Hoje faz 35 anos da morte de Paulo Leminsky. O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao poeta com um haicai: "o tempo, entre o sopro e o apagar da vela".
E nesse curto espaço temos a vida vivida, sonhada, às vezes doída, por muito amada e sempre muito sentida. Mistério e redenção. Vida.
Leminski foi crítico literário, tradutor, e um dos mais expressivos poetas de sua geração. Influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai.
#ParaTodosVerem: Foto em preto e branco de uma planta chamada dente-de-leão em primeiro foco, suas pétalas estão voando. Ao lado esquerdo da foto, um trecho do livro "Toda Poesia" , de Paulo Leminski:
O tempo
entre o sopro
e o apagar da vela
O Sextas de Poesia desta semana traz um haicai de Carlos Viegas, com as cores e a alegria das quaresmeiras, símbolo de renovação e recomeços. Carlos Viegas é mineiro sertanejo d’Abadia. Radicado em Brasília há muitos anos, é médico e professor universitário aposentado. Tem cinco livros publicados, participação ativa em coletâneas, nos Grupo de Haicai Águas de Março e Veredas, no World Haiku da World Haiku Association e no Brasil Nikkei Bungaku.
Viegas decidiu criar um pequeno oratório para celebrar o amor de Riobaldo e Diadorim — personagens centrais de Grande sertão: veredas. Em haicais para Diadorim, o autor entregou-se ao estado de surpresa, dúvida e paixão de Riobaldo, e criou uma espécie de diário para celebrar o amor do jagunço por Diadorim (quase um haibun, diário de viagem intercalado por haikus, na tradição japonesa).
Boa Páscoa a todos.