O Sextas de Poesia traz um trecho da obra "Orlando", de Virginia Woolf. Considerada uma das escritoras mais importantes do século XX, sua técnica narrativa de monólogo interior e seu estilo poético se destacam como as contribuições mais relevantes para o romance moderno. A publicação póstuma de suas cartas, ensaios e diários, apesar dos esforços em contrário do seu marido, representou um legado muito valioso tanto para os futuros escritores como para leitores que buscam obras que fujam do convencional.
Orlando, romance escrito em 1928, representou um novo avanço em seu estilo e lhe rendeu elogios da crítica por seu trabalho inovador, conseguindo aumentar ainda mais sua popularidade.
Com nove romances publicados e mais de 30 livros de outros gêneros, Virginia Woolf continua sendo uma das escritoras mais influentes da literatura mundial, a autora que mais revolucionou a narrativa no século XX e quem mais defendeu os direitos das mulheres através de seus textos.
#ParaTodosVerem a imagem apresenta uma fotografia onde há, no plano de fundo, um castelo, e mais à frente, uma mulher sentada debaixo de uma árvore em um gramado verde lendo um livro. O poema é um trecho do livro "Orlando", de Virginia Woolf:
Somos as palavras;
somos os livros;
somos feitos do mesmo
tecido de que
são feitos os sonhos.
O Sextas desta semana traz Fecundação, de Gilka Machado. Gilka nasceu no Rio de Janeiro, 12 de março de 1893, ficou conhecida como uma das primeiras mulheres a escrever poesia erótica no Brasil; também foi uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino, em 1910, que defendia o direito das mulheres ao voto, e ainda atuou no mesmo como tesoureira. Uma das únicas mulheres representantes do Simbolismo e pioneira da poesia erótica no Brasil. No primeiro concurso de poesia que ganhou, aos 14 anos, do jornal “A Imprensa”, foi taxada por críticos literários de “matrona imoral” pelo conteúdo dos versos (ela ganhou não só o primeiro lugar, como o segundo e o terceiro, graças aos pseudônimos que usou).
Com sua obra marcada pelo escândalo de sua ousadia, Gilka Machado sofreu a incompreensão daqueles que só liam retorcidamente os seus versos, julgando-a devassa ou libertina.
O seu primeiro livro, “Cristais Partidos”, foi publicado aos 22 anos. Nesta época, Gilka Machado já estava casada com o também poeta carioca Rodolpho Machado, que morreu precocemente.
Viúva, pobre e com dois filhos para criar, foi diarista na Central do Brasil e complementava a renda fazendo pensão. Foi quando, em 1933, ganhou um concurso da revista “O Malho”, que deu a ela o título de “maior poetisa do Brasil”.
Em seus mais de 10 livros lançados em vida, Gilka Machado explorava temas além do erotismo, como a saudade, a situação da mulher, seu papel cívico e seus direitos políticos, e até futebol.
#ParaTodosVerem Fotografia de duas pessoas com as mãos entrelaçadas, no meio das mãos está o brilho do Sol, o fundo apresenta um cenário natural. Na parte inferior da imagem um trecho do poema de Gilka Machado, Fecundação:
Nada me dizes,
porém entra-me a
carne e persuasão
de que teus dedos
criem raízes
na minha mão...
Com um trecho do livro "A hora da estrela", o Sextas de Poesia homenageia a grande escritora Clarice Lispector, que faria 104 anos no último dia 10 de dezembro.
A escritora brasileira marcou a literatura do século XX com seu estilo intimista e complexo, linguagem poética e perturbadora. Clarice Lispector (1920-1977) é um marco em nosso Modernismo e suas obras continuam entre as mais lidas no país.
A autora, vale lembrar, figura como uma das primeiras autoras a ganhar notoriedade nacional, ao lado de grandes nomes, como Rachel de Queiroz e Cecília Meireles, tendo, portanto, também um papel fundamental para desconstruir preconceitos e ampliar o horizonte para tantas outras mulheres na literatura.
#ParaTodosVerem Banner com um fundo amarelado e o trecho do livro "A hora da estrela" em letra cursiva, também há o rosto da escritora Clarice Lispector, uma mulher branca maquiada com cabelos escuros, seus olhos estão fechados e há um delineado em suas pálpebras, assim como um batom escuro na boca. No centro do banner, o trecho do livro "A hora da estrela":
"É melhor eu não falar em
felicidade ou infelicidade-
provoca aquela saudade
desmaiada e lilás, aquele perfume
de violeta, as águas geladas da
maré mansa em espumas de
areia. Eu não quero provocar
porque dói."
Nesta semana, o Sextas de Poesia homenageia Cecília Meireles. Em 9 de novembro de 2024, completam-se 60 anos de sua morte.
O poema escolhido, Interludio, fala sobre seus temas recorrentes: a efemeridade do tempo e a transitoriedade da vida, e sua poesia atemporal. Cecília Meireles foi escritora, jornalista, professora e pintora, considerada uma das mais importantes poetas do Brasil. Sua obra de caráter intimista, destacou-se na segunda fase do Modernismo no Brasil, no grupo de poetas que consolidaram a "Poesia de 30". Ela ganhou vários prêmios, entre eles o Machado de Assis e o Jabuti.
#ParaTodosVerem Banner com fundo em tom marrom e símbolos de notas musicais no canto esquerdo do banner, as notas estão na cor preta. No canto direito do banner, o poema de Cecília Meireles:
Interlúdio
As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.
Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente -- claro muro
sem coisas escritas.
Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.
Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.
Fico ao teu lado.
O Sextas de Poesia faz sua homenagem ao escritor, crítico literário e poeta Antonio Cicero, que morreu na manhã desta quarta-feira, 23/10, na Suíça.
Autor de várias canções da MPB que se tornaram sucessos e que levaram o poeta a ser cantado, dançado, além de embalar sonhos e noites de toda uma geração.
Cicero fazia da poesia uma letra, ou ao contrário, não importa.
"Meu mundo você é quem faz. Música, letra e dança.
Tudo em você é fulgás..."
Viva Antônio Cícero!
#ParaTodosVerem Fotografia vista de cima de uma paisagem, com campos e lagos, o sol está no horizonte, no céu há diversas nuvens, através das nuvens passam raios solares. No canto inferior direito da foto, o poema de Antonio Cicero:
Vida, valeu.
Não te repetirei jamais.
Paulo Freire, que completaria 103 anos em 19 de setembro de 2024, é o autor homenageado esta semana no Sextas de Poesia. O trecho escolhido foi da obra “Pedagogia da esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido”, de 1992, onde o autor faz uma reflexão sobre a Pedagogia do oprimido, um reencontro com ela, com suas vivências em décadas nos mais diferentes cantos do mundo: “esperançar é não desistir... esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”.
Educador e filósofo brasileiro, é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da educação, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira e um dos autores mais lidos no mundo. A Pedagogia do Oprimido é até hoje um livro obrigatório e referência, um livro radical, sobre solidariedade, possibilidades infinitas de diálogo e mudança.
No abraço às possibilidades de Paulo Freire, o Sextas de Poesia celebra mais de 200 edições publicadas. Criado durante a pandemia, o projeto busca compartilhar afetos e acolhimento e nos lembra que educação, cultura e arte andam juntas. Na data de hoje, 27 de setembro, celebramos também 8 anos de lançamento do Campus Virtual Fiocruz na luta pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), através da formação de profissionais de saúde.
+Saiba mais: Campus Virtual Fiocruz: 8 anos apoiando a formação para o SUS
Viva Paulo Freire e seu esperançar!
Esta semana o Sextas de Poesia traz o poema "Silêncio Guerreiro", de autoria de Márcia Wayna Kambeba, da etnia Omágua Kambeba, do Amazonas. Geógrafa por formação, ela também é poeta, cantora e compositora. Em sua luta na literatura e na música, aborda, sobretudo, a identidade dos povos indígenas, territorialidade e a questão da mulher nas aldeias. Em 2013, lançou o livro Ay Kakyri Tama, que reúne textos poéticos e fotografias das vivências do seu povo.
No poema, a autora é transparente e adota uma linguagem referencial, direta, com tom testemunhal e de denúncia sobre as agressões à terra, a floresta e aos povos indígenas: "É preciso silenciar
Para pensar na solução
De frear o homem branco
E defender o nosso lar".
Mais atual, impossível! Assistimos à destruição das florestas, queimada a perplexidade com olhos de fumaça!
#ParaTodosVerem Foto de um indígena com cocar e um arco na mão, ele está de costas e na sua frente uma flecha está no ar, o céu está em tons avermelhados com um pôr do sol. Na foto está um trecho do poema "Silêncio Guerreiro", de Márcia Kambeba:
No silêncio da minha flecha
Resisti, não fui vencido
Fiz do silêncio a minha arma
Pra lutar contra o inimigo.
Silêncio é preciso,
Para ouvir o coração,
A voz da natureza
o choro do nosso chão.
"Às vezes sou casa, às vezes estrada. Nasci com pés, mas criei asas".
O Sextas de hoje traz a jovem poeta Viviane Lucas, psicóloga, professora e escritora. Autora de Andarilha, de 2022, e Um lugar pra guardar imensidões, de 2023, Viviane também é colunista da revista literária Letra Miúda. A carioca publica ainda suas poesias no perfil do Instagram @contosdaluanova.
#ParaTodosVerem Foto em primeiro plano de um papel colado em um poste, ao fundo muros baixos pintados com grafites, no papel está o poema de Viviane Lucas:
Às vezes sou
Casa, às vezes estrada.
Nasci com pés
Mas criei asas.
O Sextas desta semana traz a jovem poeta Anna Apolinário, com um trecho de Intermitências. Nascida em 1986, em João Pessoa, Pernambuco, Anna é escritora, poeta e feminista. Em seu site e perfis nas redes sociais ela apresenta "escritos e confabulações de uma alquimista da palavra". Segundo Anna, a poesia habita seu corpo feito um animal furioso. Ela diz que gosta de ser muitas: Pandora, Diana, Lilith, Vênus, Hécate e Medusa, um caleidoscópio incandescente. Com o poema "Intermitências", Anna mostra toda sua intensidade.
A poeta tem livros publicados e também participações em antologias literárias. São obras próprias de Anna: A Chave Selvagem do Sonho, de 2020, Magmáticas Medusas, de 2018, Zarabatana, de 2016, Mistrais, de 2014 e Solfejo de Eros, de 2010. Ela ainda tem participação nas publicações: Las Máscaras Del Aire, de 2020, Senhoras Obscenas, de 2019, Um girassol nos teus cabelos - poemas para Marielle Franco, de 2018, Ventre Urbano, de 2016 e Sob a Pele da Língua: breviário poético brasileiro, de 2019.
Conheça mais sobre Anna Apolinário em https://annaapolinario8.wixsite.com/poiesis
#ParaTodosVerem Foto da onda no mar em primeiro plano, as gotículas de água voam, ao fundo da foto e desfocado, centelhas de fogo.
No centro da imagem o poema Intermitências de Anna Apolinário:
O que em ti há de mar
sereno, brando
em mim, centelha
não pede,
vocifera.
Eucanaã de Nazareno Ferraz, poeta, professor, ensaísta e autor de histórias infantis, é o autor escolhido na semana pelo Sextas de Poesia. Com o poema 'Só' - assim como em toda a sua produção literária - Eucanaã explora os sentimentos que movem a existência humana, como a dor, a solidão e as descobertas pelo caminho. O premiado poeta nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de maio de 1961. É professor e pesquisador de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atuando na graduação e na pós-graduação. Como poeta, publicou inúmeros livros e recebeu diversos Prêmio ao longo de sua carreira: Livro primeiro, 1990; Martelo, 1997; Desassombro, que recebeu o prêmio Alphonsus de Guimaraens em 2002; Rua do mundo, em 2004, Cinemateca, contemplado com o Prêmio Jabuti em 2004; Sentimental, que recebeu o Prêmio Portugal Telecom de Poesia em 2008; Escuta, em 2015; Trenitalia, em 2016, Poesia – 1990-2016, em 2016; Eucanaã Ferraz - Antologia, em 2017; Retratos com erro, em 2019; Janelas, com plaquete com gravura de Raul Mourão, em 2022; e Raio, em 2023. Escreve também livros voltados para o público infantojuvenil, ensaios e organiza antologias de autores importantes da literatura brasileira e portuguesa. Na linguagem audiovisual, divide coautoria no DVD Consideração do poema, de 2012, e, também em DVD, dirige e roteiriza Vida e verso de Carlos Drummond de Andrade: Uma leitura, de 2014.
#ParaTodosVerem Foto de uma rua de terra à noite, há arvóres nos dois lados. No lado
esquerdo, há postes com as luzes acessas. No canto direito da foto, o poema 'O Só', de
Eucanaã Ferraz:
Na longa alameda a
luz aos pedaçoes cai
mole do alto dos
postes. Ele olha.
Para que não doa,
apenas olha.
E não dói.