Diferentes origens (em unidades e sotaques!), mas um mesmo e grande sentido de pertencimento – ou numa linguagem menos técnica: aquele tal “orgulho de ser Fiocruz”. Esses foram os elementos que alunos que desenvolveram seus estudos e carreiras na Fundação trouxeram para o Encontro de Alunos Egressos. O evento foi promovido pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) em comemoração aos 118 anos da instituição, celebrados no dia 28 de maio. Reunidos no Museu da Vida, eles mostraram que a educação é uma experiência tão rica quanto desafiadora, e compartilharam um pouco sobre suas trajetórias profissionais e aprendizado na Fiocruz.
Educação que transforma vidas
E fora dela também, como disse Daniele Cerri, que foi aluna da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) ao lembrar dos encontros com os amigos nos fins de semana. Citando o nome do fundador da Escola, contou que foi um espaço de "experimentação do mundo, da vida e da história”. A ex-aluna ressaltou o papel do Poli para desenvolver sua consciência sobre raça, classe, diferenças sociais e a importância da educação para a transformação social.
Foi o que mostrou o doutor André Luiz Lima, egresso da Casa de Oswaldo Cruz. Morador de Manguinhos, vindo de uma família com pouca formação formal, ele relatou as muitas barreiras de um aluno trabalhador para chegar à universidade, em especial a de dominar outros idiomas. “A Fiocruz foi meu porto em meio a dificuldades”, disse, citando quão raro é uma pessoa de sua origem conquistar esta qualificação. Com sua experiência de vida e sua formação, colocou em prática conhecimentos na cooperação social e na luta por territórios saudáveis. Ele destacou os incentivos de programas como o Brasil sem Miséria, do qual obteve uma bolsa.
Fazer a diferença em regiões carentes, poder salvar vidas, reduzir a mortalidade infantil, colocando em prática a missão institucional. Isso foi o que mais marcou a maranhense Zeni Carvalho Lamy, egressa do Instituto Nacional da Saúde da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A residência – que acolhe estudantes de vários estados brasileiros – foi um período em que ela pode não só desenvolver seu conhecimento sobre as relações entre pesquisa, assistência e serviços, mas também laços afetivos. “São laços nunca cortados”, disse. Sua vivência no Instituto permitiu que ela participasse da implantação de uma das primeiras unidades neonatais do Nordeste do país. Além da assistência em saúde, ela comentou sobre como a sua formação contribuiu para seu crescimento profissional. Atualmente, Zeni coordena e atua em diversas atividades na pós-graduação, na cooperação com redes internas, instituições internacionais e também na área de boas práticas.
Théo Santos, que fez mestrado na Fiocruz Bahia falou sobre a oportunidade de ter passado por vários institutos da Fiocruz e poder aprender com tantos cientistas muito gabaritados, que contribuíram tanto para sua formação profissional quanto humana.
Contribuições dos alunos para a instituição
Os alunos também tiveram a oportunidade de deixar contribuições para a Fiocruz. Tatiana Waetge, egressa de uma especialização na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e (ENSP) e atual aluna de doutorado no Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict) deixou duas sugestões. A primeira sobre a valorização do trabalho da Associação de Pós-graduandos (APG-Fiocruz) pelo apoio ao acolhimento dos alunos e atendimento psicossocial. Ela agradeceu as “portas sempre abertas da Fiocruz” e também mencionou a importância de aproveitar profissionais que se formaram e atuaram na instituição pela apropriação de conhecimentos sobre sua missão e demandas. Por sua vez, André Luiz Lima, sugeriu que sejam ampliadas as oportunidades pós-doutorado como as de estágio em docência.
Fechando o encontro, o vice-presidente Manoel Barral destacou o rico painel de experiências no campo da educação e celebrou os vínculos entre todos aqueles que fazem parte da história da instituição.
Por Flávia Lobato (Campus Virtual Fiocruz)
Nesta semana (21/6), o Encontros às Quintas, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), irá abordar o tema A era digital, o neodocumentalismo e o desafio às humanidades digitais: perspectivas em torno do fazer científico histórico e sociológico.
Para o pesquisador Ricardo M. Pimenta, do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), sua apresentação, que acontecerá no dia 21/6, às 10h, no Centro de Documentação em História da Saúde (CDHS), abordará o crescimento contínuo do interesse sobre "humanidades digitais" (HD) no cenário internacional e nacional aponta para uma acentuação da tendência tecnológica nas práxis das pesquisas em humanidades.
Outro ponto importante de sua reflexão é o papel do documento e as diversas compreensões da informação que um mesmo documento carrega atualmente. De acordo com o pesquisador do IBICT, “ao historiador do futuro a crítica ao documento passará pela linguagem computacional e pelo espetáculo das visualizações da informação cerzida por ferramentas digitais”.
Por COC/Fiocruz
Na próxima quinta-feira (24/5), a Fiocruz encerrará a formação (Re) Conhecendo o SUS: Construção, avanços e desafios do Sistema Único de Saúde. No evento, que ocorrerá na Escola Fiocruz de Governo (EFG), às 8h30, os alunos apresentarão seus portfólios, que consolidam a trajetória de reflexões ao longo do curso.
Responsável por formar 30 servidores do Ministério da Saúde, o curso ofereceu conhecimentos sobre a história da construção do Sistema Único de Saúde (SUS) , as responsabilidades dos gestores, trabalhadores e usuários, a importância da humanização das relações, bem como reflexões sobre as ações de saúde no Brasil.
Organizado em quatro ciclos de 16 horas cada, e com base em metodologias ativas, o curso valorizou a construção do saber entre as pessoas da turma e suas experiências. Segundo a psicóloga Laura dos Santos Boeira, na programação foram utilizados recursos como: oficinas de trabalho, aprendizagem em equipes, viagens educacionais e situações problema, para que a formação e a consolidação dos saberes fossem mais lúdicas: “Utilizamos materiais de visualização fácil, como mapas conceituais e maquetes. Essa abordagem teve o intuito de auxiliar os trabalhadores a sair da postura passiva de estudante que apenas recebe o que o professor apresenta”, explica. Além dela, os psicólogos Davi Bamblona e Marcel Carvalho, da ONG Instituto Veredas, também foram responsáveis pelas atividades do curso.
Sobre o curso
O curso da EFG é um dos produtos da parceria entre a Fiocruz Brasília, por meio do Laboratório de Educação, Mediações Tecnológicas e Transdisciplinaridade em Saúde (Lemtes), e o Ministério da Saúde, por meio da Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas.
O coordenador do curso, Jorge Barreto, ressalta que a iniciativa conduzida pelo Lemtes fortalece as ações de capacitação do Ministério da Saúde. “Convidamos a comunidade para assistir à apresentação dos portfólios e conhecer os resultados desta formação por meio de metodologias ativas, que caracteriza esta expertise no âmbito da EFG”.
Confira a programação do evento na nossa agenda!
Por Mariella de Oliveira-Costa (Fiocruz Brasília)
Entre os dias 5 e 9 de novembro, serão realizados o 3º Encontro Luso-Brasileiro de História da Medicina e o 23º Congresso Brasileiro de História da Medicina (CBHM), na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Cachoeirinha, Manaus.
Com o tema medicina e ambiente: articulações e desafios no passado, presente e futuro, os eventos visam discutir a história de doenças – em particular as chamadas “tropicais” ou “negligenciadas” – e a história das instituições e políticas de saúde do ponto de vista de seus determinantes socioambientais.
O 23º Congresso Brasileiro de História da Medicina Tropical será presidido por João Bosco Botelho, da Universidade do Estado do Amazonas e terá como vice-presidente Luiz Ayrton Santos Junior, da Universidade Federal e Universidade Estadual do Piauí. O 3º Encontro Luso-Brasileiro de História da Medicina Tropical terá como presidentes Jaime Larry Benchimol, da Casa de Oswaldo Cruz e Instituto Leônidas e Maria Deane da Fiocruz, e Isabel Amaral, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
As inscrições de trabalhos para ambos os eventos acontecerão do dia 1º de abril a 30 de julho. A secretaria dos eventos ficará sob o comando de Claudio Peixoto, no Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazonas). Todos os trabalhos submetidos deverão ser encaminhados para o e-mail congressomanaus2018@gmail.com, com cópia para ima@fct.unl.pt.
Para mais informações, acesse o Portal Fiocruz.