O Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR, na sigla em inglês) divulgou a lista das 2 mil melhores universidades do mundo e a Fiocruz, por mais um ano consecutivo, segue figurando entre elas. Desde a sua criação, a Fundação desempenha um papel fundamental na formação de profissionais de saúde e pesquisadores para o país, desenvolvendo atividades educacionais em suas diferentes unidades e escritórios, embora não seja uma instituição de ensino superior (IES). Na posição geral mundial, a instituição está classificada como a 668° melhor instituição de ensino. Já entre as 53 brasileiras que integram o ranking, a Fundação aparece em 8° lugar.
A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Marly Cruz, falou com orgulho sobre o anúncio. Para ela, integrar esse ranking é um reconhecimento do esforço empreendido na construção de uma instituição estratégica de Estado no ensino, na pesquisa e no desenvolvimento cientifico-tecnológico para uma saúde pública de qualidade em todo o território nacional.
"Enquanto entidade federal vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz tem buscado cumprir o compromisso de formar para a atuação mais qualificada no âmbito dos sistemas de saúde, nacional e internacionalmente, de forma a promover melhorias nas condições de vida e de saúde de todos os povos. De nossa parte, afirmo que continuaremos lutando, junto à nossa comunidade educacional — coordenadores, docentes e estudantes das diferentes modalidades de formação oferecidas —, para que sigamos avançando, com foco no fortalecimento da atuação em rede, assim como no trabalho colaborativo, pois vemos esse como um caminho para a redução das desigualdades sociais", salientou ela.
O rankings mostrou queda de posição em 46 das 53 instituições avaliadas e o próprio Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR) aponta que o motivo possa ser a falta de investimento do governo nas instituições. O presidente do CWUR, Nadim Mahassen, comentou que o Brasil está bem representado entre as melhores do mundo. No entanto, segundo ele, "o que é alarmante é a queda das instituições acadêmicas do país no ranking devido ao enfraquecimento do desempenho em pesquisa e ao apoio financeiro limitado do governo. Enquanto vários países colocam o desenvolvimento da educação e da ciência como prioridade, o Brasil luta para acompanhar".
A edição de 2025 da Lista Global 2000 indica que as instituições brasileiras estão enfrentando dificuldade de competitividade com as rivais globais. De acordo com Eduarda Cesse, que divide a gestão da VPEIC com Marly como vice-presidente adjunta, o fato da Fiocruz manter-se entre as 2 mil melhores universidades do mundo evidencia a sua relevância acadêmica. No entanto, ela expressou preocupação com o cenário apontando que "a queda em relação ao ano passado ressalta nossa apreensão com o investimento governamental em educação e pesquisa, já a maioria das instituições brasileiras avaliadas também apresentaram declínio, indicando um desafio crescente para a competitividade das universidades do país no cenário global".
8° lugar nacional
O ranking foi publicado no início de junho e mostrou a Fiocruz em 8° lugar entre as 53 instituições brasileiras, ficando atrás somente da Universidade Federal de São Paulo (617°), Universidade Federal de Minas Gerais (497°), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (476°), Univiersidade Estadual de São Paulo (454°), Universidade de Campinas (369°), Universidade Federal do Rio de Janeiro (331°) e a Universidade de São Paulo (118°).
Em cenário global, a Fundação teve uma queda em relação à avaliação do ano passado - saindo do 654° em 2024 para o 668° em 2025. Porém, segundo informações do Ministério da Educação, em um comparativo mundial, o Brasil garantiu posição de destaque no CWUR 2025, sendo o 10º país com o maior número de universidades classificadas, posicionando-se à frente de países como Canadá (38), Austrália (39), Suíça (18), Portugal (13) e México (13), ficando logo abaixo da Coreia do Sul (56) e à frente da Turquia (52). O texto do MEC aponta que a presença entre os 25 primeiros países, que inclui potências como China (346), Estados Unidos (319) e Japão (107), destaca a solidez e a relevância da produção acadêmica brasileira no panorama mundial.
A avaliação do CWUR baseia-se em indicadores objetivos que não dependem de pesquisas e submissões de dados pelas próprias instituições, utilizando apenas dados objetivos e publicamente disponíveis. O Centro busca uma avaliação abrangente da qualidade geral de uma universidade, considerando não apenas a produção acadêmica, mas também a formação de seus alunos e seu impacto no mercado de trabalho. Para tanto, utiliza quatro pilares principais para avaliar as universidades: qualidade da educação, empregabilidade dos ex-alunos, qualidade do corpo docente e desempenho em pesquisa.
A Educação (25%) mede a performance acadêmica de egressos, considerando o número de ex-alunos que receberam distinções acadêmicas de alto nível em relação ao tamanho da instituição. O quesito Empregabilidade (25%) avalia a empregabilidade dos ex-alunos, também em relação ao tamanho da instituição, indicando sua capacidade de formar profissionais bem-sucedidos no mercado de trabalho. O Corpo Docente (10%) quantifica o número de membros do corpo docente que receberam importantes distinções acadêmicas. O indicador pesquisa representa 40% da avaliação e é subdividido em quatro indicadores, cada um com peso de 10%: Produção de pesquisa (número total de artigos científicos); Publicações de alta qualidade (número de artigos publicados em periódicos de primeira linha); Influência (número de artigos de pesquisa em periódicos altamente influentes); e Citações (número de artigos de pesquisa altamente citados).
A Fiocruz disponibiliza uma painel com informações sobre o perfil profissional de mais de 8 mil egressos da Fundação, disponível na base de dados Power BI. O painel aporta um conjunto de informações relevantes para subsidiar avaliações e ações de planejamento global para os programas e cursos da Fiocruz, assim como fornecer elementos de análise do impacto social das ações de educação. O levantamento envolveu o universo dos egressos de programas presenciais de mestrado e doutorado (acadêmico e profissional), cursos de especialização e programas de residência (médicas, em enfermagem e multiprofissionais), entre janeiro de 2013 e maio de 2024. Os principais dados atualizados em 2024 apontam que 74,96% dos egressos da Fiocruz são mulheres; 56,30% dos estudantes se autodeclararam brancos e cerca de 50% dos respondentes eram jovens adultos – entre 20 e 30 anos – quando se formaram. Além disso, 3,15% dos ex-alunos reportaram ingressar nos cursos por meio de ações afirmativas (cota racial ou pessoa com deficiência).
#ParaTodosVerem Banner com fundo escuro e linhas com pontos luminosos, nele está escrito: Relevância acadêmica, Fiocruz é listada entre as 2 mil melhores universidades do mundo, há uma captura de tela com o ranking da Instituição, no ranking global está na posição 668° e no ranking nacional está em 8º lugar.