O Sextas de Poesia traz o compositor Moraes Moreira com "Um baiano no Rio" pra homenagear nossa cidade, esse Rio que, de janeiro a janeiro, encanta, seduz, aguenta, resiste e se reinventa. Um Rio que atravessa com suas curvas, morros, montanhas, do Leme ao Pontal, e nao há nada igual. A cidade que se mostra suburbana e do samba pelos trilhos do trem. O Rio que os cariocas não gostam nublado, e que sempre desagua no mar.
Parabéns Rio!
Uma homenagem do Sextas de Poesia pelo aniversário de 459 anos do Rio de Janeiro.
Escrever sobre amor é perigoso. Luiza Leite Ferreira não se deixou intimidar, ainda bem, e agora nos apresenta mais de cinquenta poemas em que Eros é guia, angústia e risada. O Sextas de Poesia desta semana apresenta o poema 'Miopia', do livro 'Amor Recreativo', essa famigerada palavra ganha contornos tão difusos quanto o efeito das borboletas no estômago.
Luiza Leite Ferreira é jornalista, tradutora e escritora. Natural do Maranhão, vive em Niterói e escreve desde a infância. Ganhou concursos escolares, foi selecionada no VII Concurso Municipal de Conto de Niterói em 2008 e coorganizou a antologia de contos Debaixo do mesmo céu (Numa) com André Diniz em 2020. É autora de 'É na cacofonia que eu me escuto' (Caravana), livro de poesia lançado em 2022 e tem poemas publicados nas revistas Mormaço, Ruído Manifesto, entre outras. Integra o Coletivo Escreviventes e o portal Fazia Poesia, escreve o blog leialuiza.wordpress.com (instagram: @leialuizablog) e também a newsletter Cartas para Ninguém, no Substack.
*Com informações de Editora Patuá.
#ParaTodosVerem Foto em preto e branco de duas pessoas dançando na chuva, na foto não é possível ver os seus rostos. No topo está escrito o poema de Luiza Leite Ferreira, em “Amor recreativo” - Miopia: Dispensar as lentes prescritas
enxergar beleza nas cores borradas
o amor não precisa de contornos.
O Sextas de Poesia desta semana faz sua homenagem ao mar e à força de suas águas, encantos e devoção. Com "O mar serenou", de Candeia, celebramos toda a sua magia e presença na vida e na arte. A música brasileira, e o samba em particular, nunca mais seriam os mesmos a partir do dia 17 de agosto de 1935, quando nascia Antônio Candeia Filho, mais conhecido como Candeia. Aquele que entrou para a história como um dos maiores compositores do gênero no Brasil, em todos os tempos, cresceu em meio às rodas de choro e samba que seu pai, também sambista, promovia seguidamente, no bairro de Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio, com presença de nomes como Paulo da Portela, João da Gente, Dino do Violão, Claudionor Cruz e Luperce Miranda, entre outros.
Odoya!
O Sextas de Poesia desta semana traz um poema de Marcelo Lopes, publicado em seu primeiro livro "O voo dos dias no abismo do tempo", publicado de forma independente e lançado no final de 2023. Ele traz 114 poesias que falam sobre coisas do cotidiano, as reais e as imaginárias, distraídas entre o status e a essência. Mergulho ou decolagem tanto faz... A poesia escolhida, "Astronauta", é amor, é saudade!
#ParaTodosVerem Foto do mar com uma ponte de madeira em primeiro plano, há uma garça pousada na ponte e outra voando por cima, no horizonte é possível ver rochas, na parte inferior da foto o poema 'Astronauta', de Marcelo Lopes em " O voo dos dias no abismo do tempo":
Às vezes eu sinto a tua falta
sinto uma saudade incauta
é como me apaixonar pela lua
sabendo que nunca serei um astronauta
O Sextas de Poesia de hoje apresenta um poema de Içara Bahia, jornalista, redatora e se especializou em roteiro, dramaturgia e jornalismo literário. Ela nasceu em 1985, em Salvador, na Bahia, mas mora longe do mar desde 2012, ano em que se mudou para São Paulo, onde vive desde então. Vive de escrever e escreve para sobreviver. "Meu relógio não conta as horas" é o seu primeiro livro, "quando se cresce à beira-mar, o tempo é guiado pelo céu, pelo sol e pelo mar, então, o relógio não conta as horas, torna-se enfeite em torno do punho que escreve versos na busca".
O poema "Penso mar", que ilustra o Sextas desta semana, faz parte desse livro no qual ela diz que "em qualquer lugar meu mar também é dentro".
*com informações da Editora Patuá, site no qual também é possível adquirir o livro de Içara Bahia.
O Sextas de Poesia, em seu primeiro poema de 2024, apresenta Mário Cesariny de Vasconcelos, poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador das atividades surrealistas em Portugal.
Em "Ama como a estrada começa", ele nos fala dos começos, das estradas, e com o amor é parecido: vem não se sabe de onde, nem como, nem porquê.
E, quando reparamos, ele já se instalou...
Mas a frase diz mais. Diz para amarmos como a estrada começa: sem saber o seu caminho, mas sem deixar que isso lhe corte a liberdade para tentar ser feliz, sem reservas, até ao infinito... (Até ao fim das estradas).
Que seja uma linda estrada 2024!
*Com informações do blog Silêncio nas Palavras.
ParaTodosVerem foto de uma estrada em descida, e ao fundo, a paisagem de uma praia com montanhas ao fundo, e um trecho do poema de Mário Cesariny: "Ama como a estrada começa".
Com um trecho do livro "A descoberta do mundo", o Sextas de Poesia homenageia a grande escritora Clarice Lispector, que faria 103 anos no ultimo dia 10 de dezembro. O poema nos apresenta um cotidiano transfigurado pelo olhar de Clarice, que redescobre nas Macabéas de todo dia a luminosidade de uma presença estelar. Entre flanelas e vassouras, mulheres simples e humildes se transformam em personagens que se eternizam.
A escritora brasileira marcou a literatura do século XX com seu estilo intimista e complexo, linguagem poética e perturbadora. Clarice Lispector (1920-1977) é um marco em nosso Modernismo e suas obras continuam entre as mais lidas no país.
A autora, vale lembrar, figura como uma das primeiras autoras a ganhar notoriedade nacional, ao lado de grandes nomes, como Rachel de Queiroz e Cecília Meireles, tendo, portanto, também um papel fundamental para desconstruir preconceitos e ampliar o horizonte para tantas outras mulheres na literatura.
#ParaTodosVerem Banner com uma pintura ao fundo, a cor cinza predomina mas também há verde, laranja e amarelo, na pintura há o desenho de vários corpos em pé e sentados em um tom de cinza mais claro, não é possível ver as suas feições. No centro da pintura, um trecho de Clarice Lispector em A descoberta do mundo: "...que prazer de os outros existirem e de a gente se encontrar nos outros".
O Sextas de Poesia faz sua homenagem a Antonio Bispo dos Santos, que hoje completaria 64 anos. Nêgo Bispo, como também é conhecido, nasceu no Vale do rio Berlengas, no Piauí, e morreu nesta semana, 3 de dezembro. Formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí; completou o ensino fundamental, tornando-se o primeiro de sua família a ter acesso à alfabetização. Nêgo Bispo é autor de artigos, poemas e dos livros Quilombos, modos e significados (2007) e Colonização, Quilombos: modos e significados (2015).
Seus pensamentos vêm despertando debates dentro e fora da academia, sobretudo a partir do conceito de “contracolonização”, que postula uma relação entre regimes sociopolíticos e cosmológicos. O autor compreende a colonização como um processo etnocêntrico que busca substituir uma cultura pela outra, por meio de práticas de invasão, expropriação e etnocídio. Autodenominado "lavrador de palavras", traduzia pela escrita e pela voz o olhar de quem nasceu e viveu quilombola. E como afirmava, "mesmo que queimem a escrita, não queimarão a oralidade... a ancestralidade..."
*Com informações da Enciclopédia de Antropologia da USP
O Sextas desta semana traz Paul Celan, aniversariante da semana, com Os poemas, numa tradução de Maria Teresa Dias.
Paul Celan, filho de judeus de língua alemã, é enaltecido como um dos maiores poetas do pós-guerra, carregou e registrou em sua obra a marca do terror nazista. A desolação pela perda dos pais, mortos em um campo de extermínio, do qual fugira.
Nascido em 23 de novembro de 1920, Celan carrega uma das vozes mais radicalmente singulares da poesia de todos os tempos. Sua voz é plena de faltas, de silêncios, de suspensões, de reiterações e retificações.
#ParaTodosVerem Foto tirada de baixo para cima da Escadaria Selarón, uma escada com degraus coloridos, verde, azul, vermelho e amarelo, ao lado da escada diversas casas em tons amarelo claro e branco. A foto no topo está com tons de vermelho e um trecho de um poema de Paul Celan, com tradução de Maria Teresa Dias:
Vive as vidas, vive-as todas,
separa os sonhos uns dos outros,
vê, eu subo, vê, eu caio,
sou outro, não sou outro.
O Sextas de Poesia desta semana celebra o Dia da Consciência Negra com a poeta Nayyirah Waheed, que aborda questões de gênero, raça e ancestralidade, dando voz a existências silenciadas. Nayyirah Waheed é uma poeta afro-americana contemporânea que possui dois livros publicados: Salt (2013) e Nejma (2014).
A autora ganhou muita visibilidade nas redes sociais Instagram e Twitter, nas quais costumava publicar textos e imagens para ilustrar seus poemas. Pouco se sabe sobre sua vida pessoal, infância ou suas referências, mas Waheed fez das redes sociais seu portfólio e é hoje uma das poetas mais populares da internet. A publicação de seus livros de forma independente é também uma forma de insubmissão e de ruptura. Esse distanciamento não é por acaso, já que em seus livros a autora afirma que o leitor deve buscar a si mesmo ao entrar em contato com a sua obra.
O racismo é um fenômeno social, com bases solidificadas na nossa estrutura e organização cultural, daí a importância da escrita poética na resistência. A feminista negra e poeta Audre Lorde atribui à poesia a capacidade de fazer com que as pessoas “aconteçam”, em uma narrativa poética de vivências silenciadas, a poesia tem a capacidade de alcançar o inalcançável: uma possibilidade de autodefinição insubmissa.
O Dia da Consciência Negra foi escolhido em homenagem a Zumbi dos Palmares, que morreu nessa data, no ano de 1665. Zumbi comandou o Quilombo dos Palmares por quase 15 anos e liderou a resistência de milhares de negros contra a escravidão. E como diz a pesquisadora Lélia Gonzalez: "Palmares é um exemplo livre e físico de uma nacionalidade brasileira, uma nacionalidade que está por se constituir. Nacionalidade esta em que negros, brancos e índios lutam para que este país se transforme efetivamente numa democracia".
Com informações do Portal de Revistas da USP
https://www.revistas.usp.br/clt/article/view/212720/194692