Com a tese Etnografia, arqueologia e indigenismo no Museu Paulista: índios, colonização e a construção do Brasil Meridional de Hermann von Ihering (1894-1916), o historiador Breno Sabino Leite de Souza recebeu o prêmio Melhor Tese de Doutoramento em História das Ciências 2022, concedido pela Sociedade Brasileira de História das Ciências. Desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), a tese, defendida em 2021, teve orientação da historiadora Kaori Kodama.
A partir de pesquisas etnográficas realizadas no Museu Paulista durante o período em que Hermann von Ihering atuou como diretor da instituição, entre 1894 e 1916, o estudo mostra que o cientista alemão forjou um projeto político para o Brasil Meridional, que compreenderia os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, em que os povos indígenas representavam um empecilho ao “progresso” brasileiro fundamentado na imigração europeia, destacadamente alemã.
De acordo com a pesquisa, os trabalhos de Hermann von Ihering no Museu Paulista são observados como um dos projetos de nação e de indigenismo que disputavam um lugar na política brasileira durante a Primeira República.
A cerimônia de premiação será realizada durante o 18º Simpósio Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, que ocorrerá entre os dias 7 e 10 de setembro de 2022, na Universidade de São Paulo (USP).
O Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), lançou os editais para o mestrado acadêmico e doutorado acadêmico 2023, do Programa de Pós-Graduação Acadêmico em Pesquisa Translacional em Fármacos e Medicamentos (PPG-PTFM). Os cursos serão gratuitos e as aulas serão ministradas preferencialmente em modalidade presencial. As inscrições estarão disponíveis entre 5 e 16 de setembro.
As aulas serão realizadas no Instituto de Tecnologia de Fármacos – Farmanguinhos, Campus Manguinhos (Rua Sizenando Nabuco, número 100, Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ - Brasil) e/ou Campus CTM (Av. Comandante Guaranys, 447, Jacarepaguá, Rio de Janeiro - RJ – Brasil) de acordo com o calendário do referido curso.
O programa de pós-graduação incorpora projetos acadêmicos de natureza básica ou aplicada, que realizem pesquisas de cunho exploratório, descritivo ou explicativo e que envolvam a descoberta e desenvolvimento de fármacos e medicamentos. Os temas dos projetos podem abranger uma ou mais etapas desde o planejamento, passando pela avaliação (não-clínica e clínica), produção industrial, entrega à sociedade através do fornecimento para o Sistema Único de Saúde (SUS), monitoramento e impacto social após a comercialização.
Mestrado acadêmico em pesquisa translacional em fármacos e medicamentos
Tem como objetivo formar, de modo multidisciplinar, mestres capazes de atuar na translação do conhecimento básico ao produto final (pesquisa translacional), qual seja o desenvolvimento de fármacos e medicamentos de importância para a saúde pública. O propósito é que os profissionais formados sejam capazes de reconhecer e dialogar com as diferentes áreas de atuação na cadeia de desenvolvimento de fármacos.
O curso é direcionado a candidatos que concluíram graduação nas áreas de conhecimento relacionadas às linhas de pesquisa do programa (Química Medicinal, Farmacologia e Tecnologia Farmacêutica), cujos diplomas sejam reconhecidos pelo Ministério da Educação.
A duração do mestrado é de no máximo dois anos, incluindo a realização, redação e defesa de dissertação, sendo as aulas realizadas o em tempo integral, em regime de 40 horas semanais. Ao todo, serão oferecidas dez vagas.
As inscrições estarão abertas entre os dias 5 e 16 de setembro, no Campus Virtual.
Confira aqui o edital completo para o curso de mestrado acadêmico.
Doutorado acadêmico em pesquisa translacional em fármacos e medicamentos
O objetivo é formar de modo multidisciplinar, doutores capazes de atuar na translação do conhecimento básico ao produto final (pesquisa translacional), qual seja o desenvolvimento de fármacos e medicamentos de importância para a saúde pública. O propósito é que os profissionais formados sejam capazes de reconhecer e dialogar com as diferentes áreas de atuação na cadeia de desenvolvimento de fármacos e medicamentos.
São elegíveis ao doutorado os candidatos que concluíram graduação e/ou mestrado nas áreas de conhecimento relacionadas às áreas de pesquisa do programa, cujos diplomas sejam reconhecidos pelo Ministério da Educação.
Observação 1: os candidatos ao doutorado matriculados em um curso de mestrado com previsão de defesa da dissertação para o segundo semestre de 2022 poderão apresentar uma declaração do programa com a data prevista para a defesa e realizar a inscrição no processo seletivo. Porém, a matrícula do candidato aprovado somente será efetuada com a apresentação do comprovante de conclusão do curso de mestrado.
Observação 2: não serão matriculados candidatos que tenham matrícula ativa em cursos de pós-graduação lato sensu ou stricto sensu, de acordo com o Regimento Geral da Pós-Graduação stricto sensu da FIOCRUZ.
O curso de doutorado será realizado em tempo integral, em regime de 40 horas semanais, com duração máxima de quatro anos, incluindo a realização e defesa de tese.
As inscrições estarão abertas entre os dias 5 e 16 de setembro, no Campus Virtual.
Confira aqui o edital completo para o curso de doutorado acadêmico.
Como o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) pode enfrentar as desigualdades raciais no seu cotidiano? Qual é a responsabilidade da unidade na implementação de ações antirracistas nas suas diferentes áreas de atuação em defesa do direito à comunicação, informação e saúde? De que forma os processos seletivos do ensino vêm implementando ações afirmativas? Diante dessas e outras questões, a Comissão de Ensino do Icict, juntamente com as representantes da unidade no Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz e a Ascom, realizam o encontro “Diálogos institucionais - letramento racial para práticas antirracistas no Icict”, em 24 de agosto, das 10h às 12h.
A atividade acontece no auditório da Fiotec, no campus Fiocruz Maré (antiga Expansão), com tradução para Língua brasileira de sinais (Libras), e é necessário que as pessoas interessadas em participar se inscrevam previamente. A condução do encontro será feita por Hilda Gomes, coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação do Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz e integrante da coordenação colegiada do Comitê Pró-Equidade. A proposta é reunir pessoas dos diferentes setores e com diferentes vínculos no Icict para um espaço de reflexão e troca sobre racismo nas suas diferentes faces, mobilizando a unidade para o desenvolvimento de ações de enfrentamento às discriminações e desigualdades étnico-raciais.
“O letramento racial é um desafio porque exige reflexão e um posicionamento social e político. Da mesma forma que nos orienta para a construção de políticas públicas, fortalece ações afirmativas e promove também representatividade, porque não pode ser entendido como algo restrito a um grupo. Letramentos são práticas sociais. Se vivemos num mundo onde a diversidade é um fato, é importante que as pessoas tenham empatia e essa responsabilidade no sentido de entender que a vida é um direito humano para todas as pessoas”, destaca Hilda Gomes. Ela ainda lembra que esta é uma construção coletiva e que a Fiocruz, enquanto instituição de Estado e de saúde, que entende a importância da ciência, não pode ficar fora disso.
Esta iniciativa da Comissão de Ensino é impulsionada, sobretudo, pela publicação na Fiocruz da Portaria 491, de setembro de 2021, que trata da regulamentação das ações afirmativas relativas aos cursos de pós-graduação Stricto sensu, Especialização – Lato sensu e Residências em Saúde da instituição. Além disso, a atividade vai ao encontro do planejamento estratégico do Icict que, no primeiro semestre de 2022, realizou uma série de encontros e definiu no seu documento de referência o eixo “Defesa de diretos humanos, enfrentamento às desigualdades e valorização da diversidade” como orientador.
Confira aqui a ementa completa da atividade.
Diálogos Institucionais: Letramento racial e práticas antirracistas no Icict
Convidada: Hilda Gomes (Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz)
Quarta-feira, 24/8, às 10h
Local: Audiotório da Fiotec - Campus Fiocruz Maré (Expansão)
Inscrições: eventos.icict.fiocruz.br
Atividade voltada para trabalhadores e estudantes do Icict.
Devido ao número limitado de assentos, é necessária inscrição pelo formulário de eventos do Icict (confira no link acima).
Você é estudante, pesquisador ou membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/Ensp)? Então, já reserve na agenda os dias 25 e 26 de agosto! É quando vai acontecer a Jornada do CEP/Ensp, que está na lista das diversas atividades comemorativas dos 25 anos do Comitê. Durante o evento, você fará um mergulho em importantes temas sobre pesquisas com seres humanos, análises de projetos pelo Sistema CEP/Conep e papel dos representantes de participantes de pesquisa. As inscrições para participar do encontro, que será totalmente online, seguem até o dia 25 de agosto e podem ser feitas no site da Jornada.
“A participação das pessoas é fundamental para um diálogo profícuo, melhorias no Sistema CEP/Conep e pautar o protagonismo da sociedade na construção do conhecimento”, destaca a coordenadora do CEP/ENSP Jennifer Braathen.
O lançamento do vídeo sobre os 25 anos de CEP/Ensp vai dar o pontapé inicial à Jornada, no dia 25 de agosto, às 9h. No mesmo dia, você vai saber mais sobre a interface entre assistência e pesquisa; responsabilidades do pesquisador e direitos dos participantes; pesquisas com impactos na vida do trabalhador; além dos desafios e perspectivas da ciência aberta.
Já no dia 26 de agosto, a partir das 9h, o debate será sobre o protagonismo do participante de pesquisa na elaboração dos protocolos e a devolutiva dos resultados aos participantes de pesquisa. Às 14h, haverá duas oficinas: uma sobre processo de consentimento e outra sobre Plataforma Brasil e submissão ao CEP/Ensp.
Aliás, você já conhece o CEP Informa, boletim do Comitê de Ética em Pesquisa da Ensp? Confira!
Veja, abaixo, a programação completa da Jornada do CEP/ENSP. Faça sua inscrição e participe!
A Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação, por meio da Coordenação-Geral de Educação da Fundação Oswaldo Cruz (CGE/VPEIC/Fiocruz), divulga nesta segunda-feira, 22 de agosto, o resultada da chamada para apoio à realização de cursos de curta duração com abrangência internacional promovidos por programas de pós-graduação stricto sensu da Fiocruz. A iniciativa, desenvolvida no âmbito do Programa de Excelência no Ensino e do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), selecionou 13 iniciativas. Confira.
Acesse aqui o documento de resultado da chamada!
A chamada buscou contribuir para o processo de internacionalização da pós-graduação stricto sensu. Para tanto, visa atrair professores e outras lideranças internacionais, que tenham destacada produção científica e tecnológica, para contribuir com a inovação dos PPGs e a excelência da educação na Fiocruz, e sejam atuantes e residentes no exterior para ministrar cursos de curta duração com abrangência internacional no âmbito dos PPGs stricto sensu da Fiocruz, transformando a carga horária do curso em créditos para os alunos.
*imagem: montagem base Freepik
A Casa de Oswaldo Cruz (COC) está com inscrições abertas para dois programas de mestrado: mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde e mestrado profissional em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde. Cada programa disponibiliza 15 vagas, e as inscrições estão abertas até 10 de outubro e 14 de dezembro, respectivamente.
Mestrado em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde
O programa de pós-graduação em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde destina-se à formação de pesquisadores qualificados, possibilitando o desenvolvimento de novos conhecimentos para o diálogo o entre saúde, ciência, tecnologia e sociedade, capazes de induzir o desenvolvimento de novas ferramentas, ações e estratégias para o campo da divulgação científica. As inscrições estão abertas até o dia 10 de outubro.
O objetivo é a formação, em nível de mestrado acadêmico, de pesquisadores qualificados para a produção de novos conhecimentos, que visam incrementar o diálogo entre saúde, ciência, tecnologia e sociedade e capazes de induzir o desenvolvimento de novas ações e estratégias para o campo da divulgação científica. A divisão do programa é feita em três linhas de pesquisa:
- Linha 1: Cultura científica e sociedade
Abrange reflexões sobre a dimensão cultural e social da ciência, da tecnologia, da saúde e do meio ambiente. Nesta dimensão da cultura científica, busca-se compreender, de forma crítica e analítica, a dinâmica das relações entre as diferentes esferas sociais e os processos históricos de produção, consolidação e difusão da ciência na contemporaneidade.
- Linha 2: Educação, comunicação e mediação
Reúne um conjunto de investigações que envolvem a interface entre as áreas da educação e da comunicação em ciência, tecnologia, saúde e meio ambiente, na mediação entre o conhecimento científico e a sociedade. Busca analisar as formas particulares de organização e constituição das práticas de educação e de divulgação da ciência nos distintos meios, espaços e contextos sóciohistóricos nos quais estes processos se desenvolvem.
- Linha 3: Estudos de público/audiência
Reúne análises com foco nos distintos públicos/audiências das diferentes atividades educativas e de divulgação científica (museus, exposições, TV, mídia impressa, Internet, mídias sociais, rádio, expressões artísticas, etc). Abarca diversas áreas do conhecimento, entre as quais comunicação, museologia, educação e sociologia, em interface com a divulgação científica. Inclui estudos de percepção pública da ciência; percepção de risco; estudos culturais e de recepção; estudos de público; entre outros.
O resultado das inscrições estará disponível a partir de 9 de dezembro. As aulas serão, em geral, ministradas no campus da Fiocruz em Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro. Prioritariamente, elas acontecerão de segunda a quarta-feira, das 9h às 17h.
Confira aqui o edital completo do curso.
Mestrado profissional em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde
O programa é destinado a profissionais das áreas das ciências humanas, ciências sociais aplicadas e ciências da saúde que atuam na preservação do patrimônio cultural ou que tenham interesse em ingressar no campo. As inscrições se encerram no dia 4 de novembro.
O curso visa capacitar profissionais ou recém-formados para atuar na gestão de diferentes tipos de patrimônio (documental, arquitetônico, museológico, biológico e imaterial) a partir de uma reflexão crítica sobre procedimentos de salvaguarda, conservação e divulgação. A ideia é preparar alunos e alunas para o desenvolvimento de ações de intervenção com base em discussões conceituais e em estratégias de planejamento, monitoramento e avaliação de resultados, bem como colaborar na formatação de projetos de educação patrimonial e divulgação de bens culturais. A divisão do programa é feita em duas linhas de pesquisa:
Linha 1: Patrimônio Cultural: história, memória & sociedade
A linha de pesquisa busca dar subsídios para que os alunos possam problematizar a construção do reconhecimento e da valorização de determinados registros/objetos como itens a serem preservados no tempo. Assim, a linha pretende abarcar discussões acerca das interfaces entre memória e patrimônio, destacando a cultura material e imaterial das ciências e da saúde, suas mediações e sua importância nos processos institucionais.
Linha 2: Patrimônio Cultural: preservação e gestão
Esta linha visa fomentar pesquisas, estudos e produtos voltados ao debate contemporâneo sobre a gestão do patrimônio cultural, compreendendo operações, procedimentos e atores envolvidos nos processos de produção, constituição, organização, uso e salvaguarda de acervos institucionais e pessoais, sobretudo aqueles formados a partir das práticas ligadas à área das ciências e da saúde.
O resultado final das inscrições será divulgado a partir de 14 de dezembro. As aulas serão ministradas no formato presencial, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro, às terças e quintas-feiras, entre 9h e 17h, a partir de março de 2023.
Em sua segunda edição, o Simpósio Global de Tripanosomatídeos – GlobalTryp terá como destaque o debate em torno da biologia, ecologia e diagnóstico de tripanossomatídeos e os desafios impostos aos Serviços de Referência e Coleções Biológicas. Serão três os temas principais: Trypanosoma, Leishmania e tripanosomatídeos monóxenos. Organizado pelo Laboratório de Biologia de Tripanosomatídeos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o encontro será realizado online entre os dias 18 e 20 de outubro, com transmissão ao vivo pelo Canal do IOC no Youtube. Os interessados em participar do evento poderão se inscrever pelo Campus Virtual Fiocruz entre 5 de setembro e 14 de outubro.
Além da participação de cientistas renomados, a iniciativa promove também a integração de alunos de pós-graduação nessas redes de pesquisa, abrindo espaço para que jovens pesquisadores apresentem seus recentes trabalhos nas temáticas abordadas pelo simpósio.
Os estudantes que desejarem apresentar trabalhos no evento devem submeter seus resumos até 18 de setembro. Acesse o formulário e saiba quais informações são necessárias para submissão.
A programação completa, com os horários e títulos de cada apresentação, será divulgada em breve na página do Simpósio.
O evento é gratuito e aberto ao público geral.
No dia 19 de agosto, às 9h30, acontece a aula inaugural da especialização em Vigilância e Cuidado em Saúde no Enfrentamento da Covid-19 e de outras Doenças Virais e o 4º Webinário VigiEpidemia, com o tema “Evidências de pesquisas nos processos de trabalho e nas práticas cotidianas: para quê e como?”. O evento é online e será transmitido pelo canal no Youtube da Fiocruz Mato Grosso do Sul.
A aula contará com a participação do pesquisador de sistemas e políticas de saúde com enfoque na Atenção Primária à Saúde (APS) e Políticas Informadas por Evidências (PIE), Jorge Otávio Maia Barreto, e com a diretora do Departamento de Emergências em Saúde Pública (Demsp) do Ministério da Saúde, Daniela Buosi Rohlfs. Qualquer pessoa interessada pelo tema pode assistir.
Para participar acesse pelo canal no Youtube da Fiocruz Mato Grosso do Sul.
Buscando estabelecer novas parcerias e cooperações na área da educação, a Fundação Oswaldo Cruz recebeu uma comitiva da Univesité de Lille, França, para a aproximação entre as instituições. A delegação francesa foi recebida pela Coordenadora-Geral de Educação, Cristina Guilam, e assessores internacionais da Fundação. Para muito além da visita ao conjunto arquitetônico do campus Manguinhos, no Rio de Janeiro, o grupo debateu possibilidades de cooperação e traçou uma agenda conjunta de workshops e outros encontros científicos com a participação de ambas as instituições.
O Embaixador da Universidade de Lille e assessor do presidente da instituição francesa, Didier Gosset, e o diretor para o Desenvolvimento Internacional, Joseph Armando Soba ressaltaram que a instituição é a maior do país em termos de números de estudantes, destacando ainda que neste ano de 2022 a universidade recebeu o certificado de Université d’Excellence, o que lhe conferiu um aporte de recursos a mais para impulsionar suas atividades e alavancar ações internacionais. Entre outros dados, Gosset, apresentou os principais hubs de pesquisa e destacou a existência de um instituto interdisciplinar voltado à pesquisa em câncer, a ONCOLille.
Pela Fiocruz, o coordenador-Adjunto de Educação Internacional, ligado à Coordenação-Geral de Educação (CGE/VPEIC), Vinicius Cotta, apresentou a área de educação da instituição, frisando que a Fundação está presente em quase todos os Estados brasileiros, o que confere diversidade às pesquisas realizadas, pois considera problemas e questões regionais e os territórios nos quais está localizada. Do mesmo modo, Cotta salientou a multiplicidade da natureza dos cursos e programas de pós-graduação oferecidos pela Fiocruz, não somente sobre a temática, mas também pelos níveis de formação e meio de oferta.
Cristina Guilam falou a respeito da importância da cooperação Sul-Sul e, mais especificamente, da cooperação com Moçambique, com o qual há uma cooperação direta financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Programa de Cooperação Estratégica com o Sul Global (Projeto Coopbrass) - Edital n°05/2019 da Capes – Rede de Pesquisa e Formação em Saúde: Cooperação Sul-Sul entre a Fiocruz e Instituições Moçambicanas. Quanto à internacionalização na área de educação, Cotta lembrou também do Programa Capes de Internacionalização (Capes PrInt), que financia principalmente bolsas de mobilidade internacional. Ele apresentou números da cooperação em pesquisas com a França, a partir de dados extraídos do Observatório Fiocruz.
De maneira conjunta, os participantes levantaram possibilidades de cooperação, como por exemplo, a realização de um projeto triangular com a Universidade do Chile, e delinearam uma agenda com workshops e outros eventos científicos em parceria para a divulgação de novas ações entre seus pesquisadores.
A cooperação da Fiocruz com a França
Vale ressaltar que a França é um dos principais países parceiros da Fiocruz, dado que a cooperação com os franceses remonta ao período em que Oswaldo Cruz realizou pesquisas no Instituto Pasteur, no final do século XIX, e se inspirou nessa instituição para dar início à construção da Fundação Oswaldo Cruz, na época chamada de Instituto Soroterápico Federal.
A visita ao conjunto arquitetônico do entorno da Praça Pasteur, campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, foi acompanhada pelos guias do Museu da Vida - um espaço de integração entre ciência, cultura e sociedade da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) -, que deram explicações sobre o Castelo Mourisco e a Cavalariça, situando a importância secular da parceria da Fiocruz com a França. A reunião ocorreu em 8 de agosto, no Centro de Relações Internacionais da Fiocruz (Cris) e também contou com a participação da assessora de Educação Internacional, Analice Braga, e de Ana Helena Gigliotti e Ilka Villardo, ambas assessoras do Cris.
*com informações de Analice Braga
Estão abertas as inscrições para o curso presencial Quando as epidemias terminam: síndromes pós-virais e deficiências. Oferecido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC), o objetivo é conectar a história de epidemias de doenças virais com a história social de seu legado de mais longo prazo para a população e refletir sobre os conhecimentos e práticas necessárias para minimizar essas consequências. As inscrições estão abertas até o dia 16 de setembro no Campus Virtual.
O curso discute as consequências biopsicossociais das grandes epidemias/pandemias. Relaciona o rescaldo de surtos de doenças virais com a história social de incapacidades e acompanhará o caso específico de “distúrbios funcionais” – patologias caracterizadas por sintomas, como dor, fadiga ou manifestações neurológicas, que não podem ser evidenciados por testes objetivos. Essas patologias são vistas por alguns especialistas como pelo menos parcialmente psicossomáticas, sendo, portanto, negligenciadas e/ou estigmatizadas.
As grandes epidemias normalmente seguem uma narrativa bem estabelecida: elas têm um ponto de partida, um período caracterizado pelo rápido aumento das infecções, sua estabilização e depois seu declínio, trazido por intervenções humanas, aumento da imunidade do rebanho, mutações do patógeno ou ambos. Uma vez superada, a epidemia tende a ser rapidamente esquecida, embora algumas pessoas por ela afetadas sofram sequelas de longo prazo. Tematizar as vítimas de um evento que se busca esquecer é fundamental para compreender a parte oculta da doença e as possibilidades de intervir em seu processo para benefício da população.
Espera-se que os participantes adquiram conhecimentos e ampliem as reflexões sobre os aspectos menos conhecidos do legado social dos eventos epidêmicos. Também objetiva-se ampliar a visão crítica dos participantes nas questões relacionadas aos determinantes sociais da saúde, as iniquidades e as questões interseccionais que levam às diferentes formas das epidemias atingirem as diferentes camadas da população.
São 25 vagas disponíveis. As aulas serão realizadas de 5 a 31 de outubro, das 13h30 às 17h. O critério para seleção é análise de carta de interesse e currículo, enviados durante o processo de inscrição. O resultado será divulgado em 30 de setembro.