Por mais um ano consecutivo, estudantes da Fundação Oswaldo Cruz são contempladas no Prêmio Capes de Tese. A 16° edição selecionou 49 trabalhos e indicou outros 92 a menções honrosas, 3 deles são da Fiocruz. Os trabalhos agraciados foram desenvolvidos nas áreas de avaliação: medicina e saúde coletiva; e abordaram a temática da saúde da criança e da mulher, da saúde e saneamento, e das doenças infecciosas. Confira mais detalhes sobre as teses das alunas Fernanda de Oliveira Demitto Tamogami, Roberta Falcão Tanabe e Anelise Andrade de Souza.
O Prêmio reconhece os melhores trabalhos de conclusão de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros de acordo com critérios de originalidade, relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação, assim como o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato.
Análise da interação entre saneamento e um programa brasileiro de transferência condicionada de renda na mortalidade e morbidade por diarreia e desnutrição em crianças menores de cinco anos de idade - Anelise Andrade de Souza
O trabalho de Anelise Andrade de Souza foi desenvolvido no Pós-graduação em Saúde Coletiva, organizado pelo grupo de pesquisa Políticas Públicas e Direitos Humanos em Saúde e Saneamento (PPDH), ligado ao Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas), sob a orientação de Léo Heller e coorientado por Rômulo Paes de Sousa e Sueli Mingoti.
O objetivo do estudo foi avaliar concomitantemente o acesso da população a condições adequadas de saneamento e ao Programa Bolsa Família, e o efeito dessa interação na morbidade e mortalidade por desnutrição e diarreia em menores de cinco anos de idade.
Segundo a pesquisa, em um país desigual como o Brasil, ainda prevalecem deficiências nos serviços de saneamento, saúde e educação, além de grande parte das famílias brasileiras não terem acesso a uma renda mínima, principalmente aquelas residentes em áreas periurbanas e rurais. Com isso, a vulnerabilidade econômica e social de grande parte da população torna-as mais propensas a manter ciclos de doença e pobreza. Assim, políticas públicas, como intervenções em saneamento e em programas de transferência condicionada de renda potencialmente alteram de forma positiva os principais determinantes sociais da saúde.
O estudo ecológico misto, com municípios como unidade de análise, utilizou dados em painel resultantes da compilação de bases referentes aos anos de 2006 a 2016. Dos 5.560 municípios brasileiros no ano de 2006, foram selecionados para participar, compondo os agregados de análise de dados, todos aqueles que apresentavam, ao mesmo tempo, adequabilidade dos dados de estatística vital; dados anuais de internação e óbito por desnutrição e diarreia para menores de cinco anos de idade; dados de cobertura da população alvo e total municipal pelo Programa Bolsa Família; e dados de cobertura por serviços de saneamento para os anos de 2000 e 2010.
Os resultados indicaram modificação do efeito, com diminuição das taxas de morbidade e mortalidade, quando presentes simultaneamente o acesso da população municipal a serviços de saneamento adequados e alta cobertura da população pelo Programa Bolsa Família. Dessa forma, a pesquisa de Anelise defende que maiores investimentos em saneamento em prol da universalização dos serviços, principalmente onde existem coberturas maiores da população total e alvo pelo Programa Bolsa Família, pode potencializar seus impactos, devendo essas medidas serem prioridades, com vistas a prevenir adoecimento e mortes em menores de cinco anos pelas doenças relacionadas à pobreza indicadas.
Corpos híbridos - a tecnologia incorporada na vida: explorando as relações de cuidado de crianças com condições crônicas complexas em Terapia Intensiva - Roberta Falcão Tanabe
O trabalho de Roberta Falcão Tanabe foi desenvolvido no doutorado acadêmico em Saúde da Criança e da Mulher, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), sob a orientação de Martha Cristina Nunes Moreira. O objetivo da pesquisa foi compreender o cuidado de crianças que ficam longamente internadas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), explorando as relações das pessoas com as máquinas [presentes na UTI], que se compõem tanto pelos equipamentos médicos que sustentam as vidas como aqueles que apoiam as relações entre as pessoas, como smartphones e tablets. De acordo com a autora, uma das contribuições dadas pelo trabalho é a elaboração de um percurso inovador na forma de conceber e realizar a pesquisa no campo da Saúde Coletiva.
Roberta contou que usou textos literários de sua autoria, inspirados na experiência pessoal de cuidado de crianças na UTI, para a construção de um diálogo que conectasse a racionalidade à sensibilidade. As crônicas apresentam o universo da doença e da UTI a partir de diferentes perspectivas: o olhar da criança, do profissional de saúde e dos familiares. “Os textos literários foram costurados em uma associação temática com a teoria da tese em um exercício de tentar aproximar os leitores da experiência humana ligada a uma realidade dura apresentada a partir de uma proposta lírica. Como o estudo teve como matéria-prima a narrativa do cuidado situada a partir de diferentes perspectivas e lugares na cena clínica, seus resultados alcançam potência reflexiva ao permitirem vocalizar a produção de sentidos de crianças, familiares e profissionais em suas relações com as máquinas e com os demais humanos na UTI”.
A pesquisadora apontou que outra contribuição da tese foi considerar a análise dos distintos tipos de máquinas presentes na UTI na construção da complexidade do cuidado no contexto contemporâneo. Há, além da sofisticação dos equipamentos médicos, a conectividade proporcionada por smartphones que eliminam fronteiras físicas, ligando pessoas e ambientes dentro e fora do hospital”, disse ela.
Sobre ser contemplada no Prêmio Capes, a aluna salientou que o reconhecimento por um trabalho é sempre uma grande alegria, sobretudo quando ele foi resultado de um aprendizado muito desafiador. No entanto, segundo Roberta, “nenhuma conquista pode ser justamente celebrada sem que a generosidade dos múltiplos apoios recebidos ao longo do caminho possa ser apontada. Portanto, quero destacar a parceria competente e sensível da minha orientadora, que acreditou numa proposta autoral ousada incorporando meus textos literários como instrumento criativo na produção do conhecimento científico. Além disso, gostaria de sublinhar o papel fundamental de Martha, ao lado de todos os professores da pós, no despertamento do interesse e do encanto pela abordagem qualitativa, até então uma absoluta novidade para minha trajetória como pesquisadora”, disse ela agradecida.
Roberta contou ainda que, paralelamente à tese, foi construído o livro “Mosaico: vidas em reinvenção”, publicado em 2019 pela Editora Texto Território. Para ela, nessa versão literária do universo em estudo, “a dimensão humana do cuidado de crianças que têm suas vidas atravessadas por condições crônicas e graves de saúde é apresentada numa perspectiva ficcional, vocalizando de forma caleidoscópica os diferentes olhares desta experiência complexa. Sua divisão interna, contemplando a perspectiva da criança, dos familiares e dos profissionais de saúde, pareceu ser um caminho interessante para apresentar os resultados da tese. Nesse sentido, houve um entrelaçamento coerente e natural entre as duas produções textuais na composição de um corpo híbrido. Essa referência retorna ao título da tese para recuperar o colapso das fronteiras entre humanos e não humanos, e também dos limites da produção de conhecimento científico pelo imbricamento da narrativa acadêmica e literária”.
Efetividade dos tratamentos antituberculose e antirretrovirais em combinação - Fernanda de Oliveira Demitto Tamogami
O trabalho de Fernanda de Oliveira Demitto Tamogami, foi desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas, ligado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e orientado por Valeria Cavalcanti Rolla, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Micobacterioses (LAPCLINTB/INI), e Bruno de Bezerril Andrade, pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia).
O estudo teve como objetivo analisar a efetividade dos regimes terapêuticos utilizados, examinar as relações entre anemia e desfechos desfavoráveis (morte e falha de tratamento), além de avaliar a sobrevida em pacientes com coinfecção tuberculose-HIV durante terapia antituberculose.
A pesquisa avaliou os fatores de risco para desfechos desfavoráveis no tratamento de tuberculose em pacientes que já estavam em terapia antirretroviral (Tarv) e outros pacientes que ainda não tinham recebido Tarv. “Usamos uma abordagem inovadora. Bruno Andrade é um estudioso dos processos inflamatórios e calculou uma forma de relacionar os resultados de exames de baixa complexidade e que são feitos na rotina do acompanhamento dos pacientes, como hemograma e bioquímica, com a inflamação provocada pela tuberculose. Tudo indica que existe e já temos alguns artigos sobre o tema”, explicou Valeria sobre o trabalho.
A pesquisa concluiu que os fatores de risco para mortalidade e falha do antirretroviral (ARV) foram diferentes entre virgens de ARV (VT) e previamente expostos a ARV (PE), sendo o último grupo alvo para ensaios com drogas compatíveis com rifampicina para melhorar os desfechos de tratamentos desfavoráveis. E também apontou que a anemia persistente em pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) durante o curso de terapia anti-tuberculose (ATT) está intimamente relacionada com perturbação inflamatória (DIP) crônica.
*com informações da Capes e do INI/Fiocruz
A Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz divulga o resultado final da candidatura à Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional 2021. A medalha visa distinguir trajetórias acadêmicas de elevado mérito na educação no campo da saúde. No ano de 2021, foram aceitas candidaturas de profissionais com destacada atuação em educação nas áreas da Saúde Coletiva e Ciências Humanas e Sociais.
Nesta edição, a Coordenação-Geral de Educação (CGE/Vpeic) recebeu, por meio do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco), a candidatura de Eduardo Maia Freese de Carvalho à Medalha; que foi apreciada e aprovada, reconhecendo sua capacidade de somar esforços para a promoção do ensino de pós-graduação e de pesquisas voltadas para a melhoria das condições de assistência à saúde.
A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Vpeic/Fiocruz) divulga o resultado final do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021. A iniciativa visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação.
A edição 2021 do Prêmio aconteceu em meio à pandemia de Covid-19, e foi marcada por um grande esforço de toda a área da educação da Fiocruz para manter as atividades educacionais, assim como iniciativas que valorizam as pesquisas e trabalhos desenvolvidos na instituição.
Ao todo, foram contemplados quatro ganhadores, um em cada área: 'Ciências Biológicas Aplicadas e Biomedicina', 'Ciências Humanas e Sociais'; 'Medicina'; e 'Saúde Coletiva'. Mais cinco pessoas recebem Menção Honrosa nesta premiação: 2 na área 'Ciências Biológicas Aplicadas e Biomedicina'; 1 em 'Ciências Humanas e Sociais'; e 2 na área 'Saúde Coletiva'.
Concorreram ao Prêmio autores e autoras de teses defendidas entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021 nos cursos oferecidos pela Fiocruz e em cursos com os quais a instituição participa de forma compartilhada e que sejam registrados na Coordenação-Geral de Educação (CGE). O POCT foi instituído como parte das comemorações do Ano Oswaldo Cruz, tendo em 2017 sua primeira edição.
Confira a lista nominal completa com o resultado do Prêmio Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021.
Pesquisas desenvolvidas em cinco programas de pós-graduação do IOC foram reconhecidas na sessão virtual de entrega do Prêmio Alexandre Peixoto. Com trabalhos concluídos em 2020, os estudantes premiados foram afetados pela pandemia de Covid-19 na fase final de suas pesquisas. Além de redigir as teses no contexto da emergência de saúde pública, alguns também precisaram se dividir para atuar em pesquisas ligadas ao novo coronavírus nesse período. As cerimônias de defesa foram realizadas virtualmente, sem a possibilidade de reunir familiares e amigos para celebrar o momento tão aguardado na formação científica.
A presença majoritária de novas cientistas mulheres entre os autores das teses selecionadas foi destacada pelo vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC, Paulo D’Andrea, que também frisou a qualidades das pesquisas conduzidas no Instituto. “Nunca é uma tarefa fácil para os Programas de Pós-graduação escolherem os melhores trabalhos. Nós temos ciência de que o conjunto de teses do IOC prima pela qualidade e pelo rigor científico. Imagino a sensação de integrar esse seleto grupo de alunos, entre tantas teses com alta qualidade que temos no Instituto. Espero que vocês continuem com essa dedicação ao longo de suas carreiras, e tenho certeza de que terão muito sucesso. Esse é apenas o começo”, afirmou Paulo.
Abaixo, os estudos condecorados nesta edição do Prêmio Alexandre Peixoto
Obesidade e ação hormonal
Pessoas obesas apresentam perda da sensibilidade cerebral ao hormônio da saciedade, chamado de leptina. Produzida pelos adipócitos, células que acumulam gordura no organismo, essa substância atua no cérebro, regulando o apetite e o peso corporal. Na obesidade, altos níveis de leptina circulam na corrente sanguínea, mas não há sensação de saciedade. A tese de Lohanna Palhinha do Amaral investigou uma questão importante: que efeitos a leptina pode causar fora do sistema nervoso central em animais obesos? E quais os efeitos da leptina em suas células produtoras, os adipócitos?
Por meio de experimentos em camundongos, considerados como modelo para estudo da obesidade, o trabalho mostra que a leptina atua sobre o sistema imune, mesmo em animais obesos, que apresentam resistência cerebral ao hormônio. Entre os efeitos periféricos da substância estão a atração e a ativação de células de defesa e o estímulo para a produção de substâncias inflamatórias. Além disso, o trabalho aponta uma ação da leptina in vitro até então não estudada: em culturas de células, o hormônio induz a formação de novos adipócitos (adipogênese). O trabalho foi orientado por Clarissa Menezes Maya Monteiro, pesquisadora do Laboratório de Imunofarmacologia, e co-orientado por Patrícia Torres Bozza, chefe do mesmo Laboratório. A estudante recebeu bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Medicina personalizada
A medicina personalizada para o tratamento do câncer, que busca desenvolver um remédio específico para cada paciente, foi o foco da tese de Alessandra Jordano Conforte, defendida na Pós-Graduação em Biologia Computacional e Sistemas. Orientado por Nicolas Carels, pesquisador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), e co-orientado por Fabrício Alves Barbosa da Silva, pesquisador do Programa de Computação Científica (PROCC/Fiocruz), o trabalho utilizou métodos de bioinformática para analisar dados genéticos de pacientes com câncer e identificar alvos moleculares potencialmente mais eficientes para combater a doença em cada caso.
Intitulada Caracterização de alvos terapêuticos e modelagem da rede de sinalização no contexto da medicina personalizada do câncer, a pesquisa partiu de informações disponíveis no banco de dados online conhecido como Atlas do Genoma do Câncer( TGCA, na sigla em inglês). O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira, foram considerados dados referentes a 475 pacientes acometidos por nove tipos de tumor. Já na segunda, foram analisadas informações de 70 casos de câncer de mama. Com análises individualizadas, os pesquisadores identificaram, em cada caso, os genes que se encontravam mais ativados nas células tumorais do que nas células não tumorais.
Rotas dos vírus das hepatites B e C
Os trajetos traçados pelos vírus da hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV) nas sociedades podem esconder respostas importantes sobre como controlar possíveis dispersões no futuro. Com foco no Brasil e no continente americano, a tese de Natália Spitz Toledo Dias investigou a origem e disseminação do HBV e do HCV por meio da evolução molecular e filogeografia, e avaliou a diversidade genética e mutações de relevância clínica de genomas do HBV.
A reconstrução da dinâmica espacial e temporal dos vírus das hepatites B e C permitiu observar que a introdução de subgenótipos do HBV nas Américas ocorreu por meio de rotas migratórias dos séculos XVIII e XIX; bem como sugerir que a introdução de um subtipo de HCV no Brasil ocorreu nos anos 80. Já as investigações nos diferentes genótipos e subgenótipos do HBV observaram mutações associadas ao escape imune, resistência aos antivirais e desenvolvimento do carcinoma hepatocelular. O trabalho Diversidade genética e filogeografia dos vírus das hepatites B e C nas Américas foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária sob orientação de Natalia Motta de Araujo, do Laboratório de Virologia Molecular.
Acessibilidade para estudantes com deficiência físico-motora
Em uma pesquisa qualitativa desenvolvida no Brasil e em Portugal, por meio de um doutorado sanduíche na Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, na cidade do Porto, Aimi Tanikawa de Oliveira buscou responder a seguinte pergunta: como formar professores para atuar no ensino de ciências com alunos com deficiência físico-motora da educação básica utilizando a tecnologia assistiva?.
Na etapa inicial, o estudo focou em conhecer o trabalho desenvolvido por docentes com estudantes com deficiência físico-motora e analisou as dificuldades que esses alunos apresentaram durante a participação em propostas pedagógicas. Ao todo, foram acompanhados 16 estudantes e 21 professores nos dois países. A partir da avaliação, foram produzidos recursos de tecnologia assistiva que tiveram eficácia verificada na prática pelos próprios alunos. O trabalho "O ensino de ciências e a deficiência físico-motora: discutindo a formação docente com enfoque na tecnologia assistiva" foi orientado por Rosane Moreira Silva de Meirelles, do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos e desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Ensino em Biociências e Saúde.
Um sistema de vigilância do sarampo mais eficiente
Ao identificar pontos que poderiam ser aprimorados no monitoramento do sarampo no Brasil, o recém-doutor Fabiano Marques Rosa desenvolveu um trabalho analítico sobre o desempenho do sistema de vigilância epidemiológica na interrupção da circulação do vírus autóctone do sarampo no Brasil entre os anos de 2001 e 2018. Intitulada "Análise crítica do sistema de vigilância do sarampo no Brasil", 2001 a 2018, a tese foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical, sob orientação da pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo, e pelo pesquisador Luiz Antonio Bastos Camacho, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz).
A pesquisa observou ações favoráveis que contribuíram para a conquista do certificado de erradicação do sarampo em 2016, emitido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), como também as imprecisões que permitiram novamente a transmissão sustentada da doença no Brasil a partir de 2018 – levando à perda do certificado.
Em votação simbólica em 4 de agosto, o Plenário do Senado aprovou o Projeto de Lei (PL) 2.077/2019, que cria o título de Patrimônio Nacional da Saúde Pública e o concede à Fiocruz e ao Instituto Butantan. O título passará a ser concedido a instituições públicas e privadas de saúde, sem fins lucrativos, que prestem relevantes e notórios serviços. Como o relatório da senadora Leila Barros (PSB-DF), aprovado em Plenário, não implicou em mudança de conteúdo, o projeto será enviado à sanção do presidente Jair Bolsonaro. A aprovação ocorreu na véspera do Dia Nacional da Saúde (5/8), escolhido por ser a data de nascimento do médico sanitarista Oswaldo Cruz, patrono da Fiocruz.
Originalmente proposto pelo deputado Odorico Monteiro (PSB-CE), na legislatura passada, o projeto também é de autoria dos deputados Jorge Solla (PT-BA), Alexandre Padilha (PT-SP), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Totonho Lopes (PDT-CE). Logo após a aprovação pelo Plenário do Senado, o deputado Odorico Monteiro afirmou que “é um projeto que passa a estruturar e fortalecer essas centenárias instituições, que são patrimônios do Brasil e estão à frente da saúde pública nacional, liderando várias intervenções importantes. A Fiocruz comemorou 121 anos e é uma instituição nacional, está presente em dez estados, em defesa da vida, da ciência e do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta aprovação e este reconhecimento são uma grande conquista e têm fundamental importância neste momento de pandemia e negacionismo”, ressaltou.
Para a senadora Leila Barros, a iniciativa é louvável e muito bem-vinda ao reconhecer os bons préstimos de entidades que prestam relevantes e notórios serviços à saúde. Ela concordou, ainda, que tanto a Fiocruz, quanto o Butantan "de fato representam um Patrimônio Nacional da Saúde Pública". Ao comentar a atuação das duas instituições na área, a relatora exaltou os serviços prestados por ambas na produção de vacinas para combater o novo coronavírus. “A Fiocruz é a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. Ela tem uma atuação pautada pela promoção da saúde e pelo desenvolvimento social, pela geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico e pela defesa da cidadania. Com mais de 100 anos de História, sua trajetória se confunde com o desenvolvimento da saúde pública no Brasil. É uma grande produtora de vacinas e medicamentos e, desde o início da pandemia no país, é um dos pilares da estratégia de combate ao coronavírus. A instituição faz parte de várias frentes nacionais e internacionais de busca por vacinas e é difícil pensar nos avanços da saúde pública brasileira sem pensar em Fiocruz e em seus muitos cientistas e trabalhadores que se esforçaram para obter essas conquistas”.
Projeto de futura condecoração a outras instituições de "indiscutível e notório" reconhecimento público e social
De acordo com o texto, o Congresso Nacional poderá fazer este reconhecimento a entidades que atuem, no mínimo, há 70 anos, em áreas voltadas ao trabalho científico, educacional, assistencial, de participação social ou promoção, proteção e recuperação da saúde nas esferas pública e comunitária. Sua trajetória também deverá contar com "indiscutível e notório" reconhecimento público e social.
O projeto ainda assegura às entidades homenageadas a preferência, em igualdade de condições, na seleção para aquisição de bens e serviços e concessão de fomento social na área em que atue. Essa preferência seria aplicada também, sempre em igualdade de condições, à contratação de financiamento público e à liberação de emendas parlamentares a elas dirigidas.
Em maio, a Câmara dos Deputados já havia aprovado o PL 2.077/2019. Na ocasião, a relatora do projeto na Casa, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), acatou emenda da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), expandindo a homenagem, além da Fiocruz, ao Instituto Butantan. Para Jandira, “as duas instituições contribuem fortemente para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, a redução das desigualdades sociais e a dinâmica social”. O deputado Alexandre Padilha ressaltou então que o projeto tem “um valor simbólico e institucional muito forte. Nunca a população brasileira percebeu tanto a importância do nosso sistema de saúde”, afirmou.
Assita o vídeo da sessão plenária do Senado Federal que aprova projeto que concede à Fiocruz o título de Patrimônio Nacional de Saúde Pública - 4/8/2021
Leia aqui a matéria na íntegra publicada na Agência Fiocruz de Notícias
*Com informações da Agência Senado.
Seguem abertas as inscrições para candidaturas à Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional. A honraria é destinada a servidores da Fiocruz com reconhecida trajetória de vida e atuação no campo da educação em saúde. Veja o regulamento, confira as datas e participe!
A Coordenadora-geral adjunta de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, comentou o processo de adaptação da Fiocruz ao ensino remoto, destacando a continuidade das atividades educacionais, desde a seleção dos estudantes até a defesa de seus trabalhos neste ano de pandemia. “Para nós, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação, responsável pelas iniciativas, é extremamente relevante manter essas atividades, em especial as que incentivam, impulsionam e entusiasmam nossos estudantes e professores. Da seleção à premiação será desafiador, mas é gratificante, em meio a tudo que estamos vivendo, conseguirmos dar seguimento ao Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e à Medalha Virginia Schall de Mérito, pois essas ações valorizam as pesquisas e trabalhos desenvolvidos em nossa instituição”.
Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional
As inscrições na Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional poderão ser enviadas até 20 de agosto de 2021. A honraria busca valorizar a trajetória de vida de servidores e servidoras da Fiocruz com reconhecida atuação no campo da educação em saúde.
Para o ano de 2021, somente serão aceitas candidaturas de profissionais com destacada atuação nas seguintes:
saúde coletiva;
ciências humanas e sociais.
A candidatura à Medalha poderá ser apresentada de três formas:
Autoindicação – o servidor apresenta a sua própria candidatura;
Indicação por Conselho Deliberativo (CD) de unidade da Fiocruz;
Indicação pela Comissão de Pós-Graduação (CPG) de programa de pós-graduação Stricto sensu da Fiocruz.
A chamada interna anual da Medalha identificará a área na qual ocorrerá a concessão. A divulgação do resultado acontecerá em 22 de setembro e a solenidade de entrega da Medalha será em 15 de outubro, quando tradicionalmente acontece a Semana de Educação Fiocruz.
Confira a chamada e o regulamento da Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional, veja todos os detalhes e documentos necessários para a candidatura.
A Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) está com inscrições abertas, até 16 de agosto, para o Prêmio Anpocs de Divulgação Científica em Ciências Sociais, cujo objetivo é dar visibilidade e fomentar iniciativas práticas de divulgação científica desenvolvidas por meio do diálogo entre cientistas sociais e a sociedade. O Prêmio é realizado pela Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, em parceria com o Instituto de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia.
Reafirmando hoje sua vocação para o debate democrático mais amplo, este prêmio confere estatuto e reconhecimento distintivos àquelas iniciativas práticas de divulgação científica que, com tantos reveses, têm tentado e conseguido levar adiante a missão de aproximar nossas Ciências Sociais da sociedade brasileira em seus diversos públicos. A parceria com o INCT, sediado na Casa de Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), tem por objeto o desenvolvimento de atividades em conjunto entre a Fundação e a Associação para ampliar a visibilidade das ciências sociais e suas respostas aos desafios do século XXI.
A iniciativa prática de divulgação científica em Ciências Sociais concorrente pode ser submetida por pesquisadoras e pesquisadores, tanto docentes como discentes, ligados a centros de pesquisa e programas de pós-graduação filiados à Anpocs. As submissões poderão ser individuais ou coletivas e deverão ser inscritas em uma das seguintes categorias:
a) docente/pesquisador(a). Atenção: membros da direção da Anpocs e do Comitê avaliador não poderão concorrer ao prêmio.
b) discente/egresso(a). Atenção: São considerados egressos: mestres/as não vinculados a cursos de doutorado com até 1 (um) ano de titulação; recém-doutores com até 7 (sete) anos de titulação, sem vínculo empregatício formal.
Os primeiros lugares de cada categoria ganharão o “Troféu Anpocs de Divulgação Científica em Ciências Sociais”. Serão agraciados também os 2º e 3º lugares.
A atuação e a relevância públicas da Anpocs sempre foram duas de suas preocupações constitutivas. Desde sua fundação, em 1977, a Associação reúne programas de pós-graduação e centros de pesquisa na área de Ciências Sociais que conjuntamente representam parcela expressiva do pensamento crítico brasileiro. Este edital inscreve-se na biografia da Anpocs, cujas formas de intervenção e mediação públicas têm, ao lado de associações e instituições irmãs, longa trajetória em momentos-chave de nossa redemocratização e, também, no pós-1988.
Com o objetivo de distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação, seguem abertas, até 16 de julho, as inscrições no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021. A iniciativa é voltada a alunos que defenderam trabalhos entre maio de 2020 e abril de 2021. Veja os regulamento, confira as datas e não perca o prazo!
Lembramos que as inscrições para concorrer à Medalha Virginia Schall de Mérito Educacional também estão abertas e vão até 20 de agosto de 2021. A honraria busca valorizar a trajetória de vida de servidores e servidoras da Fiocruz com reconhecida atuação no campo da educação em saúde. Para o ano de 2021, somente serão aceitas candidaturas de profissionais com destacada atuação nas seguintes áreas: saúde coletiva; e ciências humanas e sociais. Além disso, a candidatura à Medalha poderá ser apresentada de três formas: Autoindicação – o servidor apresenta a sua própria candidatura; Indicação por Conselho Deliberativo (CD) de unidade da Fiocruz; e Indicação pela Comissão de Pós-Graduação (CPG) de programa de pós-graduação Stricto sensu da Fiocruz.
A Coordenadora-geral adjunta de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, destacou a importância de manter as iniciativas que valorizam as pesquisas e trabalhos desenvolvidos na Fundação. Eduarda comentou sobre o processo de adaptação da Fiocruz ao ensino remoto, destacando a continuidade das atividades educacionais, desde a seleção dos estudantes até a defesa de seus trabalhos neste ano de pandemia. “Para nós, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic), é extremamente relevante manter essas atividades, em especial as que incentivam, impulsionam e entusiasmam nossos estudantes e professores. Da seleção à premiação será desafiador, mas é gratificante, em meio a tudo que estamos vivendo, conseguirmos dar seguimento ao Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e à Medalha Virginia Schall de Mérito".
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021
O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação. Poderão concorrer ao Prêmio autores e autoras de teses defendidas entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021 nos cursos da Fundação, em cursos com os quais a instituição participa de forma compartilhada e que sejam registrados na Coordenação-Geral de Educação (CGE). Não há restrição ao número de egressos de cada curso para inscrição.
Será selecionada uma tese de cada uma das áreas seguintes áreas:
Ciências Biológicas aplicadas e Biomedicina;
Medicina;
Saúde Coletiva;
Ciências Humanas e Sociais.
É importante destacar que o programa de pós-graduação ao qual o aluno está vinculado não limita a escolha da área. O candidato ou programa deve indicar no formulário de inscrição a área temática na qual melhor se enquadra o trabalho.
As inscrições ao Prêmio vão de 16 de abril a 16 de julho. A divulgação do resultado acontecerá em 20 de setembro e a solenidade de entrega da Medalha também será realizada outubro.
Receberão o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses os candidatos indicados pela Comissão e também os professores orientadores de cada um deles. Além do certificado, cada egresso premiado receberá um apoio financeiro de até R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) para participação em evento acadêmico-científico nacional ou internacional, que poderá ser utilizado para deslocamento, inscrição e estadia.
Dado o atual cenário de pandemia, neste ano foram inseridas outras possibilidades de uso do recurso, como: inscrição em evento remoto, publicações de artigos em revistas especializadas, traduções de artigos, cursos à distância e compra de livros acadêmicos.
Confira aqui todos os detalhes do regulamento e da chamada para o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021.
O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021 teve sua inscrição prorrogada até 16 de julho. A iniciativa visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação, e é voltado a alunos que defenderam trabalhos entre maio de 2020 e abril de 2021. Veja os regulamento, confira as datas e participe! A Coordenadora-geral adjunta de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, destacou a importância de manter as iniciativas que valorizam as pesquisas e trabalhos desenvolvidos na Fundação.
Vale ressaltar que na última semana divulgamos uma data equivocada sobre o POCT. A data correta da prorrogação ao Prêmio Oswaldo Cruz de Teses é 16 de junho de 2021.
Eduarda comentou sobre o processo de adaptação da Fiocruz ao ensino remoto, destacando a continuidade das atividades educacionais, desde a seleção dos estudantes até a defesa de seus trabalhos neste ano de pandemia. “Para nós, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic), responsável pela iniciativa, é extremamente relevante manter essas atividades, em especial as que incentivam, impulsionam e entusiasmam nossos estudantes e professores. Da seleção à premiação será desafiador, mas é gratificante, em meio a tudo que estamos vivendo, conseguirmos dar seguimento ao Prêmio Oswaldo Cruz de Teses e à Medalha Virginia Schall de Mérito".
Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021
O Prêmio Oswaldo Cruz de Teses visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde nas diversas áreas temáticas de atuação da Fundação. Poderão concorrer ao Prêmio autores e autoras de teses defendidas entre os meses de maio de 2020 e abril de 2021 nos cursos da Fundação, em cursos com os quais a instituição participa de forma compartilhada e que sejam registrados na Coordenação-Geral de Educação (CGE). Não há restrição ao número de egressos de cada curso para inscrição.
Será selecionada uma tese de cada uma das áreas seguintes áreas:
É importante destacar que o programa de pós-graduação ao qual o aluno está vinculado não limita a escolha da área. O candidato ou programa deve indicar no formulário de inscrição a área temática na qual melhor se enquadra o trabalho.
As inscrições ao Prêmio vão de 16 de abril a 16 de julho. A divulgação do resultado acontecerá em 20 de setembro e a solenidade de entrega da Medalha também será realizada outubro.
Receberão o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses os candidatos indicados pela Comissão e também os professores orientadores de cada um deles. Além do certificado, cada egresso premiado receberá um apoio financeiro de até R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) para participação em evento acadêmico-científico nacional ou internacional, que poderá ser utilizado para deslocamento, inscrição e estadia.
Dado o atual cenário de pandemia, neste ano foram inseridas outras possibilidades de uso do recurso, como: inscrição em evento remoto, publicações de artigos em revistas especializadas, traduções de artigos, cursos à distância e compra de livros acadêmicos.
Confira aqui todos os detalhes do regulamento e da chamada para o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2021.
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O Instituto Global para Eliminação de Doenças (Glideae, na sigla em inglês), lança o “Prêmio Falcon para Eliminação de Doenças” para ajudar a promover a eliminação da malária, poliomielite, filariose linfática e oncocercose. Serão oferecidas cinco bolsas de até US$200,000 para cada organização baseada em países endêmicos. O prazo de submissão é até 13 de junho.
O objetivo é contemplar projetos que demonstrem um alto potencial para expandir e amplificar soluções eficazes na eliminação de doenças e criar um impacto de longo prazo em torno das doenças apontadas.
A submissão deve ser feita por uma organização ou entidade organizada de países nos quais as doenças são endêmicas. São elegíveis:
Instituições do setor público ou privado
Organizações não governamentais, fundações filantrópicas e coalizões ou redes de organizações da sociedade civil
Parcerias Público-Privadas
Instituições acadêmicas ou de pesquisa nacionais ou regionais
Outras partes interessadas com forte experiência comprovada em pelo menos uma das áreas de doença definidas
Cada instituição pode apresentar mais de um projeto.
Para mais informações, acesse o site da Glideae: https://glideae.org/awards ou envie dúvidas para o e-mail FalconAwards@glideae.org