‘O nosso Norte é o Sul’. É baseada neste lema que a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai realizar, no dia 30 de novembro, o encontro ‘Trabalhadoras(es) migrantes, saúde e violências: aproximações interseccionais e decoloniais’. No evento, será lançada a cartilha ‘Migração, Trabalho e Violência: interfaces com a saúde’, elaborada para migrantes e com a participação deles. A finalidade da publicação é compartilhar conhecimento sobre violências e o mundo do trabalho. A atividade será às 14h, na sala 410. Para participar presencialmente, inscreva-se aqui. Haverá transmissão ao vivo pelo canal da Ensp no Youtube.
Inscreva-se e participe presencialmente!
A mesa contará com a participação de duas mulheres migrantes: Catalina Revollo Pardo, pós-doutora Capes/PNPD do Programa EICOS, do Instituto de Psicologia da UFRJ, e Yelitza Josefina Lafont Paredes, assistente de desenvolvimento familiar e comunitário - Aldeias Infantis/RJ, liderança no Morro do Banco/RJ. Também estarão presentes as coordenadoras da pesquisa, Cristiane Batista Andrade, do Departamento de Estudos de Violências e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp/Fiocruz) e Corina Mendes, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), além de Lilian Freitas, coordenadora do Comitê Técnico Estadual de Saúde Integral da População Imigrante e Refugiada do Estado do Rio de Janeiro, e Ana Cristina Nunes, coordenadora do Aldeias Infantis/RJ. A mediação será de Fernanda Mendes Lages Ribeiro (Claves/Ensp/Fiocruz)
A nova cartilha é um produto do estudo ‘Migração, saúde e violências: experiências de trabalhadoras(es) migrantes e refugiadas(os) no Rio de Janeiro’, financiada pelo programa INOVA - Geração do Conhecimento/Fiocruz (2022-2023). O objetivo geral da pesquisa foi analisar o processo de migração/refúgio e suas repercussões na vida, no trabalho e na saúde de migrantes que estão trabalhando na capital fluminense, sob a perspectiva da interseccionalidade e dos feminismos decoloniais.
Alguns dos alvos específicos das investigações foram as (re)inserções laborais e educacionais de migrantes e refugiadas(os). Além disso, a pesquisa objetivou discutir as percepções dessas pessoas a respeito da saúde e a presença ou não de doenças relativas ao estresse e às emoções, como as doenças mentais, ocupacionais, covid-19, por exemplo. Outro foco foi debater o trabalho reprodutivo (cuidado familiar, maternidade e as atividades domésticas) entre as mulheres migrantes e refugiadas e, ainda, analisar as vivências de violências, como a xenofobia, as discriminações raciais/racismo, as desigualdades de gênero, os assédios moral e sexual, a propensão ao trabalho escravo contemporâneo e à exploração sexual.
“De maneira geral, os resultados empíricos apontam as inúmeras vulnerabilidades, violações de direitos e violências às quais estão submetidas(os) as(os) migrantes no mundo do trabalho, na educação e na vida cotidiana no país, assim como a reificação de relações de gênero e raciais desiguais, que são questões estruturais no Brasil”, afirmam as coordenadoras da pesquisa. Os resultados detalhados relativos aos temas trabalho, saúde e violência serão apresentados durante o evento do dia 30 de novembro.
Um debate sobre o direito à saúde das pessoas com deficiência encerra a temporada de 2023 do Ecoar - Diálogos de Cidadania, uma iniciativa do Núcleo de Informações, Políticas Públicas e Inclusão Social (Nippis/Fiocruz/Unifase). Com esse tema, o programa informativo-cultural, que tem o apoio do Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência (Sisdef), fecha uma série que vem abordando, ao longo desse semestre, os quatro eixos do Plano Viver Sem Limite II. Assim, neste episódio, os destaques serão os desafios que ainda existem para ampliar e aprimorar o acesso à saúde das pessoas com deficiência. Quais são as principais barreiras encontradas? Que medidas ainda precisam ser implementadas e melhoradas? Onde já observamos avanços nessa área? O programa terá transmissão ao vivo no canal da VideoSaúde, da Fiocruz, e da Unifase no Youtube
Sobre o tema, Tuca Munhoz, apresentador do programa, destacou: "Queremos discutir as questões que envolvem o acesso à saúde das pessoas com deficiência, reconhecendo as barreiras existentes e as ações necessárias para superá-las". Para conversar com Munhoz e enriquecer esse debate, foram convidados a educadora popular e terapeuta Taiane Machareth Marquês, idealizadora do "Papo Reto Defiça", e Artur Custódio Moreira de Sousa, mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fiocruz, ex-coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e, atualmente, assessor especial na Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis na Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde.
Para garantir a participação de todos, o programa conta com intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais e estenotipia (legendagem ao vivo).
Para sugestões de pautas e comentários, entre em contato com a equipe de comunicação do NIPPIS pelo e-mail: nippis@icict.fiocruz.br
Serviço
20º Episódio Ecoar – Diálogos de Cidadania
Tema: Como colocar em ação o direito à saúde das Pessoas com Deficiência?
Dia/Horário: 22 de novembro (quarta-feira), às 14h
Como assistir: transmissão ao vivo nos canais da Videosaúde Distribuidora, da Fiocruz, e da UNIFASE no YouTube.
Assista à transmissão do canal da VideoSaúde:
O Programa Educacional em Sistemas de Saúde para Moçambique (SIS-Saúde Brasil-Moçambique) acaba de concluir a primeira disciplina desta nova oferta, intitulada: Saúde Coletiva e Saúde Ambiental: aspectos filosóficos, históricos e políticos. Ela foi acompanhada pelos 42 estudantes de mestrado e doutorado inscritos no programa e teve a participação dos docentes Elvira Maciel e José Ueleres Braga, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Chistovam Barcellos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e Eduarda Cesse, que, além de docente do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco), é umas das coordenadoras do SIS-Saúde e também coordenadora adjunta de Educação da Fiocruz (CGE/VPEIC/Fiocruz). Todo o SIS-Saúde acontece de maneira híbrida e a parte remota é organizada por meio do Campus Virtual Fiocruz.
O objetivo da disciplina é tratar de aspectos históricos, políticos, sociais e científicos relativos à abordagem da saúde e processos de adoecimento, à Saúde Pública e ao movimento sanitário; apresentar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Agenda 2030 e as repercussões sociais e econômicas da pandemia de Covid-19, abordar os elementos para a compreensão do uso do método e raciocínio epidemiológico na Saúde Pública, com destaque para a Vigilância em Saúde, como indicadores de morbimortalidade, determinantes sociais em saúde e políticas públicas; além de trazer temas do debate contemporâneo sobre a relação saúde e ambiente, o Regulamento Sanitário Internacional e a Saúde Única (One Health).
A aula inaugural do programa — Sistemas de Saúde no Sul Global: desafios e perspectivas — foi proferida pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, que esteve presente no Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS) na ocasião de seu lançamento. Já os professores Eduarda Cesse e Chistovam Barcellos acompanharão os estudantes de forma presencial durante quatro meses, cumprindo estágio de Pesquisadores Visitantes Sênior (PVS) no âmbito do Coopbrass-Capes/Fiocruz no INS.
+Leia mais aqui sobre a aula inaugural proferida por Cristiani Machado, que divide a coordenação do SIS-Saúde Brasil Moçambique com Eduarda.
Cumprindo o cronograma, os alunos já iniciaram a segunda disciplina, chamada “Metodologia da pesquisa científica - disciplina transversal”, que tem a participação das professoras Mariana Conceição de Souza, do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos); Eduarda Cesse; e Idê Gomes Dantas Gurgel, do IAM/Fiocruz Pernambuco; com o apoio das doutorandas assistentes Ana Paula Mendonça e Lorena Ferreira Cronemberg. Sobre a primeira disciplina, Eduarda comentou que ela foi muito bem avaliada pelos estudantes de mestrado e doutorado, que elogiaram o formato e a metodologia adotadas.
Docentes e estudantes acompanham as disciplinas apoiados por um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) desenvolvido a partir de uma cooperação entre o Campus Virtual Fiocruz, o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), o INS Moçambique, a Universidade de Lúrio (Unilúrio) e a Coordenação-Geral de Educação (CGE/VPEIC/Fiocruz).
SIS-Saúde Brasil/Moçambique
O Programa Educacional em Sistemas de Saúde (SIS-Saúde Brasil/Moçambique) é um grande consórcio institucional de seis diferentes programas de pós-graduação da Fiocruz em parceria com o INS e a Unilúrio, ambos de Moçambique, África. Seu principal objetivo é fortalecer os sistemas de saúde da região. Assim, está formando 21 mestres e 21 doutores moçambicanos, que atuarão no sistema nacional de saúde, na formação em saúde e na pesquisa, contribuindo para a qualificação de pessoal no campo da saúde pública e coletiva, bem como para os processos de planejamento, gestão e avaliação de sistemas de saúde.
Nesta primeira edição, integram o SIS-Saúde, os programas de pós-graduação em Saúde Pública (PPGSP), de Saúde Pública e Meio Ambiente (PPGSPMA) e de Epidemiologia em Saúde Pública (PPGEPI) ligados à Ensp/Fiocruz); de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (PPGSMCA) do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz); de Saúde Pública (PPGSP) do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco); e de Saúde Coletiva (PPGSC) do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas).
#ParaTodosVerem Fotomontagem com diversas imagens de alunos e docentes de mestrado e doutorado inscritos no Programa Educacional em Sistemas de Saúde para Moçambique (SIS-Saúde Brasil-Moçambique) durante a conclusão da primeira disciplina da oferta: Saúde Coletiva e Saúde Ambiental: aspectos filosóficos, históricos e políticos. Há uma foto em destaque onde um senhor de barba e cabelos brancos está sentado olhando para o notebook, atrás dele há homens e mulheres sentados.
No dia 22 de novembro, quarta-feira, às 14h30, o Proqualis/Fiocruz realizará o webinar ‘Desafios e estratégias para o cuidado centrado no paciente: experiências internacionais’. Inscreva-se gratuitamente até às 14h do dia do evento para receber certificado de participação. Haverá tradução simultânea para português e para Libras. A transmissão será pelo canal do Proqualis no Youtube.
O evento contará com apresentações de Silvia Pérez Protto, diretora médica do Centro de Tratamento de Fim da Vida no Escritório de Qualidade, Segurança e Experiência do Paciente na Cleveland Clinic. Estados Unidos; Gastón Perman, diretor do Departamento de Saúde Pública no Hospital Italiano Instituto Universitário de Buenos Aires; e Aline Albuquerque, diretora do Instituto Brasileiro de Direito do Paciente e coordenadora-geral do Observatório de Direitos dos Pacientes do Programa de Pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília.
A moderação será feita por Victor Grabois, coordenador executivo do Proqualis/Ensp/Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp).
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai realizar o webinário ‘Contexto global e a saúde nos BRICS: possibilidades e desafios em cenários desiguais’ no dia 8 de novembro, às 14h. A atividade será transmitida pelo canal da Ensp no YouTube.
Coordenado pela pesquisadora da Ensp Adelyne Mendes, o evento terá como palestrantes a professora adjunta da UFRRJ e pesquisadora associada do BRICS Policy Center, Ana Saggioro Garcia, a bolsista sênior não-residente do Center for China and Globalization e Professora da O.P. Jindal Global University, Karin Costa Vazquez, e pesquisadora visitante e assessora do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris) da Fiocruz, Claudia Hoirisch.
O evento é promovido pela pesquisa "Governança e respostas nacionais dos BRICS à Covid-19: caminhos, desafios e lições para os sistemas de saúde em contextos desiguais", financiada pelo Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico Aplicado à Saúde Pública da Ensp/Fiocruz.
Assista ao webinário abaixo
Está no ar o volume 28, número 10, da Revista Ciência e Saúde Coletiva, publicada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). A edição temática traz as condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores da saúde no contexto da Covid-19 no Brasil. Coordenada pela pesquisadora da Ensp, Maria Helena Machado, a publicação está disponível no SciElo e conta com o editorial 'Aprender com a pandemia - e não repetir os erro', assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Confira o volume 28, número 10, da Revista Ciência e Saúde Coletiva
O que a pandemia nos ensinou?
A edição da Ciência & Saúde Coletiva, 28.10.2023 nos leva a revisitar o tempo vivido da pandemia da Covid-19, ajudando-nos a perceber os erros, mas sobretudo os ensinamentos sobrevindos desse tempo e que repercutem até hoje. O foco da edição é a ação dos mais diversos profissionais, sem os quais a catástrofe vivida teria sido muito maior. No editorial está escrito: “a pandemia gravou no coração brasileiro um profundo reconhecimento aos trabalhadores e trabalhadoras da saúde”. Dos quatro milhões hoje existentes, 3,5 milhões estavam diretamente vinculados ao SUS e formaram uma verdadeira barreira a favor da vida.
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, educadores físicos, agentes de saúde, recepcionistas, motoristas de ambulâncias, recepcionistas, profissionais de limpeza, de segurança, maqueiros, trabalhadores da cozinha das unidades de saúde compartilharam a mesma carga extenuante de trabalho, os mesmos riscos, e cumpriram igualmente o papel fundamental de defesa da vida. Não podemos esquecer também todos os agentes dos serviços funerários presentes nos momentos em que os familiares não podiam estar.
Os artigos desta edição percorrem a situação vivida e as consequências ainda presentes na vida desses mais variados trabalhadores que vivenciaram de perto os horrores da pandemia e reverenciam os que pagaram com a própria vida sua dedicação.
Esse triste acontecimento evidenciou também, entre outros, dois pontos positivos conquistados pela sociedade brasileira: o SUS como um sistema universal de saúde, social e culturalmente reconhecido como uma das maiores conquistas democráticas do país; e a ciência nacional internacionalmente articulada e produzindo conhecimento e tecnologia úteis e acessíveis a todos os cidadãos.
#ParaTodosVerem imagem da capa da revista, com a cor verde na parte superior e preta na inferior, uma foto em preto e branco embaçada de um aglomerado de pessoas, e ao lado, o nome da revista Ciências & Saúde Coletiva.
O acesso às urgências e atenção hospitalar como questões de direitos humanos serão tema do Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ceensp) do dia 8 de novembro. A atividade será às 14h, na sala 410 da Ensp, e haverá transmissão ao vivo pelo canal da Escola no Youtube, além de Tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Coordenado pela pesquisadora do Daps/Ensp/Fiocruz Gisele O'Dwyer, este Ceensp terá como palestrantes Mariana Konder, da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj, Marisa Malvestio, da USP, e Mauricio Stedile, do Hospital Federal de Clínicas de Porto Alegre.
Este Ceensp inspira-se no livro recém-publicado ‘Acesso Às Urgências e Atenção Hospitalar: Uma Questão de Direitos Humanos’, escrito pelas médicas Gisele O’dwyer e Mariana Konder. Ao considerar a Política Nacional de Atenção às Urgências, a obra apresenta os componentes da Rede de Urgências com suas especificidades e desafios. O Samu é apresentado como uma componente estruturante da atenção às urgências no país. A Atenção Primária à Saúde é destacada como espaço essencial para acolhimento das urgências de baixo risco. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) representa uma porta de acesso importante, apesar de funcionar para além do seu propósito, evidenciando o fenômeno de “internação” em ambiente pré-hospitalar. O hospital, fundamental componente para atenção às urgências, é apresentado com base no dimensionamento do parque hospitalar brasileiro, considerando estados, regiões e leitos SUS e não SUS.
Os componentes assistenciais são apresentados considerando o referencial dos Direitos Humanos. Apesar do volumoso e extenso investimento nos diversos componentes da Rede de Atenção às Urgências, a experiência dos usuários continua sendo a de acesso limitado, quando não interditado, e de muita luta e sofrimento para terem suas demandas atendidas. A superlotação das emergências hospitalares sintetiza bem esse fenômeno, tornando-se o local em que a violação de direitos é mais intensamente vivenciada pelo usuário. A rede hospitalar encontra-se no centro das respostas para essa experiência, sobretudo porque muito pouco foi feito pelo hospital ao longo de mais de três décadas de desenvolvimento do SUS. E, ainda, as condições do parque hospitalar e do sistema de urgência que, pela precariedade sustentada ao longo dos anos, produzem sistematicamente sofrimento ao paciente, com significativas consequências, como aumento da morbidade e mortalidade. O sofrimento não pode ser banalizado.
Quais são os limites da internet? Como ações fomentadas no ambiente virtual podem repercutir no mundo real e impactar o nosso cotidiano e as decisões relacionadas à saúde? De que maneira as grandes plataformas digitais, como Google, Facebook e WhatsApp, podem ser responsabilizadas pelos efeitos dos seus serviços, quando empregados de forma nociva, como para propagação de fake news e discursos violentos? Que regras há sobre isso no país?
Confira a edição 253 da revista na íntegra
Para todas essas perguntas, a resposta é que ainda não há regulação no Brasil. O Marco Civil da Internet (Lei no 12.965/2014) trata de conceitos gerais, mas não estabelece regras para esse tipo de mediação. É principalmente com base nessa necessidade que se pauta a proposta de criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, em trâmite no Congresso Nacional como Projeto de Lei (PL) no 2630/2020. Se não der conta de solucionar todo o problema, a proposta busca ao menos regular parte dele. Isso porque a legislação tem um recorte bem específico quando se refere a “plataformas de internet”, restringindo-se a redes sociais, aplicativos de mensagem e ferramentas de busca online.
Foco de disputas, a proposta é chamada de PL das Fake News pela imprensa e por defensores da medida, e apelidada de PL da Censura por seus opositores. Dentre eles, estão apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, parlamentares de oposição ao governo Lula e gigantes globais que atuam no ramo de tecnologia digital, como Google, Meta (responsável por gerenciar Facebook, Instagram e WhatsApp) e Telegram, conhecidas como big techs.
O projeto de lei de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) foi apresentado em 2020, motivado por episódios de desinformação e negacionismo científico disseminados na internet durante a pandemia de covid-19 — o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a classificar como infodemia (Radis 246). Contudo, a discussão sobre limites e responsabilidades de serviços como redes sociais e aplicativos de mensagens foi iniciada antes mesmo da crise sanitária global. Um alerta sobre a regulamentação dos serviços foi dado em 2018, durante a disputa eleitoral, devido ao uso de robôs para produção e circulação em massa de conteúdos noticiosos falsos.
Ainda assim, a tramitação do PL 2630 só foi acelerada na Câmara dos Deputados a partir de fatos graves ocorridos no início de 2023, como o uso dessas plataformas na articulação dos atentados à Democracia — culminando na tentativa de golpe de Estado, com atos de vandalismo e depredação dos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro — e os atentados a escolas e creches, no início de 2023.
Foi em 25 de abril de 2023 que o PL, aprovado pelo Senado ainda em junho de 2020, entrou em regime de urgência na Câmara. A proposta entrou na agenda de votações em 2 de maio, mas foi retirada da pauta pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e até a publicação desta reportagem não avançou.
Entidades historicamente engajadas na democratização da comunicação, como o Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a Coalizão Direitos na Rede (CDR) posicionam-se a favor da regulamentação. Em manifesto aberto, o FNDC classifica a regulação das plataformas digitais como uma medida “necessária e urgente”. Em sentido contrário, está o apoio de peso das big techs, que controlam serviços e plataformas digitais que utilizamos todos os dias.
Segundo apuração da Agência Pública, em matéria veiculada em maio de 2023, do início de abril até o dia 6 de maio, o Google havia pago à Meta mais de R$ 670 mil em anúncios no Instagram e Facebook em campanha contrária à aprovação do projeto de lei na Câmara. As peças veiculadas traziam distorções como: “O PL 2630 pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” ou “Um Projeto de Lei pode piorar a sua internet”, dentre outras ofensivas.
No entanto, afinal, por que essas empresas têm atacado a medida regulatória? Que interesses impulsionam essa movimentação orquestrada a partir de suas próprias ferramentas? Radis entrou nessa arena para discutir o que está em disputa e conversou com alguns especialistas para entender como a regulação pode ser também uma forma de garantir o respeito à democracia e à liberdade de expressão. E não o contrário.
Lançado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), o livro “Inseguridad Alimentaria y Emergencia Climática: sindemia global y um desafío de Salud Pública en América Latina”, organizado pelos pesquisadores Ana Laura Brandão, da Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS), e Frederico Peres, do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), juntamente com a professora Juliana Casemiro, do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/Uerj), discute as relações entre as mudanças no clima do planeta e os impactos sobre os sistemas alimentares latino-americanos. O livro foi editado pela Editora Rede Unida e está disponível em acesso aberto em formato e-book.
As interfaces entre a insegurança alimentar e a crise climática são muitas e, cada vez mais, estão no centro dos debates e dos desafios para a Saúde Pública global, especialmente por produzirem impactos mais evidentes em países e regiões onde as desigualdades históricas e estruturais são mais evidentes, como no Brasil e na região da América Latina.
Motivados pela necessidade de gerar evidências dessa “crise de crises”, os organizadores do livro elaboraram um projeto de pesquisa, submetido e aprovado no Edital de Pesquisa 2021, no âmbito do Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico aplicado à Saúde Pública, coordenado pela Vice-Direção de Pesquisa e Inovação (VDPI/Ensp). A partir do projeto, os organizadores formaram um grupo de aproximadamente 80 pesquisadores, vinculados a 24 instituições acadêmicas com sede em 11 países da América Latina, intitulado Grupo de Estudos sobre Sistemas Alimentares Latino-americanos no marco da Mudança Global – SALA Global, cuja primeira iniciativa foi elaborar um panorama das crises alimentar e climática na região, resultando no presente livro.
Contando com experiências de 9 dos 11 países representados no Grupo SALA Global, e com participação de 43 autores, o livro traz ainda reflexões teórico-conjunturais sobre os impactos das crises alimentar e climática sobre a Saúde Pública na América Latina, bem como apresenta algumas estratégias de enfrentamento possíveis.
Entre as estratégias de enfrentamento, um capítulo, escrito pelo diretor da Ensp, Marco Menezes, em colaboração com o pesquisador do Cesteh/Ensp, Frederico Peres, aponta para o papel estratégico das Escolas de Saúde Pública da região na organização de capacidades para se antecipar aos impactos da “crise de crises” e mitigar seus efeitos negativos que, a cada ano, impactam de maneira crescente os serviços, programas e sistemas de saúde da região.
Entre os dias 20 e 22 de novembro, no marco das atividades do XII Congresso Brasileiro de Agroecologia, os organizadores farão o lançamento do livro impresso, cuja versão em português deverá estar pronta no início do ano acadêmico de 2024.
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) divulgou a relação de aprovados na segunda janela anual de inscrições do programa Bolsa Nota 10. Onze estudantes da Fiocruz de cinco diferentes unidades foram contemplados nesta edição. No total, 110 bolsas nas modalidades mestrado e doutorado foram concedidas a alunos de diversas instituições de ensino e pesquisa. O Bolsa Nota 10 valoriza e incentiva programas de pós-graduação com significativa excelência. Entre as exigências do edital está a necessidade de que os proponentes sejam estudantes de PPG que tenham alcançado conceito 5, 6 ou 7 na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
+Leia mais: Faperj divulga resultado da segunda chamada anual do edital Bolsa Nota 10
As bolsas do programa contemplam apenas os últimos 12 meses de curso para os alunos de mestrado (13º ao 24º mês) e os últimos 24 meses de curso para os alunos de doutorado (25º ao 48º mês). As bolsas têm valores diferenciados para alunos de mestrado e doutorado com desempenho acadêmico em destaque.
Confira os contemplados da Fiocruz nesta edição:
Doutorado Nota 10
Aluna Cristina Moreira Jalil, do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas, ligado ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), sob a orientação de Emilia Moreira Jalil.
Aluna Daniela del Rosário Flores Rodrigues, do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob a orientação de Marcelo Alves Pinto.
Aluna Juliana Magalhaes Chaves Barbosa, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob a orientação de Kelly Salomão Salem.
Aluna Laís Vargas Botelho, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), sob a orientação de Letícia Oliveira Cardoso.
Aluna Larissa Coelho Auto Gomes, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), sob a orientação de Jaime Lopes da Mota Oliveira.
Aluna Pamela Rosa Gonçalves, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob a orientação de Cláudio Tadeu Daniel Ribeiro.
Aluno Robson Evangelista Dos Santos Filho, do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), sob a orientação de Igor Pinto Sacramento.
Aluna Thaíssa Fernanda Kratochwill de Oliveira, do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), sob a orientação de Patricia Constantino.
Acesse aqui a listagem completa
Mestrado Nota 10
Aluna Evellyn Araujo Dias, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob a orientação de Andréa Henriques Pons.
Aluna Juliana Marins Reeve, do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), sob a orientação de Suely Ferreira Deslandes.
Aluna Thaís Barbosa Ferreira Sant´anna, do Programa de Pós-Graduação em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), sob a orientação de Natalia Motta de Araujo.
Acesse aqui a listagem completa
#ParaTodosVerem Banner com fundo claro, no topo no canto direito está escrito: Programa Bolsa Nota 10, abaixo uma foto de livros empilhados, no lado esquerdo do banner informações sobre os alunos Fiocruz contemplados no programa da Faperj 2023