Pensando na capacitação dos profissionais de saúde para eliminar a discriminação racial, o Ministério da Saúde e a Universidade Aberta do SUS oferecem mais uma edição do curso Saúde da População Negra. A produção é da Secretaria Executiva da UNA-SUS, em parceria com os departamentos de Apoio à Gestão Participativa e de Gestão da Educação em Saúde. Essa é a sexta oferta da capacitação, que já reúne mais de 39 mil inscrições desde o lançamento, em 2014.
O curso debate questões relacionadas ao racismo institucional e seu impacto no atendimento dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Um dos objetivos é promover a reflexão sobre o tema e orientar os profissionais de saúde para que, em sua rotina de trabalho, possam identificar as desigualdades étnico-raciais que impactam sobre a saúde da população negra, monitorem e avaliem os resultados das ações para prevenção e combate dessas iniquidades. A qualificação também traz informações gerais sobre a população negra, sua cultura e práticas tradicionais de saúde.
Políticas para a cidadania, a dignidade e a igualdade
O conteúdo do curso foi baseado na Política Nacional Integral da População Negra, instituída pelo Ministério da Saúde em 13 de maio de 2009, por meio da Portaria nº 992. Baseada nos princípios de cidadania e dignidade humana, ressalta o repúdio ao racismo, em busca da promoção da igualdade. A diretriz também reafirma os princípios do SUS: a universalidade do acesso, a integralidade da atenção, a igualdade da atenção à saúde e a descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo. Essa política define os princípios, o marco, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão, voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visando à promoção da equidade em saúde da população negra.
O curso Saúde da população negra é online, autoinstrucional e possui carga horária de 45 horas. É voltado aos profissionais de saúde que atuam na Atenção Básica, e também é aberto ao público, sendo ofertado para profissionais de quaisquer áreas do conhecimento que se interessem pelo tema. As inscrições ficam abertas até 29 de junho, e podem ser feitas pelo site da UNA-SUS.
Fonte: Ascom UNA-SUS (comunicacao@unasus.gov.br)
Reconhecido por acompanhar a trajetória da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e expressar o compromisso institucional com o sistema público e universal de saúde, o curso de Especialização em Saúde Pública está com inscrições abertas para 2018. Sob coordenação das pesquisadoras Tatiana Wargas de Faria Baptista, Lenice Gnocchi da Costa Reis e Delaine Martins Costa, a especialização dispõe de nova estrutura curricular visando maior inserção no contexto atual das práticas e da organização do sistema de saúde. São oferecidas 33 vagas, sendo 30 para candidatos do Brasil e três para candidatos estrangeiros, e há reserva de 10% das vagas para ações afirmativas. As inscrições para o processo seletivo vão até o dia 11 de janeiro de 2018. Para se inscrever, clique aqui.
O objetivo do curso é formar profissionais com habilidades que potencializem o olhar crítico, reflexivo e abrangente sobre a situação de saúde e o contexto político-social, a fim de desenvolver os sistemas públicos de saúde. Em 2018, a expectativa é aprofundar a discussão sobre as desigualdades extremas que afetam a vida da população e impactam o Sistema Único de Saúde (SUS). Esta ênfase na programação é uma novidade e foi definida a partir da revisão da estrutura curricular, fruto de um debate de quase dois anos do Colegiado de Docentes que acompanha o curso.
A proposta para 2018 traz quatro Unidades de Aprendizagem: Modos de viver, adoecer e morrer no Brasil; Políticas de saúde e organização de sistemas e serviços de saúde; Práticas e cuidados em saúde; e Pesquisa e produção de conhecimento em saúde.
A pesquisadora Tatiana Wargas, do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde, ressalta: “Além disso, estamos trabalhando para incorporar em 2018 novas metodologias que possibilitem uma maior participação de nossos alunos, com o intuito de ouvirmos as demandas e experiências de nossos alunos e revisarmos os conteúdos em conjunto. É uma proposta ousada, desafiadora, mas a formação em saúde pública também é um espaço de experimentação e inovação para os professores. O diálogo possibilita a incorporação de novos olhares para os serviços de saúde e para as desigualdades de gênero, raça, renda, acesso e muitas outras que desejamos trabalhar”.
O curso de Especialização em Saúde Pública é destinado a profissionais graduados ligados à área da saúde ou áreas afins. Para o ano que vem, o Colegiado do Curso deseja divulgar e estimular a participação de trabalhadores das Secretarias de Saúde estaduais e municipais e profissionais que atuam na “ponta” do serviço.
Fonte: Ensp/Fiocruz | Foto: Peter Ilicciev (Fiocruz Imagens)
São cinco décadas pensando, criando e fazendo a saúde pública brasileira. Na próxima semana, a partir de quarta-feira (29/11), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) vai celebrar o aniversário de 50 anos de seu Programa de Pós-graduação Stricto sensu em saúde pública, além de promover uma série de debates sobre temas relativos a educação, qualificação e saúde no contexto do Seminário de Ensino 2017. Uma trajetória de luta. Da repressão dos militares às ameaças atuais de falta de financiamento, são muitos os desafios que professores, coordenadores, funcionários e alunos enfrentaram para fazer da Ensp/Fiocruz uma referência internacional quando o tema é a produção acadêmica no campo da saúde coletiva. Além de homenagens e uma mesa de debates, será lançado um livreto comemorativo e um vídeo.
Escola realiza uma série de eventos com programação especial para celebrar a data
Formando ao longo desse período centenas de mestres e doutores e produzindo milhares de teses, dissertações, artigos, além de qualificar profissionais para atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS), a pós-graduação da Ensp/Fiocruz tem uma trajetória que se confunde com a de muitos dos que passaram por suas salas de aula. Alguns começaram como alunos para depois se tornarem também professores e referências na área. Os ex-coordenadores do programa estarão presentes para os debates e homenagens do dia 20 de novembro. Já no dia 29, na parte da tarde, haverá o debate Integridade em pesquisa: problemas e desafios na condução e relato de estudos científicos, em sessão do Centro de Estudos da Ensp (na sala 410 da unidade da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro).
No dia 30, às 9h, no Salão Internacional, será realizada a mesa Perspectivas para a formação humana na atualidade: desafios para o mestrado profissional, que contará com a palestra de Liliam do Valle, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e com as debatedoras Virgínia Hortale, pesquisadora da Ensp/Fiocruz; Maria de Souza Gomes, coordenadora do Mestrado Profissional Saúde da Criança e da Mulher do Instituto Nacional da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), do Lato sensu e da qualidade profissional, e será coordenada por Simone Oliveira, da Ensp/Fiocruz.
Às 14h, também no Salão Internacional, haverá a mesa Perspectivas da formação humana na atualidade: desafios para o Lato sensu e a qualificação profissional, com a palestra de Nara Maria Pimentel, do MEC. As debatedoras serão Milta Neide Torrez, do CDEAD, Inês Nascimento Reis, da Ensp/Fiocruz, e a mesa será coordenada por Rafael Arouca, também da Escola.
Para fechar a semana de eventos, na sexta-feira (1/12), no Salão Internacional, haverá a palestra de António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, que falará sobre Desafios da gestão do ensino superior em contextos de crise.
Fonte: Ensp/Fiocruz
Uma iniciativa inovadora de formação baseada nos princípios da aprendizagem significativa. Assim pode ser definido o Programa de Formação em Saúde Pública para a Área de Fronteira Brasil-Uruguai, elaborado e oferecido por docentes da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e da Universidad de la República (Udelar). O programa se insere no marco de um acordo de cooperação trilateral entre os Ministérios da Saúde de Brasil e Uruguai e a Agência de Cooperação Técnica do Governo Alemão, e tem o objetivo de fortalecer os programas e serviços de vigilância em saúde na área de fronteira entre os dois países sul-americanos, com ênfase na vigilância do HIV/Aids.
Coordenado pelo pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp), Frederico Peres, o programa de formação teve início em março desse ano, com a solenidade de abertura contando com a presença do Ministro da Saúde do Uruguai, Jorge Basso Garrido, do diretor da Ensp/Fiocruz, Hermano Castro, e do vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Marco Menezes, que representou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, além de outras autoridades e professores brasileiros e uruguaios. A iniciativa contempla um conjunto de atividades acadêmicas, a serem realizadas em 2017 e 2018, nos quatro departamentos uruguaios que fazem fronteira com o Brasil, além de seis municípios do estado do Rio Grande Sul também localizados nessa região fronteiriça.
Estrutura do programa
A estrutura básica do programa está montada a partir de oficinas pedagógicas, oferecidas nos municípios de fronteira por docentes brasileiros e uruguaios, para profissionais que atuam/coordenam serviços de saúde no âmbito da Atenção Básica e de outros níveis de organização, de ambos os países. Nessas oficinas, são abordados e discutidos princípios, conceitos e ferramentas da organização dos sistemas de saúde e da vigilância em saúde de ambos os países. A partir de exemplos e da experiência dos profissionais-alunos, os professores atuam como mediadores do processo de reconhecimento de desafios e oportunidades presentes no cotidiano do trabalho loco-regional e, com base nesses exemplos e aportes, apresentam estratégias metodológicas e outras ferramentas que possam aprimorar as ações de vigilância em saúde na região fronteiriça, considerando as diferenças existentes entre as políticas, sistemas e serviços dos dois países.
Formação
A formação acontece em dois momentos distintos, ao longo de dois anos. Na etapa inicial, prevista para ocorrer entre março e dezembro de 2017, professores da Ensp/Fiocruz e da Udelar elaboram e conduzem as oficinas pedagógicas para um grupo de 30 profissionais, sendo 24 uruguaios e seis brasileiros, numa lógica de formação de formadores. As atividades e discussões são organizadas em torno de três Unidades de Aprendizagem: Organização dos sistemas de saúde; Vigilância em saúde; e Educação e promoção da saúde. Com essa organização, as atividades acadêmicas partem do reconhecimento das características de cada sistema nacional (SUS e SNS) para trazer à discussão estratégias e ferramentas voltadas para o fortalecimento da vigilância em saúde, com ênfase na vigilância do HIV/Aids. Na última unidade de aprendizagem, são discutidos os princípios pedagógicos da formação em saúde, visando à elaboração de novos programas de formação para diferentes grupos de profissionais e trabalhadores da saúde que atuam, em ambos os países, na região fronteiriça. Ao final dessa primeira etapa, cada departamento uruguaio e município brasileira terá construído um programa de formação voltado ao fortalecimento da vigilância do HIV/Aids, a ser executado ao longo de 2018.
Na segunda etapa do programa, os profissionais-alunos que participaram da formação em 2017 conduzirão os respectivos programas de formação em seus departamentos/municípios, com o acompanhamento pedagógico e técnico dos docentes da Ensp/Fiocruz e da Udelar. Espera-se que, ao final de dois anos, o programa tenha envolvido entre 450 a 500 profissionais de ambos os países, contribuindo assim para o aprimoramento permanente da vigilância em saúde na região de fronteira entre Brasil e Uruguai, assim como o fortalecimento de capacidades formativas locais.
Caráter inovador
Frederico Peres explica que o caráter inovador do programa reside, entre outros aspectos, na possibilidade de construção de um conhecimento de aplicação direta nos serviços de saúde, numa lógica mais horizontal. "Rompe-se o modelo do déficit de informação ainda vigente nas mais distintas iniciativas formativas oferecidas por escolas e centros formadores em saúde pública da região latino-americana. Isso permite construir percursos formativos que atendam de maneira efetiva e direta às necessidades colocadas pelos atores da prática, dado o contexto local, a organização do trabalho real e as condições existentes para o desenvolvimento de suas atividades de trabalho”, afirma.
Para o pesquisador, o Programa de Formação em Saúde Pública para a Área de Fronteira Brasil-Uruguai abre uma perspectiva de repensar o papel dessas escolas e centros formadores em saúde pública como espaços estratégicos para a formação no âmbito dos serviços, programas e sistemas de saúde regionais, além de possibilitar o fortalecimento da cooperação técnica da Ensp/Fiocruz.
Mestrado e expansão da formação
Como ação estratégica de cooperação internacional, cabe destaque ao espaço de articulação entre instâncias acadêmicas e de governo criado no processo de organização e oferta do programa, que envolve não apenas o trabalho colaborativo permanente entre docentes brasileiros e uruguaios, como também a estreita colaboração entre os Ministérios da Saúde do Brasil e do Uruguai com a prestadora de serviços públicos em saúde uruguaia (Asse) e com as secretarias municipais de saúde das cidades brasileiras fronteiriças. Esse arranjo complexo, porém fundamental, vem possibilitando o deslocamento de alunos e professores para os quatro departamentos uruguaios que fazem fronteira com o Brasil, onde acontecem as oficinas uma vez ao mês, assim como vem favorecendo a discussão de outras ações formativas e de cooperação técnica e o acompanhamento permanente das atividades do curso.
Como mostras da relevância da ação e de seu papel estratégico para o desenvolvimento de capacidades formativas, já se encontram em discussão dois outros projetos formativos que nascem no processo de organização e condução desse programa de formação. O primeiro está relacionado à construção de um mestrado em saúde pública no Uruguai, a ser oferecido pela Udelar com apoio da Ensp/Fiocruz, voltado à formação docente para os serviços de saúde, numa perspectiva semelhante a dos mestrados profissionais. E o segundo, que se encontra em discussão no âmbito da cooperação técnica entre a Vice-presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz e a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, está ligado à possibilidade de expansão do programa de formação para outras áreas de fronteira do Brasil.
Além de Frederico Peres, participam do programa pela Ensp/Fiocruz os professores Eduardo Melo, Gustavo Matta, Maria de Fátima Lobato e Rosa Rocha, do Daps, Fernando Verani e Cosme Passos, do DEMQS, e Pedro Lima, do Cepi-DSS.
Fonte: Informe Ensp
A Comissão Acadêmica Nacional do Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde) esteve reunida na segunda-feira, dia 21 de agosto, para fazer um balanço do primeiro semestre e discutir outras questões relacionadas ao segundo semestre. A Comissão receberá os coordenadores locais das 18 instituições envolvidas na rede nos dias 22 e 23 de agosto.
O ProfSaúde é uma proposta de curso em rede nacional, apresentado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e instituições de ensino e pesquisa que atuam no país. Com a finalidade de formar profissionais de saúde que atuam no Saúde da Família/Atenção Básica nos diversos municípios brasileiros, o ProfSaúde fomenta ainda a produção de novos conhecimentos e inovações na atenção básica no país, considerando as diversidades regionais e locais, integrando parcerias entre instituições acadêmicas e gestores da saúde pública.
A coordenadora acadêmica nacional do ProfSaúde, Cristina Guilam, conta que o objetivo do encontro é conhecer a singularidade de cada instituição: “Existe uma diretriz geral, pois o ProfSaúde é um curso único, que teve um edital único, que tem um acompanhamento único. Mas cada instituição tem o seu ´sotaque'”, compara. "Nos perguntamos como o curso se desenvolve na região Norte, na região Nordeste e assim por diante".
A reunião foi pautada pelos seguintes temas: critérios para aproveitamento de créditos, avaliação das disciplinas, qualificação dos alunos e a situação da evasão (no caso do ProfSaúde, os índices foram baixíssimos). O professor Luiz Augusto Facchini, pró-reitor do curso, avaliou positivamente este primeiro semestre: "Há uma sinalização dos colegas das instituições que compõe a rede do ProfSaúde que o curso teve um desenvolvimento muito satisfatório em cada local, levando em conta suas peculiaridades e especificidades. Mas, em geral, estamos cumprindo a lógica de um curso único, em todo o território nacional, com uma grande abrangência. Tudo isso nos traz perspectivas bastante promissoras para um segundo semestre e para a conclusão do curso no próximo ano”, afirmou.
Além de Cristina Guilam e Luiz Facchini, participaram da reunião a coordenadora executiva Carla Pacheco Teixeira (Fiocruz); Anacláudia Fassa (UFPEL); Maria Eugênia Pinto (UFCSPA); Dario Pasche (Abrasco); Eliana Cyrino (Unesp); Elisabeth Fassa (UFPEL); Katia Silveira (Fiocruz); Teresa Maria Passarella (DEGES/MS); Marcia Lopes (Fiocruz); Fatima Antero (Fiocruz); Fúlvia da Silva (UFCSPA). Da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde do Ministério da Saúde vieram Lilian Resende e Maria Silvia Freitas.
Acesse as informações sobre o ProfSaúde aqui no Campus Virtual Fiocruz.
Fonte: Vilma Reis e Hara Flaeschen (Comunicação/Abrasco)
Apesar de um oceano de distância, há quase uma década Brasil e Moçambique atuam juntos na formação de uma geração de novos cientistas africanos, dedicados às questões de saúde locais. O Programa de Cooperação Internacional de Pós-graduação em Ciências da Saúde é resultado de uma parceria entre o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A iniciativa, que oferece mestrado e doutorado nos Programas de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), formou mais 14 estudantes em julho. Com isso, soma mais de 40 alunos ao longo dos nove anos de parceria. O coordenador do programa, Renato Porrozzi, destaca a importância da cooperação: "Levar nossos cursos de mestrado e doutorado para Moçambique é um ato de solidariedade a um país carente de formação em pós-graduação, além de ser muito gratificante. Isso se traduz em melhorias na qualidade da pesquisa realizada localmente, com impactos diretos na saúde do povo moçambicano”.
O perfil dos estudantes é variado, incluindo profissionais que atuam na saúde pública em diferentes províncias. Tendo em vista essa pluralidade de origens, os projetos de pesquisa dos alunos compõem um verdadeiro mosaico. “Os estudos desenvolvidos no contexto das dissertações e teses dos estudantes contribuem para preencher lacunas no conhecimento científico, com destaque para investigações acerca de doenças infecciosas como malária, Aids e parasitoses intestinais”, explica Renato. Vírus influenza e sincicial, enterovírus, hepatite B, malária, dengue, HIV, leptospirose e hantavírus foram alguns dos temas escolhidos pelos estudantes da quarta turma de mestrado da parceria Brasil-Moçambique.
As aulas são ministradas por pesquisadores das duas instituições, sendo a maior parte dos encontros realizada na sede do INS, em Maputo, capital de Moçambique. Já nos Laboratórios do IOC, no Rio de Janeiro, os estudantes desenvolvem aspectos práticos dos projetos, como a análise de amostras.
Contribuição para os esforços de eliminação da filariose linfática
Do trabalho de pesquisa nas bancadas dos laboratórios, nascem projetos como o de Henis Mior, um dos mais novos mestres da parceria, que apresentou resultados de um estudo sobre a filariose linfática. Considerada doença negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a filariose linfática faz vítimas tanto em Moçambique quanto no Brasil. Henis investigou um tema com interface direta com a saúde pública: a eficácia do protocolo de tratamento em massa, que vem sendo preconizado nos esforços de eliminação da doença. Segundo esse protocolo, um conjunto de pessoas recebe a medicação mesmo sem diagnóstico individual tendo em conta o alto índice de transmissão na localidade.
O estudo foi baseado em um levantamento realizado na cidade de Murrupula, província de Nampula, em Moçambique, com a participação de mais de 670 pessoas. Os testes consideraram aspectos que indicam a persistência da infecção no paciente seis meses após a administração da primeira dose do tratamento. Os resultados sugerem que a dose única da medicação não proporciona redução significativa da presença de parasitos nas fezes dos pacientes tratados e nem do antígeno no organismo. O pesquisador do IOC Adeilton Brandão orientou a apresentação dos resultados do projeto, junto com Ricardo Thompson, pesquisador do INS e coordenador do projeto em Moçambique. Segundo Adeilton, os dados da pesquisa poderão ser utilizados para avaliar o alcance de metas da campanha, que é de grande importância para a saúde pública em Moçambique. "Há, ainda, a oportunidade de mensurar o impacto de grandes programas de tratamento em áreas carentes de recursos, que apresentam grandes dificuldades logísticas”, afirma.
Henis, por sua vez, celebra a inciativa e a conquista do título. “O mestrado é bem-vindo para os profissionais de saúde e pesquisadores em geral, por trazer melhorias no desempenho da pesquisa e docência na área de saúde. Pretendo continuar os estudos a partir do monitoramento da infecção pela filariose linfática, até a declaração da eliminação da doença no país”, conta.
Veterano elege a genética em estudos sobre tuberculose e hepatites
A trajetória do estudante Nédio Jonas Mabunda é um exemplo do estímulo à produção científica e acadêmica em Moçambique por meio da cooperação internacional. Pesquisador do Instituto Nacional de Saúde, Nédio é um veterano da iniciativa: concluiu o mestrado em 2013 e, agora, está no doutorado.
No projeto de mestrado, investigou a associação entre as características genéticas do hospedeiro e o desenvolvimento das manifestações da tuberculose. O estudo observou, em especial, o comportamento de algumas citocinas, moléculas responsáveis pela sinalização entre as células durante reações imunes. Os resultados apontaram que algumas características da citocina ‘fator de necrose tumoral’ estão relacionadas a um maior risco na evolução da doença.
No doutorado, o tema do projeto também é genética: as mutações que influenciam no desenvolvimento da infecção por hepatite B, doença endêmica em Moçambique, e uma das principais causas do câncer de fígado no país. “Iniciei minha atividade profissional no Laboratório de Virologia Molecular do INS e sempre tive paixão por genética. Olhei para o mestrado como uma oportunidade de aprendizado específico na área de pesquisa, aliado à minha área de trabalho e paixão. Hoje, o doutorado é um instrumento importante para a fortificação da minha carreira científica”, destaca Nédio.
Fonte: Lucas Rocha e Raquel Aguiar (IOC/Fiocruz) | Foto: INS-Moçambique
Desde 2014, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) desenvolve diferentes tipos de cooperações com instituições formadoras em saúde pública de Cuba, para fortalecer a capacidade de governança dos sistemas de saúde de ambos os países. Como fruto dessa relação, a Ensp realizou, em 2015, o 1º Colóquio Brasil-Cuba de Formação em Saúde Pública. No ano seguinte, foi a vez de Cuba sediar a segunda edição do evento.
Para 2017, a Escola prepara um encontro mais abrangente, intitulado 1º Colóquio Latino-Americano de Formação em Saúde Pública, cujo principal objetivo é possibilitar o intercâmbio de experiências exitosas de formação em saúde pública. A ideia é estreitar o diálogo e o crescimento conjunto de instituições-chave do Brasil e de Cuba, que cotidianamente enfrentam o desafio de qualificar recursos humanos para seus sistemas de saúde. O evento acontecerá de 8/5 a 10/5 na Ensp.
O 1º Colóquio Latino-Americano e o 3º Colóquio Brasil-Cuba de Formação em Saúde Pública tiveram suas bases definidas no encontro de 2016. Decidiu-se, então, que a perspectiva do evento deveria ser mais abrangente: além de facilitar o diálogo entre instituições brasileiras e cubanas, é importante também incorporar experiências de outras instituições latino-americanas, responsáveis pela formação e qualificação de quadros estratégicos para os sistemas de saúde da região. Para isso, estarão presentes professores, dirigentes e alunos de instituições formadoras de diversos países latino-americanos discutindo oportunidades e desafios para aprimorar a governança e a gestão dos serviços, programas e sistemas de saúde regionais.
As inscrições são gratuitas, porém limitadas. Para se inscrever, basta acessar o link, disponível abaixo, e preencher o formulário on-line.
Histórico: saiba mais sobre o Colóquio Brasil-Cuba de Formação em Saúde Pública
A primeira edição do Colóquio Brasil-Cuba aconteceu em dezembro de 2015 na Ensp e reuniu, além de alunos, dirigentes e integrantes das três instituições participantes: a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba e o Instituto Nacional de Higiene Epidemiologia e Microbiologia. O encontro uniu centros formadores de saúde pública dos dois países como uma estratégia fundamental para reforçar a formação dos profissionais e dar passos concretos para elaboração de acordos que perpassam todas as áreas da saúde pública. As ações de cooperação entre os países, tanto no campo da formação como na área de serviços ou no intercâmbio de profissionais, também ficaram mais fortalecidas.
Já a segunda edição do encontro foi realizada em Havana, Cuba, em setembro de 2016, e reuniu escolas e institutos de saúde pública dos dois países para discutir os desafios e estratégias tendo em vista o aperfeiçoamento da formação em saúde. No segundo ano, a novidade foi a associação do colóquio ao Programa de Estágio Internacional dos alunos de Residência da Ensp, o que resultou na participação ativa dos alunos durante o evento. Eles apresentaram seus respectivos programas de formação no Brasil; discutiram os desafios da internacionalização com alunos e professores de instituições cubanas, assim como abordaram as peculiaridades da formação em serviços nos dois países.
Fonte: Ensp/Fiocruz
O enfrentamento da crise de zika e o papel dos cientistas brasileiros nas descobertas sobre o vírus desde 2015 foram temas das palestras que marcaram a Aula Inaugural da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na última sexta (10/3), em Manguinhos, no Rio de Janeiro. Integrada aos eventos da semana do Dia Internacional da Mulher (8/3), a abertura do ano letivo da Fiocruz contou com a presença de duas pesquisadoras que se destacaram durante a emergência de saúde pública internacional: a epidemiologista Celina Turchi, da Fiocruz Pernambuco, e a virologista Ana Maria Bispo, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
A abertura da Aula Inaugural teve a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; do vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação, Manoel Barral Netto; da presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), Justa Helena Franco; e da presidente da Associação de Pós-Graduandos (APG) da Fiocruz, Maria Fantinatti.
Em sua apresentação, a presidente Nísia Trindade Lima destacou o protagonismo da Fiocruz no combate ao vírus zika e os esforços de sua gestão para priorizar a vigilância em saúde, cumprindo a missão institucional de colocar a ciência a serviço da sociedade. Aproveitando a semana do Dia Internacional da Mulher, Nísia também destacou os avanços da agenda de equidade de gênero na Fundação e homenageou não somente as mulheres cientistas, mas as mulheres e mães vítimas do vírus zika. “Temos que lembrar que essa é uma doença que atingiu de uma maneira muito forte, com implicações muito profundas, as mulheres ‘severinas’ deste país”, disse a presidente, se referindo à expressão consagrada pelo poeta João Cabral de Melo Neto (1920-1999). “Nós, mulheres da Ciência, avançamos em muitos direitos. Mas há muitas mulheres ‘severinas’ em nosso país que precisam e merecem o nosso respeito. Elas têm o mesmo direito de nascer, de amar e de viver”, completou.
O vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto, ressaltou o número crescente de atividades da Fundação no que se refere à formação de recursos humanos. Ele afirmou, ainda, que é preciso integrar, de forma harmônica, as ações realizadas na instituição, para garantir que o Sistema Único de Saúde (SUS) seja forte e atuante. “Não podemos esquecer que no ano passado a Fiocruz titulou mais de 160 doutores. Este é um número que impressiona, pois é maior que de vários países da América Latina”, disse Barral.
Zika e microcefalia
Eleita em dezembro de 2016 uma das dez personalidades do ano na Ciência pela revista britância Nature, a pesquisadora Celina Turchi (Fiocruz Pernambuco) apresentou um pouco mais do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa da Epidemia da Microcefalia (Merg) durante a epidemia de microcefalia que assolou o país no ano passado, principalmente os estados do Nordeste. O Merg foi responsável pela comprovação da relação entre o vírus zika e a microcefalia em bebês.
Entre os principais desafios, Celina relatou a falta de clareza sobre a causa do número de recém-nascidos com comprometimento neurológico, a inexistência de literatura científica e de testes laboratoriais disponíveis. A pesquisadora descreveu todo o trabalho realizado por profissionais de diferentes áreas, como epidemiologistas, médicos e biólogos. “Diante da tragédia social que estávamos vivendo, tivemos a oportunidade de integrar os protocolos de pesquisa de diferentes áreas, além de compartilhar resultados com outros pesquisadores e instituições, na luta por respostas rápidas à epidemia”.
A pesquisadora também enfatizou o trabalho realizado em maternidades do estado de Pernambuco. “Em conjunto com as secretarias de saúde, nós conseguimos harmonizar o protocolo de pesquisa, com ações que se mantiveram. Assim, o Grupo de Pesquisa também colaborou no treinamento dos profissionais das maternidades nas atividades de vigilância e monitoramento dos casos de microcefalia neonatal”.
Conquistas da ciência brasileira
Virologista do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Ana Maria Bispo celebrou a chance de compartilhar informações das pesquisas científicas sobre o vírus zika com estudantes e colegas pesquisadores durante a Aula Inaugural. Após um breve histórico do vírus e da doença no mundo, Ana Bispo destacou a importância do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), enquanto laboratório de referência do Ministério da Saúde, no enfrentamento do vírus zika no Brasil. A virologista também ressaltou os projetos em colaboração com a União Europeia, Canadá e Organização Mundial de Saúde (OMS) para investigar o vírus, que foi isolado pela primeira vez no Brasil em março de 2015, na Bahia. “Estas pesquisas são oportunidades de entender a dinâmica do vírus, incluindo o papel do vetor na sua transmissão. Ninguém estava preparado para a chegada do vírus zika e para as suas consequências. Ainda temos muitas perguntas sem respostas”, explicou Ana Bispo.
Entre as conquistas da ciência brasileira em relação ao vírus, Ana Maria Bispo destacou as descobertas sobre os efeitos do zika em gestantes e em recém-nascidos e o desenvolvimento de um teste rápido e de custo baixo para o diagnóstico de zika, dengue e chikungunya, já que muitos de seus sintomas se confundem nos estágios iniciais das doenças. De acordo com a cientista do IOC/Fiocruz, mesmo com todas as dificuldades de recursos, “a epidemia de zika revelou a capacidade dos cientistas brasileiros de responder em curto tempo a uma emergência grave de saúde”. Ela afirmou que “houve uma sensibilidade muito grande de diferentes áreas da comunidade científica, que se articulou e se uniu, em parcerias locais e internacionais, para direcionar seus esforços para o enfrentamento da epidemia de zika. Nós avançamos muito, mas ainda nos restam grandes desafios, como o desenvolvimento de testes sorológicos específicos e de uma vacina eficaz”.
Fonte: César Guerra Chevrand e Leonardo Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)
A Fiocruz abre seu ano letivo nesta semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. O evento terá duas importantes cientistas brasileiras como palestrantes: Celina Turchi (Fiocruz Pernambuco) e Ana Maria Bispo (Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz), que se destacaram pelas pesquisas que estabeleceram relações entre o vírus Zika e os casos de microcefalia em bebês no Brasil. A aula inaugural, intitulada A Ciência brasileira e o enfrentamento da situação de emergência em saúde, acontecerá nesta sexta-feira, dia 10/3, às 9h30, no Auditório do Museu da Vida (Av. Brasil, 4365 – Manguinhos – Rio de Janeiro – RJ) .
Os diversos institutos da Fiocruz também promovem aulas inaugurais, de acordo com o seu perfil institucional, áreas e temas de interesse. Confira a seguir a programação do ano letivo na Fundação, em suas diversas unidades, e participe!
SEGUNDA-FEIRA (6/3)
Fiocruz Amazonas
Fatores de virulência do Toxoplasma gondii e imunomarcadores de resistência do hospedeiro com ênfase em aspectos da biologia celular e Imunologia
José Roberto Mineo, professor titular de imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal de Uberlândia
Salão Canoas, às 9h
Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB)
O cotidiano do biotério na ciência e no ensino
Klena Sarges, líder do Serviço de Criação de Roedores e Lagomorfos (ICTB)
Sala de aula do ICTB, às 9h
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)
Molecular Pathology - Bridging the gap between clinical disease and molecular pathogenesis
Matti Kiupel, chefe do Departamento de Anatomia Patológica da Michigan State University e pesquisador do Departamento de Patobiologia e Investigação Diagnóstica do Diagnostic Center for Population and Animal Health (EUA)
Auditório do Pavilhão de Ensino do INI, às 10h
TERÇA-FEIRA (7/3)
Fiocruz Bahia
Autonomia intelectual
Waldomiro José da Silva Filho, professor de filosofia da Universidade Federal da Bahia e presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia Analítica
Auditório Aluízio Prata, às 9h
Fiocruz Minas
Desenvolvimento e teste de vacina inativada tetravalente em dose única contra dengue
Jorge Elias Kalil Filho, pesquisador do Instituto Butantan
Auditório da Fiocruz Minas, às 14h
QUINTA-FEIRA (9/3)
Farmanguinhos - Mestrado Profissional em Gestão, Pesquisa e Desenvolvimento na Indústria Farmacêutica
Ativos intangíveis: o desafio da gestão do conhecimento em tempos de big data
Marcos Cavalcanti, professor do Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ e pesquisador do Centro de Referência em Inteligência Empresarial da UFRJ
Auditório da Dirac (no campus sede da Fiocruz, em Manguinhos), às 9h
Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS)
O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – teoria, estrutura e organização
Geraldo Lucchese, doutor em saúde pública pela Fiocruz, com experiência na área de Saúde Coletiva e atuação nas áreas de políticas e serviços de saúde e vigilância sanitária
Auditório do INCQS, 14h
SEXTA-FEIRA (10/3)
Aula Inaugural da Fiocruz: A ciência brasileira e o enfrentamento da situação de emergência em saúde
Celina Turchi é graduada em medicina pela Universidade Federal da Goiás (UFG). Cursou o mestrado em epidemiologia na London School of Hygiene & Tropical Medicine (Reino Unido) e o doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo. Aposentou-se como professora titular do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG no Departamento de Saúde Coletiva. É pesquisadora e Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq (PQ 1C) e foi membro do Comitê Assessor do CNPq (2004-2010). Celina também é pesquisadora do Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde e membro do Comitê Gestor. Desde 2014, atua como pesquisadora na Fiocruz Pernambuco com Bolsa de Especialista Visitante. É orientadora dos seguintes programas de pós-graduação: Medicina Tropical e Saúde Pública em Doenças Infecciosas (UFG), Universidade Federal de Pernambuco e Fiocruz Pernambuco. Tem experiência na área de Epidemiologia das Doenças Infecciosas. Em 2016, Celina Turchi foi eleita uma das dez personalidades do ano na ciência pela revista britânica Nature por seu trabalho para o estabelecimento da relação entre o vírus Zika e a microcefalia em bebês.
Ana Maria Bispo é bacharel em ciências biológicas. Fez mestrado em ciências na Fiocruz (1994), onde cursou biologia celular e molecular. Doutorou-se também em ciências, na área de Virologia, na Fiocruz (2001). Entre 1985 e 2005, foi pesquisadora do Departamento de Virologia da Fiocruz, atuando em linhas de pesquisa na área de vigilância e epidemiologia molecular de poliovírus, vírus da febre amarela e dengue. De 2005 a 2010, foi contratada como Assessora Regional da Organização Panamericana da Saúde (Opas/OMS) em Washington (EUA), para coordenar a Rede de Laboratórios Nacionais e Regionais que apoiam os programas de imunizações dos países da Região das Américas (especificamente as redes de laboratórios de sarampo, rubéola, pólio, rotavírus e HPV). Em março de 2010, volta ao Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, retomando as linhas de pesquisa relacionadas a estudos de vigilância virológica, sorológica, epidemiologia molecular, patogenia e formas atípicas dos vírus dengue e outros arbovírus de importância epidemiológica no estado do Rio de Janeiro (Brasil). Em novembro de 2015, Ana Maria Bispo liderou a equipe que detectou de forma inédita no mundo a presença do vírus Zika em amostras de líquido amniótico de duas gestantes com fetos apresentando microcefalia – sendo a primeira associação entre o vírus Zika e os casos de microcefalia no país.
Auditório do Museu da Vida (campus sede da Fiocruz, em Manguinhos), às 9h30
Farmanguinhos - Pós-graduação Lato sensu em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos
A inovação em medicamentos da biodiversidade a partir de um novo paradigma
Glauco de Kruse Villas Bôas, coordenador científico do curso
Sala de Conferência de Farmanguinhos, às 10h
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) prorrogou as inscrições para a seleção às vagas do Curso de Especialização em Psicologia Hospitalar na Área de Infectologia. Coordenado por Eunes de Castro Milhomem, Ludmila Stalleikem Sebba e Tereza Cristina Coury Amin, o curso contribui para a formação do psicólogo na área hospitalar, tendo como referencial teórico a psicanálise. Busca, também, estimular o aluno a desenvolver uma visão integral e ampliada do processo saúde doença, considerando a perspectiva da saúde pública. São oferecidas seis (6) vagas, para as quais podem se candidatar profissionais graduados em psicologia, com ou sem experiência.
Confira as novas datas do processo seletivo:
São cerca de 880 horas de carga horária. As aulas serão ministradas de 13/3/2017 a 9/3/2018. As atividades teóricas serão realizadas no Pavilhão de Ensino do INI ou em outra de suas dependências. Já as atividades clínicas serão realizadas na internação (enfermaria e CTI) e no ambulatório do Instituto.
Para ter mais informações acesse a chamada pública clicando aqui.
Fonte: Antonio Fuchs e Juana Portugal (INI/Fiocruz)