Se os ciclos reprodutivos são naturais, por que os ciclos menstruais são tão cercados de tabus, medo e desinformação? Um jogo criado por pesquisadoras da Fiocruz responde à pergunta derrubando esses e outros mitos e, ao mesmo tempo, coloca meninas e meninos frente a uma nova abordagem de um processo fisiológico da vida humana. A iniciativa, simples e divertida, é um recurso de educação e saúde para incentivar a interação, a coletividade e a cooperação entre quem joga para aprender sobre si e sobre o outro.
Para chegar ao tabuleiro do jogo, que foi batizado de Ciclo do Poder, houve muita dedicação e pesquisa. Houve ciência. Tal como esse jogo que se debruça com leveza sobre situações difíceis de serem faladas, um projeto com quilombolas no Piauí, outro com estudantes na Bahia, atividades divertidas em museus no Rio mostram que a disseminação da produção científica não precisa ser sisuda ou careta e pode assumir uma forma mais lúdica e empática, como foi mostrado no 1º Workshop de Divulgação Científica na Fiocruz, realizado nos dias 12 e 13 de setembro, com apoio das vice-presidências de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic) e de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB).
Realizado no Museu da Vida Fiocruz, no campus Manguinhos no Rio de Janeiro, o workshop apresentou ações, programas e materiais institucionais desenvolvidos no âmbito da divulgação científica da instituição, visando democratizar o conhecimento e construir um país mais justo e igualitário. O evento foi organizado pelo Fórum de Divulgação Científica da Fundação, coordenado por Cristina Araripe, e criou um espaço para o compartilhamento de experiências e reflexões e abriu caminhos para a implementação da política institucional de divulgação científica.
Ações integradas
As ações de educação, informação, comunicação e pesquisa estão integradas na Fiocruz, o que leva a um trabalho conjunto, como pontuou a vice-presidente Cristiani Machado (Vpeic/Fiocruz) na abertura. Ela salientou que há dois aspectos importantes em relação à divulgação científica. O primeiro é a abrangência da política de divulgação científica e popularização da ciência que transcende a ideia de translação e de divulgação do conhecimento e está ligada ao compromisso com o diálogo social, à produção científica mais participativa e que se aproxima da ideia de ciência cidadã. Já o segundo é o compromisso da instituição com a ciência aberta que, para ela, está ligada ao direito à informação, à ciência, à comunicação e à democracia.
A vice-presidente Maria de Lourdes Oliveira (VPPCB/Fiocruz) valorizou o workshop, que reuniu representantes das diferentes unidades e institutos técnico-científicos, dos escritórios regionais da Fiocruz e do Ministério da Saúde. Ela observou que o workshop é uma atividade relevante para a instituição e, especialmente, para o trabalho educativo realizado com os jovens e as crianças. “Esta é uma das ações mais importantes para que a gente realmente faça transformações no país com base em ciência e em educação”, disse.
Investimento em pesquisa
Diretora do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Juana Nunes disse que um sistema robusto de Ciência e Tecnologia que atraia jovens que sigam a carreira tecnológica tem que ser legitimado socialmente. “É importante investir em ciência e pesquisa e em divulgação científica”, salientou. Para Juana, não é possível fazer ciência sem pensar a divulgação científica e a popularização da ciência.
Já Marly Cruz, professora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), ligada ao Programa de Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA), uma das estratégias transversais da Fiocruz para ampliar o contato da instituição com a sociedade, observou que na gestão das políticas públicas, há necessidade de fornecer a informação correta, oportuna e para as pessoas certas. Marly entende que a divulgação científica é um aliado importante na indução à translação do conhecimento. “Não podemos ficar só no artigo. Queremos nos engajar, interferir e influenciar com os resultados de nossas pesquisas”, declarou. O modelo de translação do conhecimento privilegia a saúde coletiva e aproxima a pesquisa das necessidades da sociedade. Sua abordagem integra pesquisadores e usuários, complementou Roberta Goldstein, coordenadora adjunta do PMA, na VPPCB.
Literatura como farol
Juliana Krapp, jornalista e coordenadora da Portinho Livre, uma plataforma que reúne livros infantojuvenis em acesso aberto, mostrou como a literatura para crianças e jovens pode ser instrumento poderoso para estimular a reflexão sobre a ciência, a saúde pública e a consciência cidadã. Juliana, juntamente com Mel Lisboa, escreveu o livro História para Inspirar Cientistas, que traz o percurso de 13 mulheres que deram contribuições importantes à ciência brasileira.
Segundo ela, a Portinho Livre também é um selo editorial que publica livros inéditos que apresentem temas relacionados ao universo científico e à construção do pensamento crítico. No site, é possível baixar obras como Maria Rosa, o amor e as vacinas, com texto de Sonia Rosa e ilustrações de Graça Lima, e O bonde da vacina: cuidar de si para cuidar do outro, que reúne 30 textos escritos por adolescentes de 13 a 16 anos. A jornalista salientou que a arte literária tem que ser entendida como um farol, fugindo da oferta de cartilhas, um produto muito utilizado na divulgação da área de saúde e que geralmente são muito mais normativas.
Tem mulher na Ciência
Como ser uma cientista foi um dos pontos da reflexão de ações ligadas ao programa Mulheres e Meninas na Ciência que mostraram a importância de promover a equidade por meio da divulgação científica. Fernanda Marques, jornalista da Fiocruz Brasília, apresentou como o programa foi estruturado no DF e os resultados obtidos em ações que visam valorizar trajetórias de mulheres na ciência, despertar vocações científicas nas meninas e incentivar trabalhos acadêmicos com protagonismo de jovens.
O programa do DF começou em 2020 e ganhou fôlego em 2023. Segundo Fernanda, depois da pandemia foram fechadas parcerias e houve a experimentação de formatos diferentes para divulgação científica. Com isso, a jornalista revelou que, muito mais que um evento ou uma data, o programa se firmou “como um sistema de conexões, diverso e forte”. Fernanda anunciou que ainda este ano será lançado o livro “História do DF para Inspirar Cientistas”, resultante de um concurso cultural aberto para estudantes e professores das escolas públicas do DF.
Papel das revistas científicas
A divulgação científica não é algo menor na revista História, Ciências, Saúde - Manguinhos. “Ela faz parte das atividades profissionais em cada departamento em que estamos presentes”, afirmou Roberta Cerqueira, editora da revista. A historiadora revelou que a revista, publicada pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), mantém um blog com conteúdo trilíngue, o que amplia a ação e a leitura dos artigos publicados. O aprendizado de 11 anos divulgando ciência mostrou as estratégias que podem ser seguidas pelas revistas científicas. “Fazemos entrevistas com pesquisadores, marcamos autores nas redes sociais e publicamos matérias que envolvem os temas da pesquisa, usamos as fotos para atrair leitores”, afirmou.
A divulgação científica tem também espaço garantido nos Cadernos de Saúde Pública, editado pela Ensp/Fiocruz. Segundo a jornalista Clara Rosa Guimarães, há seis anos o CSP promove uma ação nesse campo com presença em redes sociais. Além disso, mantém parcerias com agências de notícias e publica em veículos institucionais. Além disso, tem produção audiovisual, veiculada no site do CSP, no canal do YouTube da Escola e no podcast de canal próprio do Spotify. Segundo ela, a premissa é fugir da linguagem técnica e acadêmica para ampliar a difusão dos artigos publicados pela revista.
Livros e séries da Editora Fiocruz
A Editora Fiocruz completou 30 anos e se estabeleceu como um espaço de divulgação científica para especialistas e para a sociedade. Pela coleção Temas de Saúde foram lançados 49 títulos, em formato de livros de bolso, voltados para divulgação de conteúdo científico de forma acessível para todos. Neste ano será lançado o quinquagésimo título, informou o editor executivo da editora João Canossa. “A coleção busca dialogar com as pessoas sobre temas relacionados à saúde, indo além da linguagem acadêmica”. Outro lançamento é a Coleção Básica, que aborda tópicos de virologia e temas das áreas biológicas e biomédicas, entre tantos outros títulos.
Canossa destacou outra iniciativa importante no momento da pandemia, quando foi lançada uma série especial com cinco livros com acesso aberto sobre o tema. Estas publicações tiveram mais de 140 mil downloads e foram premiadas. Ele enfatizou a importância da divulgação científica responsável, especialmente no contexto da pandemia e com o alto número de mortes por Covid-19 registrados no país. Para Canossa, a ciência e a Fiocruz desempenharam um papel fundamental nesse processo, e a divulgação responsável de informações científicas pode trazer muitos benefícios para a sociedade.
Presença no território
As iniciativas da Fiocruz Bahia contemplam um cardápio variado de formatos e estratégias que vão de exposições e seminários até ações nas comunidades, produção de podcasts e de audiovisuais e mostra de cinema. As atividades contemplam programações dedicadas a alunos da rede pública estadual com palestras, oficinas, rodas de conversa e mostra de ciências no sentido de discutir temas relacionados à divulgação científica e popularização da ciência, no âmbito da equidade de gênero e raça.
Assessor de comunicação da regional baiana, Antonio Brotas salientou que a equidade é um tema histórico e importante, que envolve disputa e precisa ser pensado em um país que caiba a todos. Segundo ele, é preciso destacar as tecnologias sociais ancestrais, considerando as desigualdades e as intersecções de raça, gênero e classe na ciência e tecnologia, assim como no desenvolvimento da nação. “Isso implica em que todas, todos e todes tenham acesso a oportunidades, pelo menos, condições de concorrência, condições básicas para fazer pesquisa, produzir inovação tecnológica, dentro do atual modelo civilizatório, rompendo barreiras sofridas pelas mulheres negras e indígenas”, afirmou.
Mobilização social
Chefe do Departamento de Assuntos Médicos, Estudos Clínicos e Vigilância Pós-Registro (Deame) no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Lurdinha Maia apresentou o projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV), que teve inúmeras ações de divulgação científica e mobilização social no Amapá e em 25 municípios da Paraíba. Desenvolvido e implementado por Bio-Manguinhos/Fiocruz em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Ministério da Saúde, e com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o PRCV atuou nos eixos de vacinação, sistemas de informação e comunicação e educação. Ao todo, foram implantadas 11 redes de apoio no Amapá e na Paraíba que atuaram para tentar reverter o quadro de queda vacinal, agravado pela pandemia de Covid-19.
No Piauí, a pesquisadora Liana Ibiapina mostrou os resultados de um projeto envolvendo mulheres quilombolas do município de Piripiri. A pesquisa foi feita nos territórios Marinheiro, Sussuarana e Vaquejador, áreas com conflitos raciais e socioambientais, e se verificou como o impacto desses fenômenos afetam a saúde, o bem-estar social e a qualidade de vida. A implantação de uma biblioteca e o desenvolvimento do programa Meninas e Mulheres na Ciência, entre outras ações, promoveram saúde, empoderamento e articulação feminina de forma afetiva. “Os trabalhos reiteram não apenas o papel da ciência, mas dos saberes que são construídos, consolidados e demonstram a identidade de um povo”, disse ela.
Fotos: Elisandra Galvão
Esta semana o Sextas de Poesia traz o poema "Silêncio Guerreiro", de autoria de Márcia Wayna Kambeba, da etnia Omágua Kambeba, do Amazonas. Geógrafa por formação, ela também é poeta, cantora e compositora. Em sua luta na literatura e na música, aborda, sobretudo, a identidade dos povos indígenas, territorialidade e a questão da mulher nas aldeias. Em 2013, lançou o livro Ay Kakyri Tama, que reúne textos poéticos e fotografias das vivências do seu povo.
No poema, a autora é transparente e adota uma linguagem referencial, direta, com tom testemunhal e de denúncia sobre as agressões à terra, a floresta e aos povos indígenas: "É preciso silenciar
Para pensar na solução
De frear o homem branco
E defender o nosso lar".
Mais atual, impossível! Assistimos à destruição das florestas, queimada a perplexidade com olhos de fumaça!
#ParaTodosVerem Foto de um indígena com cocar e um arco na mão, ele está de costas e na sua frente uma flecha está no ar, o céu está em tons avermelhados com um pôr do sol. Na foto está um trecho do poema "Silêncio Guerreiro", de Márcia Kambeba:
No silêncio da minha flecha
Resisti, não fui vencido
Fiz do silêncio a minha arma
Pra lutar contra o inimigo.
Silêncio é preciso,
Para ouvir o coração,
A voz da natureza
o choro do nosso chão.
Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) celebra 36 anos de existência. Uma das maiores conquistas sociais do Brasil, o SUS é fruto de décadas de luta pelo direto à saúde no país, associada à defesa da democracia e de uma concepção abrangente de Seguridade Social. Ele garante acesso universal, integral e gratuito à saúde para toda a população, e desempenha papel crucial na promoção da equidade, contribuindo para a redução das desigualdades regionais e sociais em todo o país. O Campus Virtual Fiocruz colabora com o fortalecimento do SUS, pois busca de maneira incessante reduzir as iniquidades com a publicação de cursos, online, acessíveis e gratuitos sobre temas estratégicos, especialmente voltados para a formação de profissionais de saúde, reiterando seu compromisso com a educação, o acesso aberto e a inovação.
Um dos pilares fundamentais para o fortalecimento do SUS é a educação em saúde, que atua como um agente transformador social. O Campus Virtual oferece cursos em temáticas diversificadas e prioritárias para a saúde e a população brasileira - como autocuidado em saúde, leptospirose, enfrentamento ao estigma, saúde indígena, HIV/aids, enfrentamento de emergências em saúde pública e muitos outros, mas hoje, no aniversário do SUS, destaca duas formações que tratam da sua história, criação, princípios e desafios: História da Saúde Pública no Brasil e Introdução ao Sistema Único de Saúde, ambos com inscrições abertas! Conheça as formações e inscreva-se!
Conforme estabelecido na Constituição Federal, a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. O SUS foi regulamentado em 1988, com a Lei nº 8.080, é o maior sistema de saúde pública do mundo e atende cerca de 190 milhões de pessoas.
Conheça o curso Introdução ao SUS
A formação tem carga horária de 60 horas e é especialmente voltada a profissionais de saúde, gestores públicos, conselheiros de saúde, além de estudantes de pós-graduação e graduação do campo da saúde e outras pessoas que queiram conhecer mais sobre esse sistema. Ele foi desenvolvido com a participação de diferentes unidades da Fiocruz — Ensp, EPSJV, CEE, Fiocruz Minas Gerais e IFF —, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Rede Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, além do apoio do Ministério da Educação (MEC).
O novo curso apresenta o sistema de saúde do Brasil, seus princípios, diretrizes, avanços e desafios. Seu material está organizado em três módulos: O primeiro aborda de forma breve a história de criação do SUS, com ênfase no movimento sanitário dos anos de 1980, seus princípios e diretrizes. Em seguida, traz um balanço de sua implementação, considerando uma série de dimensões estratégicas, como o complexo econômico-industrial em saúde, as relações público-privadas no setor, a descentralização, o financiamento, o trabalho e a educação em saúde, e a participação social. Já o terceiro módulo enfoca a organização das ações e serviços de saúde, com ênfase na atenção primária, na vigilância em saúde e na vigilância sanitária.
Inscreva-se já!
Conheça o curso História da Saúde Pública no Brasil
A formação é uma iniciativa do Observatório História & Saúde (OHS) em articulação com a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (VPEIC/Fiocruz). Ele contempla a história da saúde pública no Brasil em seus diversos períodos históricos. Produzido por docentes da Fiocruz, especialistas da área e integrantes do Observatório História e Saúde da Casa de Oswaldo Cruz, a formação busca promover o diálogo sistemático entre historiadores, cientistas sociais, formuladores de políticas, professores e trabalhadores da saúde.
Sua missão é mobilizar e produzir conhecimento acerca dos processos históricos em saúde, em diálogo privilegiado com a Saúde Coletiva e demais abordagens sociais da Saúde, para apoio aos processos de formulação, monitoramento e avaliação de políticas no âmbito do sistema de saúde brasileiro e aprimoramento das decisões e práticas dos profissionais no campo da saúde. Podem se inscrever alunos de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento e público em geral interessado na história da saúde no Brasil com foco nas políticas públicas de saúde.
Inscreva-se já!
#ParaTodosVerem Banner com fundo azul, no topo está escrito: 19 de setembro, aniversário do Sistema Único de Saúde, embaixo em letras grandes está escrito SUS, dentro da forma de cada letra está a imagem de um curso do Campus Virtual sobre o SUS.
A Biblioteca de Manguinhos vai realizar mais uma edição do seu Ciclo de Treinamentos Virtuais. O tema do 4º Ciclo de Treinamentos Virtuais será 'Oficina de busca bibliográfica para revisão sistemática', na quarta-feira, 25 de setembro, às 14h.
A Oficina será com as instrutoras Eliana Fonseca e Vanessa Mendonça, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e mediada por Igor Falce, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz).
O evento terá transmissão ao vivo pelo canal da Biblioteca de Manguinhos no Youtube.
Para participar, é necessário preencher o formulário de inscrição. Será fornecido certificado de participação.
Acompanhe ao vivo:
O processo de seleção para as turmas de Residência Multiprofissional em Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) 2025 do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) já está aberto. As inscrições podem ser feitas até o dia 25 de outubro. O curso tem como público-alvo profissionais graduados em enfermagem, farmácia, fisioterapia e nutrição registrados nos seus Conselhos Profissionais correspondentes. Os estudantes selecionados receberão bolsa-auxílio.
O curso é uma pós-graduação Lato sensu, na modalidade presencial (ensino em serviço), coordenado pelas professoras Marlete Pereira e Patrícia Nunes.
O Programa de Residência Multiprofissional em Doenças Infecciosas e Parasitárias do INI tem como objetivo especializar profissionais através da formação em serviço para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS), em seus diferentes níveis de complexidade (promoção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação dos agravos à saúde).
*Editor: Karina Burini
As inscrições para o processo seletivo do Programa de Residência Médica em Infectologia 2025 do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em parceria com o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), estão abertas e vão até 8 de novembro.
As aulas começam em 1º de março de 2025. A Residência Médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação Lato sensu, sob a forma de curso de especialização, destinada a médicos com situação regularizada junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), e caracterizada por treinamento em serviço, em regime de tempo integral, com carga horária de 60 horas semanais.
O programa de Residência Médica do INI é credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
*Editor: Karina Burini
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) oral vem se consolidando, desde 2017, como uma das principais ferramentas de prevenção ao HIV em nosso país. Voltada aos grupos de maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV, essa estratégia tem demonstrado elevada eficácia e deve ser amplamente conhecida e recomendada pelos profissionais de saúde da rede pública. Nesse sentido, o Campus Virtual lança hoje o curso online e autoinstrucional “Profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV oral”. A formação é uma iniciativa do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA/MS) em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e a Fiocruz.
A PrEP consiste no uso de antirretrovirais - tenofovir e entricitabina - por qualquer pessoa com risco acrescido ao HIV, e quando tomados corretamente, evitam a infecção caso aconteça uma eventual exposição ao vírus. Desde 2022, a PrEP é recomendada para os adolescentes acima de 15 anos, com peso corporal igual ou superior a 35kg, sexualmente ativos e sob risco aumentado de infecção pelo HIV. Algumas situações podem indicar o uso da PrEP com prioridade: o não uso frequente de camisinha nas relações sexuais (anais ou vaginais); uso repetido de Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia etc.; e chemsex: prática sexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato (GHB), MDMA, cocaína, poppers).
A ideia é que o curso atualize profissionais de saúde para estarem melhor preparados e atentos para recomendar de forma assertiva a PrEP, identificando quem pode se beneficiar dessa estratégia de prevenção e garantindo o acesso adequado à medicação, além de fornecer acompanhamento e suporte contínuos.
Para o diretor adjunto do Dathi/SVSA/MS, Artur Kalichman, a melhor estratégia de prevenção é aquela que se adapta às necessidades e realidades das pessoas. "Uma dessas estratégias é a PrEP. Nossa intenção com o novo curso é oferecer aos profissionais de saúde que prescrevem essa profilaxia – médicos, enfermeiros e farmacêuticos – , orientações sobre quando e como ofertá-la. A intenção é ampliar a oferta da PrEP nos serviços de saúde para impactar diretamente na redução de novos casos no Brasil, considerando, principalmente, as pessoas que encontram-se em situação de maior vulnerabilidade ao HIV", detalhou ele.
Pela Fiocruz, coordenam o curso as pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) Vanda Cota e Marly Cruz. Ambas destacaram o entusiasmo em contribuir para a ampliação do conhecimento e melhoria da oferta dos serviços de saúde. De acordo com Marly Cruz, o grande desafio do MS tem sido ampliar e oportunizar o acesso à profilaxia de forma universal em toda rede de atenção ao HIV/Aids do SUS, tanto pela tele PrEP como em ações extramuros.
"A efetivação desta estratégia requer maior investimento na capilaridade da formação para a atualização e qualificação dos profissionais de saúde que estão aptos a recomendar e prescrever a PrEP. Assim, esta oferta visa, sobretudo, ampliar o acesso a um conteúdo atualizado sobre PrEP para alunos de todo o Brasil e outros países, oferecendo ainda a possibilidade de construção de capacidades e habilidades que visem a redução das vulnerabilidades e dos novos casos de HIV, não só da população-chave, mas a tod@s que dela necessitar. Espero que tod@s sejam muito bem vind@s ao curso e possam de fato fazer diferença no campo da prevenção do HIV do país", disse Marly esperançosa.
Vanda contou que este curso ofertado pela Fiocruz, por meio do Campus Virtual, é uma revisão, tradução e adaptação de uma formação originalmente feita pela Opas em sua plataforma. Esta versão lançada agora foi desenvolvida pelo Dathi/SVSA/MS em parceria com a Ensp/Fiocruz.
"A realização desse curso é crucial para a capacitação, atualização e melhoria da qualidade do atendimento, além de promover a disseminação de informações essenciais para a prevenção do HIV. O curso também contribuirá para a redução do estigma associado ao HIV e à sexualidade, ampliando os conhecimentos dos profissionais sobre prevenção e a importância do acesso à saúde", disse ela, reforçando também que a oferta a distância possibilita que profissionais de saúde, de diferentes regiões, incluindo áreas remotas, tenham acesso a informações atualizadas sobre a PrEP, sem a necessidade de deslocamento, permitindo a conciliação da capacitação com a rotina de trabalho.
PrEP como estratégia de prevenção fundamental no controle do HIV no país
A implementação da PrEP no SUS representa um marco importante na resposta ao HIV/aids no Brasil, pois oferece mais uma estratégia de prevenção para qualquer pessoa com risco significativo de infecção pelo HIV e/ou que manifestem desejo de usar a profilaxia. Implementada no final de 2017, a PrEP é uma ferramenta fundamental no esforço para o controle da epidemia de HIV, e deve ser usada em conjunto com outras práticas preventivas, reforçando a importância de uma abordagem integrada para a saúde sexual. Dados do Ministério apontam que cerca de 100 mil pessoas no Brasil fazem uso da PrEP, sendo mais de 90% delas de forma gratuita pelo SUS. O objetivo do MS é, até 2027, aumentar em 142% o número de usuários de PrEP com foco naquelas pessoas sob maior risco de infecção ao HIV
Conheça a estrutura do curso “Profilaxia pré-exposição de risco à infecção pelo HIV oral”, com 18h de carga horária, organizadas em três módulos independentes:
Módulo 1 - Identificar os candidatos à PrEP
Aula 1: Critérios necessários para iniciar a PrEP
Aula 2: Contraindicações para o uso da PrEP
Módulo 2 - Iniciar a PrEP oral
Aula 1: Avaliação do uso da PrEP
Aula 2: Introdução às modalidades da PrEP
Aula 3: Procedimentos para as consultas inicial e de acompanhamento da PrEP
Aula 4: Dispensa do medicamento
Módulo 3 - Orientações e mensagens sobre PrEP
Aula 1: Análise de situações especiais da PrEP
Aula 2: Mensagem de orientação sobre a eficácia da PrEP
Aula 3: Mensagem de orientação sobre a segurança da PrEP
Aula 4: Mensagem de orientação para reduzir o estigma dos usuários da PrEP
No dia 20 de setembro, acontecerá na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) o Seminário Aspectos históricos e legais da Educação - Perspectivas para uma Educação Híbrida. O evento discutirá abordagens pedagógicas híbridas na busca de novos caminhos para a reorganização das dinâmicas de ensino e aprendizagem na educação brasileira, integrando processos acadêmicos diferenciados, professores, estudantes e famílias, em tempos e espaços modificados, desiguais e variados. Os interessados em participar presencialmente devem se inscrever pelo formulário online. As vagas são limitadas. A atividade também será transmitida, ao vivo, pelo Youtube, aberta aos interessados.
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Segundo a coordenação, o seminário oportunizará elementos que contribuam com a caracterização da educação híbrida como uma abordagem educacional que combina diferentes estratégias pedagógicas e ferramentas tecnológicas, lançando mão de diversos recursos e ferramentas digitais. "Estes recursos podem favorecer uma maior interação entre alunos, professores e os temas de aprendizagem, desde que sejam usados de forma intencional, flexível e planejada".
A atividade contará com a participação de Nelson De Lucca Pretto, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Roberto Leher, professor titular da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Sônia Cristina Vermelho, professora adjunta do Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde (Nutes) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será a debatedora.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) vai realizar, nesta sexta-feira, 20 de setembro, dois centros de estudos. Ambos terão transmissão ao vivo pelo canal do IOC no Youtube.
O primeiro, com o título "Desafios e percalços no diagnóstico e tratamento da leishmaniose", será a partir das 10h. A palestra será com o professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Aloísio Falqueto, mediada pela vice-diretora adjunta de Laboratórios de Referência, Ambulatórios e Coleções Biológicas do IOC, Elizabeth Rangel.
A sessão extraordinária será um evento híbrido, a partir das 14h, com o tema "Predicting the trajectory of replacements of SARS-CoV-2 variants using relative reproduction numbers". O evento acontece no Auditório Maria Deane - Pavilhão Leônidas Deane - Campus Fiocruz Manguinhos-Maré (Av. Brasil - 4.365 - Rio de Janeiro), e terá como palestrante o professor do International Institute for Zoonosis Control, da Hokkaido University/Japão, Kimihito Ito, e mediação da chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, Marilda Siqueira.
Estão abertas, até 30 de setembro, as inscrições para o processo seletivo das turmas 2025 da Pós-Graduação em Saúde Pública do Instituto Aggeu Magalhaes (Fiocruz Pernambuco), na modalidade acadêmica. São disponibilizadas 20 vagas para o mestrado e 15 para o doutorado, com vagas reservadas para ações afirmativas. O curso será em regime de tempo integral e em formato presencial. Podem se candidatar profissionais de nível superior da área da saúde e afins.
Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
O Mestrado Acadêmico em Saúde Pública tem por objetivo a formação de pesquisadores(as) com habilidades para docência no ensino superior e para conduzir pesquisas em áreas específicas.
As 20 vagas estão distribuídas por Área de Concentração, da seguinte forma: Epidemiologia e Controle de Agravos à Saúde, 10 vagas; Políticas de Saúde, 6 vagas; Saúde, Ambiente e Trabalho, 4 vagas.
Doutorado Acadêmico em Saúde Pública
O Doutorado Acadêmico em Saúde Pública tem por objetivo a formação de pesquisadores(as) com habilidades para docência no ensino superior e para conduzir pesquisas em áreas específicas.
As 15 vagas estão distribuídas por Área de Concentração, da seguinte forma: Epidemiologia e Controle de Agravos à Saúde, 8 vagas; Políticas de Saúde, 4 vagas; Saúde, Ambiente e Trabalho, 3 vagas.