Home Poema de Gilka Machado ilustra o Sextas desta semana
Voltar
Publicado em 28/03/2025
  • Destaques
  • Portal Fiocruz

Poema de Gilka Machado ilustra o Sextas desta semana

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas desta semana traz Fecundação, de Gilka Machado. Gilka nasceu no Rio de Janeiro, 12 de março de 1893, ficou conhecida como uma das primeiras mulheres a escrever poesia erótica no Brasil; também foi uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino, em 1910, que defendia o direito das mulheres ao voto, e ainda atuou no mesmo como tesoureira. Uma das únicas mulheres representantes do Simbolismo e pioneira da poesia erótica no Brasil. No primeiro concurso de poesia que ganhou, aos 14 anos, do jornal “A Imprensa”, foi taxada por críticos literários de “matrona imoral” pelo conteúdo dos versos (ela ganhou não só o primeiro lugar, como o segundo e o terceiro, graças aos pseudônimos que usou).

Com sua obra marcada pelo escândalo de sua ousadia, Gilka Machado sofreu a incompreensão daqueles que só liam retorcidamente os seus versos, julgando-a devassa ou libertina.

O seu primeiro livro, “Cristais Partidos”, foi publicado aos 22 anos. Nesta época, Gilka Machado já estava casada com o também poeta carioca Rodolpho Machado, que morreu precocemente. 

Viúva, pobre e com dois filhos para criar, foi diarista na Central do Brasil e complementava a renda fazendo pensão. Foi quando, em 1933, ganhou um concurso da revista “O Malho”, que deu a ela o título de “maior poetisa do Brasil”. 

Em seus mais de 10 livros lançados em vida, Gilka Machado explorava temas além do erotismo, como a saudade, a situação da mulher, seu papel cívico e seus direitos políticos, e até futebol.

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Fotografia de duas pessoas com as mãos entrelaçadas, no meio das mãos está o brilho do Sol, o fundo apresenta um cenário natural. Na parte inferior da imagem um trecho do poema de Gilka Machado, Fecundação:

Nada me dizes,

porém entra-me a

carne e persuasão

de que teus dedos

criem raízes

na minha mão...