A Fiocruz Bahia realiza, na próxima sexta-feira, 2 de agosto, a sessão científica de tema “Microbiota intestinal e saúde de crianças após intervenção alimentar escolar”. Com transmissão ao vivo através da plataforma Zoom, o evento acontecerá presencialmente no Auditório Sonia Andrade, a partir das 9h.
A palestrante será Camilla Almeida, graduada em Nutrição pela Universidade Santa Úrsula (RJ), pós-graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho (RJ) e em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria / UNICSUL-SP (BA), mestra em Alimentos, Nutrição e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e doutora em Patologia Humana pela Ufba/Fiocruz Bahia.
Também concluiu o pós-doutorado em projeto de metagenômica bacteriana intestinal humana, por meio do Programa Institucional de Pós-Doutorado (PIPD) da Fiocruz Bahia. Atualmente, é pós-graduanda em Pesquisa Clínica pela Faculdade de Educação em Ciências da Saúde (SP), por intermédio do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC-SP) e do Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Possui experiência nas áreas de assistência ambulatorial, ensino e pesquisa, com foco em desordens digestivas, microbioma intestinal, doenças parasitárias e alimentação baseada em vegetais.
*Com informações da Fiocruz Bahia
*Lucas Leal é estagiário sob supervisão de Isabela Schincariol
Com o objetivo de atualizar os profissionais das unidades de alimentação da Fiocruz e demais trabalhadores que ofertem alimentos na instituição e nas áreas adjacentes, visando garantir a segurança na manipulação dos alimentos e promover ambientes laborais saudáveis e sustentáveis, a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio recebe inscrições para a atualização profissional em Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, ofertada na modalidade presencial. Candidatos interessados podem se inscrever até 16 de agosto pelo Campus Virtual Fiocruz.
A formação busca atender à legislação sanitária conforme a RDC 216/2014, Portaria Normativa 07/2016 e Saúde do Trabalhador na perspectiva da Vigilância em Saúde
O curso tem carga horária de 40 horas, e será desenvolvido por meio de aulas teóricas, estruturado em sete etapas de desenvolvimento. Os conteúdos programáticos contemplam a segurança dos alimentos, legislação sanitária, noções de microbiologia, cuidados na recepção, armazenamento, preparo, higiene pessoal e ambiental, normas de condutas e segurança no trabalho e saúde do trabalhador no contexto da Vigilância em Saúde.
Podem se inscrever profissionais das unidades de alimentação da Fiocruz e demais trabalhadores que ofertem alimentos na instituição e nas áreas adjacentes, que sejam maiores de 18 anos.Ao todo, são 30 vagas disponíveis. Serão ofertadas 15 vagas às unidades de alimentação da Fiocruz e 15 vagas direcionadas ao público externo.
As aulas acontecerão de 5 de setembro a 7 de novembro de 2023, às terças-feiras, das 13h às 17h.
As inscrições podem ser realizadas presencialmente, no horário das 8h às 17h, na Secretaria Escolar da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, localizada na Av. Brasil, 4365, Setor E – Manguinhos – Rio de Janeiro, ou através do Campus Virtual Fiocruz até 16 de agosto.
Confira o edital e inscreva-se!
#ParaTodosVerem imagem com fundo verde musgo, ao centro o nome do curso "Atualização em Boas Práticas de Manipulação de Alimentos", e a data de inscrição: até 16 de agosto. Na parte inferior, a foto de bandejas com alimentos.
A edição de 2024 do Prêmio Péter Murányi, apoiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vai premiar três autores de realizações inovadoras em Ciência & Tecnologia. São R$250 mil, a serem distribuídos da seguinte maneira: R$200 mil para o primeiro colocado, R$30 mil para o segundo e R$20 mil para o terceiro. O edital e os formulários para cadastramento de instituição indicadora e para submissão de trabalho estão no site da Fundação Péter Murányi. As inscrições devem ser feitas até 31 de agosto.
O trabalho, que precisa ter tido resultados efetivos na aplicação prática e proporcionar melhoria comprovada na qualidade de vida, terá duas etapas de avaliação. A primeira, realizada por uma comissão técnica e científica, ocorrerá entre setembro deste ano e janeiro de 2024. Um júri, formado por catedráticos, personalidades e especialistas na área abordada ficará responsável pela segunda, que acontece em fevereiro. A cerimônia de premiação está prevista para abril.
Em sua 22ª edição, a premiação engloba quatro áreas temáticas, que se revezam a cada ano na seguinte ordem desde o início, em 2002: Saúde, Ciência & Tecnologia, Alimentação e Educação. Nesse tempo, foram avaliados 2.040 trabalhos, de 1.198 entidades cadastradas como instituições indicadoras. A Fundação Péter Murányi distribuiu cerca de R$3,65 milhões no total das 21 edições anteriores e tem entre os trabalhos vencedores o desenvolvimento de uma vacina tetravalente para dengue, leite humano em pó como medida alternativa para os bancos de leite, educação de jovens e adultos, prevenção das DST/Aids em escolas indígenas do Pantanal de Mato Grosso do Sul e biodesign do coração artificial pediátrico Incor.
Sobre o Prêmio Péter Murányi
Péter Murányi, empresário húngaro radicado no Brasil, falecido em 1998, foi o idealizador do prêmio. Após sua morte, seus filhos criaram uma Fundação que leva o seu nome, cuja finalidade principal é promover anualmente um prêmio destinado à pessoa física, de qualquer parte do mundo, que mais tenha se destacado na descoberta ou progresso científico, que beneficie o desenvolvimento e bem estar das populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte, especialmente o Brasil, seja no tocante à Saúde, Desenvolvimento Científico & Tecnológico, Alimentação e Educação, podendo ainda promover outras atividades culturais e assistenciais que contribuam para atingir seu objetivo.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/Capes)
Uma das principais estratégias para prevenir a infecção pelo novo coronavírus é lavar as mãos corretamente. A medida simples e eficiente também contribui para combater diversas doenças provocadas por microrganismos, como gripe, diarreia e hepatite A. Pensando nisso, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desenvolveram um jogo, para promover a conscientização sobre a prática da lavagem das mãos, de forma lúdica. O projeto foi contemplado pelo edital de Recursos Comunicacionais (jogos e aplicativos móveis), iniciativa da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação.
A higienização adequada inclui, além do uso de água e sabão, uma série de movimentos que tem por objetivo cobrir todas as partes das mãos. O jogo Hiji Sushi é voltado especialmente para profissionais da saúde e profissionais que trabalham com a manipulação de alimentos, como os sushimans, por exemplo, mas é livre e pode ser acessado por todos os interessados no tema.
Os pesquisadores Tânia Zaverucha do Valle, do Laboratório de Imunomodulação e Protozoologia, e Gabriel Limaverde Sousa, do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC, ambos do IOC/Fiocruz, são os idealizadores da iniciativa. Eles alertam que descuidar do hábito, que deveria ser instintivo, pode causar danos à saúde. "Desenvolvemos um jogo eletrônico que reúne diversão e informação em saúde. Além de lavar as mãos corretamente, a ideia é lembrar que é preciso limpá-las regularmente, estimulando bons hábitos", explicou Tânia. Segundo ela, o jogo mostra que, para preparar as refeições de maneira contínua e sem causar mal a ninguém, é necessário higienizar bem as mãos. Gabriel ressaltou que uma das consequências ao esquecer disso, por exemplo, é a intoxicação dos 'clientes' do restaurante". A elaboração do jogo contou também com a colaboração de Thiago Santos Magalhães, responsável pelo design e programação, Rafael Augusto Ribeiro e Beatriz de Lima Furtado, responsáveis pela arte.
O material pode ser acessado online na Plataforma Educare, espaço para a educação aberta criado pela Fiocruz, e está disponível para download gratuito.
O material educativo foi desenvolvido ao longo de 2019 com o apoio do edital para Recursos Comunicacionais (jogos e aplicativos móveis). Na ocasião, também foi lançado um edital voltado aos recursos educacionais abertos (REA). O objetivo de ambos foi fortalecer projetos de excelência conduzidos pela da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), que desenvolve ações para contemplar os vários níveis de educação e fortalecer as diversas modalidades, como a educação a distância. Nos editais, foram inscritos jogos, livros e produtos informativos sobre importantes temas para a saúde pública, tais como: conscientização sobre os impactos do uso de drogas, juventude e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), entre outros.
Em breve, novos recursos contemplados nos editais serão divulgados.
*Com informações de Isabela Schincariol.
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) está na luta contra a pandemia do novo coronavírus, prestando à comunidade escolar diversas orientações sobre o enfrentamento da Covid-19 e promovendo, mais uma vez, o seu papel de instituição pública na garantia dos direitos sociais. Com a suspensão das atividades escolares presenciais, desde o dia 16 de março, o Politécnico passou a disponibilizar atividades pedagógicas complementares on line para os estudantes dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio nas habilitações de Análises Clínicas, Biotecnologia e Gerência em Saúde.
Segundo a coordenadora geral de ensino, Ingrid D’avilla, desde o início da pandemia, teve-se o entendimento que o processo de isolamento social exige das instituições escolares o fortalecimento, sobretudo, da dimensão de socialização. “Para nós, a disponibilização de conteúdo por meio das tecnologias da informação são a possibilidade, nesse momento, de reduzir os efeitos do isolamento social a partir de atividades que têm um conteúdo pedagógico relevante para a nossa escola”, afirma, citando que um dos objetivos dessa proposta é dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem e possibilitar que os estudantes sejam estimulados, a partir dessas atividades, a organizarem suas rotinas diárias de estudo. Além disso, as atividades foram pensadas como forma de manutenção dos vínculos entre professores, estudantes e pais e responsáveis. Vale lembrar que essas atividades são complementares e não substituem as aulas presenciais. "A Escola reconhece que nem todos os estudantes têm acesso à internet, seja por falta de equipamentos ou de conexão. Além disso, nessa modalidade de formação, as aulas presenciais são insubstituíveis, sobretudo para a integração dos componentes da formação geral e da habilitação técnica", explica.
Na página do material de estudo disponível no Portal EPSJV, o estudante encontra material sobre a Formação Geral, as Habilitações Técnicas, a Introdução à Educação Politécnica em Saúde (IEP) e o Projeto Trabalho, Ciência e Cultura (PTCC). Semanalmente, os materiais serão inseridos nessas grandes áreas. A proposta, que já está em formulação, é que em breve esse material seja migrado para uma plataforma que permita mais interação entre estudantes e professores.
Nas orientações, a Escola sugere que os estudantes organizem o seu tempo considerando momentos para o descanso, o lazer, a interação à distância com os amigos, as atividades cotidianas em casa e com a família, bem como para a realização de tarefas escolares. Ingrid ressaltou que, além de realizar as tarefas propostas, o tempo em casa pode ser utilizado pelos estudantes para revisar conteúdos nos quais têm dúvidas e aprofundar seus conhecimentos em alguma disciplina. “A Escola também está disponível para ajudar os estudantes que tenham dificuldades em seguir a rotina que planejou. Se precisar, reorganize e peça ajuda”, acrescentou a coordenadora.
A EPSJV/Fiocruz, destaca Ingrid, é uma instituição de saúde pública e não somente uma instituição do campo da educação: “A gente se constitui a partir das interfaces entre Trabalho, Educação e Saúde. E, nesse contexto, algumas de nossas ações são intensificadas, como o nosso papel na comunicação pública e da ampliação da consciência sanitária”, diz ela. É justamente por isso que, no Portal EPSJV/Fiocruz, é possível encontrar uma série de reportagens, podcasts e entrevistas sobre questões relacionadas à pandemia. As redes sociais da Escola também serão recheadas de informações e vídeos de estímulo e educativos produzidos pelos professores do Poli e pelos próprios alunos, que estão mobilizados nessa luta, além de lives com digitais influencers que visam entreter os alunos no período de isolamento.
Preocupada com a possibilidade de reduzir os efeitos da falta de alimentação escolar no cotidiano dos alunos e de suas famílias, a EPSJV decidiu, emergencialmente, aumentar o valor das bolsas de demanda social, que passarão de R$ 150 para R$300 por mês até o retorno das atividades presenciais. Essas bolsas são pagas, mensalmente, a 110 estudantes do Ensino Médio Integrado, cujos responsáveis solicitaram auxílio no momento da matrícula por possuírem comprovada caracterização de baixa renda familiar. Vale ressaltar que, por estudarem em horário integral, todos os alunos da EPSJV recebem três refeições por dia na escola (café da manhã, almoço e lanche da tarde).
Segundo Ingrid, a Escola reconhece que a alimentação escolar é um direito para todos os estudantes. Na EPSJV, ela é viabilizada com recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e recursos próprios da unidade. “A suspensão das aulas presenciais pode estar agravando a situação de famílias que já viviam em contexto de vulnerabilidade e com dificuldade de efetivar esse direito humano à alimentação adequada por meio da renda familiar”, explica.
Ingrid afirma que o Poli sabe que o alcance da medida é restrito por falta de recursos orçamentários, mas considera fundamental, sobretudo num momento em que, segundo ela, as diversas instâncias de governo responsáveis pela proteção social não têm dado respostas efetivas e estruturantes para a questão da perda de renda dos trabalhadores, em função da interrupção das atividades produtivas em várias esferas. “Como parte do Estado, a Escola se sente obrigada a dar essa resposta, porque, para nós, isso representa o mínimo de proteção social para que todos possam viver com um pouco mais de dignidade nesse período”, aponta, acrescentando que o Politécnico está acompanhando junto com estudantes e professores se existem situações mais drásticas do ponto de vista de perda de renda familiar com outros alunos que não estão contemplados nessa medida.
Outras ações também estão sendo pensadas para ajudar trabalhadores de diversas áreas na luta contra a Covid-19. Em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a coordenação do curso técnico em Agente Comunitário de Saúde (CTACS) da EPSJV, em conjunto com outros professores-pesquisadores e a direção da instituição, elaborou um plano de trabalho para contribuir para a formação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes Comunitários Indígenas de Saúde (ACIS) e Agentes de Combate a Endemias (ACE), incluindo as demais nomenclaturas utilizadas para estes trabalhadores da área de vigilância em saúde. “Fizemos um plano reconhecendo a importância do trabalho desses agentes para o Sistema Único de Saúde no que se refere à elaboração de ações de saúde pública socialmente e territorialmente referenciadas, da educação popular em saúde, promoção da saúde, prevenção de doenças, do trabalho interprofissional e da ampliação da participação popular”, afirma a professora-pesquisadora da EPSJV/Fiocruz e uma das coordenadoras do CTACS, Mariana Nogueira.
No plano de trabalho estão incluídas ações como: divulgação de informações que possam orientar agentes comunitários de saúde, técnicos em vigilância em saúde e agentes indígenas de Saúde no Brasil a respeito do coronavírus, atendendo a uma demanda do Ministério da Saúde; o apoio técnico e político a instâncias governamentais, aos órgãos oficiais e ao controle social; articulação territorial com entidades organizadas por trabalhadores agentes de saúde, movimentos sociais em defesa do SUS e movimentos populares; a realização de educação permanente para esses agentes de saúde que atuam nos municípios do estado do Rio de Janeiro, através da produção de materiais educativos e informativos a respeito do novo vírus; e a organização de um grupo de trabalho que possa estar em articulação junto às lideranças comunitárias das favelas e movimentos sociais, evitando-se a proliferação de ações da instituição com focos semelhantes. “Para isso, estamos desenvolvendo ações de divulgação de informação em saúde; materiais educativos para a formação em saúde dos agentes de saúde, mas também incluiremos material para as trabalhadoras cuidadoras de idosos”, adianta Mariana.
A professora-pesquisadora afirma que, para desenvolver essas iniciativas, a Escola está em diálogo com as educandas trabalhadoras ACS da turma atual do CTACS e com os ACS egressos das turmas anteriores para ouvi-los sobre suas necessidades em sua prática profissional. “Construímos um questionário, enviamos e recebemos respostas. E a partir daí, listamos temas que subsidiarão as ações que estamos desenvolvendo como, por exemplo, os cuidados e uso de equipamentos de proteção individual e a saúde do trabalhador da saúde em tempos de Covid-19”, explica.
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Uma das definições de educação é a "aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano". Baseada nessa visão, a direção do Colégio Estadual Brigadeiro Schorcht, na Taquara, Zona Oeste do Rio de Janeiro, decidiu abrir espaço para novas experiências pedagógicas. Desde 2012, a unidade pública passa por um processo de transformação, que está em andamento e tem tido grande aceitação dos alunos.
O primeiro passo foi firmar uma parceria com o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica (PDCFMA). Por meio Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do edital Apoio à Melhoria do Ensino nas Escolas Públicas, a parceria foi iniciada com a criação de um espaço para horta orgânica, em uma área subaproveitada da escola. No local, atualmente, há uma plantação agroecológica com diversos tipos de temperos, vegetais, verduras e frutas.
Os alunos foram apresentados a outras práticas de educação ambiental, o que gerou a instalação de sistemas de coleta de água de chuva para irrigar a horta e de captação de energia solar para aquecimento de água dos vestiários feminino e masculino. "Cada equipamento desses foi projetado pelos próprios alunos. Eles participaram de todo o processo, desde as oficinas até a produção e manutenção dessas tecnologias, que são de baixo custo”, explicou o diretor adjunto da escola e biólogo, Marco Aurélio Berao Silva.
“Essas tecnologias estão disponíveis e podem ser usadas e reproduzidas. A ideia era que escola fosse um modelo para que os estudantes replicassem os projetos nas casas deles", conta o diretor. Outra mudança importante ocorrida durante o processo de desenvolvimento das tecnologias sociais foi a alimentação dos estudantes.
A partir dessa parceria com a Fiocruz, a direção se mobilizou para inaugurar uma cozinha e um refeitório, já que os alimentos distribuídos aos alunos eram industrializados. Agora, as refeições são feitas no local, com produtos mais saudáveis. A escola fechou uma parceria com a Associação de Agricultores Orgânicos de Vargem Grande para fornecimento de alimentos agroecológicos, via Programa Nacional de Alimentação Escolar. A horta interna contribui, principalmente, com condimentos e temperos.
Com a cozinha, os estudantes puderam aprender sobre os diferentes tipos de composteiras para receber o lixo gerado. Os resíduos orgânicos são destinados à composteira e garantem adubo de excelente qualidade para os vasos e canteiros da horta. Além disso, a comunidade escolar já incorporou o hábito de separar materiais recicláveis e óleo de cozinha saturado para doação a instituições parceiras. Nos últimos três meses, a escola destinou em torno de 100 Kg de resíduo orgânico da cozinha para a compostagem.
Para o estudante Marcos Aurélio Santos de Almeida, do 2º ano do Ensino Médio, a oficina de horta orgânica está sendo satisfatória para a própria alimentação. "Nunca tive contato com horta. Aprendi muito. Consigo até levar alguns alimentos plantados aqui para casa. Minha família gosta bastante, até por não ter agrotóxico. A gente aprendeu a perceber essa diferença", disse o estudante de 16 anos.
A oficina de agricultura urbana do Brigadeiro Schorch tem cerca de 20 alunos. O coordenador do projeto pela Fiocruz, Robson Patrocínio, explica que o trabalho é resultado do compartilhamento de saberes. "O essencial para dar certo é uma construção coletiva. Desenvolver, junto com a comunidade escolar, as ações feitas por eles. Não foi nada definido pela Fiocruz. Além, é claro, do envolvimento da direção e dos professores que abraçaram a ideia, e dos alunos, que tiveram voz para poder discutir as propostas", finalizou.
*O texto foi originalmente publicado na recente edição do Jornal Linha Direta, da Comunicação Interna da Fiocruz.