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Publicado em 30/04/2025
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Qual é a saúde digital que queremos? Encontro da Fiocruz promove debate e organiza rede temática

Autor(a): 
Fabiano Gama e Isabela Schincariol

"Pensar a saúde digital não somente na perspectiva de ampliação de acesso dentro do SUS, mas também de equidade", recomendou a vice-presidente da Fiocruz, Marly Cruz na mesa de abertura do Encontro de Saúde Digital Fortalecendo conexões para o SUS, que reuniu especialistas da área na Fiocruz e recebeu a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde (Seidigi/MS), Ana Estela Haddad, em um produtivo debate sobre os avanços e desafios da Saúde Digital no Sistema Único de Saúde (SUS). O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Informação e Saúde Digital do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e contou com o apoio da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) e da Vice-Presidência de Pesquisas e Coleções Biológicas (VPPCB).

A mesa de abertura foi composta por Marly Cruz, a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), Alda Cruz, e a integrante do GT de Informação e Saúde Digital/Icict, Raquel De Boni. Marly, reforçou a importância do momento para estreitar laços e fortalecer iniciativas e conexões na área da saúde digital. Para ela, é necessário pensar não apenas na perspectiva de ampliação de acesso dentro do SUS, mas também de equidade. "Cada vez mais vemos avanços, mas também temos nos debruçado em reflexões sobre os desafios para o enfrentamento das iniquidades". Sobre a composição da rede, Marly apontou a importância da iniciativa, registrando como fundamental pensar a maneira como se dará sua gestão para que a rede possa produzir os efeitos e respostas que vão ao encontro do que é tão necessário para nossa sociedade, concluiu. Já Alda, mencionou a relevância do tema citando o acerto do Ministério em trazer essa pauta tão presente e necessária para o fortalecimento do SUS.

A assessora da VPEIC, Cristina Guilam, apontou que um dos objetivos do encontro é a organização de uma rede de saúde digital na Fiocruz, de acordo com ela, uma rede temática, desenvolvida por um esforço conjugado da VPEIC com a VPPCB, sendo o evento uma das diversas atividades que serão empreendidas em conjunto no âmbito da Rede. Raquel falou sobre o contexto de criação do GT, cujo objetivo é propor orientações e ações institucionais que contribuam para superar os desafios na área da informação em saúde digital em sintonia com os princípios e as necessidades do SUS.  Segundo ela, este foi o início de uma articulação mais ampla, buscando fomentar o encontro entre os diversos grupos que atuam na área; conhecer as expectativas da Seidigi sobre o papel e a contribuição das instituições acadêmicas para a saúde digital no SUS; e discutir a criação de uma rede de colaboração em saúde digital na Fiocruz, visando manter o protagonismo da instituição e unir os esforços em prol do fortalecimento do SUS.

Qual é a saúde digital que queremos?

Em sua fala, Ana Estela lembrou o interesse antigo de articulação entre a VPEIC e a Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi), e debateu inovações e transformações da saúde digital no contexto acadêmico, além de apresentar o Programa SUS Digital, do Ministério da Saúde, promovido pela sua secretaria. Segundo ela, a ideia do Programa é a transformação digital do SUS, buscando fortalecer os próprios princípios do SUS, ampliar o acesso às ações e serviços de saúde, a equidade, a continuidade do cuidado e a qualidade da atenção à saúde, tendo o usuário como protagonista, e pensando a jornada do paciente como norteadora desse processo de transformação. Ela detalhou ainda as diretrizes e primeiras ações do Programa, explicou as etapas realizadas no processo da transformação digital no país, analisadas e implantadas a partir de macrorregiões; e apresentou elementos do processo, como prontuário eletrônico, telessaúde, Rede Nacional de Dados em Saúde, e em qual ponto estão as ações atualmente. Ana Estela destacou ainda o curso "Introdução à saúde digital", que será lançado em breve, e integra o programa de formação em Ciência de Dados e Informações em Saúde para o SUS que é desenvolvido pela Fundação — sob a coordenação da VPEIC, através do Campus Virtual — e o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Inovação e Informática em Saúde da Secretaria de Informação e Saúde Digital (DataSUS/Seidigi/MS).

Renato Marins Domingues, que é pesquisador da Fiocruz e integrante do GT Informação e Saúde Digital pela VPPCB, apresentou o Mapeamento de Iniciativas da Fiocruz em Saúde Digital, trabalho realizado entre junho e julho de 2024, com um panorama do que estava acontecendo no momento em termos de iniciativas na Fundação, através de um questionário com líderes e coordenadores de projetos e pesquisas. Ele apresentou os dados da pesquisa e afirmou que haverá novas pesquisas mais amplas e mais detalhadas. “Eu acredito que com a maturidade das nossas ações e encontros, será necessária uma repetição desse instrumento. A saúde digital já avançou muito na Fiocruz, mas ainda é pouco conhecida, pouco vista, e uma das ações futuras é conseguir fazer essa rede”, finalizou.

Novo curso online e disciplina transversal

A apresentação de Ana Furniel teve foco no programa de formação em Ciência de Dados e Informações em Saúde para o SUS. Ela falou sobre o contexto da sua criação, detalhando a relevância do tema na agenda da saúde com base na maior incorporação das tecnologias digitais nas práticas e coleta de dados, aumento da demanda de capacidade da análise desse dados, além da necessidade de mais qualificação profissional para a governança e uso das informações geradas nas áreas da gestão, pesquisa e vigilância. Ana apresentou ainda um diagnóstico de cursos relacionados ao tema ofertados pela Fiocruz, em sua maioria presenciais.

O programa de formação em breve lançará o primeiro curso de uma série de iniciativas prevista em seu escopo, como outras formações online e gratuitas, além de uma disciplina transversal. O curso "Introdução à saúde digital" visa capacitar profissionais com conhecimentos e habilidades fundamentais para compreender os princípios da saúde digital e utilizar tecnologias de forma ética e eficiente. Com carga horária de 45h, ele abordará conteúdos essenciais da área, como os fundamentos da saúde digital e da tecnologia da informação em saúde, os sistemas de informação e a gestão de dados eletrônicos, bem como a segurança da informação e da proteção de dados pessoais. Também serão exploradas as inovações em saúde digital, considerando os desafios e as possibilidades desse campo.

+Conheça mais sobre a nova formação: Vem aí o curso Introdução à Saúde Digital 

Assista ao evento na íntegra: