Para celebrar o aniversário de 6 anos do Campus Virtual Fiocruz, comemorado em 27 de setembro, trazemos hoje uma edição espeial do projeto Sextas de Poesia, destacando nosso crescimento e conquistas. Com ele, a ideia é enaltecer a construção coletiva, seja na vida pessoal, seja no trabalho. No trecho do poema 'De mãos dadas', de Carlos Drummond de Andrade, ele diz: "Estou preso à vida e olho meus companheiros. (...) O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito".
Que possamos sempre seguir "de mãos dadas"!
Esta semana o Sextas de Poesia faz uma homenagem à amizade nos versos do poeta Alexandre O'Neill: "Amigo é a solidão derrotada!" Um brinde àqueles que povoam nossas memórias, que resistem ao tempo, aos dias difíceis, que são nossas melhores companhias nas gargalhadas e cúmplices da vida.
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (1924-1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português, sendo um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. O’Neill, que foi autodidata, era descendente de irlandeses.
O Sextas de Poesia desta semana presta uma homenagem ao grande escritor uruguaio Eduardo Galeano, que faria 82 anos neste sábado, 3 de setembro. "Noite" faz parte da obra "O Livro dos abraços", uma colcha de retalhos recheada de histórias e vida de uma América Latina.
Como descreve Godoy, "o Livro dos Abraços é uma leitura de encantamentos rumo à percepção de pequenas sutilezas que dão sentido à vida"! A editora alerta: "abra este livro com cuidado: ele é delicado e afiado como a própria vida. Pode afagar, pode cortar. Mas seja como for, como a própria vida, vale a pena?."
Confira! E viva Galeano!
*Com informações de Blog Gilberto Godoy
Nesta semana, o Sextas de Poesia homenageia Paulo Leminski, crítico literário e tradutor, que foi um dos mais expressivos poetas de sua geração. Influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que, passados 32 anos de sua morte, continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros.
Seu livro “Metamorfose” foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai.
O poema Amor bastante foi o escolhido para homenagear o poeta que faria aniversário essa semana, dia 24 de agosto.
"Basta um instante e você tem amor bastante" Leminsk é sempre sucinto nas palavras e certeiro na emoção, nas antinomias que desmentem a lógica. Viva o poeta do arrebatamento.
O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao pernambucano Miró da Muribeca, nome poético e encarnado de João Flávio Cordeiro da Silva, poeta e performer. Nascido na periferia de Recife (PE), no bairro Muribeca, é figura conhecida no circuito artístico alternativo da cidade. O poeta nos deixou há 10 dias.
Hoje, em sua homenagem, a poesia escolhida é "Alguns desertos", que faz parte do livro aDeus, de 2015. Além desse, ele publicou diversos outros livros de forma independente, entre os quais Quem descobriu o azul anil? (1984), Pra não dizer que não falei de flúor (2004), DizCrição (2012), a coletânea Miró até agora (2016) e O céu é no sexto andar (2021), o mais recente.
Siga em paz, poeta!
O Sextas de Poesia traz esta semana "Dois corpos", do poeta mexicano Octavio Paz, no qual seu lirismo nos toca: "dois corpos frente a frente às vezes são ondas, e a noite é oceano."
O poeta e pensador mexicano ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1990. Ele foi também ensaísta, tradutor e diplomata. Octavio Paz foi durante muitos anos uma das personalidades mais influentes na vida cultural da América Latina. Em 1950, escreveu "O Labirinto da Solidão", uma investigação histórico-antropológica sobre seu país, que se tornou uma obra clássica e de referência. Ele nasceu em 1914 e faleceu em 1998.
O Sextas de Poesias desta semana traz Pablo Neruda com o poema "Para o meu Coração". Nele, o autor reforça o poder do amor dizendo que "para meu coração, basta teu peito. Para tua liberdade, bastam minhas asas". Em tempos de tanto desamor, falar de amor é um ato revolucionário.
Nossa homenagem a Pablo Neruda acontece na semana em que se comemora o seu aniversário. Ele é um dos maiores poetas contemporâneos, que emprestou sua sensibilidade e amor à América Latina.
Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, nasceu na pequena cidade de Parral, em 12 de julho de 1904, no Chile, e ficou conhecido pelo seu pseudônimo: Pablo Neruda. O poeta ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1971. Além disso, foi diplomata, representando seu país como cônsul na Espanha e no México, e abandonou a carreira para se tornar senador em 1945. Neruda morreu em Santiago, em 23 de setembro de 1973. Apoiador do presidente chileno Salvador Allende, o escritor faleceu poucos dias após o golpe militar comandando pelo general Augusto Pinochet, que colocaria o Chile em uma ditadura por 17 longos anos.
As últimas semanas foram de luto, meninas e mulheres violentadas, espancadas e assassinadas. O Sextas de Poesia trás o trabalho de um coletivo de mulheres, o Papel Mulher (@papel.mulher), que através do lambe-lambe - pôster artístico de tamanho variado que é colado em espaços públicos -, distribui nas cidades do Brasil palavras de poesia e beleza que reforçam nossa resistência. A poesia trazida hoje é de Aline Miranda, que integra o coletivo e também desenvolve o projeto Correio do Amor de Outrora. Sigamos resistindo!
Segundo o Papel Mulher, "Aline Miranda é poeta, zineira, escritora, editora, oficineira, e revisora de texto. Nascida em Brasília, mas atualmente mora no meio do mato no Rio de Janeiro. Autora de muitas zines e livretos artesanais, tem textos, poemas e resenhas publicados em plataformas digitais e impressas. É uma das editoras da zine "Que o dedo atravesse a cidade, que o dedo perfure os matadouros" e da @filipaedicoes.
Há três anos, ela vem desenvolvendo o projeto “Correio do Amor de Outrora”, em que escreve, datilografa e entrega cartas de amor por encomenda. Desenvolve oficinas de experimentação poética na máquina de escrever em centros culturais, escolas e espaços públicos. Também faz parte da coletiva de performance poética, sonora e sensorial “Conjuração 44”, com artistas lésbicas e bissexuais. Defensora da sensibilidade como força. Não só espera, mas realiza acontecimentos.
O Sextas desta semana apresenta Cântico Negro, de José Régio, pseudônimo de José Maria dos Reis Pereira. Nele o autor reforça que a individualidade reside nas escolhas: não seguir o caminho de todos, procurar um caminho diferente, mesmo que seja mais difícil e obscuro.
Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
Cântico Negro é considerado um poema-manifesto, pois dentro dele há elementos comuns da poética de José Régio. Esta poesia, cujo tema central é a religiosidade, foi publicada em seu primeiro livro, chamado Poemas de Deus e do Diabo, publicado em 1926.
Com informações de https://www.culturagenial.com/poema-cantico-negro-de-jose-regio/
O Sextas de Poesia desta semana traz Mário Cesariny, inaugurando o mês de junho com edições dedicadas ao amor e os namorados. Mário Cesariny de Vasconcelos foi poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador das atividades surrealistas em Portugal.
É dele o poema "Em todas as ruas te encontro", que fala sobre o lirismo, o amor romântico em sua busca infinita, onde "meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura..."
Cesariny nasceu em 9 de agosto de 1923, em Lisboa, Portugal e morreu em 26 de novembro de 2006.