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Publicado em 10/11/2020

Saúde das Populações de Fronteiras: Fiocruz Mato Grosso do Sul oferece novo curso online

Por
Fiocruz Mato Grosso do SUS e UNA-SUS

Estão abertas as inscrições para o novo curso online Saúde das Populações de Fronteiras. A formação, cujo objetivo é capacitar profissionais de saúde para realizar o cuidado integral e resolutivo dessas populações, foi desenvolvida pela Fiocruz Mato Grosso do Sul e é oferecida por meio da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).

Inscreva-se já!

Seu público-alvo são profissionais da saúde, acadêmicos em formação na área de saúde e demais interessados no tema. O curso é autoinstrucional, tem início imediato e é totalmente gratuito.

Com carga horária de 30h, divididas em quatro unidades, o curso aborda os aspectos políticos e sanitários das fronteiras; vigilância em saúde e organização da atenção à saúde na fronteira. A última unidade traz uma atividade interativa, baseada em dados de um município fictício para que o profissional possa correlacionar o conteúdo com situações do cotidiano.

Para a coordenadora do curso, Leika Geniole, trabalhar na Atenção Primária à Saúde guarda uma grande complexidade, pois “as equipes precisam lidar com demandas agudas, condições crônicas, ações de promoção e prevenção à saúde, cuidados paliativos, saúde mental etc. Profissionais de saúde precisam estar continuamente se capacitando para serem capazes de dar respostas às necessidades da população de seus territórios”, explicou ela.

No que se refere às equipes que trabalham em regiões de fronteiras, Leika ressaltou que o trabalho torna-se ainda mais complexo: “Os profissionais de saúde precisam lidar com culturas diferentes, diversos problemas de saúde que ocorrem em outros países e sobretudo com pessoas que não fazem parte do seu território. Para tanto, o curso busca instigar a reflexão sobre como planejar o trabalho considerando essas especificidades”, detalhou Leika.

Conheça a nova formação e inscreva-se: Saúde das Populações de Fronteiras

Conheça outros cursos oferecidos pela UNA-SUS.

Fiocruz identificou duas linhagens de Sars-CoV-2 em Corumbá, Mato Grosso do Sul

Duas linhagens do novo coronavírus foram identificadas em Corumbá, Mato Grosso do Sul, o que sugere ao menos duas introduções do Sars-CoV-2 na região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia. Os dados foram apintados pela pesquisadora da Fiocruz MS, Alexsandra Favacho. “Essas foram as primeiras sequencias do genoma das linhagens do Sars-CoV-2 circulando em Mato Grosso do Sul a serem identificadas e que estarão disponíveis a comunidade cientifica mundial por bancos de dados internacionais”, explicou ela.

O sequenciamento genético das amostras coletadas em Corumbá foi feito pelo pesquisador Felipe Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em ação colaborativa entre as duas unidades da Fiocruz. O pesquisador ressalta a importância do sequenciamento para tentar entender o comportamento do vírus ao longo do tempo, não só as mutações, que são naturais e que vão ocorrer, mas também suas consequências, que podem levar a uma alteração e afetar ensaios diagnósticos.

Desde maio, a Fiocruz Mato Grosso do Sul, em parceria com a Embrapa Gado de Corte, vem apoiando as ações de enfrentamento à pandemia pelo Sars-CoV-2 no estado. A unidade da Fundação tem realizado o diagnóstico molecular da Covid-19 em amostras coletadas no município de Corumbá pelo sistema Drive Thru coronavírus, implantado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MS).

“A partir dessa ação de apoio, surgiu o interesse de conhecer as características genéticas do vírus Sars-CoV-2 que está circulando no município de Corumbá, e nos municípios próximos, podendo fornecer informações importantes sobre a possível origem da transmissão, as diferentes linhagens encontradas na região e, suas mutações, contribuindo dessa forma para as tomadas de decisão nas ações de vigilância em saúde”, disse Zoraida Fernandez, pesquisadora da Fiocruz Mato Grosso do Sul.

Sequenciamento

Nesse primeiro momento, foram sequenciadas 6 amostras coletadas no mês de agosto, nas quais foram identificadas as linhagens de Sars-CoV-2 B.1.1.28 e B.1.1.33, sendo uma mais frequentemente encontrada na Europa e que se espalhou por todos os continentes e, a outra, encontrada no continente americano, principalmente no Brasil, USA e Argentina.

O estudo está sendo continuado para o mapeamento genético de uma maior quantidade de amostras coletadas desde o início das atividades do Drive Thru Coronavírus até o último mês de coleta, o que permitirá entender a dispersão do vírus nessa região e esclarecer a evolução viral ao longo do tempo, no Mato Grosso do Sul.

Parcerias

Os diretores das unidades Fiocruz Mato Grosso do Sul (Jislaine Guilhermino) e Fiocruz Amazônia (Sérgio Luz) ressaltam a importância das parcerias institucionais e entre unidades da Fiocruz para ampliar a capacidade de trabalho na área da genética, especialmente para os estados que fazem fronteiras internacionais, uma vez que essa relação permite além da trocas de experiências entre as equipes, a utilização de infraestruturas de pesquisa, para realizar a caracterização genética do novo coronavírus e testagem metagenômica. “O fortalecimento da vigilância das doenças emergentes e reemergentes nas regiões fronteiriças do Brasil, é um dos objetivos da Vigilância epidemiológica”, enfatiza Rivaldo Venâncio Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz.

Publicado em 22/10/2020

Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente promove encontro virtual sobre gênero, ciência e educação

Por
Valentina Leite (comunicação OBSMA/Fiocruz)

Na próxima quinta-feira, 27 de outubro, às 16 horas, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) da Bahia realizarão um encontro virtual sobre mulheres e meninas na ciência. O evento será aberto aos interessados e transmitido pelo canal da Undime no Youtube. Além de um debate sobre trajetórias pessoais diversas no mundo científico e da educação, as participantes tratarão de projetos que inspiram jovens meninas na ciência, como o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã, oferecido pela Obsma, com inscrições abertas até 13/12. 

O quadro de convidadas conta com Cristina Araripe, coordenadora da Obsma; Eliade Ferreira Lima, astrofísica e coordenadora do projeto Cientistas do Pampa, da Unipampa; Natália Machado Tavares, bióloga, pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Bahia e integrante do projeto Meninas Baianas na Ciência; e Maria Isabel Pinheiro, estudante de biologia e ganhadora de uma das edições da Obsma. A mediação do evento será de Shirley Costa, coordenadora do Programa Bahia Olímpica.

Não fique de fora! Participe.

+Saiba mais: Live da Obsma que aconteceu em setembro deste ano e também abordou gênero, ciência e o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã

Publicado em 21/10/2020

Seminário PrInt-Fiocruz Capes abordará experiência de alunos que estavam no exterior durante pandemia

Por
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Para fechar o ciclo de debates acerca dos desafios da saúde e educação em meio à pandemia global, o Programa Institucional de Internacionalização da Fiocruz (PrInt Fiocruz-Capes) vai realizar mais um encontro no âmbito do Seminário Internacional do PrInt Fiocruz-Capes. A última rodada de palestras está marcada para a próxima terça-feira, 27 de outubro, às 10h (horário de Brasília) e trará a experiência de estudantes que vivenciaram a pandemia de Covid-19 em terras estrangeiras. O encontro será transmitido online pelo canal da Fiocruz no Youtube e conta com tradução simultânea para o inglês e para o português, ampliando o acesso à discussão. Acompanhe!

Após discutir os desafios e estratégias para a pós-graduação em tempos de Covid-19, bem como a maneira como os sistemas universais estão respondendo à atual emergência sanitária, o Seminário Internacional 2020 propõe agora um bate papo com pós-graduandos brasileiros que estavam em outro país e estrangeiros que estavam no Brasil durante esses meses de pandemia. O evento, intitulado “Lidando com a Covid-19 em terras estrangeiras: experiências dos estudantes dos Programas de Pós-graduação da Fiocruz", acontecerá em formato de roda de conversa, conduzida pelo apresentador do Canal Saúde, Renato Farias, com a presença de quatro estudantes e um docente, que dividirão suas experiências de maneira descontraída, porém levantando relevantes pontos de análise.

Segundo a coordenadora-geral de Educação da Fiocruz, Cristina Guilam, o último encontro, com caráter um pouco mais afetivo, abordará a importante questão de apoios e redes que esses estudantes constroem durante a experiência internacional. Para ela, tais questões são fundamentais para o sucesso ou insucesso dos estudantes em seus locais de estágio em outros países. Cristina destacou ainda que o propósito da conversa é "saber como esse distanciamento imposto pela pandemia impactou no desenvolvimento de seus trabalhos. Apesar das experiências serem totalmente pessoais, muitas vezes elas se repetem com muitos dos alunos, por isso esse compartilhamento é tão importante”, disse ela.

O Seminário Internacional do PrInt Fiocruz-Capes 2020 já realizou dois encontros. O primeiro aconteceu em 21 de agosto e tratou do tema: “Desafios e estratégias para o ensino na Pós-Graduação em tempos de pandemia”. Assista a apresentação na íntegra:

O segundo debate aconteceu em 29 de setembro com o tema: "Como sistemas universais de saúde estão respondendo à pandemia? Os casos do Canadá, Reino Unido e Brasil”. Assista ao vídeo do encontro:

O PrInt Fiocruz-Capes

O Programa de Internacionalização da Fiocruz é financiado pela Capes e tem por objetivo fomentar a internacionalização das instituições vencedoras do edital a partir da concessão de bolsas de mobilidade internacional. Além de oferecer recursos para a execução de missões e outras atividades que contribuam para que os programas de pós-graduação fortaleçam seus laços com parceiros estratégicos, promovam a formação de redes e a construção de trabalhos conjuntos com outros países, aumentando a visibilidade das pesquisas científicas brasileiras.

O PrInt Fiocruz-Capes está organizado em três Redes Temáticas: Ricei, Ricroni e Rides, cada uma com três projetos coordenados por docentes de diferentes unidades. Conheça mais do projeto Print Fiocruz-Capes.

+Leia também: Seminário do PrInt: Fiocruz expande sua rede de educação e lança hub em plataforma internacional de e-learning

Publicação : 06/10/2020

Nota Técnica 02/2020 - Orientações sobre elaboração dos editais 2020-2021 dos programas de Residências em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/MS) no quesito ações afirmativas - Pessoas com Deficiência

A Fiocruz acaba de publicar a Nota Técnica 02/2020, que trata das Orientações sobre elaboração dos editais 2020-2021 dos programas de Residências
em Saúde da Fiocruz no quesito ações afirmativas - Pessoas com Deficiência (PcD)

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Publicado em 23/09/2020

Mestrado e doutorado em história das ciências e da saúde estão com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições para o Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em História das Ciências e da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz (PPGHCS/COC/Fiocruz), na área de concentração de História das Ciências. Ao todo, estão disponíveis 18 vagas para o mestrado e 15 para o doutorado. A seleção é para o ano de 2021. O PPGHCS tem como objetivo a formação, no âmbito das ciências humanas e sociais, de recursos humanos altamente capacitados para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de história das ciências e história da saúde, bem como o exercício do magistério em cursos de graduação e pósgraduação. As inscrições vão até 14 de dezembro. 

A análise da ciência e da saúde como objetos relevantes da história é compreendida como um caminho para reflexões mais amplas sobre as relações entre o conhecimento e as demandas e desafios da sociedade brasileira. O Programa busca contribuir para que a pós-graduação amplie sua importância e atuação na agenda nacional de pesquisa e de educação. O curso é voltado a profissionais de nível superior, que atuem preferencialmente nas seguintes áreas do conhecimento: ciências humanas, ciências sociais, ciências da saúde, ciências biológicas e ciências biomédicas.

Mestrado em História das Ciências e da Saúde

O curso será realizado em regime de dedicação integral e o aluno terá o máximo de 24 meses para concluir o total de créditos exigidos. Ao todo, estão disponíveis 18 vagas para o curso de mestrado, sendo 14 para ampla concorrência, 1 para Pessoas com Deficiência e 3 destinadas a negros (pretos e pardos) ou Indígenas.

Edital 2021 - Chamada Pública de Seleção Mestrado Acadêmico

Errata nº 1 - Chamada Pública de Seleção Mestrado Acadêmico - Edital 2021

Anexo X - Bibliografia para Ensaio Historiográfico - Mestrado 2021

Doutorado acadêmico em História das Ciências e da Saúde

O doutorado será realizado em regime de dedicação integral e o aluno terá o máximo de 48 meses para concluir o total de créditos exigidos. Ele ofere 15 vagas, sendo 12 para ampla concorrência, 1 a Pessoas com Deficiência e 2 destinadas a negros (pretos e pardos) ou Indígenas. 

Edital 2021 - Chamada Pública de Seleção Doutorado Acadêmico

Errata nº 1 - Chamada Pública de Seleção Doutorado Acadêmico - Edital 2021

Publicado em 27/08/2020

Fiocruz lança mestrado profissional voltado para população LGBTQIA+

Por
Comunicação Ensp/Fiocruz

"Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação". Com base na Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde e na vulnerabilidade da população LGBTQIA+ quanto ao atendimento de seus direitos, incluindo o acesso aos serviços de saúde, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocuz) lança o curso de Mestrado Profissional em Direitos Humanos, Justiça e Saúde: Gênero e Sexualidade (2020.2). Desenvolvido pelo Departamento de Direitos Humanos e Saúde, curso destina-se a formar servidores públicos do Estado e dos municípios do Rio de Janeiro visando combater as discriminações e violações cometidas contra a população LGBTQIA+, no âmbito da atenção à saúde. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até 8/9 pelo Campus Virtual Fiocruz.

Acesse o edital e inscreva-se já!
 
O mestrado profissional é coordenado na Ensp pelos pesquisadores Maria Helena Barros, Marcos Besserman, Aldo Pacheco e Angélica Baptista. A iniciativa, que surgiu a partir da emenda parlamentar do deputado federal David Miranda, tem o objetivo de formar profissionais qualificados na área dos Direitos Humanos e Saúde para formulação e implementação de políticas públicas, seja na modelagem de projetos de intervenção, infraestrutura e atenção diferenciada à população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais ou Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexual + (LGBTQIA+).
 
“A Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde explicita o direito ao cuidado, ao tratamento e ao atendimento livre de discriminação de orientação sexual e identidade de gênero. Nessa perspectiva, o curso foi pensado para fazer uma discussão profunda sobre o campo dos direitos humanos e a questão de gênero e sexualidade. A população LGBTQIA+ sofre não só pela violência e discriminação, mas também pela falta de acesso ao sistema de saúde. É preciso que o SUS se capacite para atendê-los. E esse atendimento deve ser referenciado pelo respeito à dignidade da pessoa humana, pelo respeito à diversidade e pelos direitos humanos e saúde”, afirmou a pesquisadora Maria Helena Barros.
 
Acesse a chamada pública.

Violência contra a população LGBTQIA+
 
Relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia informa que 329 LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tiveram morte violenta no Brasil, vítimas da homotransfobia, em 2019. Foram 297 homicídios e 32 suicídios. Isso equivale a 1 morte a cada 26 horas. O grupo indica uma redução de 26%, se comparado com o ano anterior. Em 2017 foram 445 mortes e em 2018, 420.

Publicado em 21/08/2020

Edição especial da Revista Poli aborda Educação Profissional no Brasil

Por
Cátia Guimarães (comunicação EPSJV/Fiocruz)

Técnicos de enfermagem, de análises clínicas e radiologia; agentes comunitários e indígenas de saúde: esses são apenas alguns exemplos dos trabalhadores técnicos que têm feito uma grande diferença no enfrentamento da pandemia de novo coronavírus no Brasil. Pouca gente conhece, no entanto, o segmento educacional que forma esses e muitos outros trabalhadores não apenas no campo da saúde. Por isso, a edição especial da Revista Poli - publicação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) - traz uma série de reportagens que conta a história da Educação Profissional no Brasil do início do século 20, quando foram criadas as escolas que deram origem à atual Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, até os dias atuais, passando pela industrialização da Era Vargas e pelos anos de chumbo da ditadura.

Como a relevância desses trabalhadores e da sua formação é uma realidade muito anterior à Covid-19, a revista traz o perfil de um personagem real que, mesmo sem ter tido acesso à formação profissional, é reconhecido como o braço direito de alguns dos maiores cientistas da Fundação Oswaldo Cruz na primeira metade do século passado: Joaquim Venâncio, que dá nome Escola Politécnica, unidade técnico-científica dedicada ao ensino, à pesquisa e à cooperação na área de educação profissional. A edição especial, aliás, marca o aniversário de 35 anos da EPSJV/Fiocruz, cuja trajetória é narrada em duas reportagens deste número: em uma, sua história se confunde e se mistura com as lutas pela redemocratização do país, tanto no campo da saúde como na da educação; em outra, destacam-se suas principais ações de agora, 2020, quando uma pandemia que já matou mais de 110 mil brasileiros chamou as instituições públicas de ensino e pesquisa a intensificarem ainda mais sua produção científica e seu diálogo com a sociedade, em defesa da vida. 

Na seção Dicionário, o leitor vai entender melhor o que significa ‘Escola Unitária’, um conceito que atravessa as principais disputas que o campo da Educação Profissional experimentou no Brasil e no mundo – e que influenciou diretamente a criação do então Politécnico da Saúde, três décadas e meia atrás. Por fim, a entrevistada desta edição é a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que fala sobre a importância da formação dos trabalhadores técnicos e da sua formação antes e depois da atual crise sanitária atual, ressaltando ainda a articulação de todas as áreas de atuação da instituição como fundamental para a resposta que vem dando à sociedade brasileira neste momento.

Leia aqui a publicação na íntegra

Publicado em 10/08/2020

Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde alcança marca de 100 doutores

Por
Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)

O Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) alcançou a marca de 100 doutores formados. Com linhas de pesquisa variadas, o curso contempla estudos sobre ciências sociais e humanas aplicadas ao ensino em Biociências e Saúde, divulgação e jornalismo científico e perspectivas da interface entre Ciência e Arte. Até julho de 2020, o Programa titulou outros 167 mestres, sendo 153 do curso de mestrado acadêmico e 14 do mestrado profissional. Atualmente, o curso conta com 39 docentes e 132 discentes.

“Avaliar a produção acadêmica da trajetória de mais de 15 anos da Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde é uma tarefa absolutamente essencial. Os estudos não valem por si, mas sim pelo impacto que têm na sociedade. Impacto no qual o programa está completamente imerso. Esperamos que essa marca da centésima tese seja um ponto de inflexão para o seu maior crescimento”, destacou Tania Araújo-Jorge, pesquisadora do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do IOC e coordenadora da Pós.

O estudo de número 100, desenvolvido pelo recém-doutor Gustavo Henrique Varela Saturnino Alves, teve como objetivo descrever e investigar as ações de um centro de ciências itinerante com o foco na exposição, público e mediadores. A pesquisa teve como recorte o espaço itinerante Ciências Sob Tendas (CST), criado em 2013 como produto do edital de popularização da ciência da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O espaço, que faz parte do programa de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF), busca contribuir para a alfabetização científica, oferecendo sensibilização e compreensão pública da ciência e da tecnologia, por meio de atividades lúdicas, criativas e interativas.

Intitulado Ciências Sob Tendas transformando a extensão em pesquisa: análise sobre a exposição, o mediador e o público, o trabalho foi orientado pelos professores Robson Coutinho Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Grazielle Rodrigues Pereira, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ).

Os resultados do estudo sugerem que o espaço itinerante tem contribuído para a interiorização do conhecimento científico, uma vez que leva conteúdos por diferentes realidades e populações do Estado do Rio de Janeiro. A iniciativa contribui ainda para oferecer bens e aparelhos científico-culturais a uma parcela da população que não tem o acesso de forma facilitada. A análise reforça a importância desse tipo de divulgação científica e seu papel estratégico no Brasil, considerando em especial, aspectos como as diferenças socioeconômicas entre as cidades, periferias e o interior do país.

Programa

Criada em 2004, a Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde é fruto da iniciativa de pesquisadores do IOC/Fiocruz sensibilizados pela importância da qualificação de professores em diferentes níveis de ensino - fundamental, médio e superior, no que diz respeito ao campo de pesquisa básica e aplicada em Ensino em Biociências e Saúde. “O Programa surgiu como uma grande inovação no IOC e na Fiocruz, por ter sido o primeiro a abordar a questão do ensino e abrir a oportunidade para o desenvolvimento de pesquisas na área”, ressaltou Tania. A Pós também se diferenciou no contexto regional, por ser, em 2004, a primeira oferta de doutorado no Rio de Janeiro na Área de Ensino da Capes, na época ainda denominada ‘Área de Ensino de Ciências e Matemática’.

O curso tem como objetivo qualificar profissionais para a elaboração de metodologias e estratégias de ensino-aprendizagem e realizar avaliações desse campo a partir de metodologias quantitativas e qualitativas. Entre os profissionais qualificados estão educadores, professores, profissionais de serviços de saúde, da área de Ciência e Tecnologia e do campo da comunicação social.

Imagem: Galeria de imagens do Programa de Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde (IOC/Fiocruz)  

Publicado em 06/08/2020

Vigilância em saúde é tema de seminário online do Observatório Covid-19 da Fiocruz

Por
Isabela Schincariol (Campus Virtual Fiocruz)

Analisar a trajetória brasileira da vigilância em saúde, a experiência nacional no enfrentamento da pandemia de Covid-19 e os desafios para o futuro. Esses são objetivos do seminário virtual Vigilância em saúde no Brasil: trajetória, desafios no contexto da Covid-19 e perspectivas futuras, que será realizado na próxima segunda-feira, 10 de agosto, às 14h, e transmitido pelo canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no youtube. O webinar é o primeiro de uma série de encontros organizados pelo Observatório Covid-19 Fiocruz no âmbito de um projeto de pesquisa que analisa, em perspectiva comparada, as respostas de nove diferentes países à pandemia, cujo objetivo é extrair lições para o Brasil e propor recomendações para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Acesse e acompanhe!

Os palestrantes convidados são Maria Glória Teixeira, pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia e integrante da Rede CoVida e Eduardo Hage Carmo, pesquisador da Fiocruz Brasília e médico sanitarista da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio atuará como debatedor. A abertura do encontro será feita pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado.  A organização e mediação do encontro serão responsabilidade do pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e coordenador do Observatório Covid-19 Fiocruz, Carlos Machado de Freitas.

Segundo Cristiani Machado – que também é pesquisadora da Ensp/Fiocruz e uma das coordenadoras do estudo, juntamente com Adelyne Pereira – o webinar voltado ao caso brasileiro inaugura uma série que tem como propósito promover a reflexão sobre diferentes experiências de países no enfrentamento da pandemia de Covid-19, buscando extrair lições para o fortalecimento da vigilância e da atenção em saúde no enfrentamento de emergências sanitárias no Brasil. Dois novos encontros já estão sendo organizados e, em breve, serão divulgados.

A análise dos Sistemas de Saúde no enfrentamento à Covid-19

O projeto de pesquisa Os Sistemas de Saúde no Enfrentamento à Covid-19: experiências de vigilância e atenção à saúde em perspectiva comparada visa analisar as experiências de países selecionados – China, Coréia do Sul, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Canadá, Argentina, México e Brasil – no enfrentamento da atual pandemia, com foco na configuração institucional, no modelo de atuação e nas estratégias adotadas no âmbito da vigilância em saúde, em articulação com a atenção à saúde.

A pesquisa buscará, portanto, a partir da realização de estudos de caso múltiplos, em perspectiva comparada e com base em fontes secundárias, identificar elementos positivos e limites nas respostas dos países à pandemia, de forma a extrair lições para a reflexão sobre o caso brasileiro e fazer recomendações para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

O encontro será transmitido pelo canal da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz no youtube

Publicado em 31/07/2020

Encontros Virtuais da Educação: editores da Fiocruz conversam com alunos, professores e pesquisadores sobre produção e publicação científica

Por
Campus Virtual Fiocruz

No dia 27 de julho, às 10h, aconteceu o quarto evento da série Encontros Virtuais da Educação, com o tema Editoria científica e saúde. Na abertura, a vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Vieira Machado, lembrou que a atividade surgiu na Câmara Técnica de Educação, a fim de aproximar a comunidade acadêmica das iniciativas estratégicas da área.

Após falar brevemente sobre os três encontros realizados, Cristiani destacou o tema do dia. “No que concerne à editoria científica, temos orgulho de ter na Fiocruz uma área muito rica e diversificada. A Editora Fiocruz é uma das mais reconhecidas na publicação de livros no campo da saúde, na América Latina. Além disso, temos sete periódicos científicos, a maioria de caráter interdisciplinar, que abrangem várias áreas do conhecimento e desenvolvem um trabalho regular e seríssimo”, comentou, detalhando em seguida um pouco mais sobre o perfil de cada revista. Depois, falou sobre os 5 anos do Portal de Periódicos Fiocruz, que reúne as publicações, e de seu papel na divulgação do conhecimento científico de forma ampla para toda a sociedade.

Antes de passar a palavra aos palestrantes, a vice-presidente chamou a atenção para a relevância das atividades de editoria científica na formação de professores e pesquisadores. “Esta é uma das facetas do ofício de um bom pesquisador. Certamente todos seremos autores de trabalhos científicos, e daí a importância de conhecer as especificidades que envolvem este fazer tão cuidadoso, quase artesanal”, afirmou.

Editores da Fiocruz compartilham experiências e trazem contribuições diversas

A primeira apresentação foi da pesquisadora Luciana Dias de Lima, uma das editoras-chefe dos Cadernos de Saúde Pública. Ela compartilhou orientações gerais e boas práticas sobre publicações científicas, explicando como o artigo se diferencia de outras formas de publicação, alguns cuidados ao elaborar e submeter o trabalho, além de critérios na escolha da revista. Luciana destacou o fato de que a Ciência é um empreendimento coletivo. “O artigo é um exercício de diálogo com o conhecimento existente, com a sua produção e a avaliação pela comunidade”, afirmou. Além disso, comentou que os artigos têm um grande potencial de divulgação junto a um público mais amplo, e da valorização do acesso aberto para que este objetivo seja alcançado. Ela finalizou a apresentação comentando sobre todo o processo de submissão e aceitação de um artigo pelos editores.

Dialogando com estas etapas, Angélica Ferreira, editora da revista Trabalho, Educação e Saúde, fez um recorte do processo de avaliação, centrando sua apresentação nos fatores que determinam a recusa de um artigo. Ela elencou os principais motivos: textos que não se enquadram na linha editorial e nas seções da revista; que sejam pouco originais por já terem sido bastante explorados na literatura, pelo periódico ou ainda que não acrescentem novos conhecimentos sobre o objeto; além de artigos que apresentem a própria premissa como conclusão ou que tenham problemas metodológicos.

Angélica falou que os autores devem lidar com a dimensão pedagógica dos pareceres, o que inclui a recusa do artigo. “É necessário sair da defensiva ao receber um parecer negativo”. Segundo ela, é importante compreender a leitura que o parecerista fez do texto e estudar as recomendações. “Este é o ciclo básico de quem participa de comunidades científicas. É uma postura de reconstrução e aprendizado”, disse. E destacou outra dimensão: a de construção de parcerias ao longo do processo de elaboração do artigo, buscando pessoas para construir o conhecimento. “Um parecer negativo, muitas vezes te indica caminhos para a sua formação, seu aprendizado, para trabalhos futuros”, ensina.

Já o futuro das próprias revistas científicas foi o tema do editor das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o periódico mais antigo publicado pela instituição. Adeilton Brandão projetou tendências. Para ele, o desenvolvimento de tecnologias da informação, facilitará a disseminação de artigos em preprint e o acesso a dados abertos, possibilitando que os próprios cientistas tenham um ponto focal na rede, assumindo funções típicas de um editor. Então, qual seria o papel das revistas neste novo cenário? Segundo Adeilton, caberá mais às revistas atuar como provedoras de serviços editoriais do que “certificadoras” da produção científica. Por sua vez, os pesquisadores resgatariam o controle de sua produção intelectual, como consequência natural da descentralização de processos. Ao final, ele deixou duas provocações: “Artigos científicos devem ser rejeitados ou sempre melhorados e corrigidos?” e “Em vez de publicar ou perecer, por que não publicar ou florescer?”.

Ampliar o acesso aberto ao conhecimento: política institucional estratégica

Uma das premissas para florescer é ampliar o acesso aberto ao conhecimento. Principalmente, no contexto de uma crise sanitária. Esse foi o ponto central do editor executivo João Canossa, em sua apresentação Editora Fiocruz em tempos de pandemia (y otras cositas más). Ele falou sobre estratégias neste sentido, como converter títulos comerciais para acesso aberto. Atualmente, a Editora Fiocruz tem 290 títulos na plataforma SciELO Livros, sendo 209 em acesso aberto, sendo responsável por cerca de 47 milhões de downloads — o que corresponde a aproximadamente 47% dos livros baixados em toda a plataforma.

João apresentou dados mostrando significativo crescimento pelos livros da editora este ano, comportamento atribuído à pandemia, assim como ao trabalho de comunicação e marketing, com investimentos em divulgação nas redes sociais, lançamentos e participação em eventos acadêmicos virtuais, assim como parcerias estratégicas, como as realizadas com a Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu). Ele mencionou também a participação dos autores como fontes da mídia para tratar de temas relacionados à Covid-19. Por fim, falou sobre o processo de submissão pelos autores e as etapas editoriais. E concluiu citando o autor colombiano Álvaro Mutis: “Ler um livro é voltar a nascer...”, disse, refletindo sobre o papel dos editores e autores, no que tange à formação de novas gerações de leitores.

A última apresentação foi da editora de conteúdo e comunicação do Portal de Periódicos Fiocruz, Flávia Lobato. Ela explicou que o espaço foi criado há 5 anos como uma das plataformas estruturantes para a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da instituição. Além disso, comentou sobre a articulação com o Fórum de Editores Científicos. Isso permite que o Portal seja um espaço de integração das revistas, compartilhamento de experiências, reflexão e, em última análise, se projete como uma referência em editoria científica. Neste sentido, Flávia apresentou algumas possibilidades de divulgação, considerando diversos formatos e linguagens (notícias, entrevistas, vídeos e infográficos), relatando casos de sucesso, além de dados sobre o público visitante do Portal e de sua página no Facebook. Sempre com o objetivo de prover acesso e visibilidade à produção científica, destacou. Por fim, lembrou que, além do diálogo com a sociedade, o Portal é também um instrumento que contribui para o ciclo de formação de estudantes, pesquisadores e profissionais.

O encontro terminou com debates com o público, formado por cerca de 70 participantes. Assista ao vídeo das apresentações, que também está disponível no canal do Campus Virtual Fiocruz no YouTube.

Mais encontros

Na próxima segunda-feira, dia 3 de agosto, às 9h30, será realizado o 5º Encontro Virtual da Educação. O tema será Ambientes Virtuais de Aprendizagem, com orientações sobre o uso da plataforma Moodle. E, para rever os eventos anteriores, acesse os links a seguir:

7/7: Saúde e Meio Ambiente: Olimpíada científica da Fundação inaugura encontros virtuais
13/7: Encontro virtual debate recursos educacionais e ferramentas digitais da Fiocruz
20/7: Encontro debateu comunicação pública como política de ampliação dos espaços de educação

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