Foi prorrogado o prazo para envio de trabalhos para a 8ª Conferência-Luso Brasileira de Acesso Aberto (Confoa): as propostas serão recebidas até o dia 23/4. Este ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sediará o evento, e foi escolhida tanto por ser uma referência no campo da pesquisa, ciência e educação em saúde, quanto por sua representatividade em acesso aberto no Brasil.
Com o tema Do acesso aberto à ciência aberta, a conferência está sendo organizada em parceria pelos Serviços de Documentação da Universidade do Minho (SDUM), pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e pela Fiocruz. O objetivo central é enfatizar que o acesso aberto é uma componente e uma condição indispensável da ciência aberta, que abrange outras dimensões.
A Confoa visa reunir as comunidades portuguesa, brasileira e de outros países lusófonos, que desenvolvem atividades de investigação, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com o acesso aberto ao conhecimento e demais vertentes da ciência aberta. A Confoa é um espaço privilegiado para compartilhar, debater e divulgar conhecimentos, práticas, experiências e pesquisas sobre estas temáticas, em suas diversas perspectivas. O encontro acontecerá, no campus da Fiocruz em Manguinhos, nos dias 4/10 e 5/10, com a realização de workshops prevista para o dia 6/10.
TEMAS PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS
Até o dia 23/4, estão sendo aceitas propostas de trabalhos sobre os temas abaixo, assim como temas relacionados aos aspectos políticos, legais, sociais, organizativos ou técnicos do acesso aberto e da ciência aberta:
Ciência Aberta e outras expressões de conhecimento aberto
Sistemas de gestão de informação de Ciência e Tecnologia (Cris)
Há três formatos de apresentação de propostas: comunicações, Pecha Kuchas e pôsteres. Para cada formato, há um modelo de documento, que está diponível no fim desta matéria (veja os anexos).
FORMATOS E MODELOS PARA TRABALHOS
Comunicações (apresentação oral de 15 minutos)
Pecha Kuchas
Os Pecha Kucha são apresentações de 7 minutos, com até 24 slides. As propostas deverão ter uma página, no mínimo, e duas páginas, no máximo (ver e utilizar o modelo de proposta Pecha Kucha). As propostas de Pecha Kucha podem apresentar trabalhos de investigação e desenvolvimento recentes ou em conclusão, e eventualmente casos concretos e locais, mas com interesse e relevância geral.
As propostas com qualidade e relevância que não possam ser aceites como Pecha Kucha poderão ser consideradas para apresentação como Poster.
Pôsteres
Convidamos a apresentação de propostas de pôsters, que devem ter uma página (ver e utilizar o modelo de proposta de pôster), que servem para apresentar trabalho ainda em desenvolvimento ou experiências locais. Os pôsters serão exibidos em formato papel ou formato digital (serão dadas indicações e instruções para a apresentação dos posters após a aceitação das propostas), e serão apresentados oralmente na sessão “O meu Pôster num minuto”.
FIQUE ATENTO ÀS DATAS!
23/4: fim do prazo para apresentação de propostas
9/6: notificação da aceitação das propostas
12/6: abertura das inscrições na conferência
Em seu primeiro número de 2017, a revista Trabalho, Educação e Saúde (REVTES) traz o editorial Um novo cenário de atraso e destruição na formação de nível médio no Brasil, assinado pelas três editoras científicas do periódico - que é uma publicação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). As três professoras-pesquisadoras – Carla Martins, Angélica Fonseca e Marcela Pronko – se posicionam categoricamente contra a denominada “MP do Nível Médio” (Medida Provisória 746), afirmando, que se trata de “um retrocesso na configuração das políticas públicas de educação e saúde no Brasil” e, em consequência, do campo da formação em saúde, tema central da linha editorial da revista.
Entre os pontos que merecem atenção nesta Medida Provisória, as autoras destacam: "a fragmentação de parte do que hoje compõe a formação em ´itinerários formativos´ (cf. caput do artigo 36); a vulnerabilidade dos educandos diante da submissão de parte significativa da carga horária às necessidades imediatas e voláteis do mercado e até mesmo diante da exploração como mão de obra desregulamentada (cf. parágrafo 17 do artigo 36); a desobrigação do oferecimento, pela totalidade das unidades escolares componentes da rede pública, do conjunto de áreas de formação (cf. parágrafo 1 do artigo 36); a limitação da carga horária da Base Nacional Comum Curricular (cf. parágrafo 6 do artigo 36) a apenas 1.200 horas; e o rebaixamento dos requisitos profissionais mínimos para o exercício do magistério, abrindo a possibilidade de "profissionais com notório saber reconhecido" (inciso IV do artigo 61) exercerem a docência".
Neste número da revista, os leitores também podem acessar o artigo A educação profissional técnica de nível médio em saúde na rede federal de educação, de Anderson e Lilian Boanafina e Mônica Wermelinger. Neste estudo, os autores analisam o atual cenário da formação de recursos humanos na área da saúde promovida por instituições federais no Brasil, apontando para um aparente descolamento entre as políticas de expansão da rede federal de educação profissional na área da saúde e as demandas do Ministério da Saúde para suprir a carência de profissionais de nível médio em saúde.
A REVTES traz, ainda, artigos sobre temas como produção do conhecimento sobre educação permanente com base em teses e dissertações, representação em conselhos tutelares, entre outros.
Acesse a Revista Trabalho, Educação e Saúde (vol. 15, n. 1)
Fonte: Paulo Guanaes (Trabalho, Educação e Saúde) | Foto: Raul Santana
A Rede Nacional de Ciência para Educação (CpE), apoiada pelo Museu do Amanhã e pelo Instituto Ayrton Senna, promoveu o I Encontro Nacional entre Cientistas e Educadores, em dezembro de 2016. O evento reuniu educadores e pesquisadores de diferentes áreas da ciência para compartilhar resultados de pesquisas sobre processos de ensino e aprendizagem e refletir sobre a aplicação desse conhecimento na educação.
Na ocasião, também foram lançados quatro documentos sobre ciência para a educação, produzidos pelos membros da Rede CpE sobre temas como: educação para deficientes, alfabetização, competências emocionais, novas tecnologias de educação e fatores fisiológicos do aprendizado.
Acesse as apresentações, os documentos temáticos e os vídeos do evento, aravés dos links abaixo:
Fonte: Sofia Moutinho (Rede CpE)
Publicação : 16/10/2018
Programação completa do Seminário de Educação da Fiocruz, que acontece nos dias 18 e 19 de outubro de 2018, na Fundação Oswaldo Cruz. O evento faz parte da Semana de Educação da instituição, iniciativa da ice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz realizada entre os dias 15 e 19 de outubro de 2018.
A Rede Nacional de Ciência para Educação abriu inscrições para seu I Encontro Anual. O evento, que acontecerá entre os dias 2 e 4 de agosto, reunirá pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento para debater como a ciência pode ajudar a educação em temas como educação especial, novas tecnologias, competências socioemocionais, ensino de matemática e mais.
Na abertura, a pesquisadora norte-americana Susan Levine, da Universidade de Chicago apresentará a palestra “Fatores cognitivos e emocionais para o desenvolvimento matemático e espacial/ Early mathematical and spatial development: Cognitive and emotional factors".
Para participar, os interessados devem submeter seus trabalhos entre os dias 5 e 1 de julho e os autores interessados deverão se inscrever até dia 22 de julho. Para a confirmação do cadastro, os participantes terão que pagar uma taxa de inscrição de acordo com a modalidade escolhida.
Confira toda programação do evento na nossa agenda.
Entre os convidados para as oficinas associadas aos editais de recursos educacionais e comunicacionais, estava o gerente de produto da VTEX Knowledge, Fabio Martinelli. Na parte da tarde, ele conversou com o público sobre as principais etapas de desenvolvimento de aplicativos e produtos digitais: desenhar, desenvolver e medir.
Martinelli lembrou que a área de software, devido aos baixos custos envolvidos, permite o desenvolvimento de produtos em versões beta que podem ser lançados e aperfeiçoados em novas versões, partindo de modelos mais simples para mais complexos de forma gradual. Segundo ele, a questão central para a criação de um app reside em oferecer para o usuário a solução de um problema.
A partir disso, o palestrante abordou a definição de personas (espécie de perfil com características dos públicos a serem alcançados), a construção de fluxos que facilitem a experiência do usuário, ferramentas para desenho de telas e processos de validação com o cliente e processos de trabalho com foco em metodologias ágeis. “O objetivo é chegar o mais rápido possível na primeira versão disponível. Só assim também lançaremos a versão ‘matadora’. Refazer é inevitável”, afirmou.
Martinelli destacou, ainda, a importância das avaliações quantitativas e qualitativas, que envolvem o uso de ferramentas analíticas para aplicativos, feedback dos usuários (suporte, pesquisas de usabilidade) e redefinição de processos e prioridades de melhorias.
As palestras dos professores Flávia Carvalho e Marcelo Vasconcellos, do Polo de Jogos e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict/Fiocruz) foram acompanhadas de perto, lance a lance, pelo público das oficinas sobre recursos educacionais e comunicacionais. A plateia – que lotou o auditório – estava bastante entretida com as apresentações, que traziam exemplos de jogos digitais e suas conexões com o campo da saúde.
Flávia provocou os candidatos a refletir sobre Recursos comunicacionais e sentidos da saúde, abordando diversas questões, como: o conceito de doença, a importância de inovar (lembrando que as propostas devem ser adequadas ao contexto e a temas importantes da saúde pública brasileira); as representações sociais e lugares de fala (através de uma paródia em vídeo sobre tuberculose); e também aspectos como medicalização e saudicização. Para ela, os melhores projetos conciliam aspectos técnicos, conceituais sobre comunicação em saúde e as necessidades de saúde.
Por sua vez, Marcelo de Vasconcellos, disse que criar games é pensar numa verdadeira inclusão do público, motivando os participantes não só a interagir com o jogo, mas a interpretar situações de modo a transformar sua própria realidade. Ele apresentou casos de jogos que incentivam a compreensão sobre questões de saúde pelo paciente; que incluem diversos atores (paciente, família e sociedade) e que discutem questões como acessibilidade e desigualdade, lembrando que os games são instrumentos que instigam a reflexão sobre a realidade. Entre as novas abordagens, Marcelo comentou que os jogadores desenvolvem de tal modo um senso de pertencimento em relação aos games, que podem até propor novas regras, estimulando os próprios desenvolvedores a recriarem e aperfeiçoarem seus jogos.
Nova fase na Fiocruz: aperte o play!
Dar o pontapé inicial em projetos de game design no Canal Saúde foi o que levou Gustavo Audi à oficina. “É algo que nossa equipe já pretendia há algum tempo”, disse. Para ele, o maior destaque do evento foi colocar as tecnologias digitais em evidência. “O jogo como recurso comunicacional muitas vezes é ignorado ou subestimado e esta iniciativa trouxe essa discussão. A oficina da tarde, com o Guilherme Xavier (do coletivo Gamerama), foi muito boa neste sentido, pois ele apresentou o universo dos games. Sinto falta de discussões sobre tecnologias midiáticas na Fiocruz e esta oficina veio exatamente para suprir a este desejo”.
A oficina abordou alguns princípios dos jogos, o que os diferencia dos aplicativos que não são jogos digitais e o que a forma digital dos jogos possuem de mais vantajoso em relação aos jogos de cartas e de tabuleiro. Os participantes se organizaram em grupos para experimentar na prática a criação de regras de jogo e apresentar para os demais. Ao final, Guilherme ressaltou a importância do trabalho em equipe e a divisão de tarefas para a criação de jogos. “Algumas pessoas manifestaram o desejo de ter alguma forma de conhecer e encontrar outros proponentes de projetos na Fiocruz que possam ter interesses semelhantes, e assim promover a integração e o trabalho cooperativo. Nosso plano é promover mais encontros sobre o tema dos jogos e suas articulações com a saúde na Fiocruz. Acreditamos que esta iniciativa marca não apenas o início de um edital mas a ampliação de um novo campo de atuação para a Fiocruz nos aplicativos e jogos digitais”, conta Marcelo.
Quem abriu as palestras da manhã das oficinas para editais de recursos educacionais e comunicacionais foi o professor Miguel Said Vieira, da Universidade Federal do ABC. A apresentação dele foi sobre recursos educacionais abertos (REA), software livre e formatos abertos. Miguel destacou marcos históricos nos campos da educação e da tecnologia que favoreceram o uso de REA, entre os quais a implantação da Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz em 2014. “É importante celebrar iniciativas institucionais como estas que representam o bom uso do dinheiro público. Muitas universidades renomadas no Brasil não têm uma política própria”, afirmou.
O palestrante abordou as características importantes aos objetos de aprendizagem (como ser modular, acessível, interoperável, durável e reutilizável), licenças de uso e formatos abertos, desafios e estratégias relacionados aos REA. “As pessoas devem ser capazes de se apropriar mais das ferramentas tecnológicas, podendo revisar e remixar as informações de uma forma mais autônoma. O objetivo é que estes recursos promovam mais solidariedade entre os usuários”.
Direitos autorais: cessão facilita a gestão institucional
Em seguida, foi a vez do consultor Allan Rocha compartilhar informações sobre propriedade intelectual e direitos autorais. A conversa foi transmitida via web, direto de Washington (EUA), onde o palestrante estava a trabalho. O consultor esclareceu por que a Fiocruz opta pela cessão de direitos, através de uma comparação com o mercado de imoveis. “A licença é como um aluguel, o que torna mais complexa a gestão dos direitos autorais. Já a cessão é permanente, como um termo de compra e venda. Portanto, dá mais garantias à instituição”. Ele também tratou de prazos e casos com regras de exceção.
Com o objetivo de melhor organizar os processos de educação à distância na Fiocruz Ceará, Anya Meyer, pretende apresentar uma proposta para REA. "Temos dois mestrados profissionais em saúde da família e as novas tecnologias podem se tornar inspiração para trabalhos na área". Ela elogiou a Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz): "A oficina foi uma excelente iniciativa e estava muito bem organizada. Além da oportunidade de entender melhor o edital e as possibilidades de trabalho na área proposta, tivemos a chance de aprender com os colegas e viabilizar futuras parcerias. A VPEIC/Fiocruz está de parabéns pelo formato e temática deste edital!".
Estão abertas até 31 de julho as inscrições para o workshop Mundos da natureza e da medicina: novas perspectivas históricas, que acontece nos dias 2 e 3 de agosto na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Os interessados em assistir às palestras, que serão ministradas em português e inglês, com tradução simultânea para ambos os idiomas, devem enviar um e-mail com nome e instituição de origem para o endereço inscricaoworkshoplaglobal@gmail.com. As vagas são limitadas, e as inscrições, gratuitas.
O evento, promovido pela rede LAGLOBAL, reunirá historiadores de diferentes partes do mundo no auditório do Museu da Vida da Fiocruz para apresentar novas pesquisas sobre a emergência e o desenvolvimento de ideias e práticas relacionadas à história natural e a questões médicas no Novo Mundo, do século 16 ao 20. O foco das apresentações são as conexões entre processos globais e locais em ciência e medicina.
O workshop discute a importância do conhecimento advindo do continente americano, especialmente o da América ibérica, na construção da natureza e da medicina desde o século 16. Essa longa história de conhecimento, no entanto, não é totalmente reconhecida nas narrativas canônicas da história da ciência e da medicina, que ainda enfatizam unilateralmente as "descobertas" europeias e norte-americanas e prestam pouca atenção à circulação transnacional de conhecimento e pessoas.
No primeiro dia do evento, a programação inclui duas sessões com trabalhos centrados na temática Rede, circulação e comércio, seguidas da conferência Holding the World Together: The Role of Go-Betweens in the Global Construction of Knowledge (Mantendo o mundo unido: o papel dos go-betweens na construção global do conhecimento, em tradução livre), que será proferida pelo historiador Kapil Raj, da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais (EHESS, na sigla em francês), de Paris. As apresentações das três mesas previstas para o segundo dia do workshop giram em torno do tema Corpos, espaços e modos de conhecimento.
A rede LAGLOBAL é coordenada pelo Institute of Latin American Studies da School of Advanced Study da Universidade de Londres, e é apoiada pelo Leverhulme Trust. É composta por sete instituições de diferentes países, incluindo o Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da COC/Fiocruz. Mais informações sobre o evento estão disponíveis em inglês no site da rede LAGLOBAL.
PROGRAMAÇÃO:
Quarta-feira , 2 de Agosto
9:00 Abertura
Paulo Roberto Elian dos Santos (COC/Fiocruz) e Mark Thurner (University of London)
Part 1: Redes, Circulação e Comércio
10:00 Sessão 1A
The Global History of the Great Beast and the Commerce of Animal-based Remedies. Irina Podgorny (Universidade Nacional de La Plata)
Missionários do corpo e da alma: Circulação de produtos, saberes e práticas de cura nas Boticas da Companhia de Jesus. Lais Viena de Souza (IFBA Salvador).
11:00 Intervalo
A Specific Conquest: European Naturalists and the Search for Specific Remedies in the Americas. Samir Boumediene (CNRS Lyon)
Conocimiento situado y redes de expertos: el caso del Cundurango. Elisa Sevilla and Ana Sevilla (FLACSO Ecuador)
Coordenação: Neil Safier (Biblioteca John Carter Brown)
12:15 Almoço
13:30 Sessão 1B
Apothecaries and native materia medica in early colonial Lima, Peru. Linda Newson (University of London)
From Bombay to Rio de Janeiro: Another Transnational History of the Instituto Soroterápico Federal Matheus Alves Duarte da Silva (EHESS Paris)
Cooperação e rivalidade: Evandro Chagas e Fred Soper no combate ao Anopheles gambiae no Brasil. Gabriel Lopes Anaya (COC/Fiocruz)
Coordenação: Marcos Cueto (COC/Fiocruz)
15:30 Conferência
Holding the World Together: The Role of Go-Betweens in the Global Construction of Knowledge. Kapil Raj (EHESS Paris)
Quinta-feira, 3 de agosto
Parte 2. Corpos, Espaços e Modos de conhecimento
9:00 Sessão 2A
Multitudinous Natures: Materiality, Ontologies and Historicism in the Early Modern Black Atlantic. Pablo Gomez (Universidade de Wisconsin)
Trying Madness: Patients, Inquisitors, and Medical Experts in Late Colonial Mexico. Christina Ramos (Universidade Washington)
Amerindian Naturalists? Iris Montero Sobrevilla (Universidade Brown)
Coordenaçaõ: Mark Thurner (Universidade de Londres)
10:30 Intervalo
11:00 Session 2B
Comets over the New World: Observation Reports and Interpretations published in the Americas, 1652-1690. Thomás A. S. Haddad (EACH-USP)
Vicuña, Silk of the Andes: Domestication, Acclimatisation and Conservation. Helen Cowie (Universidade York)
Auguste de Saint-Hilaire: Writing for Brazilian Readers. Lorelai Kury (COC/Fiocruz)
Coordenação: Linda Newson (Universidade de Londres)
13:00 Almoço
14:00 Sessão 2C
Politics, Possession, and Natural History on a Luso-Hispanic Amazonian Frontier. Neil Safier (Biblioteca John Carter Brown)
Missionary Hydrography and the Invention of Early Modern Amazonia. Roberto Chauca (Universidade da Florida)
Edens and Arks: On the Loci of Natural Historical Knowledge. Mark Thurner (Universidade de Londres)
Coordenação: Marcos Cueto (COC/Fiocruz)
Fonte: COC/Fiocruz
Uma base de dados bibliográficos que reunisse a ciência da saúde produzida na América Latina e Caribe — e que, até então, tinha pouca visibilidade nos índices de comunicação científica internacionais. Foi com este propósito que nasceu, em 1967, a Biblioteca Regional de Medicina (Bireme), como um centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) / Organização Mundial da Saúde (OMS) com sede em São Paulo. Cinquenta anos depois, o nome “Bireme” é reconhecido como um bem-sucedido esforço em democratizar o acesso à informação científica e técnica em saúde. Hoje, a antiga biblioteca regional chama-se Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, e é referência no trabalho em rede que tem ajudado a consolidar grandes avanços nas ciências da saúde.
Saiba mais sobre a história da Bireme no hotsite que comemora seus 50 anos.
Um dos principais frutos desta trajetória é a LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), o mais importante e abrangente índice da literatura científica e técnica da América Latina e Caribe. Até o fechamento desta matéria, a base contabilizava mais de 750 mil registros, entre artigos científicos, teses, áudios, vídeos, livros, resumos de pesquisa, trabalhos apresentados em congressos, projetos etc. Destes, mais de 350 mil estão em acesso aberto. Ou seja, disponíveis na íntegra, para qualquer internauta que queira consultar seu conteúdo.
“Até a década de 1960, a ciência da saúde feita na América Latina e no Caribe tinha pouca visibilidade nas bases de dados bibliográficos. O acesso à produção científica ficava concentrado em sistemas como o Medline, da Biblioteca Nacional de Medicina do Estados Unidos, corroborando a hegemonia do pensamento produzido neste país e na Europa”, explica a bibliotecária Luciana Danielli, coordenadora das Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVSs) da Fiocruz, um dos projetos feitos em parceria com a Bireme. “Com o surgimento da então chamada Biblioteca Regional de Medicina, foi possível instaurar um novo olhar sobre a forma de agrupar e de tornar disponível o enorme conhecimento científico que vinha sendo produzido na América Latina e no Caribe. Seu impacto foi enorme, porque não apenas ajudou a divulgar essa produção científica, como também estimulou o trabalho em rede, colaborativo, que é tão caro à evolução da ciência nessa região”, completa.
Cooperação
Com o passar dos anos, a missão de ampliar as fontes de informação nesta região expandiu-se para a formulação de projetos de cooperação técnica, que têm contribuído decisivamente para o desenvolvimento de políticas, programas, padrões, metodologias, tecnologias, projetos, produtos, serviços, eventos e atividades de informação científica e técnica em saúde, em cooperação com instituições nacionais, regionais e internacionais,— tudo em consonância com a estratégia da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) / Organização Mundial da Saúde (OMS) para atender às prioridades dos países da região. Atualmente, a Bireme atua em cooperação com 37 países e 2 mil instituições, dentro e fora da América Latina e do Caribe.
“A criação da Bireme sofisticou as bases de dados sobre os temas da ciência e da saúde, criando um espaço de convergência do conhecimento que é precioso para o trabalho de profissionais da saúde e cientistas, para as grandes descobertas científicas e para o combate às epidemias e doenças características de nosso continente, entre inúmeras outras coisas. Além disso, sua existência fomentou parcerias, cooperações e trabalhos em rede que tiveram grande impacto para a melhoria das condições de vida e da saúde das populações”, destaca Fátima Martins, coordenadora da Rede de Bibliotecas Físicas da Fiocruz.
O desenvolvimento tecnológico e a popularização da Internet também foram marcantes na trajetória da Bireme. Entre os anos 80 e 90, o centro promoveu o uso de computadores em bibliotecas, tanto para a produção descentralizada da base LILACS quanto para a pesquisa bibliográfica em CD-ROM, que passou posteriormente a operar através da Internet. É desta época também a criação do vocabulário Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), que contém a tradução do Medical Subject Headings (MeSH) ao português e espanhol. Foi também a Bireme, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que criou o SciELO – Scientific Electronic Library Online, um modelo pioneiro de publicação em acesso aberto de periódicos científicos na Internet.
Hoje, os desafios do Centro estão concentrados, sobretudo, em ampliar a capacidade de atuação, dentro e fora da América Latina e do Caribe e em fortalecer a cooperação técnica nos países prioritários para a Opas/OMS e as alianças com outras instituições, como define o diretor, Dr. Diego González. “Queremos aperfeiçoar os processos de decisão nos sistemas de saúde, utilizando evidências de pesquisa científica para responder às demandas dos gestores e profissionais dos serviços de saúde. Outro objetivo é fortalecer a capacidade da Bireme e da Rede da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) em processos e tecnologias de aprendizagem em rede, bem como ampliar a participação em ações de capacitação presenciais e a distância. Desenvolver e fortalecer continuamente o capital humano, intelectual e social é uma meta que não sai de nosso foco”. A Bireme também pretende continuar ampliando as redes de produtos, serviços e eventos em informação científica, e fortalecer seus canais de comunicação institucional.
Por: Portal Fiocruz