e público em geral, o Hackaton premiou dois dos 30 projetos criativos e inovadores em divulgação científica selecionados para a maratona. Os venecedores — "Rap e ciência" e "Carona com ciência" —conquistaram apoio financeiro.

O primeiro usa a linguagem do rap para divulgar temas científicos. A jornalista Renata Fontanetto, representante do grupo, comentou a importância do evento. “É uma iniciativa louvável! Reúne gente que acredita, que quer fazer diferente: é quase como uma célula de resistência, num cenário de profundos cortes para a ciência nacional”.

O cientista Leandro Lobo também ressaltou as contribuições da maratona para seu grupo, premiado pelo projeto "Carona com Ciência". “Foi uma oportunidade incrível, foi essencial conhecer outras experiências, o que acabou mudando para melhor a ideia inicial”, contou. O grupo propôs a criação de um novo canal de vídeos, que entrevista cientistas com o objetivo de levar seus conhecimentos para o grande público, de uma forma mais pessoal e descontraída. Uma prova de que o Hackaton fez com que seus participantes embarcassem numa viagem muito criativa pelo campo da divulgação científica. 

Por Valentina Leite e Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)

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