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Publicado em 29/09/2023

O Sextas dessa semana traz um poema que nos convida a dançar por toda a vida

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz Chacal, ou Ricardo de Carvalho Duarte. O poema escolhido "Rápido e rasteiro" nos convida a dançar, o resto da vida. 
Chacal é o principal sobrevivente da Poesia Marginal, típico antropófago, que sabe imprimir as marcas da brasilidade carioca em seus versos.

Em 1970, ele escreveu seu primeiro livro, intitulado “Muito Prazer”, uma edição mimeografada, um misto de cartão de apresentação com livro de poesia, pessoalmente distribuído pelo autor, em 1971, com confecção de 100 exemplares. A partir de 1972, passou a colaborar com a revista Navilouca. 

Chacal foi um poeta da chamada geração mimeógrafo, que fazia uma poesia que saia da página do livro e ganhava as ruas. A Poesia Marginal é irreverente, descompromissada com qualquer estética. 

Como atesta a criação do CEP 20.000 (Centro de Experimentações Poéticas), em 1990, no Rio de Janeiro, como forma de reunir poetas e artistas e agitar a vida política e cultural da cidade. Chacal passou a ler avidamente Guimarães Rosa. Descobriu que “palavras tinham molas, dobravam esquinas”, ao mesmo tempo em que vivia as manifestações nas ruas contra a ditadura.

Publicado em 22/09/2023

Sextas de poesia fala sobre a utopia da criação do futuro

Autor(a): 
Ana Furniel

"Não há utopia verdadeira fora da tensão entre a denúncia de um presente tornando-se cada vez mais intolerável e o anúncio de um futuro a ser criado, construído política, estética e eticamente por nós, mulheres e homens”. A afirmação é do autor homenageado esta semana no Sextas de Poesia, Paulo Freire, que completaria 102 anos em 19 de setembro de 2023.

Paulo Freire foi um educador e filósofo brasileiro. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira e um dos autores mais lidos no mundo.

A Pedagogia do Oprimido é até hoje um livro muito importante: trata-se da terceira obra mais citada nas ciências humanas no contexto acadêmico mundial e está entre os 100 livros mais requisitados nas universidades de língua inglesa.

Viva Paulo Freire!!!!

 

*com informações de eBiografia.

Publicado em 15/09/2023

Sextas traz a liberdade de Manoel de Barros

Autor(a): 
Ana Furniel

Esta semana o Sextas de Poesia traz aquele que fala das desimportâncias ou do nada. Muitos dizem que com sua poesia, Manoel de Barros tenta “descoisificar a realidade”. Ele tem na palavra o sentido da existência.

"A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei". E é através dela que o poeta de Cuiabá traduz o mundo de forma inventiva e simples. Assim, Barros nos convida a transformar, reinventar esse mundo: "O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo”. Ou ainda, segundo ele, não ter conexões com a realidade: "expressão reta não sonha. Não use o traço acostumado".
 
Sejamos livres como as borboletas do poeta fazedor de amanhecer.

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo rosa e desenho colorido de borboletas na base e do lado direito do banner, no centro está um trecho do livro "O fazedor de amanhecer" de Manoel de Barros: Só o silêncio faz rumor no voo das borboletas.

Publicado em 08/09/2023

Sextas fala sobre encontro de corpos e troca de verdades

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia apresenta Laura Erber, escritora, editora, artista visual e poeta. O intenso e eletrizante encontro de corpos “sôfregos”, que trocam verdades numa dimensão descarnada, abstrata, emerge em cadência ritmada na inédita obra poética “as palavras trocadas” de Laura Erber. O poema segue na permanente trilha de um novo começo: “As coisas não terminam no fim, não terminam quando acabam. O poema está sempre em direção, não ao fim, mas do começo".

O livro inaugura a coleção Arco, voltada à ficção brasileira (prosa e poesia), da Editora Âyiné, que há cinco anos dedica-se a autores estrangeiros.

Nascida no Rio de Janeiro, Laura coordena o programa de pós-doutorado do International Institute for Asian Studies (IIAS), na Holanda, onde, assim como no Brasil, também vive e trabalha. Publicou os livros de poemas “Os corpos e os dias”, pela Editora de Cultura, em 2008; “A retornada”, pela Relicário, em 2016; e As palavras trocadas, pela Editora Âyiné, em 2023.

Com informações do jornal Estado de Minas

Publicado em 01/09/2023

Sextas fala sobre a força do amor

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz uma jovem poeta, Inês Campos - mineira de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde vive ainda hoje - com "Nós". O poema escolhido reflete a dor, a força de um amor e uma saudade imensa que "faz do espanto um emaranhado de nós". 

Inês Campos, que também é advogada, estreou na poesia, em 2017, com o livro Geografia Particular, pela Cas’a edições. Sua segunda publicação, Roca, foi lançada em 2019 pela mesma editora. Alguns de seus poemas foram publicados também em revistas e coletâneas nacionais e estrangeiras.

 

 

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo vermelho, no topo mesclando com as cores do banner a foto de uma partitura, com uma rosa vermelha em cima e um clarinete ao lado. No centro do banner o poema de Inês Campos - Nós:

Depois de sua gargalhada 
interrompida pela curva 
encaixotei nosso tempo

escondi o solo do oboé
caminhei com sua risada 
em meus ombros 
até fazer do espanto 
um emaranhado de nós.

Publicado em 25/08/2023

Sextas traz Paulo Leminski falando de si, a escrita e a saudade

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia homenageia Paulo Leminski, aniversariante da semana. O poema escolhido, Já disse, denuncia a fugacidade do tempo. Em apenas nove versos, Leminski resume o seu projeto poético (falar de si, falar de nós e falar do mundo) e o seu fôlego para a escrita (eu já disse muito). E, ao mesmo tempo, transparece uma espécie de saudosismo com aquilo que viveu. Se vivo, o crítico literário, tradutor, escritor, poeta, jornalista e músico, completaria 79 anos em 24 de agosto. 

Leminski foi um dos mais expressivos poetas de sua geração. Em 1995, ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia com o livro Metamorfose, que trazia uma construção marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai. Leminsky, que foi influenciado pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos, deixou uma obra vasta que, passados 34 anos de sua morte, continua exercendo forte influência nas novas gerações de poetas brasileiros.

 

 

 

 

#ParaTodosverem, banner com uma foto do lado esquerdo, a foto é de um homem branco com cabelos e bigode escuros, usando um óculos de aviador, ele segura uma flor que está desfocada enquanto a assopra. No lado direito do banner está o poema de Paulo Leminski, "Já disse":
Já disse de nós.
Já disse de mim.
Já disse do mundo.
Já disse agora,
eu que já disse nunca. Todo
mundo sabe,
eu já disse muito.
Tenho a impressão
que já disse tudo.
E tudo foi tão de repente...

Publicado em 18/08/2023

Com Drummond, Sextas fala sobre tempo, memória e saudade

Autor(a): 
Ana Furniel

Esta semana faz 36 anos que Drummond encantou-se, como diz Guimarães Rosa. A trajetória pessoal e literária de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) merece ser ainda muito iluminada. Um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos, Drummond levou uma existência aparentemente modesta e avessa aos holofotes, enquanto burilava uma obra vasta e vigorosa. Vivendo no Rio de Janeiro entre 1934 e 1987, o mineiro atravessaria boa parte do século XX produzindo poesia, crônicas para os jornais e marcando, sobretudo com sua obra, todas as gerações posteriores da literatura produzida no Brasil.

A produção poética Drummond tem como um dos seus focos principais a reflexão sobre a passagem do tempo, a memória e a saudade. O poema escolhido para homenagear o grande poeta neste Sextas de Poesia é “Ausência”, que fala da diferença entre a ausência e a falta. Assim como seu poema, Drummond nunca será falta, mas seu oposto: uma presença constante. Viva Drummond!

*Com informações da bibliogragia oficial de Carlos Drummond de Andrade.

 

Banner com a foto de uma praia de fundo, na foto está o mar, céu azul e uma mulher negra de vestido rosa no primeiro plano. No banner está escrito o poema de Carlos Drummond de Andrade, o tema é Ausência.
Por muito tempo achei
que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante,
a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na
ausência.
A ausência é um estar
em mim.
E sinto-a, branca, tão
pegada, aconchegada
nos meus braços,
que rio e danço e
invento exclamações
alegres,
porque a ausência, essa
ausência assimilada,
ninguém a rouba mais
de mim.

Publicado em 11/08/2023

Sextas fala sobre as trajetórias e fases da vida de uma mulher

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz um poema do segundo livro que será publicado por Debora Reis, que é pedagoga e trabalha na Universidade de Santa Teresinha. "O que não foi dito - e a poesia ainda é protesto" reúne poesias sobre a condição do ser humano e, sobretudo, da mulher, na vida cotidiana de um mundo ferido pelo seu aspecto mais brutal: a perda da humanização nas relações objetivas e  intersubjetivas. Essa desumanização é algo visto dentro das poesias de maneira ampla, porém, sobretudo no discurso. É a palavra que reivindica tanto a crítica sobre um mundo cruel, individualista, patriarcal tanto quanto é o lugar da resistência. O que não foi dito é a palavra engasgada, que se coloca na ponta da língua, mas morre na matéria por ser interditada, suprimida. No livro, assim, há a liberdade do rompimento do medo de dizer, e por isso, é um protesto.

A obra está sendo construída ainda, a partir da reinvenção da própria autora, que anda se autorizando falar após a histeria, reivindicada no primeiro livro "Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher", que estabelece um marco temporal não só sobre sua história inicial como poeta, mas também sobre sua trajetória como mulher e fases que marcaram a sua vida, indo dos relacionamentos amorosos aos casamentos, divórcio e maternidade.

Pode-se dizer que o livro se trata de uma continuação da sua primeira obra, entretanto, a solidez das poesias se apresenta demarcando uma nova fase da poeta.
 

Publicado em 04/08/2023

Sextas de Poesias homenageia Caetano Veloso

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana homenageia o aniversário de Caetano Veloso. Nascido em sete de agosto de 1942, em Santo Amaro da Purificação, o baiano Caetano Veloso faz, em 2023, 81 anos. É cantor, compositor, escritor e poeta de um pensamento múltiplo que se completa e se realiza nas próprias canções.

Na composição escolhida para ilustrar o Sextas de Poesia desta semana, "Nu com a minha música", surge o tema da solidão do cancionista: os bastidores das angústias que antecedem e dão motor às canções. "Às vezes é solitário viver", diz o sujeito, para depois concluir: "Eu que existindo tudo comigo, depende só de mim / Vaca, manacá, nuvem, saudade / Cana, café, capim / Coragem grande é poder dizer sim".

A única saída possível é a canção, a arte. De onde o sujeito pode se inclinar para o lado do sim à vida. "Sempre só e a vida vai seguindo assim".

Caetano Veloso faz do som do seu estribilho, os traços e memórias de nossas vidas.

 

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Banner com uma imagem preta e branca no topo, a foto é de Caetano Veloso jovem, com cabelos cacheados encostado na porta, o seu rosto está de perfil e com o peito nu. Abaixo um trecho da composição dele "Nu com a minha música" 

...Nu com a minha música, afora isso somente amor
Vislumbro certas coisas de onde estou...
Deixo fluir tranquilo
Naquilo tudo que não tem fim
Eu que existindo tudo comigo, depende só de mim
Vaca, manacá, nuvem, saudade
Cana, café, capim
Coragem grande é poder dizer sim

Publicado em 28/07/2023

Sextas homenageia escritores com Graciliano Ramos

Autor(a): 
Isabela Schincariol

O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem aos escritores, que tem o Dia Nacional comemorado em 25/7. O texto escolhido faz parte do livro "Linhas Tortas", de Graciliano Ramos, em que compara a escrita com o trabalho das lavadeiras, como pano esticado no varal: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”. Um ofício que tem na construção do sentido eternizar palavras, sentimentos e olhares de poetas, escritores, compositores, músicos, artistas da vida e da literatura. A tela que enfeita esta edição do nosso Sextas é de Heitor dos Prazeres, mestre das palavras, das belas canções que escrevia em forma de pintura. Viva a palavra escrita e cantada.

Segundo a Secretaria Especial da Cultura, o Dia do Escritor é comemorado anualmente, no Brasil, no dia 25 de julho. A data foi instituída em 1960 por João Peregrino Júnior, então presidente da União Brasileira de Escritores (UBE), a partir da realização do I Festival do Escritor Brasileiro. O Ministro da Educação da época, Pedro Paulo Penido, oficializou a data por meio de uma portaria publicada dois dias antes do dia escolhido. A partir de então, o dia passou a ser comemorado no dia 25 do mês de julho.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Banner com uma pintura no topo, a pintura mostra duas mulheres negras com panos brancos na cabeça, a que está em primeiro plano veste um vestido azul e a outra em segundo plano um vestido vermelho, elas estão estendendo roupas no varal. No cenário tem uma casa e um poço. Abaixo da pintura, o poema de Graciliano Ramos:
Quem escreve deve ter todo o cuidado para a coisa não sair molhada.
Da página que foi escrita não deve pingar nenhuma palavra, a não ser as desnecessárias.
É como pano lavado que se estira no varal.

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