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Publicado em 29/09/2021
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Série de vídeos apresenta trajetórias indígenas na educação

Autor(a): 
Isabela Schincariol

Dando continuidade à série de curtas "Vozes indígenas do território à academia", o projeto "Vozes indígenas na produção do conhecimento" colocou no ar mais um conjunto de pequenos vídeos, que buscam valorizar e dar visibilidade à produção de conhecimento de pesquisadoras e pesquisadores indígenas, apresentado suas trajetórias de educação e projetos de pesquisa. Os curtas são produzidos em parceria com a VideoSaúde Distribuidora Fiocruz e Canoa Produções e estão disponíveis no canal da VideoSaúde no youtube

+Acesse a playlist completa de Vozes indígenas do território à academia

O atual conjunto de publicações traz como novidade o fato de os participantes não serem vinculados ao projeto do Vozes Indígenas, mas, sim, à rede Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (Enei), um dos principais pontos de articulação dos indígenas nas universidades. Segundo a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Ana Lúcia Pontes, que faz parte da coordenação da iniciativa, o Enei existe desde 2013 e o movimento de aproximação começou em 2018, com o objetivo de apoiar a rede, apresentar a Fiocruz e as possibilidades que a instituição oferece.

A perspectiva indígena na produção do conhecimento

“Nossa ideia era compartilhar, apresentar a eles, especialmente aos alunos que estão em graduações em áreas de saúde, a Fundação, nossos cursos, a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco) e a área da saúde coletiva como um todo no sentido de aproximarmo-nos”, detalhou ela.

Ana Lucia lembrou que os vídeos começaram a ser gravados em 2019, durante uma oficina promovida pelo Grupo de Pesquisa de Saúde, Epidemiologia e Antropologia dos Povos Indígenas, que coordena as iniciativas e projetos. “Conformamos uma rede de 20 pesquisadores indígenas de diferentes áreas que tinham interesse em diálogos com a saúde coletiva. Na ocasião do encontro, tivemos a ideia de gravar vídeos de depoimentos curtos falando sobre o que tem sido a trajetória deles e delas na universidade e na pesquisa, destacando também suas perspectivas de produção de conhecimento, que são bastante particulares e cada um destaca uma dimensão”.

Vídeos e coletânea de primeira autoria indígena

Primeiramente, foram feitos sete vídeos e, neste ano de 2021, por meio da chamada do Inova Fiocruz Saúde Indígena – promovido pelas vice-presidências de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (Vpaaps), de Produção e Inovação em Saúde (Vppis) e de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) –, houve a renovação do financiamento e a produção de mais uma série de vídeos. “Já publicamos oito e, até dezembro, pretendemos colocar mais sete no ar. Isso faz parte de um projeto amplo, no qual também estamos organizando uma coletânea de autorias indígenas. Em 2020, fizemos uma chamada para publicações de primeira autoria indígena. Estamos terminando essa coletânea de 20 textos, que, a princípio, será lançada em fevereiro do próximo 2022”.

A efetividade das ações afirmativas

Ana destacou que esse conjunto de iniciativas que vem sendo desenvolvidas por pesquisadores da área da saúde indígena da Fiocruz é no sentido de aproximação com os pares indígenas. Ela aponta ainda que as políticas de ações afirmativas estão dando resultado, pois o contingente está cada vez mais expressivo.

“O número de indígenas nas universidades, se não me engano, está em torno de 70 mil. E eles estão entrando na pós-graduação por conta das ações afirmativas também. Aliás, esse debate foi reaquecido na Fiocruz com a recente publicação da regulamentação das ações afirmativas para cursos Stricto Sensu, especializações e residências em saúde. Esse canal é sobre isso e está totalmente alinhado à tese 11 da Fiocruz – a qual aponta que a instituição “se posiciona na luta por uma sociedade mais justa e equânime, comprometida com a diversidade do povo brasileiro e suas demandas, seja nas políticas voltadas para seus trabalhadores, independente de seus vínculos, nas ações para usuários em suas escolas, institutos e serviços de saúde, ou ainda nos estudos e pesquisas desenvolvidos, buscando reconhecer e enfrentar todas as formas de discriminação, exclusão e violência – e ao Comitê de Pro-Equidade de Raça e Gênero”, explicou ela.

 Ana Lúcia anunciou ainda a realização de um seminário, organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Bioética, Ética Aplica e Saúde Coletiva (PPGBIOS), ao qual ela é ligada, que discutirá, nos dias 25 e 26 de outubro, a questão das ações afirmativas, envolvendo as suas dimensões amplas acerca da diversidade, acessibilidade e equidade na pós-graduação, e será aberto para o público da Fiocruz.