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Publicado em 26/02/2025
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Seminário Internacional sobre sistemas de saúde da AL reúne centenas de estudantes e especialistas da área

Autor(a): 
Fabiano Gama e Isabela Schincariol

Aprofundamento, troca, oportunidade e descobertas. Essas foram palavras ditas pelos alunos presenciais do Seminário Internacional Desafios para os sistemas de saúde na América Latina pós-pandemia durante a conversa final de avaliação. O evento teve duração de três dias, cinco diferentes mesas, um total de 15h de palestras e a participação de 40 alunos presenciais, cerca de 300 online, além quase 3 mil ouvintes pelo canal da Videosaúde Distribuidora no Youtube. O Seminário foi parte da disciplina de verão 'Análise de políticas e sistemas de saúde em perspectiva comparada internacional', oferecida pela Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (PPGSP/Ensp/Fiocruz) e está disponível na íntegra no canal da Videosaúde Distribuidora no Youtube.

O evento aconteceu nos dias 19, 20 e 21 de fevereiro e explorou casos do Chile, Colômbia, Argentina e México, países de renda média alta, populosos e de relevância geopolítica e econômica regional, marcados por diversidades e desigualdades. A mesa de abertura foi composta pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Cristiani Vieira Machado, a coordenadora-geral de Educação, Eduarda Cesse, a vice-diretora de Ensino da Ensp/Fiocruz, Enirtes Caetano, e o coordenador do PPGSP/Ensp, Rondineli Mendes da Silva. Nesse momento de boas-vindas, os integrantes falaram sobre a alegria e satisfação com o encontro, pois todos dedicaram-se muito para sua realização. "Esse é um evento múltiplo e os diversos arranjos feitos para a sua realização fortalecem a pós-graduação", disse Eduarda Cesse.

Segundo a vice-presidente, Cristini Machado, o evento buscou debater temas transversais, desafios comuns aos sistemas de saúdes elencados para o debate. "A ideia foi discutir as transformações globais, demográficas e sociais do capitalismos, bem como suas implicações para os sistemas de saúde, o racismo, as migrações, a saúde nas fronteiras, entre outras coisas. Então, foi um momento muito rico de troca de experiências, conhecimento e ideias no qual nós todos aprendemos muito", apontou ela, dizendo que a disciplina, oferecida pela Ensp/Fiocruz há mais que 20 anos, é estruturante na medida em que apresenta aos alunos as similaridades e diferenças entre os diversos sistemas de saúde do mundo, discutindo casos e modelos, e ainda, neste ano em especial, oportunizou aos participantes aulas com professores locais que apresentaram particularidades das realidades que vivem, desafios, bem como dificuldades para o fortalecimento dos sistemas de saúde na América Latina.

Sistema de saúde do Chile e Colômbia

A primeira grande mesa do evento debateu o sistema de saúde do Chile, e para tanto, recebeu Alex Alarcón Hein, da Universidade do Chile, que falou sobre contextos, atores e agendas da reforma do sistema de saúde chileno; Isabel Domingos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que abordou a resposta setorial à Covid-19 no Chile sob o enfoque na vigilância em saúde pública; e Patty Fidelis, da UFF abordando a universalização da Atenção Primária à Saúde como um caminho para a reforma do sistema de saúde no Chile. A mesa teve a coordenação da pós-doutoranda da Ensp Suelen Oliveira e comentários da também pesquisadora da Ensp/Fiocruz Ligia Giovanella.

A parte da tarde teve foco na Colômbia e recebeu Yadira Borrero, da Universidade de Antioquia, Colômbia para falar sobre a configuração das alianças público privadas em seu pais; e Monica Uribe-Gomez, da Universidade Nacional da Colômbia, que abordou as disputas pela orientação do sistema de saúde colombiano no contexto de um governo alternativo. A mesa foi coordenada e comentada por Adriana Mendoza Ruiz da Ensp/Fiocruz.

Assista, na íntegra, aos vídeos, em português e em espanhol, do dia 19/2:

Transmissão em português:

Transmissão em espanhol:

Sistemas de Saúde da Argentina e México

O segundo dia de apresentações, 20/2, tiveram início com debates sobre questões dos sistemas de saúde da Argentina e México, e também discutiram o contexto global e as políticas nacionais frente aos desafios para o direito à saúde no pós-pandemia. Participaram das apresentações Evangelina Martich, da Universidad Carlos III de Madrid, que falou sobre as tendências para uma possível reforma sobre os sistema de saúde da Argentina; e Oliva Lopez Arellano, da Universidade Autônoma Metropolitana, de Xichimilco, que debateu sobre as transformações recentes e os desafios estruturais do sistema público de saúde no México. A mesa teve comentários da vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, e foi coordenada pela aluna de doutorado da Ensp/Fiocruz Eduarda dos Anjos. As discussões da tarde trataram sobre os desafios para o direito à saúde no contexto global e recebeu Leonardo Castro, da Ensp/Fiocruz, que falou sobre as perspectivas para as políticas e sistemas de saúde no contexto da América Latina; Anna Christina Nowak, da Universidade Bielefeld da Alemanha, que trouxe questões relacionadas aos desafios dos sistemas de saúde para a atenção aos refugiados na Europa; e, finalizando o dia, a pesquisadora da Ensp/Fiocruz, Roberta Gondim, fez uma rica apresentação sobre as tramas históricas e as reificações cotidianas do racismo e as desigualdades em saúde.

Assista, na íntegra, aos vídeos, em português e em espanhol, do dia 20/2:

Transmissão em português:

Transmissão em espanhol:

A recuperação transfronteiriça para uma resposta mais eficaz às emergências sanitárias

O terceiro e último dia de debates apresentou a mesa "O desafio da Vigilância em Saúde nas fronteiras no cenário pós-pandêmico", falou sobre a recuperação transfronteiriça para garantir respostas mais eficazes às emergências sanitárias e a construção de um sistema de saúde mais resiliente, e foi moderada pela coordenadora-geral de Educação da Fiocruz e também coordenadora do Programa Educacional em Vigilância em Saúde nas Fronteiras (VigiFronteiras-Brasil) - uma iniciativa da Fiocruz (Ensp, Fiocruz Amazônia e Fiocruz Mato Grosso do Sul) em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério das Saúde e com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) - Eduarda Cesse, e pela pesquisadora da Ensp e coordenadora acadêmica do VigiFronteiras, Andrea Sobral. Eduarda trouxe números da primeira turma, que se encerra em 2025, e anunciou a previsão de lançamento do edital para uma segunda turma, no segundo semestre de 2025 com ainda mais vagas.

Além de Eduarda e Andrea, a mesa contou com Carmen Seijas, encarregada da Área de Vigilância Sanitária da População do Governo do Uruguai, participando de forma remota, que compartilhou a experiência do Uruguai e falou sobre os desafios da vigilância sanitária em fronteiras, destacando a necessidade de manter altas coberturas vacinais e aprimorar a comunicação estratégica para combater a desinformação e fortalecer a confiança da população em medidas de saúde pública; Cristian Carey Angeles, coordenador regional de Malária e OTV (Peru), falando sobre os impactos da pandemia na Tríplice Fronteira daregião Amazônica (Brasil, Peru e Colômbia); Rodrigo Lins Frutuoso, da Coordenação de Vigilância, Preparação e Resposta à Emergências e Desastres da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), com uma exposição sobre a preparação e resiliência para ameaças emergentes e os riscos de uma nova pandemia; e Sebastián Tobar, assessor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), ex-coordenador nacional pela Argentina do Mercosul Saúde e do Conselho de Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que falou sobre a governança sanitária das fronteiras sul-americanas, e apresentando os desafios para a vigilância epidemiológica e a importância dos comitês de fronteiras e saúde.

Assista, na íntegra, ao vídeo, disponível em português e em espanhol, do dia 21/2:

Transmissão em português:

Transmissão em espanhol: