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Publicado em 11/10/2024

Sextas homenageia o poeta Murilo Mendes

Autor(a): 
Ana Furniel

Esta semana, o Sextas traz o poeta Murilo Mendes, nascido em Minas Gerais, em 1901, carrega em si a marca do poeta do século XX. Sua sensibilidade às divergências fizeram dele um autor ímpar no século dos extremos: o século das vanguardas, das guerras, das ciências, da busca pela compreensão do lugar do homem na vida e no Universo.

No poema escolhido, "Mapa", o autor fala das dores e angústias de ser várias possibilidades e estar preso em um só tempo, um só lugar. "Me colaram no tempo, me puseram uma alma viva e um corpo desconjuntado".

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo claro com o desenho de um mapa, na parte superior e inferior do banner o desenho de uma bússola, no centro, uma rosa dos ventos. No centro do banner um trecho do poema “Mapa” de Murilo Mendes:

Me colaram no tempo, me puseram 

uma alma viva e um corpo desconjuntado. Estou 

limitado ao norte pelos sentidos, ao sul pelo medo…

Andarei no ar.

Estarei em todos os nascimentos 
e em todas as agonias …

Estou no ar …

nem triste nem alegre, chama com 
dois olhos andando,

sempre em transformação.

Publicado em 04/10/2024

Sextas apresenta o "visível invisível" de Bobby Baq

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia apresenta esta semana a poesia de Bobby Baq, poeta e dramaturgo. Autor dos livros Nódoa, Nébula, Suspensivos e outros, ele trabalha com o silêncio na palavra escrita e a performatividade na palavra oralizada. Desenvolveu experimentos cênicos com artistas de outras áreas misturando música, poesia oral e dança, além de spoken words, vídeo poemas, colagens e algumas oficinas. 
No poema escolhido para esta edição do Sextas, o poeta nos lembra que mesmo aquilo que não vemos, ainda assim lá estão, ainda são.

*Com informações do site de Bobby Baq

 

#ParaTodosVerem Banner com fundo claro, no canto direito inferior a figura ilustrativa de duas mãos juntas, elas seguram três pequenas estrelas, uma na cor laranja, outra amarela e a terceira na cor verde. No centro do banner o poema de Bobby Baq:

Três ruas sem saída 
na mesma encruzilhada.

Três estrelas mortas 
na mesma constelação.

Três nadas
Três nãos.

Ainda assim
ainda são.

Publicado em 27/09/2024

Esperançar é a reflexão do Sextas de Poesia, em homenagem a Paulo Freire

Autor(a): 
Ana Furniel

Paulo Freire, que completaria 103 anos em 19 de setembro de 2024, é o autor homenageado esta semana no Sextas de Poesia. O trecho escolhido foi da obra “Pedagogia da esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido”, de 1992, onde o autor faz uma reflexão sobre a Pedagogia do oprimido, um reencontro com ela, com suas vivências em décadas nos mais diferentes cantos do mundo: “esperançar é não desistir... esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”.

Educador e filósofo brasileiro, é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da educação, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. É também o Patrono da Educação Brasileira e um dos autores mais lidos no mundo. A Pedagogia do Oprimido é até hoje um livro obrigatório e referência, um livro radical, sobre solidariedade, possibilidades infinitas de diálogo e mudança.

No abraço às possibilidades de Paulo Freire, o Sextas de Poesia celebra mais de 200 edições publicadas. Criado durante a pandemia, o projeto busca compartilhar afetos e acolhimento e nos lembra que educação, cultura e arte andam juntas. Na data de hoje, 27 de setembro, celebramos também 8 anos de lançamento do Campus Virtual Fiocruz na luta pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), através da formação de profissionais de saúde.

+Saiba mais: Campus Virtual Fiocruz: 8 anos apoiando a formação para o SUS

 

Viva Paulo Freire e seu esperançar!

 

Publicado em 20/09/2024

Sextas homenageia a força dos povos indígenas com poema "Silêncio Guerreiro"

Autor(a): 
Ana Furniel

Esta semana o Sextas de Poesia traz o poema "Silêncio Guerreiro", de autoria de Márcia Wayna Kambeba, da etnia Omágua Kambeba, do Amazonas. Geógrafa por formação, ela também é poeta, cantora e compositora. Em sua luta na literatura e na música, aborda, sobretudo, a identidade dos povos indígenas, territorialidade e a questão da mulher nas aldeias. Em 2013, lançou o livro Ay Kakyri Tama, que reúne textos poéticos e fotografias das vivências do seu povo.

No poema, a autora é transparente e adota uma linguagem referencial, direta, com tom testemunhal e de denúncia sobre as agressões à terra, a floresta e aos povos indígenas: "É preciso silenciar
Para pensar na solução
De frear o homem branco
E defender o nosso lar". 

Mais atual, impossível! Assistimos à destruição das florestas, queimada a perplexidade com olhos de fumaça!

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Foto de um indígena com cocar e um arco na mão, ele está de costas e na sua frente uma flecha está no ar, o céu está em tons avermelhados com um pôr do sol. Na foto está um trecho do poema "Silêncio Guerreiro", de Márcia Kambeba:

No silêncio da minha flecha
Resisti, não fui vencido
Fiz do silêncio a minha arma
Pra lutar contra o inimigo.

Silêncio é preciso,
Para ouvir o coração,
A voz da natureza
o choro do nosso chão.

Publicado em 13/09/2024

Sextas de Poesia homenageia Ferreira Gular com poema sobre a dualidade do ser

Autor(a): 
Ana Furniel*

Ferreira Gullar, pseudônimo de José Ribamar Ferreira, que nasceu em 1930 e faleceu em 2016, celebraria seu aniversário no dia 10 de setembro. Gullar, que foi um dos fundadores do neoconcretismo, procurou sempre apontar em sua obra a problemática da vida política e social do homem brasileiro.

O Sextas de Poesia faz sua homenagem com o poema 'Traduzir-se' do poeta, onde enxergar o outro como dualidade é nos vermos também como seres duais que somos: “uma parte de mim pesa e pondera/outra delira”, num processo de construção contínua de aperfeiçoamento, até o retorno ao nosso centro: “uma parte de mim é multidão/outra parte estranheza e solidão”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Com informações do portal Domingo com Poesia

#ParaTodosVerem Duas fotos, na primeira foto uma mulher preta com cabelo black power, ela está de costas e veste uma blusa colorida, na sua frente há um muro, o mar e o outro lado da cidade. Na segunda foto há apenas o recorte da silhueta do corpo da mulher, preenchida pela paisagem que estava de fundo na primeira imagem. Embaixo das duas fotos, um trecho do poema "Traduzir-se" de Ferreira Gullar:
Uma parte de mim 
é todo mundo;
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
-que é uma questão 
de vida ou morte-
será arte?

Publicado em 06/09/2024

Sextas de Poesia reflete sobre o ineditismo da vida com Clarice Lispector

Autor(a): 
Ana Furniel

Esta edição do Sextas de Poesia traz Clarice Lispector falando sobre a vida e a vontade de experienciá-la: "Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera". Em 'A descoberta do mundo' - livro que reúne 468 crônicas publicadas originalmente na coluna semanal que a escritora mantinha no Jornal do Brasil, entre 1967 e 1973 -, Clarice fala sobre suas histórias, paixões, entrevistas e outras coisas que de alguma forma fizeram parte de sua existência.

A descoberta do mundo foi o primeiro trabalho de crônicas de Clarice. A escritora brasileira marcou a literatura do século XX com seu estilo intimista e complexo, linguagem poética e perturbadora. Clarice Lispector, que nasceu em 1920 e faleceu em 1977, é um marco em nosso Modernismo e suas obras continuam entre as mais lidas no país. 

A autora, vale lembrar, figura como uma das primeiras mulheres a ganhar notoriedade nacional ao lado de grandes nomes, como Rachel de Queiroz e Cecília Meireles, tendo, portanto, também um papel fundamental para desconstruir preconceitos e ampliar o horizonte para tantas outras mulheres na literatura.

 

#ParaTodosVerem Foto de uma estrada de terra batida, de cada lado da estrada um campo com vasta plantação verde, ao fundo o céu amarelado pelo pôr do Sol. No centro da foto o poema de Clarice Lispector, do livro A Descoberta do Mundo:
Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.

Publicado em 30/08/2024

Sextas referencia o mar e sua relação com a vida

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas de Poesia desta semana traz Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX. O poema Inscrição é o escolhido da semana e mostra, mais uma vez, a referência ao mar, tão presente na obra de Sophia, assim como a natureza, marcando, como a própria autora dizia, sua relação com a vida, "pois a poesia é a minha explicação com o universo".

Ela foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante prêmio literário da língua portuguesa, o Prêmio Camões, em 1999. Em 1998, recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Aveiro e também o Prêmio Rainha Sofia, em 2003. Mais cedo, em 1964, recebeu o Grande Prêmio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo livro 'Livro sexto'. Sophia distinguiu-se também como contista e autora de livros infantis, e ocupou uma cadeira na Academia das Ciências de Lisboa.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu, aos 84 anos, em 2004. Desde 2005, por sua forte ligação com o mar, teve seus poemas colocados para leitura permanente no Oceanário de Lisboa, nas áreas de descanso da exposição.

 

 

 

#ParaTodosVerem, foto do mar dentro da água, o ângulo da foto está virado em direção ao céu, raios de luz solar atravessam a água. No centro da foto, o poema Inscrição de Sophia de Mello Breyner Andresen:

Quando eu morrer

voltarei para buscar 

Os instantes que não vivo

junto do mar

Publicado em 23/08/2024

Sextas traz a jovem poeta Viviane Lucas refletindo a liberdade de viver

Autor(a): 
Ana Furniel

"Às vezes sou casa, às vezes estrada. Nasci com pés, mas criei asas". 

O Sextas de hoje traz a jovem poeta Viviane Lucas, psicóloga, professora e escritora. Autora de Andarilha, de 2022, e Um lugar pra guardar imensidões, de 2023, Viviane também é colunista da revista literária Letra Miúda. A carioca publica ainda suas poesias no perfil do Instagram @contosdaluanova.

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Foto em primeiro plano de um papel colado em um poste, ao fundo muros baixos pintados com grafites, no papel está o poema de Viviane Lucas:
Às vezes sou 
Casa, às vezes estrada.
Nasci com pés
Mas criei asas.

Publicado em 16/08/2024

Sextas traz toda a intensidade da poeta Anna Apolinário

Autor(a): 
Ana Furniel

O Sextas desta semana traz a jovem poeta Anna Apolinário, com um trecho de Intermitências. Nascida em 1986, em João Pessoa, Pernambuco, Anna é escritora, poeta e feminista. Em seu site e perfis nas redes sociais ela apresenta "escritos e confabulações de uma alquimista da palavra". Segundo Anna, a poesia habita seu corpo feito um animal furioso. Ela diz que gosta de ser muitas: Pandora, Diana, Lilith, Vênus, Hécate e Medusa, um caleidoscópio incandescente. Com o poema "Intermitências", Anna mostra toda sua intensidade.

A poeta tem livros publicados e também participações em antologias literárias. São obras próprias de Anna: A Chave Selvagem do Sonho, de 2020, Magmáticas Medusas, de 2018, Zarabatana, de 2016, Mistrais, de 2014 e Solfejo de Eros, de 2010. Ela ainda tem participação nas publicações: Las Máscaras Del Aire, de 2020, Senhoras Obscenas, de 2019, Um girassol nos teus cabelos - poemas para Marielle Franco, de 2018, Ventre Urbano, de 2016 e Sob a Pele da Língua: breviário poético brasileiro, de 2019.

Conheça mais sobre Anna Apolinário em https://annaapolinario8.wixsite.com/poiesis

 

 

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Foto da onda no mar em primeiro plano, as gotículas de água voam, ao fundo da foto e desfocado, centelhas de fogo.

No centro da imagem o poema Intermitências de Anna Apolinário:

O que em ti há de mar
sereno, brando
em mim, centelha
não pede,
vocifera.

Publicado em 09/08/2024

Sextas de Poesia explora sentimentos com poema 'Só'

Autor(a): 
Ana Furniel

Eucanaã de Nazareno Ferraz, poeta, professor, ensaísta e autor de histórias infantis, é o autor escolhido na semana pelo Sextas de Poesia. Com o poema 'Só' - assim como em toda a sua produção literária - Eucanaã explora os sentimentos que movem a existência humana, como a dor, a solidão e as descobertas pelo caminho. O premiado poeta nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de maio de 1961. É professor e pesquisador de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atuando na graduação e na pós-graduação. Como poeta, publicou inúmeros livros e recebeu diversos Prêmio ao longo de sua carreira: Livro primeiro, 1990; Martelo, 1997; Desassombro, que recebeu o prêmio Alphonsus de Guimaraens em 2002; Rua do mundo, em 2004, Cinemateca, contemplado com o Prêmio Jabuti em 2004; Sentimental, que recebeu o Prêmio Portugal Telecom de Poesia em 2008; Escuta, em 2015; Trenitalia, em 2016, Poesia – 1990-2016, em 2016; Eucanaã Ferraz - Antologia, em 2017; Retratos com erro, em 2019; Janelas, com plaquete com gravura de Raul Mourão, em 2022; e Raio, em 2023. Escreve também livros voltados para o público infantojuvenil, ensaios e organiza antologias de autores importantes da literatura brasileira e portuguesa. Na linguagem audiovisual, divide coautoria no DVD Consideração do poema, de 2012, e, também em DVD, dirige e roteiriza Vida e verso de Carlos Drummond de Andrade: Uma leitura, de 2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

#ParaTodosVerem Foto de uma rua de terra à noite, há arvóres nos dois lados. No lado
esquerdo, há postes com as luzes acessas. No canto direito da foto, o poema 'O Só', de
Eucanaã Ferraz: 
Na longa alameda a 
luz aos pedaçoes cai
mole do alto dos
postes. Ele olha.

Para que não doa,
apenas olha.
E não dói.

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