O podcast Radar Saúde Favela lançou o segundo episódio da série “Comunicação comunitária é saúde”, que apresenta os resultados da pesquisa “Geração Cidadã de Dados: cartografia dos coletivos de comunicação comunitária para a promoção de saúde”. A nova faixa conta com a participação de David Amen, jornalista do Complexo do Alemão, que compartilha sua trajetória como cofundador do Instituto Raízes em Movimento, organização popular dedicada a promover ações socioculturais no território.
+Acesse o episódio completo no Spotify do Radar Saúde Favela.
A série reúne os áudios das entrevistas realizadas com comunicadores dos territórios da Maré, Manguinhos, Jacarezinho e Complexo do Alemão para discutir a importância da comunicação comunitária na promoção de saúde em favelas e periferias.
O Instituto Raízes em Movimento nasceu a partir de uma inquietação dos fundadores com a marginalização da juventude nas favelas do Rio de Janeiro nas décadas de 90 e início dos anos 2000, mobilizando artistas e produtores culturais locais para promover arte e cultura no território.
Além disso, com inspiração em outros movimentos de promoção de saúde presentes no território, como o Conselho de Saúde do Complexo do Alemão (Consa), a iniciativa também criou, na época, um Banco de Preservativos, onde eram distribuídos preservativos e informações sobre prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). “Promover saúde é mais do que ter o espaço e um profissional. É ter dignidade, compreensão e parceria com os territórios que estão sendo atendidos por aquele equipamento público”, afirmou David.
Em 2024, o instituto lançou o projeto “Circulando – Diálogo e Comunicação na Favela”, idealizado em 2006 no Observatório de Favelas, que tem como propósito formar jovens moradores a partir de cursos de audiovisual, design gráfico e história e memória do Complexo do Alemão. Além da formação, o projeto também se destaca na promoção de eventos culturais no e em uma revista comunitária.
Pesquisa participativa
Além da série de podcast, a pesquisa mapeou coletivos de comunicação na Área Programática 3.1. da cidade do Rio de Janeiro, que reúne 28 bairros; verbetes relacionados ao tema no Dicionário Carioca de Favelas Marielle Franco; mapas impressos com os nomes dos coletivos georreferenciados. A partir desses processos, a pesquisa teve o objetivo de contribuir para a construção conjunta de mecanismos que promovam os coletivos e as pautas de cultura, arte e lazer por eles produzidas, fortalecendo o conceito ampliado de saúde bem como ampliar oportunidades para eventual captação de recursos por meio de leis de incentivo a partir das informações geradas pelo estudo.
A iniciativa foi realizada por meio da parceria entre a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) - por meio do Dicionário de Favelas Marielle Franco (Wikifavelas) - e de comunicadores da Frente de Mobilização da Maré, do Jornal Fala Manguinhos, do Instituto Decodifica (antigo LabJACA) e do Instituto Raízes em Movimento, e foi financiada com recursos do edital FioPromos da Fiocruz.
A distribuição dos episódios de podcast conta com o apoio da equipe do projeto Radar Saúde Favela, informativo editorado pela Coordenação de Cooperação Social de Presidência da Fiocruz e vem sendo feita também em parceria com as organizações populares participantes da pesquisa.
Radar Saúde Favela
O Radar Saúde Favela, projeto da Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, tem foco em produzir e difundir informações sobre a situação de saúde e da sua determinação social em favelas e periferias de centros urbanos, lançando luz sobre as diversas dimensões de precariedade que afetam de forma diferenciada as populações que habitam em territórios socioambientalmente vulnerabilizados.
Artigos de opinião, podcast, vídeos e a própria edição da revista (desde agosto de 2020) são alguns dos formatos publicados pelo projeto. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a saúde em seus territórios a qualquer momento para o e-mail: radarsaudefavela@fiocruz.br.